terça-feira, 21 de novembro de 2017

FE = Força Espiritual Interior

FÉ é uma força espiritual interior que atua na consciência humana, seja qual for o rumo.

Toda pessoa acredita em alguma coisa que ela geralmente não consegue explicar; ela simplesmente crê que algum resultado aparecerá como fruto de sua dedicação ou alguma outra influência. Há uma certeza ou convicção indizível que difere da esperança, que geralmente tem vestígios de dúvidas e incertezas. Pessoas piedosas costumam orientar sua fé para as coisas do reino dos céus, baseadas nos ensinamentos bíblicos. Nestes, demonstrações de profetas e apóstolos servem de modelo ou exemplo até hoje.

Mas cuidado! O Medo também é visto como uma força interior—de negatividade—que tende a paralisar iniciativas da pessoa. O sentimento pode ser tão forte que chega a ser confundido com FE. O medo infantil a fantasmas no escuro exemplifica tal sentimento. Não há nenhum fato que determine tal sentimento, a não ser na educação incutida.

A palavra fé, em si, não define o rumo da mesma; é preciso orientar, o que costumamos fazer inconscientemente: fé em Deus, fé na verdade e no amor, fé em medicamentos, fé nas pessoas, fé no mal, etc. Esta é uma questão de foro íntimo para a qual as pessoas normalmente não estão voltadas com sua atenção. É preciso saber que a fé de orientação espiritual e divina tem poder sobre os outros tipos. Só ela pode trazer demonstrações para as quais o conhecimento humano ou a ciência humana não tem explicações. Geralmente se fala em “milagre”, um acontecimento sem explicação!  

O querido Mestre Cristão demonstrou e ensinou o que é fé. Os relatos bíblicos mostram como ele lidava com esse sentimento da alma. Certa feita visitava uma família cujo filho lutava com os sintomas de uma doença que discípulos não haviam podido curar: epilepsia. No evangelho de Marcos diz que o pai apelou a Jesus:

“ ‘Mas se tu podes alguma cousa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.’ Ao que lhe respondeu Jesus: ‘Se podes!? Tudo é possível ao que crê’.” (Marcos 9:22, 23).

Jesus Cristo mostrou que tinha visão bem definida sobre a fé; ele a tinha plantada e mantida nas energias espirituais, de onde surgiam—e surgem—os resultados maravilhosos. Certa feita explicou que a questão da fé não depende tanto da grandiosidade da mesma (pode ser pequena como um grão de mostarda), se for plantada trará frutos. Não esqueçamos o que um apóstolo chamou a atenção: “A fé sem obras é morta!” A fé que não plantada no Espírito não frutifica.

Mary Baker Eddy, no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, faz uma declaração bem específica sobre essa questão de direcionamento de  nossa fé cristã. Diz ela:

Quando chegarmos a ter mais fé na verdade do existir do que no erro, mais fé no Espírito do que na matéria, mais fé viver do que em morrer, fé em Deus do que no homem, então nenhuma suposição material pode nos impedir de curar os doentes e destruir o erro” (CeS:368).

Do texto podemos tomar exemplos de orientação da fé:

Orientação Correta: verdade do existir, Espírito, viver, Deus.
Orientação Incorreta: erro, matéria, morrer, homem.

O resultado indicado mostra que a humanidade teria muito a beneficiar-se com uma orientação adequada de nossa FÉ = Força Espiritual Interior. Qual sua opção, prezado leitor?

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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

As divinas energias do Espírito

As divinas energias do Espírito, que atuam em nós, nos sustentam, fortalecem, orientam.

A frase acima, dita assim, tem o valor espiritual de uma descrição. Mas deixando-se fora o “que”, ela assume a força de uma declaração individual de reconhecimento de um fato espiritual: “As divinas energias atuam em nós!” Se lembrarmos das palavras do Mestre Cristão: “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras” (João 14:10), percebe-se que ele tinha essa consciência da presença das energias do Espírito em ação nele. E o que faziam para ele? Mantinham-no sempre forte pessoalmente, e amoroso ao próximo e atencioso quanto às necessidades dos outros; às vezes eram multidões que vinham a ele para serem curadas—e ele as atendia—mas ele também era atento aos ardis e ciladas de seus adversários, que sempre procuravam enreda-lo para terem de que o acusar.

