segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Escutar o cicio tranqüilo

Como enfrentar “forças” da natureza.

Relata o livro de I Reis (ver 19: 11, 12) que o profeta Elias passou por uma experiência marcante em sua vida. Andava o profeta passando por maus bocados face às ameaças da rainha e também seu remorso por mandar executar muitos dos profetas de Baal. As coisas não andavam fáceis. Na fuga de si mesmo que empreendeu sentiu-se afastado de Deus, com Quem tinha tido tantas experiências fantásticas, de curas e demonstrações de poder extraordinário. Refugiou-se numa caverna e pediu para si a morte, mas em vez dela recebeu do Senhor uma ordem para que se postasse na entrada da caverna.

O que ele então percebeu era o retrato de sua consciência. Demonstrações de forças naturais irresistíveis: vento de furacão, terremoto de fender rochas, fogo destruidor. O que lhe foi mostrado pela inspiração é que o Senhor não estava nessas turbulências. Todo o poderio destruidor material percebido não se igualava ao poder de Deus, foi a percepção do profeta. “O Senhor não estava no vento, no terremoto, no fogo”, mas no “cicio tranqüilo e suave” que veio após as ameaças do vento, fogo e terremoto.

É bom que lembremos disso quando vemos nuvens ameaçadoras se aproximando ou quando ouvimos previsões de tempo inconstante. Essas manifestações de forças naturais colocam em cheque nosso entendimento da Divindade. Para os cristãos Deus é o poder supremo, aliás único e total. Ele é o bem, a Vida, o Amor. Dessas qualidades não provém nenhuma ação devastadora e nelas não há nenhuma força de destruição. A manifestação de Deus e Seus poderes é pura harmonia. Mas como pode Deus não estar no vento ou tormentas se Ele está em toda parte? Esse é o nó que deixamos criar-se em nosso pensamento quando aceitamos o bem e o mal como igualmente reais, igualmente poderosos. Se não queremos essa confusão mental, devemos adotar uma postura firme a favor do melhor partido: o lado espiritual. Gosto do desafio posto por Mary Baker Eddy no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A onipotência tem todo o poder, e reconhecer qualquer outro poder é desonrar a Deus” (p. 228).

As circunstâncias humanas e materiais que se apresentam à nossa atenção terão para nós efeitos danosos ou não, conforme nosso pensamento a respeito. A constância de nosso posicionamento a favor do espiritual, ou seja do poder do Bem, traz para nós resultados compatíveis ao nosso pensamento. Quanto mais absoluto for nosso conhecimento da presença e do poder Divino, tanto mais palpável serão em nossa experiência.
O Mestre Cristo Jesus demonstrou isso quando acalmou tempestade no mar de Tiberíades relatado em vários evangelhos. Os discípulos estavam assustados e temerosos de sua sorte. Jesus, ao contrário, estava dormindo socegadamente. Como podia? Ele não estava com medo. Mostrou, isso sim, seu poder sobre as pseudo-forças naturais. “Repreendeu os ventos e o mar, e fez-se grande  bonança” (Mat. 8: 23). Demonstrou que o poder é de Deus, não dos elementos da natureza.

Quando vejo nuvens grossas se aproximando e prenunciando chuva intensa e ventos fortes, costumo postar-me à janela para ver a chegada desses “monstrinhos”. Enquanto olho as nuvens oro em pensamento que o poder de Deus é único, só Ele tem poder. Não reconheço força ou poder na ameaça natural. Tomo o cuidado de não fazer essa oração por um desejo de controle do tempo ou por interesse pessoal de algum resultado. A oração é para reconhecer e glorificar o poder supremo de Deus. Nenhuma outra expectativa é alimentada. Fico nessa atitude mental, em oração, até que meu pensamento se acalme. Então sigo a fazer o que vinha fazendo.

Penso que se mais pessoas de nossa comunidade exercessem a mesma atitude, é bem possível que não veríamos tantas notícias ou queixas de desastres naturais.

.o0o.

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