segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Será que as ciências puseram Deus em escanteio?

Verdades da criação divina

Investigações recentes realizadas por pessoas e entidades de renome mundial sobre a origem da Terra e suas transformações ao longo de eras e milênios têm trazido à tona muitos esclarecimentos que descartam e/ou desafiam inúmeras concepções científicas ou religiosas da humanidade. A origem da raça humana ou sua evolução do infinitésimo ao atual estágio fica confrontada por novos conhecimentos ou conceitos (alguns ainda hipotéticos) enquanto os investigadores perguntam a respeito e procuram respostas em fatos e evidências, indubitáveis para eles.

Quando vê as impressionantes construções megalíticas datadas de milênios  AC, existentes em várias partes do globo terrestre, tanto a céu aberto como submersas, um cristão poderia perguntar-se se o relato bíblico da criação no Gênesis é apenas ilustrativo ou quiçás verdadeiro? Tomado ao pé da letra o relato bíblico da criação de Adão e Eva data de algo como 4 mil anos AC, ou seja muito depois de terem aparecido as obras megalíticas e de serem encontrados restos de fósseis humanos datados bem acima de 10.000 anos. E agora? Quem tem razão? As evidências científicas ou o texto da Bíblia Sagrada? As crenças cristãs estão cada vez mais pressionadas a mudarem de direção, pois a dúvida do que sempre se acreditou ser a origem da humanidade está solapando sua certeza e fé.

As ciências parecem levar vantagem sobre as religiões por causa das evidências que são trazidas à tona.  No entanto, elas próprias têm muitas dúvidas a esclarecer mas não dispõem de conhecimento tecnológico e científico para esboçar respostas satisfatórias. Toda vez que é lançada uma teoria, logo surgem indagações reclamando esclarecimentos―Como puderam os antigos homens pré-históricos manipular os gigantescos monólitos de várias dezenas de toneladas? E isso numa época que não dispunha de equipamentos que hoje dispomos. Foram os terráqueos que construíram ou foram os ditos “deuses” extraterrestres? Estes com toda certeza poderiam ter o conhecimento e equipamentos para transportar as pesadíssimas cargas―teoricamente!     
   
Os Cristãos que têm a Bíblia como seu livro de texto de fé mas que não conseguem evidenciar a validade dos ensinamentos de seu Mestre ficam sem rumo por se apegarem somente à letra das Sagradas Escrituras, deixando de lado o entendimento do fato bíblico sob ótica espiritual. Aliás, esta―e somente esta―pode traduzir para os dias de hoje o grande valor verídico, moral e espiritual do conteúdo da história bíblica.

Se o estudioso da Bíblia se abstrair dos relatos no espaço-tempo perceberá que não há incongruência entre estes e as novas descobertas científicas. O relato da criação no primeiro capítulo do Gênesis, aceito como se ocorrido no intervalo de uma semana, é bastante improvável de ter sucedido e contrapõe-se às provas das ciências modernas. No entanto, entendendo que a denominação “dia” é uma designação pictórica posto que a própria Bíblia diz que “mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou”,1 a discrepância conceitual da palavra bíblica com as ciências fica minimizada. Aos olhos da eternidade de Deus “mil anos” ou “um milhão de anos” é a mesma coisa, pois para a eternidade não há tempo. As grandezas na escala espaço-tempo somem diante da infinidade universal (a física quântica corrobora tal conceito) que é a dimensão mais apropriada para uma visão adequada do Divino Criador.

Sendo a Terra é um astro do adolescente sistema solar, será que na vastidão incomensurável do universo não pode haver sistemas capazes de abrigar a vida—seja ela menos evoluída ou mais adiantada do que no nosso planeta? Se há seres em outros mundos e que sejam mais adiantados em conhecimentos é bem provável que já tenham vindo visitar seus irmãos terráqueos e tentar ensinar-lhes “algumas coisinhas”. O grande problema aos humanos de hoje ainda é superar os limites das grandezas do espaço-tempo. Quando esta técnica for apreendida e dominada a humanidade não será mais a mesma.  Hoje não conseguimos nem imaginar como será o mundo então. Viagens no tempo! Viagens em hipervelocidade! Uma utopia?

