segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O ponto mais importante

Aprendendo a ver as coisas com outro foco

Em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,  Mary Baker Eddy, descobridora da Ciência Cristã, lança um repto aos pensadores desta época:  “O que deveríamos considerar como substância – aquilo que erra, muda e morre, o mutável e mortal,  ou o infalível, imutável e imortal? (p.278).

Pesquisando em dicionário o significado da palavra substância e seus correlatos, encontrei entre outros conceitos : “essência; o ponto mais importante”.  Isso me fez indagar: “O que é substancial ou essencial num objeto?  O ‘mutável e mortal’ ou o ‘imutável e imortal’?  Olhando para uma mesa diante de mim, perguntei-me novamente: “O que nela é substancial?  A forma; o material; a estética; as dimensões?”  Vi que nenhum desses aspectos sobrepujava os outros em importância.  Mas a mesa deveria ter um ponto substancial ou essencial, e este pareceu-me, de repente,  não estar na composição material do objeto.

Para que a mesa viesse a existir, o que deve ter precedido seu aparecimento físico?  Com toda a certeza foi a idéia concebida pelo marceneiro que construiu a mesa.  Em seu pensamento a imagem da mesa estava completa: forma, dimensões, material, cor, etc.  Com esta concepção em mente,  juntou os materiais necessários, bem como as ferramentas, e, com seu talento e conhecimento, trabalhou até que o objeto representasse sua concepção.  A partir de então, o que as pessoas veriam seria um objeto, que representava uma idéia.

Se agora viesse alguém que danificasse ou mesmo destruísse a mesa visível, o que teria acontecido  à idéia?  Nada, absolutamente!  O profissional reproduziria outro objeto igualzinho, ou tantos quantos desejasse.  Quantas idéias seriam necessárias para fazer milhares de mesas?  Nada mais que uma!  E enquanto o marceneiro não alterasse sua concepção, a reprodução de objetos far-se-ia sem alteração. 

Eis um aspecto importante da questão da mesa, concluí.  O objeto que vemos e usamos, perceptível aos sentidos físicos, tem algo importante na sua idéia original e que não é percebido pelos mesmos sentidos.  A mesa-objeto só veio a ter existência garantida pela existência da idéia que lhe deu origem, e nisso vi o ponto fundamental da questão.  Além disso, o objeto pode sofrer danos ou decomposição.  A idéia fica ilesa na consciência do marceneiro.

Voltando à pergunta citada no início deste artigo sobre o que deveria ser considerado como substância, vejamos algumas características da mesa-idéia e da mesa-objeto: uma é duradoura, infalível, indestrutível; o outro é falível, corruptível, temporal.  A idéia é original, o objeto é derivado da idéia e não pode existir sem ela.  Poderíamos fazer uma lista de argumentos, mas não é difícil perceber-se que a substância da mesa está na idéia original, ou melhor dito, é a idéia , pois ela é a parte mais importante!

A coisa material que vemos e percebemos, em verdade, é o objeto da idéia.  Sua concretização aos sentidos está ligada ao objetivo e utilidade idealizados e presentes na concepção da idéia.  O objeto não é a materialização da idéia, pois nesse caso ela deixaria de existir como tal.  Todas as funções que o objeto deve realizar foram antes concebidas pelo autor da idéia, e nela incluídas de modo harmonioso, perfeito, satisfatório, útil.  O objeto mostra o que o autor da idéia queria expressar.

O apóstolo Paulo deve ter tido esse entendimento, pois lemos numa de suas epístolas aos Coríntios: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as coisas que se vêem são temporais e as que se não vêem são eternas” (II Cor. 4:18).  Paulo tinha aprendido a atentar para os pontos mais importantes das coisas.

Naturalmente, esse raciocínio se aplica a qualquer objeto ou engenho material, desde os mais simples como uma mesa, até os mais complexos computadores ou aparatos espaciais.  Este enfoque faz-nos descobrir algo extraordinário e maravilhoso – na verdade, nós vivemos em um mundo de idéias!  Idéias que são boas, harmoniosas e perfeitas.  Nesse mundo de idéias gozamos da liberdade, utilidade e valor fornecidas por essas mesmas idéias.  É um mundo maravilhoso!

