quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Palestra Lançamento 01/12/2016 Panambi, RS


Prezados amigos que aceitaram o convite para tomar conhecimento de dois novos livros. (assinalar alguns presentes).

Espero que tenham gostado da leitura dos livros anteriores. Tenho cartas de amigos leitores que me escreveram relatando de sua experiência decorrente da leitura de algum livro da Série “A Espiritualidade da Bíblia”. São testemunhos desse tipo que me encorajaram a continuar na vereda de lançar em letras algumas ideias e experiências a respeito do tema da teologia do Cristianismo praticável.

Ao longo dos 3 anos de pesquisa e escrita a respeito dos valores presentes nas Sagradas Escrituras, muitas noções auferidas aprofundaram meu conhecimento de fatos bíblicos relatados nos diversos livros do Antigo e do Novo Testamento, além de aumentarem meu apreço por esses caracteres extraordinários. Quando se lê sobre a missão do apóstolo Paulo, por exemplo, impossível não amar sua dedicação e seu amor pela causa do Cristianismo, e tentar imitar, ainda que debilmente, a audácia em levar à humanidade a mensagem de uma religião que pode ser demonstrada como uma ciência: a Ciência do Cristianismo.

Com estas duas obras que a partir de hoje estarão à venda no comércio o conjunto da obra literária fica dividida em duas séries, cada qual com sua característica. A primeira: “A Espiritualidade da Bíblia” é representada pelo Volume IV que encerra a série de mesmo nome. A estrutura de cada volume é idêntica. Em cada um encontrarão crônicas sobre temas bíblicos e um capítulo especial em que é analisado um tópico significativo. São eles: O Pai-Nosso; Os Dez Mandamentos; Parábolas de Jesus; e A vocação do Apocalipse.

No outro livro: “Sob a Luz das Escrituras”, estamos iniciando uma nova série em que acompanharemos as crônicas com análise de caracteres expressivos de cada Testamento Bíblico. Neste Volume I encontrarão comentários a respeito da vida e obra de Moisés, e vida e obra de Jesus Cristo, dois personagens marcantes na história israelense condensada na Bíblia. Em outros volumes abordaremos atividades dos patriarcas, profetas, juízes e reis, do Antigo Testamento, e dos Apóstolos do Novo Testamento, em especial vida e obra de Paulo.

Um propósito único orientou a construção das duas séries, qual seja, trazer à atenção do mundo cristão, ou cristandade, a noção de que as mensagens duradouras e permanentes da Bíblia têm um caráter espiritual e universal que transcende a época dos acontecimentos descritos e chega íntegra até nossa época. A busca de tais mensagens espirituais é que aparece nos livros, acompanhada da vontade de transmitir meu juízo a respeito, sabedor que tais mensagens são válidas para todos: pessoas e lugares, cores e culturas.

O Cristianismo (nossa religião) é coisa séria. Acho lamentável que a cristandade (a humanidade cristã) ainda viva tão ignorante das reais possibilidades de realização contidas nos ensinamentos legados pelo grande Mestre Cristão. Quando ele disse:

“Aqueles -- que creem em mim,-- farão também -- as obras que eu faço” (João 14:12),

ele não estava blefando. Falava sério aos seus discípulos com palavras de cunho universal e extra-tempo. Nós Cristãos modernos deveríamos orientar nossa vivencia do Cristianismo pautando-nos por essa máxima do Cristo! Pergunto a vocês: Acham que é possível hoje em dia aderir a essa regra do Mestre? É meu objetivo nos livros encorajar os cristãos a responderem a essa pergunta de forma positiva. SIM, É POSSÍVEL! Digo mais, não só é possível como essencial para o bem e continuidade da humanidade.

Nós cristãos temos uma dívida para com o Mestre Cristão: a dedicação à consecução de obras semelhantes às que Jesus realizou. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos”. Ele dirigiu aquela observação citada há pouco a todo aquele que nele crê. Que tipo de crença ou fé ele se referia? A condição básica é a total ausência de dúvida; era assim que ele atuava. Tinha total confiança do seu Pai, e nosso também. Ele exclamou:

“Tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, se não duvidardes, assim se fará”.

Aí está retratada a condição “sine-qua-non”. Se acreditamos em Jesus sem ter a certeza absoluta de que nossas palavras se cumpram, não adianta ficarmos repetindo as palavras dele, pois nenhum resultado aparecerá. De onde ele obtinha o poder para as obras? Ele não se arrogava o ter poder; ele atribuía todo o poder a Deus-Pai. Esse é o segredo da capacidade de Jesus em curar. E este será também nosso segredo: fé absoluta, sem dúvidas, no poder de Deus o Bem. Não há condição humana e material que resista à ação do poder divino que é aliado ao Amor e à Vida.

Há ainda outro aspecto importante para compreendermos. Nós não sabemos como o Espírito do Bem atua em nossa consciência limpando-a de manchas de medo, ódio, ignorância, pecado, que é a fonte de todo mal entre a humanidade. Na medida em que entregamos nossa consciência aos cuidados de Deus, ou seja, a Mente divina, ficamos mais atentos às mensagens angelicais que Deus envia e, estas, por sua vez nos orientam a vida humana, as decisões, os caminhos a trilhar, o amor que dedicamos ao próximo.

Ter uma mente livre de inclinações malévolas e ou materialistas—fazendo isso conscientemente—e ter um coração repleto de amor a Deus e ao próximo, são as condições que limpam nosso ser, nossa existência. Com uma alma lavada podemos crer no todo poder divino de que nada Lhe é impossível. Assim nos aproximamos do status mental e espiritual de Jesus Cristo, e poderemos ser instrumentos do Bem Universal em favor da nossa sofrida humanidade.

