Tradução extraída da
revista National Geographic, Abril de 2009.
(Tr. Ovídio Trentini, 2010)
TUBÉRCULOS QUASE “AUTO-SUFICIENTES”
Para produzir “chips” de
batatas necessita-se de água para lavar os tubérculos in natura, cozinhar os
ingredientes e limpar o equipamento. Desde 1999 a fábrica Frito-Lay tem
aplicado uma série de tecnologias que economizam água visando uma redução de
40% por libra de produto—que em 2008 representou uma economia acima de 3,2
milhões de galões de água (cerca de 9 milhões de litros).
Um modo de economizar mais
água é tirar proveito do elevado conteúdo de água nas batatas. Uma batata fresca contém mais de 80% de água.
Normalmente quando uma batata é fatiada e cozida em óleo para fazer os chips, a
água se transforma em vapor e é eliminada por uma chaminé. Na fábrica da
Frito-Lay de Charlotte, NC, estão empregando uma nova tecnologia de reciclagem
de calor que capta esse vapor e o devolve como água condensada para limpar
outras batatas. Além disso, o calor extraído do vapor serve para pré-aquecer a
água de lavagem de batatas e aquecer o prédio no inverno.
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BIO-COMBUSTÍVEIS
Bio-combustíveis, substitutos
da gasolina e óleo diesel, gerados a partir de plantio de milho, soja ou cana-de-açúcar,
poderiam reduzir nossa dependência de petróleo e cortar nossas emissões de
dióxido de carbono. Contudo, vegetais para combustíveis têm outros impactos.
A maioria dos plantios de
milho exigem herbicidas e fertilizantes nitrogenados e podem causar mais erosão
do solo do que qualquer outro plantio.(E o plantio
direto na palha??) E produzir etanol a partir de milho consome quase
tanto combustível fóssil quanto o etanol substitui. Bio-combustíveis produzidos
a partir de milho, soja ou cana-de-açúcar consomem plantios e safras que
poderiam saciar a fome do mundo.
Mas bio-combustíveis podem
ser produzidos sem competir com a produção de alimentos. Explorar a celulose
presente nas plantas de milho, em vez dos grãos somente, poderia dobrar a
produção de etanol—se for possível desenvolver um modo prático de realizá-lo.
Entretanto, alterar quimicamente as instalações de óleo para bio-diesel consome
menos energia do que destilar milho em etanol; os resultados são de baixa
produtividade e custos elevados. (E extrair álcool
do pé da cana de açúcar??)
As algas prometem mais do que
outras plantas porque crescem em águas de despejo, até em água do mar,
necessitando um pouco de luz solar e dióxido de carbono para florescerem. O
desafio, tal como com o etanol celulósico, é reduzir o custo do combustível de
algas.
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APROVEITANDO AO MÁXIMO CADA
GOTA
A população terrestre de mais
de 6,7 bilhões de pessoas está onerando demasiadamente o suprimento de água
potável. A ONU afirma que 2,8 bilhões de pessoas sofrerão de escassez de água
por volta de 2025 se o consumo continuar como agora. Alguns dos temores de um
futuro assustador provêm das projeções de população mundial, estimada em cerca
de 9 bilhões de pessoas por volta de 2040.
De toda a água disponível no
globo terrestre, apenas uma fração de 1% está disponível para consumo,
irrigação e uso industrial. Dez por cento da água consumida no mundo é de uso
doméstico. A agricultura ocupa setenta por cento, sendo que metade ou mais é
perdida em evaporação e deflúvio. A indústria consome os restantes 20%.
Para conservar água, algumas
comunidades estão reavivando antigas técnicas tais como coletar água da chuva,
e outras estão usando tecnologias do século XXI. Mas todas as soluções têm duas
coisas em comum: um desejo de obter o máximo de rendimento de cada gota d’água
usada e uma crença em usar soluções locais e incentivos do mercado em suas
campanhas.
Há pesquisadores que
acreditam que novas tecnologias, como por exemplo a dessalinização da água do
mar, resolverão o problema de um mundo carente de água. No entanto, hoje apenas
0,2% da água usada é dessalinizada. A dessalinização certamente se tornará um
processo muito comum, mas há experts que permanecem sépticos quanto à
generalização do processo, devido a seu custo elevado.
É na conservação e economia da água que teremos os maiores ganhos. Irrigação por gotejamento, que usa tubulação perfurada para suprir água a plantações, usa de 30 a 70% menos água do que os processos tradicionais e ainda assim aumenta as safras. Há governos que subsidiam tão pesadamente a irrigação que os fazendeiros se sentem pouco atraídos a mudar para sistema de gotejamento ou outros métodos mais econômicos em água. Houve cidades americanas, tais como Boston, Seattle e Albuquerque reduziram de 20 a 25% a demanda de água fazendo reparos em canalizações antigas e monitorando escapamentos/fugas nas redes domésticas. Medidas de reuso da água e adoção de outras medidas conservadoras podem reduzir pela metade a demanda por água das indústrias do mundo. (Obs. do tradutor: em Panambi a perda de água potável na distribuição é de 40%; fonte Corsan).
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