Mary Baker Eddy menciona as “energias restauradoras da Verdade” (CeS, p. 252) como fator importante no processo da cura espiritual pela fé e compreensão espiritual. Sendo a Verdade um dos nomes atribuídos a Deus na Bíblia, podemos falar também das energias do Amor, da Vida, do Espírito, pois são igualmente sinônimos do Pai divino. Podemos assim ampliar a família de palavras que se referem à ação das energias divinas: além de restauradoras, são constantes, imutáveis, universais, inesgotáveis, fortes, irresistíveis, cheias de amor, vigor, alma, alegria, saúde, disponíveis a todo momento e lugar; (cada um pode ampliar a seu gosto essa lista). Além do mais a ação das energias espirituais não pode ser resistida pelas pseudo forças materiais.

A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que souberam ativar energias espirituais na solução de problemas humanos. Desde os patriarcas até os apóstolos, passando pelos profetas e discípulos de Jesus Cristo, lê-se de extraordinários feitos diante de todo tipo de limitação ou perigo: Suprimento, proteção, curas (tanto individuais como coletivas), coragem para enfrentar grandes desafios. Mas não se deve olhar apenas para os resultados visíveis (ainda que significativos). É importante que se considere a elevação mental e espiritual do agente envolvido, elevação que deve ter ocupado a consciência individual antes da ocorrência do “milagre” (como considera a mente humana) e que certamente continua após a obra realizada.

Nosso grande Mestre Cristão (com certeza um expoente na prática de habilidades espirituais) veio ao mundo para mostrar aos homens a potencialidade dos dotes espirituais. Em seus ensinamentos dizia:

“Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 14:12).

Ele não fez promessas vazias. Atendida a premissa inicial (crer nele), o resultado é garantido e a felicidade resultante é geral. M.B.Eddy, descobridora da Ciência do Cristianismo, foi uma testemunha exponencial da validade atual das verdades ensinadas e demonstradas por Cristo Jesus. Por experiência própria ela vivenciou e propiciou curas extraordinárias, e transmitiu aos estudiosos da Ciência Cristã as regras para efetivação de curas por meios espirituais da oração. Na sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela abre o capítulo sobre ‘A Oração’ com uma afirmação contundente:

“A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus—uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor isento de ego” (p. 1).

Percebe-se o caráter universal de tal declaração. Cada pessoa, independente de sua afinidade e afiliação religiosa, pode aplicar a regra exposta acima e terá fruto de sua oração de acordo com sua sinceridade frente a Deus. Se vier à tona a pergunta de como liberar essas energias do Espírito, acho oportuno esclarecer que essas energias não são liberadas porque não estão presas ou impedidas. Elas são ativadas em nosso pensamento quando nos pomos sob sua ação. Diria alguém que a energia solar pode ser liberada para nós? Nós a desfrutamos quando nos colocamos sob a luz do sol. As energias do Espírito, do Amor da Vida, estão sempre ativas; para desfrutá-las e só pôr-se ao seu alcance.

Podem as energias divinas ter alguma oposição? Até que as energias divinas sejam ativadas em nossa consciência, a experiência humana é influenciada por, digamos, “energias materiais”. São estas que nos jogam ao sabor de problemas de toda ordem, desde físicos até emocionais. Aqui é útil considerar a explicação de Eddy:

“Um paciente sob a influência da mente mortal só é curado quando se suprime a influência dessa mente sobre ele, eliminando de seu pensamento o estímulo errôneo e a reação errônea da força de vontade, e preenchendo seu pensamento com as energias da Verdade(CeS,  p. 185; o grifo é nosso).
É de todo conveniente e útil aprendermos a conhecer e saber usar as energias do Espírito, circunstâncias que estão disponíveis a todos os que queiram volver-se dos meios e recursos materiais (medicações) e humanos (magnetismo pessoal) para recursos espirituais da oração e da fé como o Mestre JC praticou e ensinou. Na CC o processo se dá segundo um processo mental:

“A Ciência Cristã silencia a vontade humana, acalma o medo com a Verdade e o Amor, e mostra que a energia divina atua sem esforço na cura dos doentes” (CeS, p. 445).

