segunda-feira, 28 de outubro de 2013

As duas alegrias

Certa vez tive um sonho que, por seu desenrolar, me pareceu um sonho filosófico. Esta é a única explicação que tenho para o mesmo. A lembrança do sonho continua muito forte ainda hoje e, ao fechar os olhos, me vejo em meio aos figurantes.

Estava eu junto a uma multidão de pessoas e todos caminhavam na mesma direção. O caminho levava a um recinto grande à entrada do qual havia dois portais, duas portas muito grandes. Numa havia a inscrição: Alegrias humanas e corporais, e na outra Alegrias.... Não havia nenhuma explicação sobre opções e o que se encontraria atrás das portas. Entrei pelo portal Alegrias... que estava à minha frente.

Por trás das portas havia uma diferença nítida e marcante entre os dois caminhos, mas não havia nenhuma parede que impedisse de pessoas passarem de um para outro lado. Havia amigos e parentes que trilhavam caminhos de um e outro lado. Não havia inimizade entre eles, e o fato da separação de lados não afetava seu relacionamento. Faziam as mesmas coisas. Iam juntos a cinemas, refeições, igreja, aniversários, casamentos, e não obstante estavam em caminhos diferentes. (Só mesmo num sonho!)

Ao entrar no recinto percebi lá no fundo dois grandes cartazes, tipo “Outdoors” com inscrições que conseguia ler mas não me interessei. Havia outras coisas para observar nas muitas e claras diferenças nos dois caminhos. Num havia mais agito, no outro mais calma; num havia atividades dia e noite, e no outro mais de dia; num havia ansiedades, no outro felicidade; num havia temores, no outro amor. Num havia muito mais pessoas nos cinemas, boates e cassinos, em compensação tinha também mais pessoas em hospitais. Nele havia também muitas intrigas, rancores e ciumeiras.

Do lado em que eu caminhava havia um pouco mais de luz, as ruas estavam limpas e menos ruidosas, os museus eram mais freqüentados, as igrejas também, havia muito respeito mútuo, as pessoas eram corretas no seu trabalho, não havia corrupção, as lojas lotéricas estavam quase sempre vazias, quase todos mostravam afeição pela natureza, tanto de plantas como de animais.

Os dois caminhos continuavam, mas agora separados como que por um véu. A toda hora via-se pessoas passando de um lado a outro, sem qualquer constrangimento ou cobrança por parte das pessoas. Parecia-me que as pessoas não se davam conta do véu “virtual”. Só mesmo em sonho! A vida simplesmente continuava. Em certo ponto pude ver com mais clareza os dois cartazes que havia visto logo na entrada. Percebi também que lá terminava a separação virtual dos dois caminhos. A partir daquele ponto não havia mais passagem; quem quisesse mudar de lado, teria que fazê-lo ali ou retornar até ali, se por acaso tivesse passado do ponto.

Percebia-se que a partir do cartaz final um caminho se tornava ascendente enquanto o outro continuava no mesmo nível. Quando parei diante dos dois cartazes e li as inscrições ALEGRIAS COM DEUS  e no outro ALEGRIAS HUMANAS E CORPORAIS, acordei!
Não pude seguir tentando investigar as diferenças dos dois caminhos.

Só me restava pensar. E foi o que fiz.

Os dois caminhos estavam aí para escolha livre de qualquer pessoa. Parentes e amigos poderiam estar em qualquer dos lados, aparentemente separados. A opção de um ou outro lado não impedia que continuassem parentes ou amigos. Isso me fez concluir que esses caminhos se delineavam na consciência. Na escala de valores humanos, morais e espirituais, cada um estabelece suas prioridades. É livre a sua escolha, e não tem de justificá-la a ninguém.

Entendi também que o ponto dos dois cartazes a partir dos quais os caminhos se separavam, não significava a morte, mas sim o momento da decisão do indivíduo qual caminho deseja seguir. A separação se faz no pensamento da pessoa quando esta decide deixar de alegrias e prazeres meramente humanos e voltados ao corpo. Não é que tenha que romper drasticamente, mas na escala de valores as alegrias e prazeres passam para posições de menor destaque. Deixam de ser coisa mais importante da vida.

“As Alegrias com Deus” de fato proporcionam mais felicidade, respeito, amor, ordem, gosto pela natureza, e pelas coisas morais. Há muito menos intrigas, ciumeiras, rancores, brigas, desconfianças, etc. Pelo que vi, no meu sonho eu havia escolhido o caminho das Alegrias com Deus.

Pensando um pouco mais, lembrei-me de passagens bíblicas que tão bem ilustram a parábola que sonhei. Cristo Jesus aborda a questão com a estória do filho pródigo, e o apóstolo Paulo o clarificou na sua epístola aos Gálatas. Vou parafrasear um pouco a palavra bíblica sobre o que Paulo escreveu (Gal. 5:19-21): “As obras da carne [das alegrias humanas e corporais para usar um termo do sonho] são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias e cousas semelhantes a essas...” É uma lista grande e forte, não é mesmo? Mas se analisarmos atentamente veremos que por trás de cada item há um quê de busca por prazer humano e corpóreo, um quê de esperança em ganho pessoal e material. Quem enveredar por esse caminho pode acaso voltar e afastar-se dele?  Sim! É claro. Geralmente é o que acontece quando a pessoa cansa dos “frutos da carne” e busca outra maneira de vida. Depois de muito sofrimento a pessoa anseia pelo “fruto do Espírito” (Gal. 5:22,23): “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.”  Quem não aspira por vivenciar esse paraíso?

O livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,*  escrito por Mary Baker Eddy, a descobridora da Ciência Cristã, lança uma luz definitiva sobre o assunto e o encaminha ao nível metafísico: “Negar a pretensões da matéria é um grande passo rumo às alegrias do Espírito, à liberdade  humana e ao triunfo final sobre o corpo” (pag. 242).

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*Disponível na Biblioteca Pública Municipal

Será que as ciências puseram Deus em escanteio?

Verdades da criação divina

Investigações recentes realizadas por pessoas e entidades de renome mundial sobre a origem da Terra e suas transformações ao longo de eras e milênios têm trazido à tona muitos esclarecimentos que descartam e/ou desafiam inúmeras concepções científicas ou religiosas da humanidade. A origem da raça humana ou sua evolução do infinitésimo ao atual estágio fica confrontada por novos conhecimentos ou conceitos (alguns ainda hipotéticos) enquanto os investigadores perguntam a respeito e procuram respostas em fatos e evidências, indubitáveis para eles.

Quando vê as impressionantes construções megalíticas datadas de milênios  AC, existentes em várias partes do globo terrestre, tanto a céu aberto como submersas, um cristão poderia perguntar-se se o relato bíblico da criação no Gênesis é apenas ilustrativo ou quiçás verdadeiro? Tomado ao pé da letra o relato bíblico da criação de Adão e Eva data de algo como 4 mil anos AC, ou seja muito depois de terem aparecido as obras megalíticas e de serem encontrados restos de fósseis humanos datados bem acima de 10.000 anos. E agora? Quem tem razão? As evidências científicas ou o texto da Bíblia Sagrada? As crenças cristãs estão cada vez mais pressionadas a mudarem de direção, pois a dúvida do que sempre se acreditou ser a origem da humanidade está solapando sua certeza e fé.

As ciências parecem levar vantagem sobre as religiões por causa das evidências que são trazidas à tona.  No entanto, elas próprias têm muitas dúvidas a esclarecer mas não dispõem de conhecimento tecnológico e científico para esboçar respostas satisfatórias. Toda vez que é lançada uma teoria, logo surgem indagações reclamando esclarecimentos―Como puderam os antigos homens pré-históricos manipular os gigantescos monólitos de várias dezenas de toneladas? E isso numa época que não dispunha de equipamentos que hoje dispomos. Foram os terráqueos que construíram ou foram os ditos “deuses” extraterrestres? Estes com toda certeza poderiam ter o conhecimento e equipamentos para transportar as pesadíssimas cargas―teoricamente!     
   
Os Cristãos que têm a Bíblia como seu livro de texto de fé mas que não conseguem evidenciar a validade dos ensinamentos de seu Mestre ficam sem rumo por se apegarem somente à letra das Sagradas Escrituras, deixando de lado o entendimento do fato bíblico sob ótica espiritual. Aliás, esta―e somente esta―pode traduzir para os dias de hoje o grande valor verídico, moral e espiritual do conteúdo da história bíblica.

