sábado, 9 de março de 2019

Por que, ou para que envelhecer?


As crenças envolvidas com envelhecimento podem, ser contornadas

   No mundo material e humano a idade tem evidências que acompanham os seres vivos, não raro enchendo-lhes a consciência com receios e preocupações, além de problemas contra os quais parece não haver meios de contorná-los.

   O ciclo de crescimento, amadurecimento e desaparecimento é visível em todos os reinos: animal, vegetal e humano. Um vegetal expõe suas qualidades até dar fruto, e então murchar ou fenecer para dar lugar a um novo ciclo. No caso de árvores os frutos evidenciam o ciclo em questão. Vegetais que não dão fruto, dão flores e sementes que preenchem o mesmo papel. Todos os tipos de animais passam pelo mesmo ciclo, grandes e pequenos, terrestres e marinhos. Mesmo entre insetos é possível detectar-se as fases mencionadas. Penso que até ETs convivam com tal condicionamento, logicamente próprio deles.

   O passar do tempo parece ser o fator incontornável para os seres viventes. Cada espécie tem ciclo temporal próprio. Nós humanos nos acostumamos a contar o tempo, passado e/ou futuro, e dentro dele desenvolvemos nossas atividades e nossas vidas. Por causa dele também cercamos e enchemos nossos pensamentos com preocupações e precauções por causa das crenças de que a idade traga problemas sérios de saúde e outras limitações. Se conseguíssemos livrar-nos dessas crenças, seria nossa existência no corpo eterna? Não! Mas seria isenta das preocupações que perseguem os humanos desde tenra idade. Será que os animais também se preocupam com o tempo? Logicamente, não. Eles não dispõem de capacidade mental. Mas imagine-se uma pessoa viver sem se preocupar com a idade. Ela seria muito feliz, penso eu.

   Essa possibilidade pode ser tirada do tempo condicional. As pessoas têm oportunidade e capacidade de lançarem mãos à capacidade mental de abstrair o tempo de seu pensamento, conscientemente. Basta assumir uma visão diferente e mais elevada de nossa existência. As crenças de vida na matéria são as que nos lançam no fosso dos problemas identificados com a idade. O que fazer então? Livrar-nos dessas crenças! Mas como? Recorrendo a conceitos e ideias sobre a origem do homem que desviem nossa fixação no ‘domínio’ material. A Ciência do Cristianismo tem os recursos para tal transcendentalismo, e a Bíblia é o foco básico dessa Ciência.

   O que Cristo Jesus ensinou e demonstrou está calcado nessa visão supra material. Senão, como poderia dizer: “Sede vós perfeitos, quão perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48). Como poderíamos nós ser semelhantes a Deus, o Espírito, com esta carcaça material que carregamos? O conselho do Mestre só tem validade se abstrairmos a entidade material e assumirmos a identidade espiritual. Ele, com toda certeza, tinha em mente o fato da criação do homem:
“Disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. ... Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou(Gên. 1:26, 27).

   Por acaso o prezado leitor conclui desse versículo que Deus tenha uma figura análoga à figura humana, e que sofra mutações como nós? Então é necessário que recicle sua lógica, e faça, em sua mente, o homem à semelhança de Deus, que sabemos ser infinito, não ter forma delimitada, estar em todo lugar e não estar dentro de objetos limitados. Como pode o homem finito ser semelhante ao Deus infinito? Acontece que esse homem finito não é a semelhança de Deus. Temos que abstrair nosso pensar do físico para perceber a semelhança espiritual do homem com Deus. Nossa percepção desse homem é um fato espiritual; ocorre na mente e não é visível aos sentidos físicos. As qualidades que reconhecemos em Deus, podemos saber que também pertencem ao homem semelhante a Deus. Lembrem-se das palavras do Mestre: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste”.

   De que nos serve tal percepção? O melhor exemplo de serventia está na própria vida de Jesus e suas obras. Sem a percepção espiritual de nosso verdadeiro ser, não se pode realizar as demonstrações de poder espiritual evidenciado nas obras cristãs, inclusive curas. O modo como o Mestre lidava com situações materiais (aflitivas aos humanos) está muito bem ilustrada no relato do encontro de Jairo, chefe da sinagoga, com Jesus. Jairo havia pedido ao Mestre que fosse com ele para curar sua filha. No caminho recebeu a notícia do falecimento da filha. Ao chegarem na casa encontraram todo o alvoroço de um velório, onde, cfe. a tradição, se reuniam as viúvas para promover o choro. Jesus lhes disse para se acalmarem, posto que a menina não estava morta, mas ‘dormia’:
         “E riam-se dele, pois sabiam que ela estava morta” (Lucas 8:53).

   Pois Jesus fez a menina despertar do sono da morte, provando, assim, que tinha razão e que dissera a verdade. Para onde fora a ‘sabedoria’ dos chorões do velório? Digo que foi lançada no fosso da irrealidade, seu verdadeiro lugar. Esse acontecimento demonstrou que a visão cristã da vida tem uma tremenda serventia à humanidade. E essa condição não era uma capacidade exclusiva do Mestre, pois ele mesmo disse:
         “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço(João 14:12).

   Levando-se a sério o que Jesus ensinou  podemos realizar curas, físicas e/ou morais. O que falta é a disposição de carregar consigo na consciência a ‘cruz’ do desapego às crenças materiais, e os ditos prazeres materiais. Alguém poderia retrucar: “É mais fácil falar do fazer!” E eu responderia: Sim! Pois é preciso dedicar uma vida aos valores espirituais e transcendentais. Foi o próprio JC que chamou a atenção a respeito do seguir seus passos e obras:
Se alguém quer vir após mim [realizar as mesmas obras], a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24).

   As obras de Jesus Cristo, além de extraordinariamente beneficentes entre a humanidade, acarretam, contudo, uma enorme dose de amor ao próximo que transponha inclusive os ódios e ciúmes que recaem sobre o benfeitor. Foram as obras extraordinárias, em espécie e volume, que fizeram o povo seguir o Mestre, mas que também geraram o antagonismo e ódio dos fariseus e outros adversários. Será que esses sentimentos foram erradicados desde então? É melhor que os praticantes da Ciência do Cristianismo estejam de sobreaviso e alertas às maquinações do mal. Sua fiel aderência aos princípios divinos (aliados ao Espírito onipotente) lhes darão a vitória, em qualquer circunstância.
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