Jesus Cristo era absoluto em seu posicionamento mental: “Eu e o Pai somos um!” Nós também temos que ser absolutos em nossa fé em Deus e na compreensão da natureza divina. Não podemos misturar qualidades boas e más na divindade. Aquilo que Deus tem ou é, o oposto de Deus não é nem tem. Deus é o bem e é bom; o mal não é enviado por Deus; Deus é perfeito, e Sua criação—inclusive o homem—também; Deus harmonioso e homem harmonioso poderia ser uma norma de pensamento para os cristãos; a máxima de que Deus, o Bem, é real e o mal é irreal, talvez receba contestações da razão humana. É quando entra em cena nosso senso de fidelidade. Se aceitamos Deus como real, por coerência temos de saber que o mal é irreal. Sem “rodeios” nem “poréns”. É assim e ponto final! Não se discute mais! Me permito fazer uma sugestão: ponham em prática essa linha de pensamento; e ficarão admirados com os resultados!

As palavras e as obras de Cristo Jesus são a essência do Cristianismo, propagado pelos apóstolos de Jesus e fundamentado pelos profetas. Por isso é importante aos cristãos conhecerem os fatos históricos envolvidos na vida desses personagens; mas o mais importante é conhecer os fatos espirituais básicos que nortearam as vidas daqueles notáveis seres históricos, e assim traduzir esses mesmos fatos para nossa vivência atual e futura. Repassando esses fatos ver-se-á que o ponto comum em todas as realizações foi a fé absoluta no poder de Deus, e a confiança de que o Ser Infinito ama seus filhos para os proteger e livrar de males e ameaças.

Ouso alertar para uma coisa que temos que ter em mente com clareza cristalina: nunca invocar o poder divino, o poder do Bem espiritual, para obtenção de soluções ditadas pela vontade humana. A verdade é que Deus atende necessidades humanas, não vontades humanas! Está claro, isso?  Nosso querido Pai-Mãe não repara em denominações. Aquele que se aproxima do Deus supremo com o coração limpo, isento de materialidade e maldade, é aceito e perdoado, é amparado e curado.


  Essa é a mensagem básica que encontrarão nos livros que estamos disponibilizando. Espero que tenham perguntas ao lerem os livros. Escrevam ou mandem e.mails e terei imensa satisfação em responder e aclarar os pontos, eventualmente, duvidosos.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Sumo Bem

O Sumo Bem (SB) é sinônimo do Bem Máximo. Intuitivamente as pessoas percebem certas qualidades referentes ao SB: divino, supremo, superior a tudo, infinito, ilimitado, indestrutível, completamente bom, espiritual. O autor do Livro II Crônicas registra o rei Salomão declarando:

A casa que edificarei há de ser grande porque o nosso Deus é o maior de todos...” (II Crônicas 2:5).

A majestade da obra devia fazer jus à majestade da divindade a ser adorada. Esse Deus a ser adorado no templo é o conceito mais elevado que os concidadãos de Salomão conseguiam visualizar em sua fé quanto ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, aquele Deus ideal chamado de vivo; assim o  diferençavam dos deuses ídolos, estáticos, que a maioria dos povos da época adorava, um em cada região.

O Sumo Bem é excelso no reino espiritual, mas não está longe da vivência humana. O bem que vemos acontecer na vida humana é evidência da presença do SB. Circunstâncias de aparente ausência do bem apenas escondem a presença do SB; aparências de presença do mal (qualquer) ou da ausência do bem, são apenas aparências, não realidades. São como nuvens que escondem o sol e as montanhas e que elas, em verdade, não tocam nem afetam. Uma neblina talvez nos oculte a luz e o caminho, e dificulte a caminhada. Sabemos que navios no mar ou em lagos precisam reduzir drasticamente sua marcha para não pôr em risco as pessoas envolvidas nos deslocamentos dos barcos em dias de neblina.

Quando associamos o SB à presença e natureza do Deus vivo que é todo-poderoso e sempre presente nos capacitamos a perceber que o SB está sempre ligado à vivência de virtudes entre os humanos.

Mary Baker Eddy expõe no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras esclarecimentos cabais sobre como entender a natureza divina em sua realidade. Diz ela:

“O máximo do bem é Deus infinito e Sua ideia, o Tudo-em-tudo” (CeS, p. 103).

O SB é o Deus infinito. Nenhuma circunstância afastada ou isolada da infinidade pode ser associada ao SB. Toda e qualquer manifestação de limitação, materialidade, força humana, força de elementos materiais, etc, etc, não tem qualquer ligação ou existência vinculada ao SB. Isso Eddy deixa claro com o conceito de Deus sendo o Tudo-em-tudo. Essa ideia pouco usual a respeito da natureza divina pode ser explicada. Quando eu era professor numa Escola Dominical eu costumava explicar aos alunos esse conceito da seguinte forma simples para que pudessem compreender.

 Para quem está aprendendo matemática fá-lo por meio do entendimento de regras ou leis matemáticas das operações. Tomemos por exemplo a regra da adição. Para que os alunos aprendam corretamente a lei da adição precisa ser explicada corretamente. Isso pode ser feito com muitas ou poucas palavras, mas tem de ser exposta tão somente a lei da regra. Tudo o que se pode dizer é a verdade. A mesma explicação vale para as outras regras, aliás para todas as regras. A verdade da lei matemática é tudo o que se pode dizer de todas as regras, ou seja, a verdade é Tudo-em-todas na matemática. Nas demais ciências também vale o raciocínio. Quando se quer transmitir a verdade de alguma lei científica lança-se mão do conceito de que a verdade é tudo-em-tudo.

Na Ciência divina usa-se idêntico desdobramento mental com um raciocínio metafísico. Tudo o que existe realmente no universo só pode ser descrito com a verdade; poderiam ser levantadas muitas hipóteses e opiniões contrárias e levantar-se debates diferenciados, mas a verdade daquela existência é só uma. As pessoas, por causa do livre arbítrio, optariam por uma ou outra faceta do conceito, mas só um dos lados é o verdadeiro. Em tudo no universo, a verdade de um fenômeno é só uma, e esta diz tudo sobre o fenômeno. É fácil expandir o conceito de que a verdade é tudo-em-tudo.