Se o estudioso da Bíblia se abstrair dos relatos no espaço-tempo perceberá que não há incongruência entre estes e as novas descobertas científicas. O relato da criação no primeiro capítulo do Gênesis, aceito como se ocorrido no intervalo de uma semana, é bastante improvável de ter sucedido e contrapõe-se às provas das ciências modernas. No entanto, entendendo que a denominação “dia” é uma designação pictórica posto que a própria Bíblia diz que “mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou”,1 a discrepância conceitual da palavra bíblica com as ciências fica minimizada. Aos olhos da eternidade de Deus “mil anos” ou “um milhão de anos” é a mesma coisa, pois para a eternidade não há tempo. As grandezas na escala espaço-tempo somem diante da infinidade universal (a física quântica corrobora tal conceito) que é a dimensão mais apropriada para uma visão adequada do Divino Criador.

Sendo a Terra é um astro do adolescente sistema solar, será que na vastidão incomensurável do universo não pode haver sistemas capazes de abrigar a vida—seja ela menos evoluída ou mais adiantada do que no nosso planeta? Se há seres em outros mundos e que sejam mais adiantados em conhecimentos é bem provável que já tenham vindo visitar seus irmãos terráqueos e tentar ensinar-lhes “algumas coisinhas”. O grande problema aos humanos de hoje ainda é superar os limites das grandezas do espaço-tempo. Quando esta técnica for apreendida e dominada a humanidade não será mais a mesma.  Hoje não conseguimos nem imaginar como será o mundo então. Viagens no tempo! Viagens em hipervelocidade! Uma utopia?

É marcante o afã das ciências em demonstrar que os relatos bíblicos têm uma explicação “científica” baseada em fenômenos naturais dirigidos por forças atômicas sem inteligência. As pragas do Egito, o dilúvio, a experiência de Jonas, só para citar uns poucos exemplos, são ocorrências passíveis de esclarecimento e interpretação. O choque entre a consideração literal do texto bíblico e as demonstrações matemáticas das ciências humanas parece um campo de gladiadores—uma arena de forças em conflito dentro de nossa consciência. De que lado estamos?  Num atribui-se todas as qualidades e aptidões ao reino físico, no outro há uma forte tentativa de reservar ao Ser Divino e infinito as qualidades dominantes no universo. Mas se esta tentativa de valorizar o aspecto espiritual for baseada no testemunho dos sentidos, ela fatalmente não resistirá às investidas do opositor. Os relatos e ensinamentos bíblicos para serem entendidos em nossa época precisam ser traduzidos adotando-se ponto-de-partida diferenciado da letra pura para assim trazer ao nível atual e intelectual as grandiosas façanhas de alguns personagens bíblicos. Então saberemos de que lado ficar.

Sob enfoque espiritual os relatos das Sagradas Escrituras valem para qualquer época, lugar ou personagens. Seu valor espiritual transcende as limitações do espaço e do tempo. Quando o Gênesis afirma que “criou Deus o homem à Sua imagem; homem e mulher os criou”2, devemos tomar o cuidado de não inverter os valores. Começando por aceitar Deus, Espírito, como Causa da existência do homem, entenderemos que o efeito dessa Causa é semelhante à natureza dessa Causa. Vale dizer, primeiro colocamos Deus no quadro e depois o homem na Sua imagem. Então, vendo Deus como Espírito, Sua imagem deve ser espiritual; vendo Deus como Mente infinita, Sua imagem é idéia inteligente; sabendo que Deus é Bom, Sua imagem é boa. Nessa relação Criador/criatura a formação material não aparece nem se imiscui. No tempo de eras e milênios essa relação não é afetada nem corrompida. Quando concebeu Deus a idéia-homem? Isso não existe no tempo e não tem um começo.

Ao comentarmos o relato da criação do homem conforme o segundo capítulo do Gênesis em que Adão e Eva são lançados no paraíso  e depois expulsos, devemos tomar o cuidado de não resvalar na interpretação. Aqui o relato diz que o Criador fez uma figura de barro para ser o primeiro homem; depois retirou um pedaço dele para fazer a mulher (outra figura humana). Se descuidadamente sobrepormos os dois relatos, Genesis I e II, concluiremos falsamente que Deus tem uma figura antropomórfica e, como tal seria limitado, precisaria de um lugar para morar (o céu), por causa da idade teria longas barbas brancas e que de Sua morada controlaria os terráqueos. Semelhantemente aos humanos faria coisas erradas, se arrependeria, castigaria e fustigaria os bons, condenaria os maus. Vê-se que os homens, pensando entender o infinito e espiritual, fazem Deus semelhante ao homem; interpretação essa que é errônea e tem a mesma base das ciências modernas que tentam explicar o infinito por meio de fórmulas e limitações. E se as afirmações dos modernos antropólogos que dizem sermows descendentes de extraterrestres forem verdadeiras, teremos que adaptar nossos conceitos a respeito da existência do homem; permanece, contudo, o fato de que o existir do homem é, em essência, espiritual e ideal. Em nosso interior e consciência bate um coração ligado ao infinito.

Eu concluo que as ciências puseram em escanteio não a Deus, mas tão somente o conceito limitado sobre Deus. O entendimento espiritual dos fatos bíblicos mostra que estes têm lógica e veracidade e que não conflitam com as modernas descobertas de cientistas e pesquisadores. Faz-se mister uma pesquisa profunda baseada em novos parâmetros para descobrir que por trás dos aparentes milagres e coisas extraordinárias nos eventos bíblicos há uma Ciência universal baseada em fatos não materiais. Tem de haver uma compatibilização na mente humana entre esses pontos aparentemente defasados ou desconexos, e para isso devemos buscar apoio na Ciência divina e na compreensão espiritual que permeia o texto bíblico. Uma avançada pensadora do Século XIX introduziu as bases do entendimento espiritual das Escrituras e sua aplicabilidade atual e todas as épocas. Em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy  afirma: “A compreensão espiritual é a realidade de todas as coisas trazida à luz... A compreensão é a linha de demarcação entre o real e o irreal. A compreensão espiritual revela a Mente—a Vida, a Verdade e o Amor—e demonstra o sentido divino, dando a prova espiritual do universo na Ciência Cristã”3. Ela diz ainda: “O universo está repleto de idéias espirituais e elas obedecem à [infinita] Mente4 criadora.
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1 Salmo 90: 4; 2 Gênesis 1: 27; 3 Ciência e Saúde, p. 505; 4idem, p. ....

Jesus Cristo em escanteio, será?

Em outro artigo expusemos as tentativas científicas de combater a validade dos escritos bíblicos relativo a eventos ocorridos antes da hipotética criação do mundo descrita no primeiro capítulo do Gênesis.  Há outro grupo de pensadores que imaginam estarem realmente orientando a humanidade acerca dos relatos bíblicos da vida de Jesus Cristo. Falam com tanta convicção de suas teorias que uma pessoa desatenta pensaria que dizem a verdade. Isso sem falar dos mitos literários e teóricos quanto à condição moral de Jesus. Não tivesse nosso mestre Cristão ensinado o perdão como presença obrigatória em nosso coração, há muito teriam os escritos imaginativos sobre nosso Mestre suscitado um levante de armas para defender a honra do fundador de nossa religião.

Vi em recente show de TV de como cientistas suspeitam de que houve extraterrestres visitando nosso planeta há séculos, antes mesmo da atual civilização terrestre. Procuram demonstrar suas teses de casos de ações de visitantes extraterrestres comparando-os com eventos bíblicos aparentemente sobrenaturais ou milagrosos para os quais as ciências humanas não têm explicação. Ocorre que a menção ao texto bíblico é feita de modo pontual sem examinar o contexto em que a experiência ocorreu, sequer procurando apontar o foco de seus argumentos para a espiritualidade do personagem histórico. Citam, por exemplo, a visão de Moisés da sarça ardente como uma ação “mágica” ou de alguma tecnologia desconhecida. Se soubessem que na literatura hebraica a menção a fogo tem muitas vezes o sentido de inspiração espiritual (ex. línguas de fogo no dia de Pentecostes, cavalos de fogo que levaram Elias ao céu, exército de cavalos e carruagens de fogo cercando Elizeu), buscariam saber qual o contexto do acontecido. Moisés estava por receber a mais alta missão de sua vida, mas precisava primeiro aprender a ter um conceito mais elevado e metafísico de seu Deus. A partir daí Deus ficou conhecido a Moisés como o EU SOU: ser eterno e poderoso que nunca muda. Nesse SER  eterno—Eu Sou―Moisés confiou e levou um povo a salvo pelo Mar Vermelho, pelo deserto até às muralhas de Jericó que não resistiram ao avanço dos filhos de Israel.