A “energia divina” atua segundo as características dos sinônimos de Deus: Vida, Verdade, Amor, Princípio, Espírito, Mente e Alma. Por isso a expressão “energias divinas” engloba esse aspecto coletivo e total.

Cabe a nós aprender a conhecer e usar tais forças espirituais disponíveis de modo universal a todos, a todo momento (agora), em todo lugar (aqui).


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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Coerência na fé cristã

A fé cristã para não ser cega, tem de ser coerente.

 A fé cristã é um distintivo do mundo cristão que abraçou o ensinamento de Jesus Cristo para sua religiosidade.  O Mestre Cristão deixou ensinamentos e demonstrações do que é fé, e de como emprega-la aos controversos assuntos humanos, não raro recheados de problemas de toda ordem, tanto individuais como coletivos, tanto físicos como psíquicos, tanto de saúde como de doença. As Sagradas Escrituras relatam como a fé se desenvolveu entre o povo israelense (os Filhos de Jacó) ao longo de 2.000 anos. Nos dias de hoje seriam 4.000 anos. O Mestre Cristão deixou instruções bem claras a respeito do uso da fé. Vejam algumas declarações:

    “Tudo é possível ao que crê” (Mateus 9:23);
    “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço” (João 14:12).

Até hoje ninguém conseguiu igualar totalmente as provas de fé realizadas por JC. Ele empregava sua fé extraordinária para solução de problemas dos outros. Será que ele não tinha problemas físicos (ou morais) próprios? O estado e graça espiritual em que ele vivia, livrava-o dos problemas humanos. Multidões vinham a ele em busca de ajuda, porque haviam visto ou sabido de suas obras. A todos atendeu com amor, o grande aliado da fé. Seus discípulos aprenderam a regra da cura com o Mestre. O que nós pudermos aprender a respeito está registrado na Bíblia, e quem melhor discerniu e aprendeu e aplicou a regra  suprema nos tempos modernos foi MBEddy, que deixou sua descoberta da regra de cura espiritual registrada em seu livro CeS com a Chave das Escrituras. Nessa obra está explicitado o método de CJ de curar sem recurso a meios e métodos da ciência humana material.

Uma das características da fé que o Mestre defendia era a pureza da fé; nada de misturar a fé em Deus com fé em ‘ídolos’, ou seja fé no Espírito e não no oposto, a matéria, o físico, os recursos materiais. Se dirigimos nossa fé para Deus, por coerência, não podemos, ao mesmo tempo, direciona-la a outra fonte de poder (ainda que suposta). Esta é a coerência da fé que o mundo cristão precisa aprender a praticar. E isso é fácil de fazer? Eu não diria que seja fácil, pelo menos até obtermos certa prática no exercício da fé pura; mas é condição ‘si-ne-qua-non’.

Para purificar nossa fé, temos que excluir de nossa consciência a concessão ao dualismo, ou seja, aceitar como reais e verdadeiros dois conceitos opostos e auto-excludentes. Podemos iniciar nosso treinamento com Verdade x mentira, Amor x temor ou ódio, Deus x diabo, saúde x doença, inteligência x incompreensão, fraternidade x intolerância, ... Como o prezado leitor se sente diante desses opostos? Parecem-lhe mutuamente excludentes? Chegará o momento à nossa vida em que teremos de fazer a seleção do que é real para nós. A partir desse instante poderemos conscientemente optar a respeito de que realidade queremos em nossa vida e afazeres, pois o que for real para nós é o que se manifestará visivelmente.  

Vou tomar a liberdade de expor mais alguns exemplos de dualidades entre as quais optar pela que os pareça real:
Fé em Deus, o Bem, ou fé na matéria e no mal.
Fé no Espírito onipotente, ou fé no físico, força física.
Fé na Mente divina onisciente, ou fé na mente humana.
Fé na Verdade imutável, ou fé no erro problemático
Fé no Amor imparcial que inclui a todos, ou fé em falsidades humanas.
Fé na Vida eterna, ou fé na morte ou vida material
          Fé na Ciência divina, ou fé nas ciências materiais.

