segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Jesus Cristo em escanteio, será?

Em outro artigo expusemos as tentativas científicas de combater a validade dos escritos bíblicos relativo a eventos ocorridos antes da hipotética criação do mundo descrita no primeiro capítulo do Gênesis.  Há outro grupo de pensadores que imaginam estarem realmente orientando a humanidade acerca dos relatos bíblicos da vida de Jesus Cristo. Falam com tanta convicção de suas teorias que uma pessoa desatenta pensaria que dizem a verdade. Isso sem falar dos mitos literários e teóricos quanto à condição moral de Jesus. Não tivesse nosso mestre Cristão ensinado o perdão como presença obrigatória em nosso coração, há muito teriam os escritos imaginativos sobre nosso Mestre suscitado um levante de armas para defender a honra do fundador de nossa religião.

Vi em recente show de TV de como cientistas suspeitam de que houve extraterrestres visitando nosso planeta há séculos, antes mesmo da atual civilização terrestre. Procuram demonstrar suas teses de casos de ações de visitantes extraterrestres comparando-os com eventos bíblicos aparentemente sobrenaturais ou milagrosos para os quais as ciências humanas não têm explicação. Ocorre que a menção ao texto bíblico é feita de modo pontual sem examinar o contexto em que a experiência ocorreu, sequer procurando apontar o foco de seus argumentos para a espiritualidade do personagem histórico. Citam, por exemplo, a visão de Moisés da sarça ardente como uma ação “mágica” ou de alguma tecnologia desconhecida. Se soubessem que na literatura hebraica a menção a fogo tem muitas vezes o sentido de inspiração espiritual (ex. línguas de fogo no dia de Pentecostes, cavalos de fogo que levaram Elias ao céu, exército de cavalos e carruagens de fogo cercando Elizeu), buscariam saber qual o contexto do acontecido. Moisés estava por receber a mais alta missão de sua vida, mas precisava primeiro aprender a ter um conceito mais elevado e metafísico de seu Deus. A partir daí Deus ficou conhecido a Moisés como o EU SOU: ser eterno e poderoso que nunca muda. Nesse SER  eterno—Eu Sou―Moisés confiou e levou um povo a salvo pelo Mar Vermelho, pelo deserto até às muralhas de Jericó que não resistiram ao avanço dos filhos de Israel.

As pragas no Egito, a travessia do mar, o maná e as codornas no deserto, tudo tem uma explicação em base material e natural para os fenômenos, dizem os cientistas; por isso não são obra de Deus. Esquecem os doutores das ciências que Deus age por meio da natureza. O caso das codornas e do maná, por exemplo. As ocorrências eram naturais e esporádicas naquela época. O que as ciências não explicam como foi que fenômeno do maná e das codornas ocorreu diariamente durante várias décadas. Não explicam pois não são capazes de atribuir ao Ser supremo a capacidade amar e proteger a quem se deixa guiar por Ele; parece que a expressão AMOR DIVINO  não faz parte de seu vocabulário e entendimento.

Outro exemplo de uma interferência extraterrestre, segundo o programa da TV, relatada na Bíblia, trata do momento da sagrada concepção de Maria. Este relato nas Sagradas Escrituras é, literalmente, um tanto misterioso e suscita dúvidas em muitas pessoas. Sugerem os investigadores que Maria teria sido abduzida por extraterrestres e fertilizada por algum processo desconhecido, só que não conseguem saber por que fizeram isso. No entanto, a santidade da experiência de Maria fica sacramentada quando se examina a vida do ser ao qual ela deu a luz. “Maria concebeu-o espiritualmente, pois só a pureza podia refletir a Verdade e o Amor visivelmente encarnados no bom e puro Cristo Jesus. Ele exprimia o mais elevado tipo de divindade que uma forma carnal podia exprimir naquela época”1  esclareceu Mary Baker Eddy em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. As obras de Jesus demonstram que ele era movido pelo amor em tudo que dizia e fazia. Sua espiritualidade era a base de suas curas, do perdão dos pecados, da ressurreição de mortos, da repreensão a algum desvio dos discípulos. Sem amor ninguém pode curar espiritualmente; sem amor ninguém pode perdoar; sem amor ninguém pode ensinar a espiritualidade, nem atrair multidões para ouvi-lo, e isto sem qualquer sistema amplificador de som para comunicar-se.

Que tente alguém curar um simples caso por via espiritual—a oração. Não conseguirá se não estiver munido de qualidades espirituais. “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus—uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado”2 escreve Eddy. Esses ingredientes da oração eficaz não se adquire por meios humanos nem exercitando a vontade humana e o amor humano, muitas vezes confundido com generosidade humana. Uma vida cheia de espiritualidade é a exigência primordial para tal êxito. Os desafios que Jesus enfrentou, desde doenças entre o povo até o ódio de seus adversários, só nos fazem crer que enfrentava todos seus contendores com amor e perdão. Quando estava sendo preso, num momento crucial de sua vida, quando as circunstâncias justificavam o uso da força física, o Mestre tratou todos com amor e até curou um homem que tivera uma orelha decepada por um discípulo que julgou justificável a agressão, contrariando a visão de seu mestre. Não há cura sem amor; é a lei espiritual e, essa lei, ele aplicou com plena convicção.

Não sou contra as investigações da pré-história nem as comparações com relatos bíblicos quando feitos com critério e isenção. Eles nos ajudam a buscar entendimento mais espiritual da palavra sagrada em vez de ficar matutando na letra fria. Existe hoje em dia a oportunidade de aprender e estudar uma nova ciência: a Ciência do Cristo, ou Ciência Cristã. Aliás não é tão nova assim, pois ela trata da Ciência divina que Jesus aplicou em seu ministério. Ele afirmou: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará3. A verdade que nos liberta da ignorância e do erro é a Verdade absoluta e afirmativa, a realidade de Deus e do homem. A Ciência Cristã nos abre caminho para ampliar nosso horizonte de entendimento do universo pois nos ensina a compreender o infinito e o infinitésimo, a onipotência, a onipresença, um Princípio todo-sábio e todo-atuante. Até a compreensão sobre o homem cabe nessa infinidade. Quando nos damos conta de o homem é feito à “imagem e semelhança4 de um Deus que é infinito, Espírito, Vida e Amor, alçamos nossa visão a respeito do homem, sem rebaixar a visão a respeito de Deus, de que Ele pudesse  ser finito, parecido com o homem de barro.   
XX
1-Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 332;  2-Idem,  p. 1; 3-João 8: 32; 4- Gênesis 1: 27.

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