As pragas no Egito, a travessia do mar, o maná e as codornas no deserto, tudo tem uma explicação em base material e natural para os fenômenos, dizem os cientistas; por isso não são obra de Deus. Esquecem os doutores das ciências que Deus age por meio da natureza. O caso das codornas e do maná, por exemplo. As ocorrências eram naturais e esporádicas naquela época. O que as ciências não explicam como foi que fenômeno do maná e das codornas ocorreu diariamente durante várias décadas. Não explicam pois não são capazes de atribuir ao Ser supremo a capacidade amar e proteger a quem se deixa guiar por Ele; parece que a expressão AMOR DIVINO  não faz parte de seu vocabulário e entendimento.

Outro exemplo de uma interferência extraterrestre, segundo o programa da TV, relatada na Bíblia, trata do momento da sagrada concepção de Maria. Este relato nas Sagradas Escrituras é, literalmente, um tanto misterioso e suscita dúvidas em muitas pessoas. Sugerem os investigadores que Maria teria sido abduzida por extraterrestres e fertilizada por algum processo desconhecido, só que não conseguem saber por que fizeram isso. No entanto, a santidade da experiência de Maria fica sacramentada quando se examina a vida do ser ao qual ela deu a luz. “Maria concebeu-o espiritualmente, pois só a pureza podia refletir a Verdade e o Amor visivelmente encarnados no bom e puro Cristo Jesus. Ele exprimia o mais elevado tipo de divindade que uma forma carnal podia exprimir naquela época”1  esclareceu Mary Baker Eddy em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. As obras de Jesus demonstram que ele era movido pelo amor em tudo que dizia e fazia. Sua espiritualidade era a base de suas curas, do perdão dos pecados, da ressurreição de mortos, da repreensão a algum desvio dos discípulos. Sem amor ninguém pode curar espiritualmente; sem amor ninguém pode perdoar; sem amor ninguém pode ensinar a espiritualidade, nem atrair multidões para ouvi-lo, e isto sem qualquer sistema amplificador de som para comunicar-se.

Que tente alguém curar um simples caso por via espiritual—a oração. Não conseguirá se não estiver munido de qualidades espirituais. “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus—uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado”2 escreve Eddy. Esses ingredientes da oração eficaz não se adquire por meios humanos nem exercitando a vontade humana e o amor humano, muitas vezes confundido com generosidade humana. Uma vida cheia de espiritualidade é a exigência primordial para tal êxito. Os desafios que Jesus enfrentou, desde doenças entre o povo até o ódio de seus adversários, só nos fazem crer que enfrentava todos seus contendores com amor e perdão. Quando estava sendo preso, num momento crucial de sua vida, quando as circunstâncias justificavam o uso da força física, o Mestre tratou todos com amor e até curou um homem que tivera uma orelha decepada por um discípulo que julgou justificável a agressão, contrariando a visão de seu mestre. Não há cura sem amor; é a lei espiritual e, essa lei, ele aplicou com plena convicção.

Não sou contra as investigações da pré-história nem as comparações com relatos bíblicos quando feitos com critério e isenção. Eles nos ajudam a buscar entendimento mais espiritual da palavra sagrada em vez de ficar matutando na letra fria. Existe hoje em dia a oportunidade de aprender e estudar uma nova ciência: a Ciência do Cristo, ou Ciência Cristã. Aliás não é tão nova assim, pois ela trata da Ciência divina que Jesus aplicou em seu ministério. Ele afirmou: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará3. A verdade que nos liberta da ignorância e do erro é a Verdade absoluta e afirmativa, a realidade de Deus e do homem. A Ciência Cristã nos abre caminho para ampliar nosso horizonte de entendimento do universo pois nos ensina a compreender o infinito e o infinitésimo, a onipotência, a onipresença, um Princípio todo-sábio e todo-atuante. Até a compreensão sobre o homem cabe nessa infinidade. Quando nos damos conta de o homem é feito à “imagem e semelhança4 de um Deus que é infinito, Espírito, Vida e Amor, alçamos nossa visão a respeito do homem, sem rebaixar a visão a respeito de Deus, de que Ele pudesse  ser finito, parecido com o homem de barro.   
XX
1-Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 332;  2-Idem,  p. 1; 3-João 8: 32; 4- Gênesis 1: 27.

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Alimentos mais saudáveis

Produção com cuidados ambientais; hábitos modernos

Quando se ouve os modernos nutricionistas mundiais enunciarem suas teorias e práticas, chama a atenção o enfoque acentuado nos alimentos naturais, ou melhor dito, alimentos crus. Dizem que estes são os mais saudáveis para consumo do homem.

Sim, os japoneses são adeptos (em termos) dessa opinião, senão não nos serviriam o sushi e outros quitutes. Acho que as diferenças culturais são as maiores dificuldades a enfrentar para adotar uma dieta de alimentos crus: vegetais e frutas. Eu até hoje não consigo achar o sushi uma gostosura.

Trago o assunto à baila por causa da produção cuidadosa que tal tipo de alimentação exige. Nada de química ou agrotóxicos ou de AGMs (alimentos geneticamente modificados). Produção a mais natural possível. Esse movimento moderno rumo à natureza pura para alimentar o homem virá, certamente, influenciar a produção de frutas e/ou hortigranjeiros em nossas paragens também. Quem primeiro enxergar esse caminho também será desbravador dessa nova técnica de produção agrícola. Será que teremos dificuldade ou coragem de encetar essa nova maneira de produzir alimentos? Seleção e preparação de sementes, preparação de mudas, cuidados de cultivo, transporte e armazenamento, são alguns dos tópicos que exigirão treinamento técnico de nossos produtores; e também de nossos consultores agrícolas, por que não?

Eu ajudaria a criar uma cooperativa especializada em produção de alimentos para consumo “in natura”. O que? Vai demorar muito? Pois eu acho que virá mais depressa do que hoje imaginamos. As mudanças em andamento no mundo e no universo estão se acelerando, e se não mexermos as pernas seremos atropelados pelas demandas dos novos tempos.

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UM POUCO DE OTIMISMO

Otimismo e pessimismo em nossa vida;  sinais e evidências

Viver com otimismo é bem melhor do que tentar viver com pessimismo; digo tentar, porque viver com pessimismo não é realmente viver.

O sentimento de pessimismo me diz que o mundo e a humanidade estão loucamente perdidos, pelos desatinos que praticam e as crises de toda ordem que provocam para as quais não parece haver solução nem interesse geral de solução.

Já o otimismo me adverte que, embora esses desatinos não devam ser copiados nem favorecidos, as crises quando chegam ao viver humano sempre deixam algum saldo positivo, qual seja, o de provocarem uma reação de mudança na consciência das pessoas; mudança para melhor que deve ser bem recebida pois estabelece um novo paradigma para a humanidade. Novo padrão para conscientização e iniciativa.

Com esse novo paradigma nossos relacionamentos, tanto os pessoais como os  comerciais, tomam novo rumo voltando-se mais para a eqüidade, a justiça e honestidade, fatores que são altamente construtivos e fortalecedores para a interação dos membros da humanidade. A desonestidade e os interesses escusos vão sendo alijados do viver diário. Até na política poder-se-á ver em ação uma nova mentalidade, mais condizente com os deveres e direitos de todos, comandantes e comandados, ordenanças e ordenados, eleitores e eleitos, julgadores e julgados. Na escola o interesse principal será o aprendizado e o desenvolvimento de alunos e professores. No trabalho não mais se verá explorados e exploradores, mas sim colaboradores e compensadores. No trânsito haverá harmonia e paciência, autocontrole e controle policial honesto, interesse público de resolver os problemas e competência técnica para planejar soluções.

Esse mundo ilustrado acima chegará um dia e, talvez, não esteja tão longe assim. Há grandes mudanças sendo profetizadas para nosso mundo. Uma grande efervescência já é sensível. Ou por que será que há tantos governos ditatoriais sendo alijados do poder?       As mudanças morais são as que mais me fascinam e acendem minha expectativa. Recolhido em minha fé cristã, fico no aguardo do versículo profético: “Quando vires essas coisas acontecendo” permanece calmo até o fim delas.

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SOLUÇÕES PARA UM MUNDO MELHOR

Tradução extraída da revista National Geographic, Abril de 2009.
(Tr. Ovídio Trentini, 2010)

TUBÉRCULOS QUASE “AUTO-SUFICIENTES”

Para produzir “chips” de batatas necessita-se de água para lavar os tubérculos in natura, cozinhar os ingredientes e limpar o equipamento. Desde 1999 a fábrica Frito-Lay tem aplicado uma série de tecnologias que economizam água visando uma redução de 40% por libra de produto—que em 2008 representou uma economia acima de 3,2 milhões de galões de água (cerca de 9 milhões de litros).