No livro CeS (mencionado) acima, a autora expõe a verdade absoluta sobre a existência e nela pode-se ver a presença de opostos em confronto, desafiando nosso entendimento e aceitação:

     “A declaração científica sobre o existir:
Não há vida, verdade, inteligência nem substância na matéria. Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo. O Espírito é a Verdade imortal; a matéria é o erro mortal. O Espírito é o real e eterno; a matéria é o irreal e temporal. O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual” (CeS, p. 468).
Este parágrafo serve de balizador para nossas convicções, bem como de tocha de iluminação em nossa caminhada rumo à compreensão espiritual de nossa existência como seres criados por Deus. A compreensão do conteúdo desse balizador mental eleva nossa consciência (acima de considerações materiais), e isso não é um mero exercício filosófico. A mesma autora citada acima esclarece:

“O corpo melhora sob o mesmo regime que espiritualiza o pensamento” (CeS, p-....).
Tudo o que uma pessoa possa realizar que tenha como resultado a elevação espiritual, acarretará irrevocavelmente a harmonização de sua vida humana. É o melhor remédio para restabelecer a harmonia nos assuntos humanos, até mesmo os conflitivos. Tomo a liberdade de citar  novamente Eddy:

“Quando chegarmos a ter mais fé na verdade do existir do que no erro; mais fé no Espírito do que na matéria, mais fé em viver do que em morrer, mais fé em Deus do que no homem [nossas opções], então nenhuma suposição material pode nos impedir de curar os doentes e destruir o erro” (CeS, p...).
Percebe-se claramente a linha de cristianismo puro e cientificamente demonstrável disponível ao mundo cristão nos dias de hoje.

São frutos de uma fé coerente.

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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

“Quando orares...”

A recomendação de Jesus levada a sério

Os discípulos de Jesus certa vez pediram que ele lhes ensinasse a orar. No Sermão do  Monte foi incluída ideia do mestre a respeito de como orar com acerto. Na ocasião também explicou como é errado orar. O Mestre também mostrou as consequências de cada escolha. Ele parece deixar cada opção ao critério de cada um (ver Mateus 6:5-8).

A recomendação aos seus discípulos, registrada nas Escrituras, merece um aprofundamento mental para que não seja mera falação:
“Tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:6).

O Mestre, primeiramente chama à ordem a pessoa que vai orar: “TU”. Quando considero seriamente que EU vou orar, é porque desejo me comunicar com mente e coração abertos a Deus, o Pai. Me disponho a dedicar momentos preciosos de meu tempo à essa comunicação celestial. Não é uma opção frívola ou interesseira. É o desejo íntimo e sincero de aproximação consciente com Deus.

“Entra no teu quarto”. A designação da peça caseira (dormitório) não é retratada com exatidão no seu significado. O Mestre usou a designação de câmara, que era uma espécie de dispensa nas casas da época. Sempre ficava no centro das moradias, e era a única peça da casa com porta. Essa condição já identifica algo com nossa disposição espiritual; i. é, recolhimento ao interior, ao íntimo do ser humano; “Porta fechada”, ligações e interrupções cortadas. É estar só, consigo mesmo; Eu Comigo! Nesse recinto devemos “entrar”!

Por que na dispensa? Era o lugar onde guardavam coisas de valor e uso da família. A dispensa simboliza um ambiente de bens. Não era um ambiente vazio. O que é nossa dispensa? Nossa consciência. É lá que guardamos nossas mais caras lembranças e é nesse ambiente que temos de buscar contato com Deus-Pai-Mãe. É lá que guardamos nossos mais elevados ideais espirituais. Nesse conjunto de valores é correto orar a Deus. Ficarão de fora os padrões e interesses materialistas, do ego humano, do pecado, do medo e até da morte. A influência ou primazia das prerrogativas materialistas serão caladas. 

Fechada a porta”, o canal de comunicação com o exterior deve estar fechadotrcnstâqno de . Nada de trazer lembranças ou preocupações do viver humano e/ou mundano. Isolamento de circunstâncias humanas problemáticas nos põe em contato com as energias espirituais que trazem soluções. Esse é um tipo de recolhimento que devemos exercitar. Isso é possível, pois levamos nossa dispensa conosco, para onde quer que formos.