Quando Eddy afirma que Deus é Tudo-em-tudo ela está afirmando que Ele é a Verdade e a realidade de tudo. Na metafísica entende-se que as qualidades atribuídas a Deus não são atribuíveis ao oposto de Deus. O que Deus é ou tem, o diabo ou mal não é e não tem. Se coisas tão opostas como o Bem e o mal, o Espírito e a matéria, Deus e o diabo, a Vida e a doença, forem unidas em nossos conceitos, cairemos fora do âmbito de Deus Tudo-em-tudo.

Com isso somos conduzidos a pensar a respeito de Deus de forma absoluta nas Suas qualidades. Se dizemos que Deus, a Verdade, o Amor, o Espírito, a Mente, é poderoso, pela lógica do Tudo-em-tudo, o mal, o erro, o ódio e o medo, a matéria, a mente humana, não têm poder. Se Deus e Seus atributos estão presentes, os opostos do divino não podem estar presentes. O que representa nossa percepção da presença dessas coisas diante dos sentidos físicos? São percepções falseadas da verdade absoluta. Quando vemos escrito 2 + 2 = 5, sabemos que é um erro. Mas está ali no papel, nossos sentidos o veem e nossa mente certifica-se da percepção. Mas nada disso altera a verdade que é outra do que vemos escrito.

A percepção que temos do ambiente em que vivemos nos mostra o predomínio das coisas não ligadas aos fatos da Verdade absoluta. Vemos a presença de algum mal que contraria a verdade de que o Bem é toda e única presença; vemos forças malignas em ação, que contrariam a verdade de que Deus, o Bem, tem todo o poder. Pode-se ver que a dualidade de opostos como reais simultaneamente é uma incoerência de lógica. Por isso nossos conceitos sobre a Divindade precisam assumir essa posição de modo absoluto.

Esse foi o exemplo que Jesus Cristo legou com sua religião. Só Deus tem poder, só Deus é o bem, só Deus é o Amor. Ao associarmos a esse Deus absoluto nossa natureza de criação à imagem e semelhança de Deus, chegamos a conceitos absolutos a respeito de nossa natureza no universo. Vivemos no Bem infinito, na Verdade total, no Amor que não exclui ninguém, na força da qual participamos por sermos semelhantes ao todo poder do Espírito. Assim chegamos a compreender as palavras do Mestre Cristão no seu Sermão do Monte:

Sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48).

Nunca conseguiremos atender ou satisfazer o mandado de Jesus, enquanto aceitarmos a falseado conceito do homem como criado materialmente, como limitado, fraco, doente, pecador, etc. Nosso entendimento absoluto da natureza divina nos leva ao entendimento absoluto da natureza do homem. Com isso nos aproximamos da visão que o Mestre Cristão tinha e da aptidão de realizar as obras que ele realizou, conforme a promessa dele:

“Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 14: 12).

Mary Baker Eddy escreve em sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, o conceito mais compacto do Sumo Bem:

Deus. O grandioso Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que     é todo atuante, todo-sábio, todo-amoroso e eterno; o Princípio; a Mente; a Alma; o Espírito; a Vida; a Verdade; o Amor; toda a substância; inteligência” (CeS, p. 587).  
 
As colocações que faço nesta crônica têm por objetivo alertar o leitor para o enorme campo mental que nos aguarda na contemplação do infinito real. Normalmente a visão humana a respeito da divindade, de Deus Supremo, é muito limitada por estar misturada a conceitos sobre Deus, muito mais parecidos com uma Suprema Pessoa, Um Senhor Deus, que reage à moda humana aos estímulos ou às circunstâncias. No entanto, o modo correto de divisar um Deus real é vê-Lo de modo absoluto, sem tempo ou geografia, sem início e sem fim, como único nos Seus atributos eternos e infinitos, devendo cada um—cada aspecto de Sua natureza—ser elevado ao infinito, ao eterno, ao perfeito, imutável, impessoal, em nossa consciência.

Nesse Deus as pessoas podem ter fé, e confiar no Seu Amor, pois sendo todo-poderoso nenhuma condição material poder resistir à ação de Seu Espírito, nenhuma lei material ou humana pode sobrepujar a lei do Princípio divino, nenhuma dita sabedoria humana pode ultrapassar o todo-sábio divino, nenhum medo, pecado ou ódio pode enfrentar a bondade do Amor divino. Sentir-nos ligados a esse Sumo Bem eleva nossa autoestima e nosso amor para com nossos semelhantes, ajuda-nos a espalhar conforto e solidariedade, justiça e retidão, e nos fortalecer espiritual, moral e fisicamente.

                                                            .o0o.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

NATAL - Nascimento de uma ideia

O mundo Cristão alegra-se em celebrar no Natal o nascimento do fundador do Cristianismo. O sempre lembrado menino de Belém, merece a lembrança (pelo menos um dia por ano) não tanto pelo seu nascimento, mas muito mais por sua vida de lutas contra inimigos nem sempre vistos como tais, ou até pessoalmente invisíveis.

Aqueles que tornaram sua vida vitoriosa, queriam , na realidade, elimina-la. Foi sua confiança absoluta em um poder superior que o tornou vitorioso. Foi este seu exemplo o grande legado que deixou ao mundo. Quem aprender a usar esse poder divino do Amor, como Ele usou, sentirá em sua vida o benefício de viver amado e capaz de superar ameaças.

É bom celebrar o nascimento de Jesus; aliás não o faremos por meio de ‘comemoração’ e ‘bebemoração’ sem falsear o mérito de sua vida pura e santa. Quem quiser ofertar-lhe um presente natalino, faça-o no recôndito de sua alma interior, no escondido de seu coração, no íntimo de seu quarto, onde a porta para os prazeres materiais esteja trancada. Assim podemos orar com alegria na consciência, englobando a toda a humanidade nesse amor que “faz aos outros o que quer que lhe façam”.