Um modo de economizar mais água é tirar proveito do elevado conteúdo de água nas batatas.  Uma batata fresca contém mais de 80% de água. Normalmente quando uma batata é fatiada e cozida em óleo para fazer os chips, a água se transforma em vapor e é eliminada por uma chaminé. Na fábrica da Frito-Lay de Charlotte, NC, estão empregando uma nova tecnologia de reciclagem de calor que capta esse vapor e o devolve como água condensada para limpar outras batatas. Além disso, o calor extraído do vapor serve para pré-aquecer a água de lavagem de batatas e aquecer o prédio no inverno.
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BIO-COMBUSTÍVEIS

Bio-combustíveis, substitutos da gasolina e óleo diesel, gerados a partir de plantio de milho, soja ou cana-de-açúcar, poderiam reduzir nossa dependência de petróleo e cortar nossas emissões de dióxido de carbono. Contudo, vegetais para combustíveis têm outros impactos.

A maioria dos plantios de milho exigem herbicidas e fertilizantes nitrogenados e podem causar mais erosão do solo do que qualquer outro plantio.(E o plantio direto na palha??) E produzir etanol a partir de milho consome quase tanto combustível fóssil quanto o etanol substitui. Bio-combustíveis produzidos a partir de milho, soja ou cana-de-açúcar consomem plantios e safras que poderiam saciar a fome do mundo.

Mas bio-combustíveis podem ser produzidos sem competir com a produção de alimentos. Explorar a celulose presente nas plantas de milho, em vez dos grãos somente, poderia dobrar a produção de etanol—se for possível desenvolver um modo prático de realizá-lo. Entretanto, alterar quimicamente as instalações de óleo para bio-diesel consome menos energia do que destilar milho em etanol; os resultados são de baixa produtividade e custos elevados. (E extrair álcool do pé da cana de açúcar??)

As algas prometem mais do que outras plantas porque crescem em águas de despejo, até em água do mar, necessitando um pouco de luz solar e dióxido de carbono para florescerem. O desafio, tal como com o etanol celulósico, é reduzir o custo do combustível de algas.

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APROVEITANDO AO MÁXIMO CADA GOTA

A população terrestre de mais de 6,7 bilhões de pessoas está onerando demasiadamente o suprimento de água potável. A ONU afirma que 2,8 bilhões de pessoas sofrerão de escassez de água por volta de 2025 se o consumo continuar como agora. Alguns dos temores de um futuro assustador provêm das projeções de população mundial, estimada em cerca de 9 bilhões de pessoas por volta de 2040.

De toda a água disponível no globo terrestre, apenas uma fração de 1% está disponível para consumo, irrigação e uso industrial. Dez por cento da água consumida no mundo é de uso doméstico. A agricultura ocupa setenta por cento, sendo que metade ou mais é perdida em evaporação e deflúvio. A indústria consome os restantes 20%.

Para conservar água, algumas comunidades estão reavivando antigas técnicas tais como coletar água da chuva, e outras estão usando tecnologias do século XXI. Mas todas as soluções têm duas coisas em comum: um desejo de obter o máximo de rendimento de cada gota d’água usada e uma crença em usar soluções locais e incentivos do mercado em suas campanhas.

Há pesquisadores que acreditam que novas tecnologias, como por exemplo a dessalinização da água do mar, resolverão o problema de um mundo carente de água. No entanto, hoje apenas 0,2% da água usada é dessalinizada. A dessalinização certamente se tornará um processo muito comum, mas há experts que permanecem sépticos quanto à generalização do processo, devido a seu custo elevado.

É na conservação e economia da água que teremos os maiores ganhos. Irrigação por gotejamento, que usa tubulação perfurada para suprir água a plantações, usa de 30 a 70% menos água do que os processos tradicionais e ainda assim aumenta as safras. Há governos que subsidiam tão pesadamente a irrigação que os fazendeiros se sentem pouco atraídos a mudar para sistema de gotejamento ou outros métodos mais econômicos em água. Houve cidades americanas, tais como Boston, Seattle e Albuquerque reduziram de 20 a 25% a demanda de água fazendo reparos em canalizações antigas e monitorando escapamentos/fugas nas redes domésticas. Medidas de reuso da água e adoção de outras medidas conservadoras podem reduzir pela metade a demanda por água das indústrias do mundo. (Obs. do tradutor: em Panambi a perda de água potável na distribuição é de 40%; fonte Corsan).

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Escutar o cicio tranqüilo

Como enfrentar “forças” da natureza.

Relata o livro de I Reis (ver 19: 11, 12) que o profeta Elias passou por uma experiência marcante em sua vida. Andava o profeta passando por maus bocados face às ameaças da rainha e também seu remorso por mandar executar muitos dos profetas de Baal. As coisas não andavam fáceis. Na fuga de si mesmo que empreendeu sentiu-se afastado de Deus, com Quem tinha tido tantas experiências fantásticas, de curas e demonstrações de poder extraordinário. Refugiou-se numa caverna e pediu para si a morte, mas em vez dela recebeu do Senhor uma ordem para que se postasse na entrada da caverna.

O que ele então percebeu era o retrato de sua consciência. Demonstrações de forças naturais irresistíveis: vento de furacão, terremoto de fender rochas, fogo destruidor. O que lhe foi mostrado pela inspiração é que o Senhor não estava nessas turbulências. Todo o poderio destruidor material percebido não se igualava ao poder de Deus, foi a percepção do profeta. “O Senhor não estava no vento, no terremoto, no fogo”, mas no “cicio tranqüilo e suave” que veio após as ameaças do vento, fogo e terremoto.

É bom que lembremos disso quando vemos nuvens ameaçadoras se aproximando ou quando ouvimos previsões de tempo inconstante. Essas manifestações de forças naturais colocam em cheque nosso entendimento da Divindade. Para os cristãos Deus é o poder supremo, aliás único e total. Ele é o bem, a Vida, o Amor. Dessas qualidades não provém nenhuma ação devastadora e nelas não há nenhuma força de destruição. A manifestação de Deus e Seus poderes é pura harmonia. Mas como pode Deus não estar no vento ou tormentas se Ele está em toda parte? Esse é o nó que deixamos criar-se em nosso pensamento quando aceitamos o bem e o mal como igualmente reais, igualmente poderosos. Se não queremos essa confusão mental, devemos adotar uma postura firme a favor do melhor partido: o lado espiritual. Gosto do desafio posto por Mary Baker Eddy no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A onipotência tem todo o poder, e reconhecer qualquer outro poder é desonrar a Deus” (p. 228).

As circunstâncias humanas e materiais que se apresentam à nossa atenção terão para nós efeitos danosos ou não, conforme nosso pensamento a respeito. A constância de nosso posicionamento a favor do espiritual, ou seja do poder do Bem, traz para nós resultados compatíveis ao nosso pensamento. Quanto mais absoluto for nosso conhecimento da presença e do poder Divino, tanto mais palpável serão em nossa experiência.
O Mestre Cristo Jesus demonstrou isso quando acalmou tempestade no mar de Tiberíades relatado em vários evangelhos. Os discípulos estavam assustados e temerosos de sua sorte. Jesus, ao contrário, estava dormindo socegadamente. Como podia? Ele não estava com medo. Mostrou, isso sim, seu poder sobre as pseudo-forças naturais. “Repreendeu os ventos e o mar, e fez-se grande  bonança” (Mat. 8: 23). Demonstrou que o poder é de Deus, não dos elementos da natureza.

Quando vejo nuvens grossas se aproximando e prenunciando chuva intensa e ventos fortes, costumo postar-me à janela para ver a chegada desses “monstrinhos”. Enquanto olho as nuvens oro em pensamento que o poder de Deus é único, só Ele tem poder. Não reconheço força ou poder na ameaça natural. Tomo o cuidado de não fazer essa oração por um desejo de controle do tempo ou por interesse pessoal de algum resultado. A oração é para reconhecer e glorificar o poder supremo de Deus. Nenhuma outra expectativa é alimentada. Fico nessa atitude mental, em oração, até que meu pensamento se acalme. Então sigo a fazer o que vinha fazendo.

Penso que se mais pessoas de nossa comunidade exercessem a mesma atitude, é bem possível que não veríamos tantas notícias ou queixas de desastres naturais.

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sábado, 19 de outubro de 2013

A insustentabilidade ambiental do atual consumismo

Compre menos, viva mais!

