quinta-feira, 7 de setembro de 2017

“Quando orares...”

A recomendação de Jesus levada a sério

Os discípulos de Jesus certa vez pediram que ele lhes ensinasse a orar. No Sermão do  Monte foi incluída ideia do mestre a respeito de como orar com acerto. Na ocasião também explicou como é errado orar. O Mestre também mostrou as consequências de cada escolha. Ele parece deixar cada opção ao critério de cada um (ver Mateus 6:5-8).

A recomendação aos seus discípulos, registrada nas Escrituras, merece um aprofundamento mental para que não seja mera falação:
“Tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:6).

O Mestre, primeiramente chama à ordem a pessoa que vai orar: “TU”. Quando considero seriamente que EU vou orar, é porque desejo me comunicar com mente e coração abertos a Deus, o Pai. Me disponho a dedicar momentos preciosos de meu tempo à essa comunicação celestial. Não é uma opção frívola ou interesseira. É o desejo íntimo e sincero de aproximação consciente com Deus.

“Entra no teu quarto”. A designação da peça caseira (dormitório) não é retratada com exatidão no seu significado. O Mestre usou a designação de câmara, que era uma espécie de dispensa nas casas da época. Sempre ficava no centro das moradias, e era a única peça da casa com porta. Essa condição já identifica algo com nossa disposição espiritual; i. é, recolhimento ao interior, ao íntimo do ser humano; “Porta fechada”, ligações e interrupções cortadas. É estar só, consigo mesmo; Eu Comigo! Nesse recinto devemos “entrar”!

Por que na dispensa? Era o lugar onde guardavam coisas de valor e uso da família. A dispensa simboliza um ambiente de bens. Não era um ambiente vazio. O que é nossa dispensa? Nossa consciência. É lá que guardamos nossas mais caras lembranças e é nesse ambiente que temos de buscar contato com Deus-Pai-Mãe. É lá que guardamos nossos mais elevados ideais espirituais. Nesse conjunto de valores é correto orar a Deus. Ficarão de fora os padrões e interesses materialistas, do ego humano, do pecado, do medo e até da morte. A influência ou primazia das prerrogativas materialistas serão caladas. 

Fechada a porta”, o canal de comunicação com o exterior deve estar fechadotrcnstâqno de . Nada de trazer lembranças ou preocupações do viver humano e/ou mundano. Isolamento de circunstâncias humanas problemáticas nos põe em contato com as energias espirituais que trazem soluções. Esse é um tipo de recolhimento que devemos exercitar. Isso é possível, pois levamos nossa dispensa conosco, para onde quer que formos.

Ora ao Pai em secreto”. Faz diferença se oro a Deus em voz audível ou em silêncio? Não, pois a comunhão do momento é espiritual. Além disso, nesse santo ambiente mental, a Mente ou consciência divina sabe tudo, e conhece nossos pensamentos, antes mesmo que os expressemos em palavras. Isso quer dizer que o Pai conhece nossas necessidades espirituais, antes de as relatarmos a Ele. E as necessidades humanas? Elas não estão excluídas, pois vivem em nosso pensamento, que pertence ao reino da mente.

“Teu pai, ... vê em secreto”. Os sentidos de Deus não carecem do testemunho dos sentidos materiais. Para ouvir e ver o Pai não depende da ajuda de ouvidos e olhos. Os sentidos espirituais do Criador estão centrados na Alma, por isso são infinitos, eternos e harmoniosos. O homem criado por Deus à Sua “imagem e semelhança” (ver Gêns. 1:27) tem seus sentidos espelhados nos sentidos da Alma divina. Com esses sentidos espirituais participamos nessa comunhão sagrada com o Pai, no mais íntimo de nosso ser.

“Te recompensará ”.  Eis o epílogo da oração segundo a instrução de Cristo Jesus. O Pai toma conhecimento das necessidades dos homens, e as satisfaz. MBEddy faz eco a essa instrução cristã no livro Ciencia e Saúde com a Cave das Escrituras:

“O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda  necessidade humana” (CeS, p.494).
Goza dessa verdade, quem  nela crer!

Há versões de traduções da Bíblia a diversos idiomas em que fica mais claro o modo divino de recompensar. Dizem alguns textos: “Te recompensará abertamente.” Assim fica evidenciado que o Amor de Deus “satisfaz a toda necessidade humana”, abertamente.

Jesus, logo após essa introdução sobre como devemos orar, sugeriu um texto que se consagrou como a Oração do Senhor. O leitor, se não a souber de cor, pode lê-la no evangelho de S. Mateus (6:9-13). Sugiro que faça o exercício mental de proferir a oração tomado pelo envolvimento espiritual exposto nesta crônica. Além disso, pode torná-la mais substanciosa espiritualmente, se agregar a ideia de Deus como ‘Papai do céu’, que é conotação empregada pelo Mestre Cristão. Se gostar da experiência, não se canse de difundi-la. Isso é para o bem de todos!

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