Bem que poderíamos nos perguntar que ideias cristãs deixamos nascer em nossa consciência, seja em época natalina seja outra? Nós cristãos amamos nosso Mestre, ou dizemos que o amamos, mas será que o fazemos segundo a recomendação do próprio Cristo?: “Aqueles que creem em mim, farão também as obras que eu faço” (João 14:12). A realização de obras cristãs inicia com o amor a Deus e ao próximo, como o nosso ideal humano. Segue com nossa compaixão pelos que têm problemas e nossa disposição de ir ao encontro das soluções para minimizar as consequências. Depois demonstramos o que nossa fé em Deus pode fazer pelos homens para que vejam o benefício de tal fonte de soluções para os problemas humanos de toda ordem, físicos ou psíquicos, pecuniários ou morais, individuais ou coletivos.

Nunca poderemos expressar gratidão suficiente pela missão de Cristo Jesus na terra; nossa sinceridade será vista em nossas obras entre os homens e elas é que provarão nossa cristianidade. Se somos cristãos mostremos em obras nossa condição religiosa. Aliás é a própria Bíblia que nos alerta que “a fé sem obras é morta” e não é cristã.

Dos ensinamentos deixados pelo Mestre Cristão o mais básico e fundamental é o reconhecimento espiritual de que Deus, o Pai de Todos, é o único Pai, o único poder, a única presença, o único Bem, Espírito, Vida e Amor. Essa compreensão espiritual, embasando nossa fé cristã, fará de nós cristãos praticantes trazendo benefícios a todos em todos os lugares.

Não há maior celebração do Natal do que dedicar amor a todos, incondicionalmente.

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

UM SONHO DIFERENTE

Passeava eu por uma orla do mar, cheia de pedras e rochas, e vi no céu algo que me chamou a atenção. Havia um objeto reluzente, grande, em forma de charuto, com uns 40m de comprimento e diâmetro de uns 10m. Pairava esse objeto em frente a uma nuvem branca. Emitia como que raios sobre a nuvem que faziam as partículas desta girarem e vibrarem num espaço igual ao diâmetro do OVNI.

Depois disso me vi conversando com um cientista em seu laboratório (todo moderno) com equipamentos estranhos que eu nunca havia visto. Explicava-me o cientista que o que eu vira na praia era um experimento tecnológico que permitia a separação das partículas de uma nuvem e, além disso, permitia que se visualizassem objetos contidos na nuvem mas não visíveis quando simplesmente se adentrava na nuvem.

Enquanto falávamos, entrou um jovem adolescente trazendo na mão um objeto parecido com um bibelô de porcelana, que passou às mãos do cientista. Perguntado sobre a origem do objeto disse apenas: “eu trouxe da nuvem”. O jovem era um participante do experimento que eu havia visto na orla.

Ao trazer o objeto, o jovem comprovou o que o cientista dissera, que se pode ver coisas nas nuvens se soubermos como “entrar” nelas. O que ele não explicara foi que se poderia trazer ou transportar coisas por essa tecnologia.

Continuou o cientista  sua exposição agora sobre uma nova tecnologia, por meio da qual poderemos ser “transportados” a outros planetas, instantaneamente. Diante de minha dúvida e incredulidade estampadas no rosto, ele se propôs a levar-me a Marte. Não sei porque, concordei sem saber o que me esperava. Postei-me no meio do laboratório enquanto o cientista apanhou um instrumento algo parecido com uma lanterna de bolso. Quando acionou o aparelho logo me vi num ambiente totalmente diferente: inóspito, sem pessoas, terreno com terra e pedras e rochas. Eu me sentia no local; estava com frio por não usar nenhum abrigo.

Olhando ao redor para a paisagem e as pedras do local, reparei numa pequena pedra que me chamou a atenção pelo formato arredondado, peso e cor escura, parecia uma bolinha de gude. Do local eu podia ouvir o cientista falando comigo enquanto me acompanhava desde o lab. Peguei a pedrinha e a coloquei no bolso.

Pedi para voltar e o cientista desligou a tal “lanterna”. De repente me vi novamente no laboratório. Tudo estava como antes de minha “viagem”. Trocamos algumas ideias sobre esse enorme avanço tecnológico. Tudo parecia como antes, com uma diferença: uma certa pedrinha que eu trazia no bolso colhida durante o experimento.

Depois de despertado do sonho que levou meu sono, eu me pergunto: foi apenas um sonho ou foi premonição do que está por vir? Meu filho responde que é o inconsciente se revelando ao subconsciente!

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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Milagres da gratidão.

A gratidão tem o poder de nos curar


A gratidão é como um diamante com muitas facetas, cada uma delas irradiando a luz e a beleza da jóia em si. Um coração cheio de gratidão é muito mais alegre, compreensivo, esperançoso, e pode encontrar o caminho para solução de problemas humanos, inclusive de doenças. Para aquelas pessoas que ainda não se deram conta do valor da gratidão, dedico este testemunho que encontrei em O Arauto da Ciência Cristã, edição de Janeiro 2004. Na experiência da autora vê-se o resultado prático de um coração grato.

“Eu costumava pensar sobre dar graças, da mesma maneira que pensava sobre comer verduras; provavelmente era bom para a saúde (como comer espinafres, por exemplo), mas não tinha muito entusiasmo em comê-las. Dar graças a Deus parecia mais uma obrigação do que um prazer.

“Mas isso, com certeza, já mudou. Agora, preciso expressar minha gratidão. E mais, estou descobrindo a profunda alegria e a satisfação que a acompanham.