Paul Gilding*  é um escritor e ambientalista australiano que mora nos EUA que vem apregoando o fim do mundo consumista como hoje o conhecemos. Chama a atenção para as diferenças sociais e econômicas geradas pelo modelo atual que copia o modelo americano. Quando o mundo tiver “7 bilhões de habitantes”, diz ele, “não haverá produtos suficientes para todos, ainda que  tenham recursos para a aquisição”. A felicidade da humanidade só será possível se os povos e pessoas mudarem seus hábitos de consumo.
Ele alerta para a grande dependência do transporte para fazer os produtos chegarem a todos os recantos do mundo numa economia globalizada. Como modelo econômico, isso é um fracasso. Temos que pensar em  outros modelos para não depender tanto de transporte cuja vitalidade está atrelada ao petróleo com sua pesada quota de poluição e limitadas reservas mundiais. A melhor economia é a que não depende só de um fator. A diversificação é fundamental; diversificação de consumo e de produção. Quanto antes o mundo pensar em mudar de modelo de consumo tanto melhor será nossa vida no futuro. Acho que é do autor a frase: “Compre menos, viva mais!”

Relatou Gilding que há nos EUA um grupo de pensadores, incluindo alguns ex-ministros, planejando criar em cada Estado uma cidade que seja auto-suficiente na produção e no consumo de subsistência. Todo o planejamento para tal fim é complexo, pois inclui fatores sociais, culturais, econômicos, ambientais e temporais.  Os fatores de mudança sócio-cultural são os mais imprevisíveis pois exigem que a comunidade se submeta a uma mudança de hábitos de consumo e produção. Cada célula social (a família) buscará produzir os insumos alimentares que irá consumir; terá de deixar de simplesmente ir comprar o que necessita. Mas, segundo o autor, será uma sociedade mais feliz, pois haverá menos diferenças no seio da comunidade e menos descontentamento generalizado. Será uma sociedade melhor do que temos hoje.

Tento imaginar uma cidade como Panambi se engajando num plano semelhante de auto-suficiência. Utopia? Não, apenas exercício de inteligência. Quantas coisas precisaríamos mudar? Por onde começar?  Como conquistar a cooperação das pessoas? O que mudaria na estrutura administrativa do município? A cultura social comportaria mudanças rápidas? Os cidadãos ficariam mais felizes? A produção industrial, como ficaria? Os desafios não seriam pequenos e exigiriam muitas negociações e acertos bilaterais. Mas com certeza haveria um forte sentimento de comunidade e de proximidade entre as pessoas. Este fato seria um forte incentivo para a tentativa.

Por que não se cria um grupo para exercitar a mente a encontrar tal desafio? Sem nenhum compromisso, mas os debates poderiam fomentar o surgimento de idéias factíveis e práticas. Alguém poderia comentar: “Mas esse grupo de debates já existe. Chama-se Agenda 21.” O Poder Executivo local deixou de fomentar a criação desse grupo em nossa comunidade. Está na hora de reativá-lo. Em Panambi o MoVer (Movimento Verde)  seria, com certeza, um parceiro para os debates.


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ATITUDES PARA SALVAR A TERRA

Não desperdiçar  nem poluir  são atitudes necessárias para meio ambiente sadio

No regime político-econômico, tido hoje como modelo ou padrão mundial, o povo precisará reciclar-se de seus hábitos de consumo.  A mudança que deverá ocorrer (quanto antes melhor!) está no âmbito da vivência diária individual.  Falo do desperdício fácil que acompanha um consumismo desenfreado.  Felizmente já se ouvem vozes com respostas favoráveis.  Cabe ainda uma necessária conscientização geral.  Menciono o sistema americano, pois seu nível e modo de vida tem sido imitado descabidamente por nós, brasileiros (não culpo o povo somente, porque muitos de nossas “cópias” são introduzidas por indústrias multinacionais). Não é difícil fazer uma lista de exemplos copiados, que devidamente filtrados pelo bom senso, podem ser úteis sem machucar o ambiente natural (ver listagem adiante).

A conscientização geral do povo é tarefa trabalhosa e deve ser iniciada o quanto antes entre nós, com medidas práticas e convincentes de cunho coletivo ou individual e de engajamento popular.  Que cada um saiba que fazer a sua parte, por pequena que seja, é a maneira de participar na solução da problemática ambiental. E a menos que cada um cumpra com sua parte, não haverá desculpas para o choro que virá pelos desmandos ambientais que certamente ocorrerão.  Edmund Burke afirmou: “Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada por achar que pouco podia fazer”.

A educação ambiental está levando ao mundo a regra básica dos 3 “RRR”: RECUSE - REUSE - RECICLE .  Se ao comprar ou usar um produto ou serviço que seja, de alguma forma, maléfico ao meio ambiente, recuse-se a usá-lo. Se o uso de tal produto não for dispensável, procure usá-lo mais de uma vez. E por fim procure produtos que possam ser reciclados.  Esta atitude é uma das mais benéficas na luta contra mau uso popular daquilo que a indústria oferece. 

Outra atitude benéfica é o bom hábito de não jogar lixo fora, em qualquer lugar: na rua, nas estradas, nos rios, nos matos. Habitue-se a lançar dejetos em lugares próprios: latas, cestos, conteineres; e se o poder público não lhe oferecer esses dispositivos em locais apropriados, mostre sua educação e leve consigo o seu dispositivo de descarte: na bolsa, no carro, na praça, no trabalho.  Você mesmo poderia aumentar essa lista de modos simples de salvar o mundo.  Faça a sua lista de propósitos e incentive as pessoas de seu círculo de relações e parentesco a fazerem o mesmo.  O combate ao desperdício da coletividade começa inexoravelmente com a disciplina e prática individual. Não há outro caminho mais eficaz.

Chamo a atenção para um livro de Chris Caldwell (50 Simple Things You Can Do To Save The Earth, Earthwoks Press, Berkeley, CA, 1989) que demonstra atitudes práticas individuais para um engajamento na campanha de proteção ambiental. O livro está traduzido a vários idiomas, inclusive o português. A edição de 1989 lançou idéias, e na edição de 1991 a obra mostra frutos e resultados. Algumas das idéias lançadas no livro são específicas do ambiente norte americano, que teriam de ser adaptadas ao nosso ambiente tradicional e cultural.  Mas há muitas sugestões do livro que podem ser usadas ipsis literis. O livro é um bom começo para um trabalho conjunto de conscientização ou de educação ambiental.

Entidades ambientais e escolas podem iniciar trabalhos e/ou campanhas a partir dessas sugestões. Poderiam atuar isoladas (dentro de seu círculo) ou em conjunto visando o ambiente coletivo, urbano ou rural. Mas o ponto crucial, o ponto-chave para o êxito de qualquer campanha, é
 disciplina individual de não poluir, não desperdiçar, não esquecendo que

o nosso meio ambiente é onde vivemos.


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O comprometimento ambiental causado por veículos

Geralmente os proprietários de veículos não se dão conta da poluição que seus veículos produzem

É mundial o clamor sobre a poluição gerada por veículos motorizados por meio da exaustão de gases venenosos e prejudiciais à saúde humana e de outros seres vivos. É nas cidades que o problema se concentra e se revela à observação das pessoas.  Nas grandes metrópoles é difícil viver e respirar, por causa da imensurável quantidade de gases liberados à atmosfera. São toneladas e toneladas dessas substâncias nocivas, principalmente do CO2, despejadas na natureza diuturnamente.  O proprietário do veículo nem se dá conta do malefício que está causando. Ele não vê os gases de exaustão, nem sente o cheiro pois ficam para trás quando anda, e por isso não lhes dá importância. Quando passa um caminhão com motor mal regulado e soltando a fumaceira negra de óleo queimado, o problema chama a atenção; mas aí os culpados são os outros! Mas nada disso seria preocupação se as fábricas de automóveis tivessem continuado a fabricar carros elétricos que existiram em 1996/97. Não teríamos poluição e o preço do petróleo estaria lá em baixo. Será que um dia faremos reaparecer essa tecnologia?

A natureza, por meio das plantas, nos faz a gentileza de purificar o ar absorvendo o CO2  junto com outros elementos e transformando-os em matérias úteis ao seu desenvolvimento,  liberando após  ar purificado. As árvores são os agentes mais poderosos nessa questão. Por isso as matas são locais onde se respira o ar puro. Elas funcionam como filtros a nosso serviço. Muito sábia foi a Mente criadora para dotar as plantas dessa qualidade vital. Em função dessa característica é que elas (as árvores principalmente) precisam ser protegidas ao máximo, para que os terráqueos não desperdicem e dilapidem  essa riqueza de nosso planeta.
Estudos e pesquisas realizadas na Alemanha concluiram que a poluição produzida por um automóvel que rode cerca de 15.000km por  ano terá expelido tantos gases que seriam necessárias de 20 a 22 árvores para purificar essa massa de poluentes.  Convertendo esses índices para a frota de Panambi, cerca de 13.000 automóveis e 4.000 outros veículos, chegamos à conclusão que os proprietários desta comuna teriam que plantar cerca de 500.000 árvores, as quais ocupariam cerca de 250 hectares.