Este enfoque metafísico não é meramente filosófico ou teórico.  Em verdade, traz à experiência humana o predomínio claro do Espírito sobre a matéria.  Nosso Mestre Cristo Jesus deixou isso bem claro em seu ministério entre os homens.  Na Bíblia encontramos muitos relatos de suas demonstrações de domínio sobre as limitações materiais que o cercavam e confrontavam.  Imediatamente nos vem ao pensamento os incidentes da multiplicação dos pães e peixes, a transformação da água em vinho, o acalmar da tempestade.  Até as curas podem ser incluídas nesse conceito de que o homem representa uma idéia de Deus, perfeita, harmoniosa, imortal, funcional.

Todo aquele que lança mão dessa compreensão de substância pode ver evidências da ação desse predomínio espiritual sobre circunstâncias materiais.  Para mim isso ficou comprovado numa pequena experiência que passei quando ainda jovem.  Coube a mim abrir, certo dia a porta da loja da família.  Nesse dia, o forte cadeado que a trancava, não “quis” abrir e permaneceu fechado.  Após várias tentativas infrutíferas, pus-me a orar pois tinha necessidade de entrar na loja.  Minha oração baseou-se na substância espiritual, e também que o objeto havia sido concebido e feito para funcionar e não para ficar “emburrado”, alterando a funcionalidade de sua concepção.  Quando isso ficou bem claro no meu pensamento, o cadeado abriu normalmente.

A Sra. Eddy explica: “Substância significa mais do que matéria; é a glória e permanência do Espírito” (Escritos Miscelâneos, p.47).  Eis o ponto importante!


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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Matrimônio

Importantes deveres morais diante do matrimônio; ver 6. Mandamento.

Jesus Cristo sempre era provocado pelos fariseus que buscavam ocasião para condenar nosso Mestre. Em Mateus 19 lemos sobre a altercação provocada pela questão levada a Jesus a respeito  de casamento, divórcio, etc. Queriam ver se ele daria com a língua nos dentes sobre uma questão legal, já que em assuntos religiosos eles ficavam para trás, longe. De outra feita levaram-lhe uma mulher flagrada em adultério: “Tu pois o que dizes?” (João 8:5)

O mestre defendia a pureza e igualdade de direitos no matrimonio, sem perder de vista a necessária moralidade. “Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério” (19:9). (Já naquele tempo?) Adultério era coisa séria diante da lei israelita. (Não deveria ser hoje também para nós?) Nessa altura os próprios discípulos de Jesus entraram na discussão. “Se é assim, então o melhor é não casar”. Sentiram que estava duro o discurso do Mestre.

A resposta do Mestre trouxe, então, um “rolo” que eu também não entendi. Na tradução de João Ferreira de Almeida diz: “Há eunucos de  nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmo se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus” (v. 12). Muito estranhas essas palavras do Mestre Cristão. Busquei na versão moderna (NTLH―Bíblia na Linguagem de Hoje) o versículo referido e ali encontrei a expressão “os que não se casam” em vez da palavra eunucos que, aliás, não aparece nos outros evangelhos.  Consta nessa versão: “Pois há motivos diferentes que impedem alguns de casar: uns, porque nasceram assim; outros, porque os homens os fizeram ficar assim”;  até aqui a resposta aos fariseus por sua mentalidade mundana. A conclusão diz: “e outros não se casam  por causa do reino do céu”, que era o caso dele, Jesus.

Em outra ocasião Jesus declarou: “Na ressurreição não se casam nem se dão em casamento, mas serão como anjos nos céus” (Mateus 22:30). Aqui o Mestre colou o selo da espiritualidade na questão. Ele não era afeito a questões e debates pessoais sobre assuntos humanos; tinha muito trabalho a realizar curando as necessidades reais do povo. Está aí a lição a aprender desse episódio.

Quando somos involuntariamente sugados para um debate improdutivo a respeito de condições e comportamentos humanos, não devemos perder tempo tentando explicar sob a ótica metafísica assuntos regulados por leis humanas. Estas são suficientes para estabelecer a harmonia na sociedade.  É muito mais importante manter o pensamento alinhado com o Principio divino e manter vivo em nossa mente o pendor para coisas do Espírito.