“Agradecer a Deus pelas bênçãos recebidas não é uma forma de manipulá-Lo para obter o que desejo.  Não é como comer as verduras, para receber a sobremesa como recompensa. Mas, estar disposta a reconhecer o bem que Deus está me concedendo, é uma forma poderosa de me sentir mais próxima a Ele. E, quando me sinto mais próxima a Ele, naturalmente encontro mais harmonia, alegria, liberdade e amor, ou seja, mais cura.

“Deus está sempre próximo de nós. A Bíblia diz que ‘Deus é amor’ e que está sempre amando e cuidando de todos nós. Mary Baker Eddy escreveu no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras* : ‘O Amor [Deus] é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas. É a  fonte aberta que clama: ‘Ah, todos vós que tendes sede, vinde às águas’(p. 13).
“Deus está constantemente proporcionando a cada um de Seus filhos, amor, alegria, paz, liberdade, vigor. Jesus disse o seguinte sobre Deus: ‘Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justo e injustos’ (Mateus 5:45).

“Portanto, o amor de Deus é derramado sobre nós em abundância. Mas, pode parecer como se não pudéssemos sentir o Seu amor ou como se não o merecêssemos. Descobri que estar disposta a agradecer a Deus, pelo Seu cuidado por nós, até mesmo nos momentos mais difíceis, destrói o medo, acalma e conduz à cura.

“Certa vez eu estava muito doente e não conseguia sentir a presença do amor divino. Estava confiante de que a oração a Deus ia dar um fim àquela dor intensa. Mas não obtendo nenhum alívio, pedi a uma amiga que me lesse do livro dos Salmos na Bíblia. Jamais me esquecerei o poderoso efeito que esses salmos tiveram. A dor se desvaneceu quase que imediatamente, quando me dei conta do poder e da presença de Deus na vida do Salmista, bem como na minha própria vida.

“O Salmo 27 tornou-se um amigo íntimo. Ele começa assim: ‘O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?’ Na medida em que continuava a unir-me ao Salmista no louvor a Deus, por estar Ele sempre ao nosso redor e por Sua capacidade de nos livrar, onde quer que estejamos ou em qualquer situação em nos encontremos, consegui a paz e, num curto espaço de tempo, a cura.

“A poetisa e escritora Maya Angelou relatou, numa entrevista, uma importante experiência que teve no início dos anos 50. Ela havia retornado da Europa para os Estados Unidos, deixando para trás uma criança, e contou: ’Um dia, senti-me muito assustada, temendo pela minha sanidade mental... Naquele estado, fui até meu professor de canto e disse-lhe que eu estava ficando louca. Ele me respondeu: ‘Aqui está um bloco amarelo de anotações. Escreva nele as suas bênçãos’. Respondi-lhe: ‘Ó, por favor, não quero nem ouvir de falar nisso. Estou ficando louca’. Ele continuou: ‘Comece com o fato de que você pode me ouvir, de que você pode enxergar a folha de papel e de que você pode segurar a caneta’.     Antes de chegar ao final da página, eu já estava mudada. Portanto, tudo o que tenho escrito, cada livro, cada peça teatral, cada roteiro de cinema, foi escrito em blocos de anotações. Sempre que apanho um, lembro-me das minhas bênçãos’  (Maya Angelou).

“Eu costumava achar que a gratidão era apenas um passo no caminho da cura. Agora, acho que a gratidão, de certa maneira, é a própria cura. A gratidão pelo bem, ou seja: as árvores que vejo da minha  janela, uma cama para dormir, bons amigos que se importam comigo, boas idéias e a orientação de Deus, muda profundamente as coisas. A gratidão pode começar como um pontinho de luz, mas logo a luz dispersa as trevas de um aposento inteiro que antes estava cheio de escuridão...

“A gratidão, profunda e sincera, tem o poder de nos curar.” (?...)


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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Agradar a Deus

O livre-arbítrio do homem deve ser balizado pela virtude

Para ser feliz o homem deve pautar sua vida para que esta esteja de acordo com lei de Deus; essa coerência, embora desafie o saber humano, é a garantia de felicidade humana duradoura. Os cristãos que têm na Bíblia seu ponto de apoio para ações corretas na sociedade podem espelhar-se em nosso Mestre Cristão. No evangelho de João, relata-se que Jesus asseverou a seus discípulos:

Aquele que me enviou está sempre comigo[...]porque eu sempre faço o que Lhe agrada” (João 8: 29).

Essa é mais clara diretriz para nossas ações e atitudes. Quando estivermos prestes a realizar algo ou tomar alguma decisão é de todo útil perguntar-nos: “Agrada a Deus o que estou fazendo?” Para agradar a Deus é necessário agir de acordo com a lei divina.   Temos nos Dez Mandamentos o resumo das leis que agradam a Deus. Se tão só nos lembrarmos dessa regra em meio aos afazeres humanos, poderemos gozar do apoio do divino Amor, da Mente infinita e todo-sábia, nos nossos assuntos diários. Mary B. Eddy nos alenta a esse posicionamento mental:       
 
“Pergunta-te: Estou vivendo a vida que mais se aproxima do bem supremo?...Se assim for, então o caminho se tornará cada vez mais claro ‘até ser dia perfeito’. Teus frutos darão provas daquilo que o compreender a Deus traz ao homem” (CeS, p. 496).

Para saber se estamos agindo de acordo com a vontade de Deus, nem sempre nos apercebemos de qual é a essa vontade. Por minha experiência faço a verificação com a pergunta: “Estão meus atos ferindo algum dos mandamentos?” Conforme a resposta sei se devo ir avante com as decisões tomadas ou se devo reformular alguma orientação. Conhecendo-se os Dez Mandamentos (ver Êxodo 20) é fácil fazer essa checagem. O que o ser humano precisa ter ou expressar para tal “check up” é humildade e disposição de conformar sua vida e atitudes a essa lei divina.