A ARPA FIUZA, apoiada pelo Movimento Verde, está pensando em elaborar um programa para conscientizar e sensibilizar os habitantes do município a se engajarem numa campanha de plantio de árvores para mitigar a poluição produzida. Resumindo, pode-se dizer que os proprietários de veículos automotores em Panambi, devem à sua comunidade 250 hectares de florestas.
Vocês hão de concordar comigo que isso seria uma bênção para a natureza!

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Os esforços da humanidade contra a poluição do ar-nosso-de-todo-dia

Os debates em torno da questão de poluição do ar, efeito estufa, mitigações possíveis e/ou encaminhadas, são uma constante nos meios de comunicação. As imagens na televisão são às vezes impressionantes, assim como não menos impactantes são algumas das predições de nosso futuro no planeta. Como não temos para onde ir se este for aniquilado, o melhor é despertar do sonho de que a Mãe Terra dá tudo e nada exige de nós; sonho no qual a humanidade está embalada há séculos. Há alguns anos a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um programa de plantio de 1 bilhão de árvores no mundo todo (programa inspirado no ano internacional das florestas 2011). Pelas informações as adesões ao programa somaram algo em torno de 7 bilhões, bem mais do que o desejado. Vê-se que há esforços mundiais no sentido de minimizar os efeitos da poluição do ar, e isso é consolo para aqueles se dedicam a proteger o meio ambiente no seu nicho de ação.

Em nosso meio, a demanda por florestamento no Estado do Rio Grande do Sul é sumamente grave. O déficit entre necessidades e ofertas de madeira e/ou lenha está muito acentuado e não há previsão de atendimento da demanda nos próximos anos. Nosso Município retrata fielmente o mesmo estado de equilíbrio, ou melhor dito, de desequilíbrio. Há forte demanda por madeiras ou lenha para uso nos secadores de grãos, construção civil, fogões a lenha, churrasqueiras, etc, sendo que as iniciativas de plantio ou florestamento são insuficientes. Este o quadro sob o ponto de vista econômico. Mas há outro fator de cunho ambiental que toca a sensibilidade dos ambientalistas deixando-os apreensivos pela falta de iniciativas oficiais.

Sabe-se que a poluição emitida de um automóvel demanda a existência de 22 árvores para contrabalançar os gases de exaustão durante um ano. Pela frota de quase 20.000 veículos existente no município, seriam necessárias 500.000 árvores para desfazer a poluição dessa frota. Estendendo o raciocínio para a região noroeste, cujo número de frota desconhecemos, pode-se perceber a enorme lacuna que está reclamando para ser encerrada. Todos os esforços possíveis para sanar a irregularidade não serão suficientes para alcançar um status satisfatório. Precisamos na região de mais e mais árvores, e não cada vez menos.

O Plano Estadual de Florestamento tenta encorajar os Municípios a prepararem seus Planos Municipais. Mas, sem incentivos, até o primeiro passo  parece difícil. Disse-me um técnico agrícola que plantar árvores rende mais do que soja e com mais certeza de colheita. A falta de coragem em mudar de cultura prende-se ao prazo em que o rendimento de florestamento é realizado. No soja você colhe todos os anos, mas também gasta todos os anos. No florestamento com eucalipto, por exemplo, você planta uma vez, espera de 5 a 7 anos e colhe; espera mais 5 a 7 anos e colhe outra vez; e no intervalo gasta quase nada, em comparação ao soja. O investimento significativo é feito uma vez, só no plantio. O usufruto do rendimento ocorre 2 vezes em 10 a 15 anos. O proprietário nem precisa de equipamento pois o serviço é feito por pessoas especializadas, tanto no plantio como no corte.  Outra vantagem é que o florestamento pode ser consorciado com produção agrícola ou pecuária de corte ou leite. Assim, o produtor rural tem duas rendas num mesmo pedaço de terra.

Aos olhos de alguém que vive na cidade e não é da lida rural o florestamento é um grande negócio que só está esperando para ser realizado. O meio ambiente ficará satisfeito também pois haverá muito menos veneno lançado ao ar, à terra, aos rios. Grandes áreas reflorestadas recolhem mais água e a remetem ao subsolo e impedem a formação de erosões. O regime das águas subterrâneas volta ao normal, os rios são reabastecidos ao longo do ano pelas fontes robustecidas pelas florestas plantadas. Além disso o nosso ar de cada dia será mais puro, nossa saúde será melhor e nossa felicidade durará mais. As árvores das matas sugam o CO2 e o transformam, e emitem ar purificado. Que bom para nós!

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Sobre ações ambientais

Abrir os olhos para a sensibilização frente a temas ambientais. A natureza, onde o homem se inclui, é uma unidade.

Cada indivíduo no mundo precisa aprender a ver e respeitar os seres vivos de  maneira diferente do que foi feito até aqui. Os seres vivos não vivem separamente; cada um ajuda a compor o complexo universo da Criação divina, tendo todos a mesma origem e a mesma constituição, ou substância. Quando vemos uma árvore e a observamos, ela entra em nossa consciência e, a partir daí, passa a fazer parte de nossa consciência e, por consequência, de nossa vida e nosso ser. Somos unidos a essa árvore. Não somos mais dois seres distintos, mas um só, unidos pelas aptidões não-físicas. Se danificarmos ou derrubarmos essa árvore estaremos fazendo isso a uma parte de nosso ser, quer nos doa ou não na consciência.

O mesmo se dá em nossa relação com outros seres vivos. Quando os vemos  eles imediatamente se integram `a nossa consciência e passamos a ser unidos: uma só criação.  E’ importante que compreendamos isso e compartilhemos com nossa comunidade. Nossa revolução na questão ambiental será atingir a mentalidade de nossos concidadãos e mudá-la para que entendam o mundo com outros olhos. O que na ARPA FIUZA chamamos e buscamos: a sensibilização comunitária, é um sinal dessa mudança na forma de pensar. Isso será bom não apenas ao meio ambiente panambiense, mas sim para todo o mundo; pois a mudança generalizada da mente humana sempre afeta outras mentes que serão tocadas pelos resultados alcançados.


O projeto Iriapira (recuperação e preservação das nascentes do Arroio Moinho em Panambi, RS) é um exemplo maiúsculo de uma ação mental em andamento. Talvez não nos tenhamos dado conta quando começamos o projeto, mas nossa comunidade a partir de agora não será mais a mesma. Nossas ações terão muito mais força depois que esse projeto estiver implantado. Podemos esperar que muito BEM resultará dessa ação. O movimento ambientalista não mais será visto como inimigo do produtor rural, mas sim será aceito como amigo da natureza e de todos. Acham que isto é uma utopia? Não! não é; pois essa movimentação de mudança já começou e o tempo não conseguirá medir nem impedir os resultados.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Um princípio no universo

Harmonia visível no globo terrestre obedece a um governo que rege a harmonia

A harmonia no universo é algo que observamos por todos os cantos, do infinitésimo ao infinito. Pode-se ver também, aqui e ali, momentos e/ou eventos desarmoniosos que muitas vezes nos chamam a atenção ou nos assustam.  Mas a harmonia é predominante. Esta existe porque há um principio harmonioso que rege o universo, ao passo que desarmonias momentâneas e locais não têm princípio, elas são caóticas, ou seja, não tem lei que as governe.

UM PRINCIPIO GOVERNANTE. Ele garante a presença de harmonia na natureza, na flora, na fauna, no ar , no mar, na luz, na música, nas artes. A lista seria imensa, da qual certamente faria parte o homem, tanto o físico quanto o espiritual. O homem espiritual sabe da harmonia pois convive com o Criador e partilha de qualidades espirituais tais como o amor, a inteligência, a sabedoria, a sensibilidade artística, e assim por diante. O homem físico é o que vê a harmonia no mundo e no universo e, orientado pela inteligência, percebe que a harmonia visível tem uma causa que a gera e um princípio que a rege.

