sábado, 19 de outubro de 2013

A insustentabilidade ambiental do atual consumismo

Compre menos, viva mais!

Paul Gilding*  é um escritor e ambientalista australiano que mora nos EUA que vem apregoando o fim do mundo consumista como hoje o conhecemos. Chama a atenção para as diferenças sociais e econômicas geradas pelo modelo atual que copia o modelo americano. Quando o mundo tiver “7 bilhões de habitantes”, diz ele, “não haverá produtos suficientes para todos, ainda que  tenham recursos para a aquisição”. A felicidade da humanidade só será possível se os povos e pessoas mudarem seus hábitos de consumo.
Ele alerta para a grande dependência do transporte para fazer os produtos chegarem a todos os recantos do mundo numa economia globalizada. Como modelo econômico, isso é um fracasso. Temos que pensar em  outros modelos para não depender tanto de transporte cuja vitalidade está atrelada ao petróleo com sua pesada quota de poluição e limitadas reservas mundiais. A melhor economia é a que não depende só de um fator. A diversificação é fundamental; diversificação de consumo e de produção. Quanto antes o mundo pensar em mudar de modelo de consumo tanto melhor será nossa vida no futuro. Acho que é do autor a frase: “Compre menos, viva mais!”

Relatou Gilding que há nos EUA um grupo de pensadores, incluindo alguns ex-ministros, planejando criar em cada Estado uma cidade que seja auto-suficiente na produção e no consumo de subsistência. Todo o planejamento para tal fim é complexo, pois inclui fatores sociais, culturais, econômicos, ambientais e temporais.  Os fatores de mudança sócio-cultural são os mais imprevisíveis pois exigem que a comunidade se submeta a uma mudança de hábitos de consumo e produção. Cada célula social (a família) buscará produzir os insumos alimentares que irá consumir; terá de deixar de simplesmente ir comprar o que necessita. Mas, segundo o autor, será uma sociedade mais feliz, pois haverá menos diferenças no seio da comunidade e menos descontentamento generalizado. Será uma sociedade melhor do que temos hoje.

Tento imaginar uma cidade como Panambi se engajando num plano semelhante de auto-suficiência. Utopia? Não, apenas exercício de inteligência. Quantas coisas precisaríamos mudar? Por onde começar?  Como conquistar a cooperação das pessoas? O que mudaria na estrutura administrativa do município? A cultura social comportaria mudanças rápidas? Os cidadãos ficariam mais felizes? A produção industrial, como ficaria? Os desafios não seriam pequenos e exigiriam muitas negociações e acertos bilaterais. Mas com certeza haveria um forte sentimento de comunidade e de proximidade entre as pessoas. Este fato seria um forte incentivo para a tentativa.

Por que não se cria um grupo para exercitar a mente a encontrar tal desafio? Sem nenhum compromisso, mas os debates poderiam fomentar o surgimento de idéias factíveis e práticas. Alguém poderia comentar: “Mas esse grupo de debates já existe. Chama-se Agenda 21.” O Poder Executivo local deixou de fomentar a criação desse grupo em nossa comunidade. Está na hora de reativá-lo. Em Panambi o MoVer (Movimento Verde)  seria, com certeza, um parceiro para os debates.


.o0o.

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