Há uma questão nesse imbróglio social que o gênero humano poderia—e deveria—aprender a respeitar: a sagrada condição do matrimônio. A notável pensadora religiosa do Século XIX, Mary Baker Eddy, dedica um capítulo inteiro de sua obra Ciência e Saúde com Chave das Escrituras a analisar e comentar o matrimônio, e ali podem ser encontrados muitos conselhos úteis e admoestações importantes à sociedade atual.  Dou exemplos de algumas pérolas desse capítulo: “O matrimônio é o dispositivo legal e moral para a geração entre a espécie humana... A infidelidade ao pacto matrimonial é o flagelo social de todas as raças... O Mandamento: ‘Não adulterarás’, não é menos imperativo que este: ‘Não matarás’ ” (p. 56). Ambos os mandamentos do Decálogo de Moisés são, hoje em dia, largamente desrespeitados por uma sociedade onde atitudes grosseiras e infiéis são noticiadas diariamente.

A comunidade cristã tem dever e privilégio, baseados na fé, de alimentar a humanidade com exemplos enaltecedores e nobres de moralidade e espiritualidade. Temos que fazer nossa luz cristã brilhar para a humanidade. Projetar sobre o pensamento do gênero humano ideais mais salutares e benéficos.

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- Para entender a Bíblia

Frases bíblicas que requerem inspiração para serem compreendidas

Há nas Sagradas Escrituras afirmações de cunho espiritual às quais nem sempre nos atemos para uma reflexão a respeito. Disse uma conhecida líder religiosa contemporânea* que a “Ciência divina, ensinada na linguagem original da Bíblia, veio por inspiração e necessita de inspiração para ser compreendida”. Tinha razão! Há duas frases bíblicas muito usadas e conhecidas que a mim custaram anos de observação até entender seu significado espiritual.

Disse o sábio rei Salomão em um dos seus livros: “De tudo o que se tem ouvido a suma é: teme a Deus e guarda seus mandamentos; porque isso é o dever de todo homem” (Ecles.  12: 13). Esta frase lida assim como está escrita tem um significado direto sobre o que o homem deve fazer e que é o resumo da doutrina cristã. Mas pensaremos duas ou até dez vezes até assimilar o significado quando é omitida a expressão “o dever de” que não está no original. Por que faríamos isso? É um exercício metafísico.

Leia e repense a frase: “Teme a Deus e guarda seus mandamentos, porque isso é todo homem”. Gramaticalmente parece faltar algum artigo; mas metafisicamente ela está completa. “Porque isso é todo homem”, vale dizer ‘porque isso é o todo do homem’, esta é sua essência real contida no amor e na obediência ao Ser Supremo. O ser do homem inteiro está contido nessa idéia de união a Deus por meio do amor e obediência. Nada nos aproxima mais da Divindade do que essas atitudes. Podemos conscientemente dedicar nossa vida a tal ideal, e sentiremos a presença do Pai-Mãe em todos nossos afazeres, em todos nossos caminhos. A Bíblia na versão recente NTLH registra o versículo mencionado como: “De tudo o que foi dito a conclusão é esta: teme a Deus e obedeça seus mandamentos porque para isso que fomos criados”. Confirmando a ausência da expressão “o dever de”.

Outra frase que me fez e faz pensar de modo mais elevado foi proferida por Jesus Cristo. Aparece no evangelho de Lucas, quando o Mestre fazia sua pregação ao povo: “Ao que te bate numa face, volta-lhe também a outra” (6: 39). O ensinamento refere-se à longanimidade que deve ser demonstrada pelos cristãos. Literalmente não é uma asserção fácil de obedecer, mas obedecida mostra um sólido caráter Cristão da pessoa que aceita e pratica os ensinamentos de Cristo Jesus.