Levar uma vida de virtudes, de gestos que sirvam à elevação da raça humana, é um ótimo sinal de nossa disposição. O resultado de tal vida é a satisfação, o suprimento, a abundancia, a saúde na vida humana evidenciando o apoio divino ao que fazemos. O salmista cantou essa verdade do seguinte modo:

“O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo; a tua misericórdia, ó Senhor, dura para sempre; não desamparas as obras das tuas mãos(Salmo 138: 8).

É muito fácil viver sem atender ou atentar a vontade de Deus, basta deixar-se levar pelas correntes de pensamento dominantes entre os homens. A mentalidade carnal e materialista não se ocupa em louvar a Deus no viver diário. No entanto, isso é algo muito necessário, pois ajuda a elevar a mentalidade do gênero humano para que saia fora de seu atual viver materialístico.

Algo muito comum entre os humanos é a crítica ao que outros fazem ou dizem. Criticamos atitudes que “julgamos” incorretas ou inconvenientes. Mas isso é nossa opinião. Criticar os outros é um dos muitos modos de desagradar a Deus, pois isso nos fixa o olhar para defeitos ou falhas na criação divina além de desrespeitar a Lei Áurea: “Fazer aos outros o que queremos que eles nos façam”. Entre os cristãos, a única crítica admissível é a autocrítica. Com a pergunta: “Agrada a Deus o que estou fazendo?” mostramos uma capacidade de autoexame, tomando-se uma distância de nosso ego para ter uma perspectiva de nossas ações ou até de nossos pensamentos.

Esse autoexame nos é muito útil quando diante de tentações ou sugestões—conflitos de vontades—que tenderiam a nos afastar da consciência de estar com Deus ou de deixar que Deus nos oriente. Ninguém pode fazer a pergunta por nós. Isso é assunto de foro íntimo e individual. Se nos voltamos para a Bíblia em busca de auxílio espiritual encontramos na epístola de Paulo aos Romanos a admoestação:

Os que estão na carne não podem agradar a Deus(Romanos 8:8).

Também encontramos na mesma epístola o conselho:

“Não vos conformeis com este século [modo de pensar humano], mas transformai-vos pela renovação da vossa mente [nosso modo de pensar], para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus(Romanos 12:2).
“Não conformar-se com este século” é um proceder inspirado que orienta todo nosso viver humano. O progresso espiritual individual determina o grau de nossa não-conformidade aos padrões mentais reinantes entre a humanidade. É difícil, ou é fácil fazer isso? O caso depende da inclinação mental de cada um. Cada um é responsável pelo seu modo de pensar e agir. Sempre podemos apelar para a inspiração das Escrituras:

“Ensina-me a fazer a Tua vontade, pois Tu és o meu Deus; guie-me o Teu bom Espírito por terreno plano” (Salmo 143:10).

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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Canção para ninar, e viver


                    O querido PAI-MÃE  me                  acolhe,

                    Nos Seus BRAÇOS me                       aninho,

                    Sua MÃO forte me                            afaga,

                    Sua VOZ suave me                            acalma,

                    Seu AMOR constante me                   ampara,

                    Sua CIÊNCIA de luz me                    alumia.

                    “Eu”, nessa paz,                                adormeço,

             e vivo: belo, forte, livre, puro e são.



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A lição de Naamã

Quando um mergulho restaura uma vida

     As Sagradas Escrituras estão repletas de narrativas de elevado valor moral e espiritual, as quais, devidamente compreendidas e interpretadas, adquirem atualidade.  O valor eterno da mensagem bíblica é assim demonstrado, dando-nos renovado interesse nesse Livro dos Livros.

     No segundo livro dos Reis encontra-se a história do comandante do exército sírio, Naamã, que foi a Samaria por conselho de uma menina israelita que servia em sua casa a procura de liberdade do seu temido mal: a lepra.

     Conta a narrativa que o profeta Elizeu, o "homem de Deus", mandou dizer a Naamã:
"Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo." 
A primeira reação do oficial foi de desprezo às palavras do profeta; mas, aconselhado por seus servos a obedece-las:
 "...desceu, mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus; e sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo" (II reis 5: 1-19). 

     Nesse relato encontramos duas lições importantes e aplicáveis a todos os problemas humanos.  A primeira lição depreende-se do relato bíblico.  Naamã precisava desfazer-se da arrogância e da soberba, e tornar-se suficientemente humilde para crer nas palavras de Elizeu e obedece-las.  Uma vez cumprido o mandato, ele ficou livre para sempre do mal que era tido incurável.

     O profeta sabia, por meio da sua inspiração celestial, que essa virtude de ser humilde era o que o visitante deveria conhecer e começar a exercitar.  Com a humildade ele venceu o mal.  Será que Naamã, ao voltar a seu lar, não valorizou melhor a pequena serva israelita que, de sua humilde condição social, lhe indicou o caminho para a cura?

     Cristo Jesus dava grande importância a essa qualidade moral.  Por várias vezes teve que recomendá-la a seus discípulos, até que aprendessem.  O Mestre associava a humildade à pureza espiritual, como deixou claro ao evocar a infância como estado mental desejável para entrar no reino dos céus; ou quando repreendeu a disputa deles sobre quem seria o maior entre eles, e ainda quando lhes lavou os pés antes da ceia pascal num gesto decisivo e prático do que lhes havia ensinado.

     A segunda lição tem um cunho metafísico e é compreendida com auxílio da Ciência Cristã.  Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, dá no seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras  a seguinte interpretação espiritual de rio:
"Canal do pensamento.  Quando manso e não obstruído, simboliza o curso da Verdade; mas lamacento, espumante e impetuoso, é o símbolo do erro" (p. 593).

     Aqui chegamos ao ponto fundamental da questão e ao ensinamento aplicável contemporaneamente.  A ordem foi para Naamã mergulhar sete vezes - vale dizer, persistir na ação - no canal do pensamento do "curso da verdade",  para ficar purificado.  Ele precisava lavar-se ou livrar-se do pensar mundano - que era o que lhe causava o problema.