Ora ao Pai em secreto”. Faz diferença se oro a Deus em voz audível ou em silêncio? Não, pois a comunhão do momento é espiritual. Além disso, nesse santo ambiente mental, a Mente ou consciência divina sabe tudo, e conhece nossos pensamentos, antes mesmo que os expressemos em palavras. Isso quer dizer que o Pai conhece nossas necessidades espirituais, antes de as relatarmos a Ele. E as necessidades humanas? Elas não estão excluídas, pois vivem em nosso pensamento, que pertence ao reino da mente.

“Teu pai, ... vê em secreto”. Os sentidos de Deus não carecem do testemunho dos sentidos materiais. Para ouvir e ver o Pai não depende da ajuda de ouvidos e olhos. Os sentidos espirituais do Criador estão centrados na Alma, por isso são infinitos, eternos e harmoniosos. O homem criado por Deus à Sua “imagem e semelhança” (ver Gêns. 1:27) tem seus sentidos espelhados nos sentidos da Alma divina. Com esses sentidos espirituais participamos nessa comunhão sagrada com o Pai, no mais íntimo de nosso ser.

“Te recompensará ”.  Eis o epílogo da oração segundo a instrução de Cristo Jesus. O Pai toma conhecimento das necessidades dos homens, e as satisfaz. MBEddy faz eco a essa instrução cristã no livro Ciencia e Saúde com a Cave das Escrituras:

“O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda  necessidade humana” (CeS, p.494).
Goza dessa verdade, quem  nela crer!

Há versões de traduções da Bíblia a diversos idiomas em que fica mais claro o modo divino de recompensar. Dizem alguns textos: “Te recompensará abertamente.” Assim fica evidenciado que o Amor de Deus “satisfaz a toda necessidade humana”, abertamente.

Jesus, logo após essa introdução sobre como devemos orar, sugeriu um texto que se consagrou como a Oração do Senhor. O leitor, se não a souber de cor, pode lê-la no evangelho de S. Mateus (6:9-13). Sugiro que faça o exercício mental de proferir a oração tomado pelo envolvimento espiritual exposto nesta crônica. Além disso, pode torná-la mais substanciosa espiritualmente, se agregar a ideia de Deus como ‘Papai do céu’, que é conotação empregada pelo Mestre Cristão. Se gostar da experiência, não se canse de difundi-la. Isso é para o bem de todos!

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sábado, 1 de abril de 2017

“Tu, meu Pai”

Não é pecado tratarmos Deus com intimidade: Papai do céu

Os Cristãos que estudam a Bíblia encontram no livro sagrado muitas referências a Deus. O nome do todo-poderoso é muitas vezes referido como o Senhor, para  obedecer o Mandamento: Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Êxodo 20:7). A leitura dos textos bíblicos que incluem essa designação para Deus, como que deixa transparecer uma certa conotação de distância entre o locutor e a divindade. O Senhor lá em cima, e eu aqui em baixo; o Senhor no Seu reino divino e nós aqui na terra instável.

O Mestre Cristo Jesus, ao inaugurar a Nova Aliança—o Novo Testamento—trouxe  à baila, ou melhor, reforçou o conceito de Deus e homem unidos. Sua vida e sua pregação nos servem de exemplo e orientação. Ele destacou o conceito de Deus como Pai, conceito esse mostrado algumas poucas vezes no Antigo Testamento (Ver Salmo 2: 7: “Tu és meu filho, eu hoje te gerei”). Sempre que o texto sagrado expõe um diálogo de Jesus Cristo com Deus, o tratamento é de Tu, Pai, eu, filho. Nos momentos mais sagrados e até no momento extremo antes da crucificação, Jesus sempre se dirigiu a Deus como Pai, um ser bem perto a ele: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), “Pai,... passa de mim esse cálice” (Mateus 26:39).

     Quando deu aos seus seguidores aquela conhecida oração que denominamos Pai-Nosso, estava dando-lhes a lição que deveriam aprender e usar, qual seja, a de vermos a Deus como nosso Pai. “Vós orareis assim (Mat. 6: 9-15). Ele até empregou a palavra “Aba, pai” que, traduzido, corresponde ao tratamento Papai, um Ente muito chegado a nós. Aliás a primeira frase da oração poderia ser pensada assim: “Nosso Papai, do céu...” Não estaremos cometendo nenhum sacrilégio se dissermos a Oração do Senhor com esse predicado: Papai. Se além de falarmos também sentirmos essa proximidade―essa união―a Deus com íntima quietude, então a nossa oração terá para nós um resultado bom e abençoado. Por certo é uma oração que atende a todas as necessidades humanas.