A nível do ser humano, a cena de bofetada e renúncia parece não condizer com a realidade. O Mestre costumava falar por simbolismo. Que outra face tem uma pessoa? A face batida é a material ou corpórea; a outra face, então, é a espiritual. Mostrar esta face significa demonstrar nosso lado espiritual do qual a longanimidade faz parte. Manter no pensamento a compreensão espiritualizada acerca do homem—todos os homens―como filho de Deus é a forma de mostrar a “outra face”. Moralmente somos esbofeteados a todo momento e de muitas maneiras, seja em palavras seja em imagens, na TV ou em filmes, em jornais ou livros. Então é importante sabermos manter nossa face espiritual acima e fora do alcance do mundo material.

A espiritualidade demonstrada por alguém não é uma atitude de fraqueza moral, mas de fortaleza espiritual. Assim como a luz pode ser forte como um farol, também a espiritualidade pode brilhar a ponto de ofuscar pseudo-forças ou intenções materialistas. Assim demonstraremos nosso cristianismo em atos e não meramente em palavras.

·         Mary Baker Eddy, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras

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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Um Deus total


Total e único: conceitos próximos e afins

Os cristãos têm sua fé lastrada nos ensinamentos bíblicos sobre Deus, Cristo, criação. Nas Sagradas Escrituras aprendemos a conhecer a natureza do Deus vivo, único, todo-poderoso, sempre-presente, todo-amoroso, Pai bondoso, único Criador, eterno, supremo, infinito, todo-sábio, perfeito, para só citar algumas referências. Essas características espirituais são reveladas ao longo dos dois Testamentos bíblicos e não é difícil de localizá-las nos textos inspirados. Também encontramos na Bíblia nomes atribuídos à Divindade e que não são meras qualidades. Vida, Verdade, Amor, Espírito (com letras maiúsculas para significar sinônimos de Deus) constituem a própria natureza de Deus e devem ser entendidos com as mesmas qualidades acima enumeradas. Assim saberíamos, por exemplo, que o Espírito é supremo e bondoso, que o Amor é eterno e todo-sábio, que a Vida é infinita e suprema, que a Verdade é todo-poderosa e única; e cada pessoa pode mentalmente desenvolver a relação sinônimos divinos com as qualidades divinas como melhor lhe agradar, pois cada indivíduo tem percepção diferenciada da realidade, e há aspectos que lhe dizem mais do que outros.

Além desses atributos explícitos oferecidos pela Bíblia, há indicações que nos permitem inferir outros sinônimos. Para ser todo-sábio Deus deve ser Mente infinita; para ser imutável Ele deve ser um Princípio imutável, e para ser todo-misericordioso deve ser Alma que a todos inclui.

Essas qualidades ou atributos divinos que apontam para a totalidade da natureza divina, são na Bíblia complementados por conceitos que enfaticamente mostram a unicidade de Deus. Em I Crônicas lemos a oração de Davi: “Senhor, ninguém há semelhante a ti, e não há outro Deus além de ti”(17:20).  E no livro do profeta Isaías lê-se: “Olhai para mim e sede salvos, vós todos os termos da terra; porque Eu sou Deus, e não há outro” (45:22). Assim, Deus além de ser “todo” poder é também o “único” poder, além de “toda” presença, é a “única” presença. A Mente que tudo sabe indica para a “única” Mente que sabe. Onipotência, onipresença, onisciência, palavras que facilmente identificam a característica de Deus como tudo ou total, também O identificam como o único a apresentar essas características. Os termos “tudo e um”, ou “todo e único”, em relação a Deus, são sinônimos.

Esse entendimento nos leva a perceber o caráter absoluto da natureza divina. “Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a Deus” (Salmo 62:11). Quando dizemos que Deus tem todo o poder, automaticamente afirmamos que não há outro poder; Ele é o único poder. Nada afora Deus tem poder. Deus e todos Seus atributos são os únicos detentores da força, do poder, da sabedoria. Qualquer coisa fora de Deus ou contrária a Ele, então, não tem poder. Se Deus, o bem, a Vida, é onipresente e única presença, então os contrários de Deus (o mal, a morte, o vício, a fraqueza, etc.) não podem ao mesmo tempo estar presentes, ou ter poder. A natureza de Deus é absoluta, e isso não admite que Seus opostos tenham, ao mesmo tempo, as mesmas qualidades. Ou Deus tem poder, ou o mal tem poder. Ou Deus está presente, ou o mal está presente. Nossa opção determina a harmonia de nossa existência. Como Cristãos, certamente optaremos  pela supremacia de Deus, o bem, o que natural e logicamente nos leva ao entendimento de que o mal, oposto a Deus, não tem poder nem presença. É difícil aceitar isso? É difícil compreender isso? A aceitação do fato vem naturalmente com a compreensão do mesmo.