     Tal como Naamã, também nós precisamos fazer algo ao nos confrontarmos com um problema.  Se algum mal chegou a se manifestar em nossa experiência é porque estávamos com o pensamento mergulhado no rio "espumante e impetuoso" da materialidade, o reino dos problemas.  Para nos livrarmos da desarmonia temos que sair daquele "rio" e mergulhar com toda humildade no "curso da verdade", da compreensão espiritual oposta à materialidade.  Essa é a linha de trabalho cristão para destruir qualquer das formas do mal, e é o que se observa em todas as experiências de cura espiritual e cristã efetuadas pelo poder de Deus.

     A oração que nos permite "mergulhar" no curso da Verdade e do Amor é a que reconhece a supremacia do Espírito, bem como a presença e poder absolutos de Deus.  Essa consciente comunhão com Deus, o bem supremo, se manifesta sensivelmente na experiência humana através da cura, ou da solução de outro problema.  A irrealidade do mal fica claramente exemplificada no gesto de lavar com água, resultando a eliminação tanto da doença (ou suas evidências) quanto da impureza física externa.  Cristo Jesus fez idêntica demonstração com o cego que foi mandado lavar-se no tanque de Siloé.  Diz a Bíblia que "ele foi, lavou-se e voltou vendo" (João 9:7).  É lógico que o poder curativo não estava na água do Jordão para Naamã como não estava na fonte para o cego.  O poder que deu esses resultados semelhantes em épocas e situações tão distintas, é o mesmo poder infinito e irresistível que atua hoje: o poder de Deus.

     Tive muitas experiências mediante a aplicação da Christian Science, mas uma delas ilustra melhor  o que foi dito.  Estava preparando a sala para Escola Dominical de um grupo de cientistas cristãos (que na época ocupava espaço na casa de meus pais para seus serviços religiosos), quando caí de uma pequena escada e torci levemente o pé direito.  Afirmei imediatamente a Verdade que uma ideia nunca cai, e muito menos uma idéia de Deus.  A dor diminuiu e pude terminar meu trabalho.  À noite, no entanto, a dor voltou e com mais intensidade, a ponto de quase não poder caminhar.  Fiquei preocupado com o dia seguinte pois deveria participar de um desfile na Escola Militar que frequentava.

     Senti-me um tanto inseguro quanto ao compromisso; então, para tranquilizar-me, tomei um exemplar de um Arauto da Ciência Cristã e nele encontrei um artigo que fazia referência à perfeição do homem espiritual, criado segundo a imagem, semelhança e reflexo de Deus.  Explicava, ainda, que o homem, como reflexo de Deus, não leva consigo um único elemento de erro.  Senti como se esta mensagem divina fora escrita para mim, e ela comigo permaneceu até me abençoar.

     Na manhã seguinte, quando saí de casa ainda sentia fortes dores e dificuldade de caminhar.  No trajeto até o quartel, meus pensamentos eram todos voltados para  a mensagem que lera e seu conteúdo espiritual.  Ocorre que me esqueci do problema e não senti mais dor, antes mesmo de chegar ao local do desfile, do qual participei durante mais de uma hora sem qualquer vestígio de dor.

    Essa experiência é um tanto paralela à de Naamã, pois tive de mostrar suficiente humildade de aceitar aquela mensagem inspiradora e mergulhar nas águas purificadoras do "rio" de pensamentos da Verdade, para achar o alívio que necessitava.  Quando assim procedi, manifestou-se a sempre-presença da lei divina de harmonia e perfeição.  Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy esclarece o processo mental envolvido, ao afirmar: 
"Mantém o pensamento firme no que é duradouro, no que é bom e no que é  verdadeiro e os terás na tua experiência, na proporção em que ocuparem teus pensamentos" (p. 261).

     Por intermédio da Ciência do Cristianismo podemos aprender o valor real que as narrativas bíblicas têm para todas as épocas.  E, uma vez compreendidas e assimiladas, essas narrativas tornam-se como lições, cujos ensinamentos devemos aplicar no viver diário para deles tirar o máximo proveito.
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(Publicado nO Arauto da Ciência Cristã, de janeiro 1993 )

domingo, 14 de agosto de 2016

Enfim, uma ideia sobre o homem

Uma ideia sobre a qual é bom pensar

Há algum tempo ouvi, durante uma cerimônia de sepultamento, o Pastor  dizer que o “homem começa como idéia de Deus”.

Como gosto desse tema, pus-me a aprofundar o exame dessas palavras, para entender melhor seu significado que eu sabia ter elevado valor espiritual. “O homem uma idéia de Deus!” Que entendimento lógico poder-se-ia desdobrar a partir dessa premissa? Como Cristãos podemos buscar nas Sagradas Escrituras os subsídios metafísicos balizadores de um raciocínio lógico, de base cristã.

Para que haja uma idéia, tem de haver primeiro uma mente, e neste caso em foco a Mente é divina (por isso grafei com letra maiúscula). Idéias são o produto da mente, e se a Mente é a divina, suas idéias o que são? Esse é um conceito interessante, falando-se de um atributo de Deus, que goza juntamente com outros de infinidade, todo-poder, eternidade, onisciência, atributos próprios da natureza divina. A Mente de Deus é onisciente, por isso sabe tudo, nada escapa ao seu entendimento, nada escapa de sua memória. Ela pode ter infinitos pensamentos, não há limites para ela. Como Deus é bom, Sua Mente é boa e Suas idéias também são boas. É inconcebível que uma Mente boa possa ter pensamentos maus. É inaceitável que uma Mente sã possa ter pensamentos doentios. Impossível que uma Mente amorosa tenha pensamentos malvados. Mente e idéia gozam de afinidades. A Mente, a causa, gera ideias semelhantes, os efeitos. Assim, para entender a idéia, deve-se começar por entender a Mente que a concebeu.

