sexta-feira, 18 de outubro de 2013

“Tu me teceste no seio de minha mãe...”

A formação do ser humano tem, desde a gestação, o cuidado do Pai-Mãe divino.

O Salmo 139 contém muita sabedoria em suas palavras. O autor inspirado, Davi, externou inspiradamente verdades espirituais profundas as quais precisam de inspiração elevada para serem entendidas. O exemplo mais conhecido é o trecho: “Para onde me ausentarei do teu Espírito?” (vers. 7).

Leio esse Salmo há tempos, mas só recentemente me chamou a atenção seriamente o trecho: “Tu formaste meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe...Os meus ossos não te foram encobertos quando no oculto fui formado e entretecido...” (vers. 13-15). Que melhor indicação podemos ter de que a formação de um feto não é obra  errática de células, núcleos e elementos químicos, atuando por conta própria no contexto.

Sei que este texto contraria estudos e conclusões científicas de cunho material. Mas, do ponto de vista da ciência de cunho espiritual, é a mais pura verdade. É nossa opção aceitar uma ou outra, sendo que os frutos a serem colhidos correspondem à nossa opção. A aceitação dos argumentos fisiológicos leva-nos a aceitar algumas leis, assim chamadas, que parecem governar o corpo físico. Entre elas cito a hereditariedade, uma das mais cruéis. Para algumas pessoas essa “lei” soa como uma condenação vitalícia posto que a medicina não tem meios de contrariar as injunções relativas a ela ou dela decorrentes. Não é necessário citar exemplos pois cada leitor tem algum caso presente na sua vida ou em sua família.

Aquelas pessoas que se dedicam a compreender e aplicar a ciência espiritual ensinada e demonstrada pelo Mestre Cristão, tomando por base as palavras do Salmo mencionado, percebem que Deus é o Criador dos homens e que, assim sendo, podemos entender que a Vida, o bem, o Espírito, o Amor—termos bíblicos para Deus―são os criadores do homem. As qualidades derivadas desses atributos divinos estão presentes na criação demonstrando a permanência da Vida, a força do Espírito, a bondade do Amor, tudo feito com perfeição: “Tuas obras são admiráveis”. Nós somos obra-prima do divino Pai-Mãe, gozando da perfeição que Ele intencionalmente deu a cada individualidade. Nesse contexto não há hereditariedade física. Na medida em que nos apercebemos deste fato podemos aplicá-lo à nossa experiência e, assim, vivenciar o poder sustentador e renovador da Mente divina presente em toda a criação.

Há aplicações práticas dessa verdade metafísica. Sabe-se que uma mulher grávida pode influenciar seu filho fetal de acordo com os pensamentos que entretém a respeito do novo ser. Futuros pais e familiares que estejam na expectativa de um nascimento poderão auxiliar o desenvolvimento do feto seguindo o conselho de Mary Baker Eddy  em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. No capítulo sobre matrimônio ela recomenda: “Os descendentes de pais que tenham a mente voltada para as coisas divinas [fatos espirituais], herdam mais intelecto, mentes mais equilibradas e constituições mais sadias” (p. 61). Que maior felicidade pode ter uma mãe e um pai de saber que seu filho por nascer ou recém nascido estará dotado de qualidades das mais importantes no seio da humanidade: inteligência, equilíbrio e saúde? Será que é muito difícil manter “a mente voltada para coisas divinas”, como recomendado acima? A dificuldade maior em manter o pensamento ou a mente voltada para os fatos espirituais está na necessária constância dessa atitude. Não pode ser um desejo fortuito ou interesse momentâneo. É uma vigilância constante no dia a dia, mas vale a pena! É de todo compensadora!

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