Ter uma idéia clara da natureza absoluta do Bem, ajuda-nos a ter uma idéia clara da natureza hedionda do mal. Deus, o Bem, sendo forte, o mal é fraco; o Bem presente, mal ausente; o Bem inteligente, mal não-inteligente; o Bem real, mal irreal. A veracidade destes fatos, conquanto aceita por nossa consciência, é contraposta pelo testemunho dos sentidos materiais.  Então, o que é que vamos aceitar como verdadeiro? É a própria Bíblia que nos orienta para ficarmos do lado de Deus, o Bem, por que, assim, encontraremos nossa salvação.

Durante muito tempo matutei sobre esses conceitos de “todo” e “único” referentes à divindade. Sempre busquei e busco um entendimento dos conceitos ofertados pelas Sagradas Escrituras. E vou compartilhar com meus leitores um raciocínio que me ilustrou e fez entender a correlação dos dois conceitos indicados acima.

Imaginem diante de vocês duas folhas de papel azul. Uma delas tem rabiscos e manchas de diversas cores. Pergunto: qual delas é toda azul? Vocês me respondem que é aquela que não tem manchas. Eu certamente concordo com vocês. Ela é toda azul, por que? Porque não tem outra cor; azul é a única cor. “Toda” e “única”: só é toda quando única, só é única quando toda.  Do mesmo modo, Deus só é Todo-poder quando é o único poder; toda-presença e única presença; toda realidade e única realidade.

NO Arauto da Ciência Cristã, exemplar Novembro 1993, está relatada a experiência  de um cidadão australiano quando deixou de fumar. Sua libertação foi rápida e natural enquanto orava o Pai Nosso pausadamente, refletindo cada frase e cada palavra, e tendo chegado à frase “Teu é o reino, o poder e a glória para sempre”. Naquele momento vislumbrou que todo o poder é de Deus, e de ninguém mais, nem mesmo do hábito de fumar. Esta visão da verdade, desse fato, foi o ponto de inflexão de sua experiência. Um só poder, o de Deus, o bem, e não de um vício que parecia escravizá-lo. Vêem, quando lhe ficou claro, quando teve a idéia clara sobre quem detém o poder, o falso poder do vício deixou de atormentá-lo. Isso é uma experiência de salvação, e experiências desse tipo estão à disposição de todos, quer o problema se chame doença, suprimento, ódio, violência, relações partidas.

Queridos leitores. Descubram para si a importância e o valor de saber que mantemos uma relação íntima com esse Deus infinito e absoluto conforme estive expondo acima, tomando por base o relato da criação exposto nos versículos 26 e 27 do primeiro capítulo do Gênesis: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a semelhança... Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Não se surpreendam se, de repente, sentirem um forte influxo de paz indescritível, como se estivessem diretamente ligados à poderosa presença de Deus. Esse momento sagrado pode traduzir-se em cura de algum mal físico ou solução de algum problema humano.

A respeito de resolver problemas humanos, quero compartilhar com vocês uma frase de Mary Baker Eddy, fundadora da Ciência Cristã, em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (um verdadeiro compêndio sobre espiritualidade, Cristianismo, saúde e filosofia): “É nossa ignorância acerca de Deus, o Princípio divino, que produz aparente desarmonia, e compreende-Lo corretamente restabelece a harmonia” (p. 390).


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Eu prefiro a paz!

É importante a contribuição individual para a paz no mundo

As guerras e os rumores de guerras sempre são inquietantes, tanto para os que estão no palco de operações quanto para os que à distância vêem e ouvem sobre as barbáries em andamento.