     Em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy expande ainda mais o conceito da união do homem com Deus, ao referir-se a Ele como Mente. Diz ela:
Deus é a Mente progenitora, e o homem é o descendente espiritual de Deus” (p. 336),
e depois acentua a idéia:
 “A Mente, o Pai, não é o Pai da matéria” (p. 257).
Este esclarecimento nos orienta a não tomarmos nossa condição humana como sendo o Filho do Espírito.
A leitura da Bíblia feita com afinco e atenção pode trazer para nós muito consolo e satisfação quando traduzimos o texto para nossa situação e a nossa experiência, substituindo-se os nossos problemas humanos pela inspiração que ocupa o lugar daqueles. No meu estudo da Bíblia sempre faço essa transposição de texto para minha condição, substituindo a palavra bíblica referente a Deus por PAI, e dando  ao contexto a conotação de diálogo: TU e eu. Outra modificação textual é a colocação dos verbos no presente, pois o tempo futuro é incerto e o presente é agora e é certo: AGORA é o tempo aceitável.
Dou como exemplo o conhecido e muito recitado Salmo 23. “O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...” Repetido ipsis litteris tem-se impressão de alguém, uma terceira pessoa, nos falando de sua experiência. Na verdade era David falando de sua vivência e inspiração. É comum ouvir-se a expressão: “Faço minhas as palavras do orador...” De igual modo, quando estudo a Bíblia faço minhas as palavras do texto e o resultado é uma “conversa” com o Pai, de significativo valor espiritual e muita profundidade metafísica. Este exercício me serviu, muitas vezes, de apoio espiritual durante momentos críticos em meio a algum problema.
Dou a seguir a tradução do Salmo 23 como gosto de pensar a respeito:
“Pai, Tu és meu pastor; nada me falta.
Tu me fazes repousar em pastos verdejantes. Tu me levas para junto de águas de descanso; Tu me refrigeras a alma. Guias-me pelas veredas da justiça por amor de Teu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temo mal nenhum, porque Tu estás comigo; o Teu cajado e o Teu bordão me consolam.
Tu me preparas uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda.
Tua bondade e misericórdia certamente me seguem todos os dias de minha vida; e habito feliz sempre na Tua casa eterna.”
Há mais um modo de traduzir o texto do Salmo 23 dentro do mesmo critério e que também pode espargir muita luz. Tome-se o texto sob a ótica de que Deus esteja falando conosco como Pai carinhoso. Para mim esta atitude me fez pensar em Deus como um Pai que já me concedeu Suas promessas e que as mantêm vigentes. Sinto as palavras como ditas com muita doçura.

  “Filho, Eu sou teu pastor e Pai; nada te deixo faltar.
Eu te faço repousar em pastos verdejantes. Levo-te para junto de águas de descanso; Eu te refrigero a alma. Guio-te pelas veredas da justiça porque isso me agrada.
Ainda que pareças andar pelo vale da sombra da morte, não precisas temer mal nenhum, porque Eu estou contigo; Meu cajado e Meu bordão te consolam.
Eu te preparo uma mesa na presença dos teus “adversários” e te unjo a cabeça com óleo; teu cálice transborda.
Minha bondade e misericórdia certamente te seguem todos os dias de tua vida, e habitas sempre na Minha casa.”

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quarta-feira, 1 de março de 2017

Um freio ao crime

Oração é um instrumento ao qual sempre podemos recorrer

Certa vez, fui levado a refletir sobre o que significa pôr freio ao crime, de modo que estudei cuidadosamente os escritos de Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã. Durante minha leitura, ative-me particularmente a este trecho:

Este mundo material está se tornando, desde já, arena de forças em conflito. De um lado haverá desarmonia e consternação; de outro lado haverá Ciência e paz. ... Durante esse conflito final, mentes maldosas esforçar-se-ão para achar meios de causar mais males; mas os que discernem a Ciência Cristã, porão um freio ao crime. Ajudarão a expulsar o erro. Manterão a lei e a ordem, e aguardarão alegremente a certeza da perfeição final” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp. 96-97).