É bom saber que a Mente divina, como também a humana, não tem forma qual um objeto material. Sua forma é antes um modo de agir. Os pensamentos dessa mente têm a forma da ação dessa mente, a direção de seus interesses, a consecução de seus ideais. O homem como idéia de Deus, é um ser sem forma. Não podemos olhar para um corpo físico e dizer que seja a idéia de Deus. Uma idéia de Deus não tem forma delimitada. Esta forma visível, quando muito, representa a idéia e demonstra as qualidades e funções idealizadas para aquele ser.

Na ideia concebida na Mente divina, estão presentes todas as qualidades pensadas pelo Pai-Mãe divino para o seu filho, ou Sua filha. Cada idéia tem suas qualidades, o que torna o homem uma individualidade. O conjunto infinito de individualidades constitui a identidade de todas elas. Muitas individualidades, mas uma só identidade: a de filhos de Deus.

Essa característica de isenção de forma sugere-me que nem a mente humana nem a Mente divina podem estar contidas em algum espaço limitado. Em relação à Mente divina é fácil compreender tal disposição, pois ela é infinita; mas em relação à mente humana esse fato só é compreendido a partir da conclusão de que o homem idéia-de-Deus não tem forma física. Então, sua mente não pode estar confinada em uma forma óssea. Vale dizer, a mente não está na matéria. A mente pensa, mas não dentro do cérebro.

Essa questão de que uma forma não possa conter a mente, não é difícil de compreender, desde que entendamos que a Mente é Espírito e que este é infinito. Diria alguém que o maior possa estar no menor, ou que o infinito entre no finito? O Espírito não está na matéria. A Mente não entra na finidade do físico. A atividade da Mente independe do cérebro. As qualidades espirituais manifestam a Mente que é Espírito, em quem o homem-idéia existe como individualidade espiritual, que é a realidade de nossa existência.

A colocação de que o homem é uma idéia de Deus, deixa claro imediatamente o fato de que o homem é uma criação da Mente. Essa criação é descrita no livro de Gênesis como ocorrendo em tantas etapas ou dias, que são revelações das idéias que a Mente concebeu, todas reconhecidas como boas:

Viu Deus que isso era bom(Genesis 1).

A Mente estava satisfeita com sua obra ideal, ou seja, com suas idéias. O mesmo acontece com os humanos. Se uma cozinheira vai fazer um bolo, um marceneiro uma mesa, tem que primeiro idealizar sua obra, e quando estiver satisfeito com sua idealização, age para que o objeto apareça, e se pareça com a idéia mantida na mente. Assim, a forma visível representa a idéia e expõe suas funções e qualidades, as quais já estavam originalmente presentes na idéia. Se a idéia concebida não contiver as qualidades, estas não podem ser incluídas no objeto.  Proponho aqui um dilema ao querido leitor; o que é mais importante: a idéia ou o objeto?

Outro fato importante a respeito do conceito de Deus como Mente, é que há um só Deus e por isso uma só Mente. Não muitos deuses nem muitas mentes. Havendo só uma Mente, as idéias por ela concebidas—os filhos e as filhas de Deus—gozam de qualidades semelhantes por serem oriundas da mesma e única fonte.  Quando o Criador disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” expressou Seu desejo de que Sua criação partilhasse dos atributos divinos. Qual homem assume esse papel de semelhante a Deus: o corporal ou o ideal (idéia)?

“Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou... Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gen. 1: 27, 31).

Bom é para a humanidade que Deus tenha criado homens e mulheres à semelhança dEle. Isso iguala os sexos desde sua origem, e acaba com a descabida dissensão que a humanidade há tempos estipula. Sendo o homem e a mulher oriundos da mesma fonte, gozam das mesmas qualidades intrínsecas ou espirituais. Visualmente são diferentes. Sim, pois cada idéia tem sua individualidade garantida na Mente criadora. Nenhuma razão, pois, para o gênero humano tentar desfazer essa igualdade original. No dizer popular: “Somos vinho da mesma pipa”. Somos filhos do mesmo Pai-Mãe.

Dou razão ao Pastor: o homem é uma idéia de Deus! Essa verdade me diz que, por ser idéia, o homem não é corporal. Para ser a imagem e semelhança de Deus, Espírito, o homem não pode ser material. Por refletir a Vida, Deus, o homem-idéia é imortal. O verdadeiro ser do homem é espiritual. Para vê-lo temos que elevar nosso olhar, como Jesus quando ressuscitou Lázaro, vale dizer, desviar o olhar da materialidade para a espiritualidade. O saber humano que não segue essa regra, pois ainda está apegado ao reino material onde tudo o que vê é aceito como real. Por isso a razão, baseada na compreensão espiritual, estabelece uma diferenciação mental entre o físico e o espiritual. O raciocínio que toma como premissa a realidade do Espírito infinito, da Mente divina, do Amor eterno, reconhece e aceita o homem ideal, espiritual e perfeito como verdadeiro. Essa era com certeza a posição mental do Mestre Cristão quando disse:

“Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial” (Mateus 5: 48).

É possível essa coincidência segundo a materialidade? Nunca. Ela só é possível segundo a espiritualidade. Essa lógica metafísica me convence. E com isso vou  vivendo a plenitude do bem e da graça divina, emulando as obras e o preceito de Cristo Jesus:

“Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 14:12).

Lendo o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, grande mestra de metafísica dos tempos modernos, encontrei a seguinte resposta à pergunta “O que é o homem?”:

“O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos nem de outros elementos materiais. As Escrituras nos informam que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. A matéria não é essa semelhança... O homem é idéia, a imagem, do Amor; ele não é físico. Ele é a ideia de Deus, ideia composta que inclui todas as idéias corretas” (p. 475).


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