Mas o séquito de notícias que acompanham os tristes acontecimentos inclui também um chamamento de ação às pessoas de bem.  Mas o que pode fazer alguém que esteja longe da guerra para cooperar para a paz no mundo?  Não só pode como deve fazer o que estiver ao seu alcance―e a oração é esse algo que sempre pode ser feito, embora não seja exclusivo.

Os cépticos duvidarão que uma simples oração de um humilde cidadão ou cidadã possa resultar em algo palpável no tocante à paz global.  Os cépticos duvidam de tudo que não compreendem. Mas há muitas maneiras de demonstrar que há resultados práticos quando alguém age por motivos corretos. Todo indivíduo faz parte da humanidade e, sempre que alguém é envolvido na paz, a humanidade é ajudada.

Um conflito entre pessoas começa por uma delas.  Um conflito entre nações também começa por um indivíduo que, por sua posição ou poder, logra envolver toda uma nação. A paz entre pessoas igualmente começa pela ação de uma delas. A paz entre nações está ligada a indivíduos que, conjunta ou isoladamente, atuem nesse sentido. O Mestre Cristão no Sermão do Monte identificou a importância de pugnarmos pela paz.  Disse ele (Mateus 5:9): “Bem-aventurados os pacificadores ...” Quem são eles? Como se chamam? Alberto, João, José, Maria, etc,? Se qualquer nome pode aí ser incluído, então com certeza também o nosso. Isto mostra que não devemos furtar-nos de preencher nosso papel.

A nossa contribuição está na atmosfera de paz que geramos ao redor de nós, em nossa experiência humana, em nossa convivência com outros seres humanos. Uma existência pacífica―a nossa―é uma responsabilidade que não podemos delegar a outrem. Uma existência pacífica e pacificadora provém de uma consciência pacífica e pacificadora. Na consciência de cada indivíduo está a raiz, a origem, de palavras e atitudes que conduzem à tranqüilidade e paz ao seu redor. Se uma pessoa mantém pensamentos beligerantes quanto a outras pessoas―do tipo, rancor, crítica, ódio, ressentimento, inveja, ciúmes―ela não está produzindo uma atmosfera pacífica ao seu redor. Enquanto que palavras e atitudes de calma, paciência, compreensão, amor, fraternidade, respeito, p. ex., são pacificadoras. Quem ocupa seu pensamento com tais qualidades morais vive em paz e se torna como um grão de fermento em meio a uma massa mental diferente, se não hostil. A massa para o pão, se altera quimicamente em presença do fermento. O ambiente mental humano, em presença do fermento da espiritualidade, também se modifica.

 Pureza e singeleza de coração são as armas do Espírito para eliminar conflitos no indivíduo. Elas não são uma característica meramente humana; refletem os atributos de um ser superior a quem nos acostumamos chamar de Deus-Pai. Há um só Deus, Pai e Mãe de todos os homens a quem, corretamente denominados, chamaríamos de irmãos. Isto nos põe na condição de filhos de Deus, o que corresponde à segunda parte do versículo de Mateus mencionado acima: “... porque serão chamados filhos de Deus.”  Pacificadores! Filhos de Deus! Bem-aventurados! Podemos querer mais?

Isto está ao nosso alcance a cada dia, quando despertamos, quando estamos no lar, no trabalho, na escola, na rua, na igreja. Se saímos por aí xingando todo mundo de loucos, irresponsáveis, ladrões, bandidos, corruptos, burros, certamente não estaremos levando paz ao mundo; a resposta mais provável é um conflito. Mas quando saímos ao mundo e vemos nos outros um filho de Deus, como nós, estaremos levando nossa contribuição à paz mundial que, na verdade, é um grande somatório de pazes individuais.

Mary Baker Eddy, uma importante pensadora religiosa do Séc. XIX, expõe a profundidade e os reflexos na humanidade do fato da unicidade de Deus (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,* p.340 ): “Um só Deus infinito, o bem eterno,  unifica homens e nações; constitui a fraternidade dos homens; põe fim às guerras; cumpre o preceito das Escrituras: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’; aniquila a idolatria pagã e a cristã - tudo o que está errado nos códigos sociais, civis, criminais, políticos e religiosos; estabelece a igualdade dos sexos; anula a maldição sobre o homem”.


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