Nesse trecho, discórdia e consternação caracterizam forças opostas ao bem. Cristo Jesus, o Mestre do Cristianismo, mostrou um modo sui generis de combatê-las: com suavidade e perdão.

Em uma ocasião, pessoas em uma sinagoga que se opunham aos ensinamentos de Jesus, pegaram-no para lançá-lo em um precipício. “Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se” (Lucas 4:30). De outra feita, quando a turba incitada pelos principais sacerdotes veio prendê-lo, um de seus discípulos, Simão Pedro, sacou de uma espada e golpeou o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha (ver Mateus 26:47-52; João 18:1-11). Aquela poderia ser considerada uma reação normal ao ato agressivo de prender o Mestre. Mas não para Jesus. Ele desaprovou o gesto de seu amigo e curou a orelha decepada do servo do sumo sacerdote. Para mim, esses dois incidentes mostram que Jesus tinha consciência apenas do poder do bem, o que permitiu que passasse pelo meio da multidão e agisse com amor e perdão, mesmo quando uma reação humana violenta parecia ser justificada. O amor é o âmago do Cristianismo!

Não responder com violência a um ato ou gesto bruto por acaso sugere aprovação do mesmo? Ou sujeição a ele? Nunca! Responder a um gesto de ódio com perdão caracteriza uma ação de natureza amorosa e, portanto, de desaprovação do ódio. Responder ao ódio com ódio, ou ao amor com amor, é muito fácil. Mas, responder ao ódio com amor é um gesto cristão, conforme nosso Mestre ensinou:

 “...amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam...” (Lucas 6:27).

Um gesto de bondade pode parecer uma insignificância diante da dimensão de um problema, mas esse gesto é ativo e tem poder.

Gosto de comparar nosso pensamento a uma vela em um quarto escuro. Quando a luz da vela está acesa, ela ilumina gentilmente tudo e todos que alcança. Quando em oração nos empenhamos em seguir os ensinamentos de Jesus, de amor e perdão, nossa visão da luz de Deus, a qual tudo abrange, se expande. Quando entendemos que Deus é Amor infinito, as trevas da ignorância, do medo e da violência se desvanecem, e agimos sob a luz do bem, do amor e do perdão. Essas são qualidades espirituais que emanam de Deus, o bem onipotente, ao qual, em realidade, não existe força opositora.
Reconhecer esse fato, nos leva a evitar duas coisas: ignorar o mal ou ter medo dele. Quando fazemos vistas grossas a acontecimentos adversos ou simplesmente pensamos que nada temos a ver com o assunto ou com os envolvidos, estamos ignorando o mal. Podemos sempre afirmar, em oração, a presença do amor e da harmonia em todas as circunstâncias.

Quando nos escondemos ou passamos a usar, ou justificar o uso dos mesmos meios violentos das assim chamadas forças opositoras, estamos temendo o mal. Nossa melhor defesa é deixar brilhar a nossa fé e confiar que em Deus temos abrigo, conforme nos assegura o Salmo 91:

O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio” (versículos 1-2).

Quando nos recolhemos, em oração, no Pai, não estamos nos escondendo do mal, acreditando que ele continua a estar presente e a ser uma ameaça. À medida que confiamos na onipotência de Deus, na totalidade do bem e na nulidade do mal, o que parece estar nos ameaçando, seja o que for, perde a ilusão de poder. Percebemos que nada é capaz de nos tirar de nosso abrigo seguro, da sombra do Onipotente, onde em realidade vivemos e sempre estamos a salvo.

Afirmar em oração a presença e a supremacia do bem é uma ação que traz paz e abençoa a todos. Conforme agimos dessa forma, vemos que o bem vence o mal, o amor vence o ódio, a fé remove montanhas de incompreensão e a mansidão derrota a brutalidade. Essas vitórias ocorrem sem tumulto, como a suavidade de um amanhecer que nada pode deter, e assim colocamos um freio definitivo ao crime.

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"Este artigo foi publicado anteriormente nO Arauto da Ciência Cristã e no site arautocienciacrista.com