A complexidade de um organismo vivo em suas funções orgânicas é algo fascinante quando visto e examinado com ampliações. Cada detalhe é uma perfeição e um encadeamento funcional. As células organizadas fazem seu trabalho, executam sua função a todo momento e em toda parte, independente da ação do homem. E a variedade de corpos físicos? Homens, animais, plantas, todos diferentes mas com funções orgânicas harmoniosamente desencadeadas. Se pararmos para pensar como isso é possível chegaríamos à conclusão de que só uma sabedoria infinita seria capaz de criar tal maravilha. Concluiríamos também que uma só é a Mente criadora pois as semelhanças da harmonia perfeita entre os diversos corpos vivos em funções análogas é algo extraordinário. A matéria molecular não dispunha nem dispõe de tal inteligência para organizar-se de forma tão harmônica.

A presença dessa perfeição minuciosa em todos os seres vivos nos faz ver que o Principio criador é um só. O relato de Gênesis, capítulo 1, conclui com a célebre frase: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (vers. 31). Perfeição em tudo era a vontade do Criador, o Princípio divino da criação. A flora, a fauna, o homem participam dessa perfeição e gozam da ação protetora desse Princípio pois o Criador cuida de Sua criação e a protege. Amigo leitor consulte seu coração para ver se encontra essa verdade em seu ser. Não existe maior alegria do que descobrir que somos participantes da criação de um ser infinito que é todo-Amor.

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“Tu me teceste no seio de minha mãe...”

A formação do ser humano tem, desde a gestação, o cuidado do Pai-Mãe divino.

O Salmo 139 contém muita sabedoria em suas palavras. O autor inspirado, Davi, externou inspiradamente verdades espirituais profundas as quais precisam de inspiração elevada para serem entendidas. O exemplo mais conhecido é o trecho: “Para onde me ausentarei do teu Espírito?” (vers. 7).

Leio esse Salmo há tempos, mas só recentemente me chamou a atenção seriamente o trecho: “Tu formaste meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe...Os meus ossos não te foram encobertos quando no oculto fui formado e entretecido...” (vers. 13-15). Que melhor indicação podemos ter de que a formação de um feto não é obra  errática de células, núcleos e elementos químicos, atuando por conta própria no contexto.

Sei que este texto contraria estudos e conclusões científicas de cunho material. Mas, do ponto de vista da ciência de cunho espiritual, é a mais pura verdade. É nossa opção aceitar uma ou outra, sendo que os frutos a serem colhidos correspondem à nossa opção. A aceitação dos argumentos fisiológicos leva-nos a aceitar algumas leis, assim chamadas, que parecem governar o corpo físico. Entre elas cito a hereditariedade, uma das mais cruéis. Para algumas pessoas essa “lei” soa como uma condenação vitalícia posto que a medicina não tem meios de contrariar as injunções relativas a ela ou dela decorrentes. Não é necessário citar exemplos pois cada leitor tem algum caso presente na sua vida ou em sua família.

Aquelas pessoas que se dedicam a compreender e aplicar a ciência espiritual ensinada e demonstrada pelo Mestre Cristão, tomando por base as palavras do Salmo mencionado, percebem que Deus é o Criador dos homens e que, assim sendo, podemos entender que a Vida, o bem, o Espírito, o Amor—termos bíblicos para Deus―são os criadores do homem. As qualidades derivadas desses atributos divinos estão presentes na criação demonstrando a permanência da Vida, a força do Espírito, a bondade do Amor, tudo feito com perfeição: “Tuas obras são admiráveis”. Nós somos obra-prima do divino Pai-Mãe, gozando da perfeição que Ele intencionalmente deu a cada individualidade. Nesse contexto não há hereditariedade física. Na medida em que nos apercebemos deste fato podemos aplicá-lo à nossa experiência e, assim, vivenciar o poder sustentador e renovador da Mente divina presente em toda a criação.

Há aplicações práticas dessa verdade metafísica. Sabe-se que uma mulher grávida pode influenciar seu filho fetal de acordo com os pensamentos que entretém a respeito do novo ser. Futuros pais e familiares que estejam na expectativa de um nascimento poderão auxiliar o desenvolvimento do feto seguindo o conselho de Mary Baker Eddy  em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. No capítulo sobre matrimônio ela recomenda: “Os descendentes de pais que tenham a mente voltada para as coisas divinas [fatos espirituais], herdam mais intelecto, mentes mais equilibradas e constituições mais sadias” (p. 61). Que maior felicidade pode ter uma mãe e um pai de saber que seu filho por nascer ou recém nascido estará dotado de qualidades das mais importantes no seio da humanidade: inteligência, equilíbrio e saúde? Será que é muito difícil manter “a mente voltada para coisas divinas”, como recomendado acima? A dificuldade maior em manter o pensamento ou a mente voltada para os fatos espirituais está na necessária constância dessa atitude. Não pode ser um desejo fortuito ou interesse momentâneo. É uma vigilância constante no dia a dia, mas vale a pena! É de todo compensadora!

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O céu é logo ali.

Reino dos céus tem de ser entendido como uma condição íntima do indivíduo

Agora que sabemos que o “céu” da Bíblia não é uma localidade no espaço sideral, temos que lidar com o que acreditávamos ser o céu para onde iriam as almas boas. Aquele cenário idílico cheio de anjinhos e seres felizes e sadios não é o que vamos encontrar, acredito eu, no além da morte ainda que tenhamos nos comportado bem neste mundo. Se não nos livrarmos dos conceitos dominados pelo materialismo, não chegaremos a ter uma compreensão convincente e satisfatória do céu.

Para reciclar o conceito de céu podemos associá-lo com a idéia de harmonia, infinidade, imaterialidade, reino do amor. O Mestre Cristo Jesus esforçou-se por ensinar a seus alunos e seguidores que a questão do céu ou do reino dos céus deve ser encarada como um sentimento puro, sincero e bom, algo que a alma deva assimilar. As inúmeras parábolas de Jesus que aparecem nos evangelhos mostram uma variedade de situações que ele ilustrou com as palavras: “O reino dos céus é semelhante a...” e a seguir agregava situações de um semeador cujo inimigo semeou também joio, uma dona de casa que perdera uma moedinha, um pastor que perdera uma ovelha, um mercador de pérolas e assim por diante.

Agora, tomem-se essas analogias ao pé da letra ou sem uma interpretação transcendental e não resultará nenhum proveito espiritual para nós, proveito esse que era justamente o que Jesus desejava transmitir. Ele ensinava a espiritualidade por meio de cenas do viver diário cujo entendimento seria acessível aos seus ouvintes. Por que ele agia assim? Porque as mentes de seus ouvintes não estavam  preparadas para entender uma explicação metafísica do reino dos céus.

Uma vez ele falou de forma direta: “O reino dos céus não vem com visível aparência. Nem dirão: ‘Ei-lo aqui, ou lá está.’ Porque o reino dos céus está dentro em vós” (Lucas 17:20, 21). Esse reino está dentro de nós; então temos que conhecê-lo uma vez que ele faz parte de nós. É um exercício espiritual muito interessante e proveitoso, procurar  inteirar-se dessa presença do Reino de Deus em nós, sentir sua presença e ação como uma quietude e calma semelhantes a um passeio pela mata ou um pôr do sol junto ao mar. Teremos que deixar de lado a preocupação com as azáfamas humanas e as audições de alegrias fugazes para podermos ter audiência pura e interior conscientes  apenas do aconchego com o querido “Papai do céu”. Esse momento de silêncio é solene, é individual, é íntimo.

Na Oração do Senhor que o Mestre deu ao mundo religioso ele empregou a expressão “Nosso Papai” que, estando em Seu reino, está também em nós. Exercitemos essa Oração do Senhor com esse sentimento. Sem palavras e em silêncio sintamos a Sua  presença, ouçamos Sua voz, gozemos com Seu Amor. E todo o problema humano que nos aflija será afastado dessa presença pura e divina que passará a ocupar nosso interior estabelecendo o reino dos céus em cada um de nós. Nesse estado de pureza e consciente santidade, o verdadeiro reino dos céus já está presente em ti agora . Mas atenção, nesse reino dos céus não se entra por laços de família ou de denominação. Cada um por suas obras estabelece o reino da paz e do amor dentro de si mesmo.

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Cronologia da criação

Espaço e tempo não fazem parte da criação, tomando-se esta sob enfoque metafísico.

Mil anos, aos teus olhos, são como dia de ontem que se foi” (Salmo 90: 4). O que sugere esse versículo bíblico? Entendo que nos quer informar que a eternidade de Deus não inclui medição de tempo, que o tempo não faz parte da eternidade.

Transportemos esse conceito ao conhecido relato da criação constante do Gênesis. Lá diz que Deus criou o mundo e o universo num desdobramento de alguns dias. Sobrepondo esse relato ao conceito mostrado no início, poderíamos concluir que se passaram mais de 6 mil anos no processo criativo. Poderiam, também, ser 6 milhões de anos? Estas cifras se aproximam mais dos descobrimentos científicos recentes do que do relato bíblico tomado literalmente. Em qualquer dos cenários, a presença do poder divino é garantida.

