sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Vida desdobrada em Deus

Atos dos Apóstolos (17: 28): “Em Deus nós vivemos, nos movemos e existimos”.

A humanidade durante tanto tempo tem buscado um refugio onde pudesse sentir-se segura e em paz. O Cristianismo há séculos oferece um caminho, uma direção, de onde está esse refugio. Eu diria que o mais correto seria afirmar onde “é”o refugio. No idioma português a diferença entre “ser” ou “estar” é como a diferença entre o eterno e o temporal.

No livro  bíblico dos Atos dos Apóstolos, encontramos a história de Paulo, um expoente da difusão do Cristianismo fora de Israel. Em sua visita a Atenas deu um significativo discurso no Areópago, apinhado de pensadores gregos dispostos a ouvir esse “falador” israelita. Tratava o apóstolo de expor-lhes uma doutrina nova que lhes trazia à tona sua indefinida crença em um “Deus desconhecido”, como Paulo viu  escrito entre os objetos de culto da cidade. Em primeiro lugar tratou de explicar que o Deus que ele adorava e apregoava era o Criador do mundo e que, sendo infinito, não habita em templos feitos por homens nem é servido pelos homens. “Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (17: 25). Logo confirma: “Pois nEle vivemos, nos movemos e existimos” (17: 28). Algo espantoso para os ouvintes!, penso eu.

Para os cristãos de hoje, essa declaração não causa espanto, pois não é novidade há milhares de anos. Para muitos, a verdade contida nas palavras do apóstolo é um sólido bastão de apoio que ensina e demonstra a verdade fundamental para os seres humanos: a vida em Deus. Sempre que assimilamos e assumimos uma verdade existencial como esta, ela se torna balizadora em nossas atividades e nossa vida.

Ter consciência absoluta—quer dizer sem dúvidas—do fato de que vivemos em Deus, o Espírito, afasta de nosso pensamento a crença oposta de que vivemos na carne e dependemos do mundo físico. Ter consciência de que nos movemos em Deus, afasta o medo de não podermos nos mover ou termos limitações de movimento. Ter consciência de que Deus nos dá a vida, afasta o pavor de que algo ou alguém nos possa tirá-la. Saber que o Criador nos dá respiração, desfaz o temor de que poluição ou outro agente nos possa limitar ou restringir a função dos pulmões. O texto bíblico fala, também, que Deus nos dá “tudo o mais”. Podemos, então, ampliar a lista de benefícios nesse refugio. Saber—sem duvidar―que o Pai nos dá a digestão, afasta do pensamento a preocupação com o que vamos “comer ou beber”, bem como o receio de algo ingerido possa afetar nosso organismo. Saber que Deus nos dá a circulação afasta de vez o medo de esclerosamento de artérias e veias, pois o que comemos não pode causar deposição prejudicial à circulação já que Ele dá e governa a digestão.

Por mais importantes que sejam essas palavras, elas só terão sentido prático na medida em que as idéias expressas ocuparem a consciência humana. Uma sensação convicta da presença de Deus, traz consigo a sensação do poder infinito do bem em nossa vida, o que favorece a cura de problemas humanos. Sobre isso falo por experiência! A fé em Deus e Seu poder, amor e sabedoria tem de estar alicerçada solidamente como o Mestre ensinou no Sermão do Monte: sobre a rocha. Que possibilidade maravilhosa temos hoje para demonstrar o valor e praticidade das verdades eternas ensinadas há tanto tempo, mas também há tanto tempo ignoradas. Favor não confundir “vida em Deus” com “boa vida humana”. Esta terá um desdobramento suave e construtivo na medida em que incorporar o apoio mental da consciência de “vida em Deus”.

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