É marcante o afã das ciências em demonstrar que os relatos bíblicos têm uma explicação “científica” baseada em fenômenos naturais dirigidos por forças atômicas sem inteligência. As pragas do Egito, o dilúvio, a experiência de Jonas, só para citar uns poucos exemplos, são ocorrências passíveis de esclarecimento e interpretação. O choque entre a consideração literal do texto bíblico e as demonstrações matemáticas das ciências humanas parece um campo de gladiadores—uma arena de forças em conflito dentro de nossa consciência. De que lado estamos?  Num atribui-se todas as qualidades e aptidões ao reino físico, no outro há uma forte tentativa de reservar ao Ser Divino e infinito as qualidades dominantes no universo. Mas se esta tentativa de valorizar o aspecto espiritual for baseada no testemunho dos sentidos, ela fatalmente não resistirá às investidas do opositor. Os relatos e ensinamentos bíblicos para serem entendidos em nossa época precisam ser traduzidos adotando-se ponto-de-partida diferenciado da letra pura para assim trazer ao nível atual e intelectual as grandiosas façanhas de alguns personagens bíblicos. Então saberemos de que lado ficar.

Sob enfoque espiritual os relatos das Sagradas Escrituras valem para qualquer época, lugar ou personagens. Seu valor espiritual transcende as limitações do espaço e do tempo. Quando o Gênesis afirma que “criou Deus o homem à Sua imagem; homem e mulher os criou”2, devemos tomar o cuidado de não inverter os valores. Começando por aceitar Deus, Espírito, como Causa da existência do homem, entenderemos que o efeito dessa Causa é semelhante à natureza dessa Causa. Vale dizer, primeiro colocamos Deus no quadro e depois o homem na Sua imagem. Então, vendo Deus como Espírito, Sua imagem deve ser espiritual; vendo Deus como Mente infinita, Sua imagem é idéia inteligente; sabendo que Deus é Bom, Sua imagem é boa. Nessa relação Criador/criatura a formação material não aparece nem se imiscui. No tempo de eras e milênios essa relação não é afetada nem corrompida. Quando concebeu Deus a idéia-homem? Isso não existe no tempo e não tem um começo.

Ao comentarmos o relato da criação do homem conforme o segundo capítulo do Gênesis em que Adão e Eva são lançados no paraíso  e depois expulsos, devemos tomar o cuidado de não resvalar na interpretação. Aqui o relato diz que o Criador fez uma figura de barro para ser o primeiro homem; depois retirou um pedaço dele para fazer a mulher (outra figura humana). Se descuidadamente sobrepormos os dois relatos, Genesis I e II, concluiremos falsamente que Deus tem uma figura antropomórfica e, como tal seria limitado, precisaria de um lugar para morar (o céu), por causa da idade teria longas barbas brancas e que de Sua morada controlaria os terráqueos. Semelhantemente aos humanos faria coisas erradas, se arrependeria, castigaria e fustigaria os bons, condenaria os maus. Vê-se que os homens, pensando entender o infinito e espiritual, fazem Deus semelhante ao homem; interpretação essa que é errônea e tem a mesma base das ciências modernas que tentam explicar o infinito por meio de fórmulas e limitações. E se as afirmações dos modernos antropólogos que dizem sermows descendentes de extraterrestres forem verdadeiras, teremos que adaptar nossos conceitos a respeito da existência do homem; permanece, contudo, o fato de que o existir do homem é, em essência, espiritual e ideal. Em nosso interior e consciência bate um coração ligado ao infinito.

Eu concluo que as ciências puseram em escanteio não a Deus, mas tão somente o conceito limitado sobre Deus. O entendimento espiritual dos fatos bíblicos mostra que estes têm lógica e veracidade e que não conflitam com as modernas descobertas de cientistas e pesquisadores. Faz-se mister uma pesquisa profunda baseada em novos parâmetros para descobrir que por trás dos aparentes milagres e coisas extraordinárias nos eventos bíblicos há uma Ciência universal baseada em fatos não materiais. Tem de haver uma compatibilização na mente humana entre esses pontos aparentemente defasados ou desconexos, e para isso devemos buscar apoio na Ciência divina e na compreensão espiritual que permeia o texto bíblico. Uma avançada pensadora do Século XIX introduziu as bases do entendimento espiritual das Escrituras e sua aplicabilidade atual e todas as épocas. Em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy  afirma: “A compreensão espiritual é a realidade de todas as coisas trazida à luz... A compreensão é a linha de demarcação entre o real e o irreal. A compreensão espiritual revela a Mente—a Vida, a Verdade e o Amor—e demonstra o sentido divino, dando a prova espiritual do universo na Ciência Cristã”3. Ela diz ainda: “O universo está repleto de idéias espirituais e elas obedecem à [infinita] Mente4 criadora.
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1 Salmo 90: 4; 2 Gênesis 1: 27; 3 Ciência e Saúde, p. 505; 4idem, p. ....

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