A cronologia do aparecimento da criação pode ser resumida em fases ou dias:
1º dia: luz, para dissipar as trevas.
2º dia: firmamento, para  ordem celestial
3º dia: separação de terras e águas; surgimento da flora (vida embrionária)
4º dia: surgimento do sol e lua, leis celestiais
5º dia: surgimento da fauna dos mares e dos céus
6º dia: surgimento da fauna terrestre e do homem.

Há várias afirmações no Gênesis que fazem pensar. Uma delas está no capitulo 2: “Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado” (2: 5). O relato no capítulo anterior diz que a criação estava terminada e que o Criador a reconhecera como muito boa. De acordo com esses versículos Deus vira toda Sua criação acabada e boa. Como pode ser isto se não havia plantas nem animais sobre a terra?
O poder criador se manifesta por meio da natureza. Havendo uma ordem criadora suprema, a natureza universal preparará os elementos para que tal ordem suprema seja preenchida, ainda que o processo seja invisível aos olhos e inatingível pelos nossos limitados sentidos físicos. Quanto tempo  levou tal processo?  Isto não conta na criação natural. Não há prazo nem tempos contados pelo Criador.
A mim me parece que o relato de Gênesis 1 é uma descrição do “projeto” da criação, quando Deus expressou Sua idéia, em primeiro lugar, para depois vir a manifestação visível da idéia. Haja—expressão de vontade―animais nos mares, na terra e nos céus e plantas e ervas no campo.   Apressadamente poderia alguém perguntar sobre o lapso de tempo entre concepção da idéia na Mente divina e a manifestação visível do objeto. Teria havido tempo para as espécies evoluírem? Novamente a resposta é: não há tempo nem lapso de tempo. Assim como não há o espaço para tal criação. As coordenadas espaço x tempo só cabem dentro dos conceitos limitados das ciências físicas que lidam com e para os sentidos físicos.

Para um entendimento perfeito e completo da criação, cujo relato culminou com a criação do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus, temos que alçar nosso pensamento e consciência a conceitos espirituais, desde o Criador até as criaturas. Nesse assunto, nunca podemos desviar nosso pensar da base metafísica: Deus é Espírito, Verdade, Vida, Amor, infinitos, divinos, e supremos. Exemplo: quando afirmamos que Deus, o Espírito, criou o homem à Sua imagem, ele, portanto, é espiritual. Quando pensamos que Deus é Vida, e portanto é eterno, devemos pensar também que a imagem é viva e imortal. Cada característica de Deus é refletida no homem (e mulher) e essa é uma lei espiritual vigente para sempre e para todos.

Uma notável pensadora metafísica do Século XIX, Mary Baker Eddy, difundiu em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras a idéia de entender a criação sob a perspectiva metafísica. Diz ela: “Só a evolução espiritual é digna do exercício do poder divino” (p. 135) e mais: “A verdadeira teoria sobre o universo, inclusive o homem, não está na história material, mas no desenvolvimento espiritual” (p. 547).

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Vida desdobrada em Deus

Atos dos Apóstolos (17: 28): “Em Deus nós vivemos, nos movemos e existimos”.

A humanidade durante tanto tempo tem buscado um refugio onde pudesse sentir-se segura e em paz. O Cristianismo há séculos oferece um caminho, uma direção, de onde está esse refugio. Eu diria que o mais correto seria afirmar onde “é”o refugio. No idioma português a diferença entre “ser” ou “estar” é como a diferença entre o eterno e o temporal.

No livro  bíblico dos Atos dos Apóstolos, encontramos a história de Paulo, um expoente da difusão do Cristianismo fora de Israel. Em sua visita a Atenas deu um significativo discurso no Areópago, apinhado de pensadores gregos dispostos a ouvir esse “falador” israelita. Tratava o apóstolo de expor-lhes uma doutrina nova que lhes trazia à tona sua indefinida crença em um “Deus desconhecido”, como Paulo viu  escrito entre os objetos de culto da cidade. Em primeiro lugar tratou de explicar que o Deus que ele adorava e apregoava era o Criador do mundo e que, sendo infinito, não habita em templos feitos por homens nem é servido pelos homens. “Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (17: 25). Logo confirma: “Pois nEle vivemos, nos movemos e existimos” (17: 28). Algo espantoso para os ouvintes!, penso eu.

Para os cristãos de hoje, essa declaração não causa espanto, pois não é novidade há milhares de anos. Para muitos, a verdade contida nas palavras do apóstolo é um sólido bastão de apoio que ensina e demonstra a verdade fundamental para os seres humanos: a vida em Deus. Sempre que assimilamos e assumimos uma verdade existencial como esta, ela se torna balizadora em nossas atividades e nossa vida.

Ter consciência absoluta—quer dizer sem dúvidas—do fato de que vivemos em Deus, o Espírito, afasta de nosso pensamento a crença oposta de que vivemos na carne e dependemos do mundo físico. Ter consciência de que nos movemos em Deus, afasta o medo de não podermos nos mover ou termos limitações de movimento. Ter consciência de que Deus nos dá a vida, afasta o pavor de que algo ou alguém nos possa tirá-la. Saber que o Criador nos dá respiração, desfaz o temor de que poluição ou outro agente nos possa limitar ou restringir a função dos pulmões. O texto bíblico fala, também, que Deus nos dá “tudo o mais”. Podemos, então, ampliar a lista de benefícios nesse refugio. Saber—sem duvidar―que o Pai nos dá a digestão, afasta do pensamento a preocupação com o que vamos “comer ou beber”, bem como o receio de algo ingerido possa afetar nosso organismo. Saber que Deus nos dá a circulação afasta de vez o medo de esclerosamento de artérias e veias, pois o que comemos não pode causar deposição prejudicial à circulação já que Ele dá e governa a digestão.

Por mais importantes que sejam essas palavras, elas só terão sentido prático na medida em que as idéias expressas ocuparem a consciência humana. Uma sensação convicta da presença de Deus, traz consigo a sensação do poder infinito do bem em nossa vida, o que favorece a cura de problemas humanos. Sobre isso falo por experiência! A fé em Deus e Seu poder, amor e sabedoria tem de estar alicerçada solidamente como o Mestre ensinou no Sermão do Monte: sobre a rocha. Que possibilidade maravilhosa temos hoje para demonstrar o valor e praticidade das verdades eternas ensinadas há tanto tempo, mas também há tanto tempo ignoradas. Favor não confundir “vida em Deus” com “boa vida humana”. Esta terá um desdobramento suave e construtivo na medida em que incorporar o apoio mental da consciência de “vida em Deus”.

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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A vida eterna

A vida para ser eterna não é o que vem depois, é o que é agora.

Para muita gente a vida eterna é continuar vivendo do jeito que somos agora, é ser imortal, não passar pela experiência da morte, essa coisa que tanto nos assusta porque não sabemos o que vem depois nem se vamos gozar das benesses da vida atual.

Na verdade, a vida para ser eterna não é o que vem depois, é o que é agora e sempre foi. A vida eterna existe ao longo da eternidade. Nesta não há passado nem futuro, apenas presente. É o agora de sempre. É antes um estado de consciência do que um fenômeno cronológico. O tempo que é medido é limitado, ao contrário da eternidade.  A humanidade necessita da medição de tempo para sua organização, para não deixar o caos imperar, mas isso não condiciona a existência da vida eterna.

 Os Cristãos encontram nas Sagradas Escrituras inúmeras referências à vida eterna, muitas das quais têm a conotação de vida após a morte. Nosso Mestre Cristo Jesus expôs uma idéia de vida eterna que faríamos bem tomar por base quando falamos desse assunto. “A vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17: 3). Vê-se que o presente—o agora―permeia a afirmação do Mestre; tudo se passa no agora, sem tempo e sem espaço—na Mente
Concorda com esse enfoque outra passagem do evangelho de João (3: 36): “Quem crê em mim, tem a vida eterna”, no agora. Não que tenha garantida sua existência humana para o sempre. Tem a vida eterna, agora, tem o conhecimento da infinidade de Deus, agora, e vivencia esse fato, agora. Jesus Cristo foi quem melhor demonstrou como se vivencia o conhecimento (e reconhecimento) da infinidade de Deus, o Ser que adoramos como supremo, infinito, eterno, divino e que a Bíblia ensina ser Vida, Verdade, Amor, Espírito. A importância desse conhecimento do infinito está em que ele nos dá superioridade aos problemas, nos dá forças para vencê-los, nos encoraja a curá-los.

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