sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Cronologia da criação

Espaço e tempo não fazem parte da criação, tomando-se esta sob enfoque metafísico.

Mil anos, aos teus olhos, são como dia de ontem que se foi” (Salmo 90: 4). O que sugere esse versículo bíblico? Entendo que nos quer informar que a eternidade de Deus não inclui medição de tempo, que o tempo não faz parte da eternidade.

Transportemos esse conceito ao conhecido relato da criação constante do Gênesis. Lá diz que Deus criou o mundo e o universo num desdobramento de alguns dias. Sobrepondo esse relato ao conceito mostrado no início, poderíamos concluir que se passaram mais de 6 mil anos no processo criativo. Poderiam, também, ser 6 milhões de anos? Estas cifras se aproximam mais dos descobrimentos científicos recentes do que do relato bíblico tomado literalmente. Em qualquer dos cenários, a presença do poder divino é garantida.

A cronologia do aparecimento da criação pode ser resumida em fases ou dias:
1º dia: luz, para dissipar as trevas.
2º dia: firmamento, para  ordem celestial
3º dia: separação de terras e águas; surgimento da flora (vida embrionária)
4º dia: surgimento do sol e lua, leis celestiais
5º dia: surgimento da fauna dos mares e dos céus
6º dia: surgimento da fauna terrestre e do homem.

Há várias afirmações no Gênesis que fazem pensar. Uma delas está no capitulo 2: “Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado” (2: 5). O relato no capítulo anterior diz que a criação estava terminada e que o Criador a reconhecera como muito boa. De acordo com esses versículos Deus vira toda Sua criação acabada e boa. Como pode ser isto se não havia plantas nem animais sobre a terra?
O poder criador se manifesta por meio da natureza. Havendo uma ordem criadora suprema, a natureza universal preparará os elementos para que tal ordem suprema seja preenchida, ainda que o processo seja invisível aos olhos e inatingível pelos nossos limitados sentidos físicos. Quanto tempo  levou tal processo?  Isto não conta na criação natural. Não há prazo nem tempos contados pelo Criador.
A mim me parece que o relato de Gênesis 1 é uma descrição do “projeto” da criação, quando Deus expressou Sua idéia, em primeiro lugar, para depois vir a manifestação visível da idéia. Haja—expressão de vontade―animais nos mares, na terra e nos céus e plantas e ervas no campo.   Apressadamente poderia alguém perguntar sobre o lapso de tempo entre concepção da idéia na Mente divina e a manifestação visível do objeto. Teria havido tempo para as espécies evoluírem? Novamente a resposta é: não há tempo nem lapso de tempo. Assim como não há o espaço para tal criação. As coordenadas espaço x tempo só cabem dentro dos conceitos limitados das ciências físicas que lidam com e para os sentidos físicos.

Para um entendimento perfeito e completo da criação, cujo relato culminou com a criação do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus, temos que alçar nosso pensamento e consciência a conceitos espirituais, desde o Criador até as criaturas. Nesse assunto, nunca podemos desviar nosso pensar da base metafísica: Deus é Espírito, Verdade, Vida, Amor, infinitos, divinos, e supremos. Exemplo: quando afirmamos que Deus, o Espírito, criou o homem à Sua imagem, ele, portanto, é espiritual. Quando pensamos que Deus é Vida, e portanto é eterno, devemos pensar também que a imagem é viva e imortal. Cada característica de Deus é refletida no homem (e mulher) e essa é uma lei espiritual vigente para sempre e para todos.

Uma notável pensadora metafísica do Século XIX, Mary Baker Eddy, difundiu em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras a idéia de entender a criação sob a perspectiva metafísica. Diz ela: “Só a evolução espiritual é digna do exercício do poder divino” (p. 135) e mais: “A verdadeira teoria sobre o universo, inclusive o homem, não está na história material, mas no desenvolvimento espiritual” (p. 547).

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