quarta-feira, 5 de março de 2014

Apegar-se a Deus com amor...

O motivo para orar a Deus deve ser o amor

Os cristãos em sua vida religiosa têm inúmeros motivos para recorrerem ao Pai celestial. Normalmente a gente enumera os aspectos negativos, ou seja os problemas, como motivos para recorrer a Deus. Mas para sermos fiéis às instruções da Bíblia, não devemos esquecer os bons motivos. Estes são mais importantes do que aqueles.

É muito fácil para alguém recontar os momentos em que recorreu a Deus por causa de algum aperto, seja ele físico, moral, financeiro ou pessoal. Muitas vezes foi o último recurso ao qual pensara recorrer, mas premido pelo medo ou desespero acaba por buscar esse recurso. Há vezes em que o arroubo do espanto momentâneo nos tira dos lábios: “Meu Deus!” e nem sequer pensávamos nEle. Haja paciência de nosso bom Pai para agüentar tanta hipocrisia! Sorte nossa que Seus atributos de graça e misericórdia não têm limites. Se Ele agisse como os humanos, revidaria na primeira oportunidade. Então sim, Ai de nós!

Que bons motivos podem ou devem levar uma pessoa a recorrer a Deus em caso de premência? Dentro da família humana são os pais a quem os filhos fariam bem recorrer diante de algum desafio, e nossos pais não se sentiriam à vontade se fossem deixados por último. “Por que não nos procuraste logo?” seria a primeira pergunta. Um filho que não teme aos pais, mas pelo contrário os ama e respeita, falaria em primeiro lugar com eles.  Se ele os teme talvez deixe a consulta para outra ocasião, por causa da repreensão, talvez.

Vê-se nesse exemplo que o amor dentro a família aproxima seus membros. Não é diferente na família divina. Deus como nosso Pai-Mãe gosta de ver Seus filhos recorrendo a Ele para solucionar problemas. É o Salmo 91 que nos dá o mais belo exemplo de como recorrer a Deus. É o meu texto favorito: “Porque a Mim se apegou com amor, Eu o livrarei. Pô-lo-ei a salvo porque conhece o Meu nome” (91: 14). Há tantos outros que mostram o amor do Pai para com Seus filhos, mas esta frase soa para mim com destaque especial. É porque já atravessei situações difíceis de problema físico, e esse versículo foi o chamado que me tocou o pensamento. O medo, quase pavor que me dominava na ocasião, me deixava tremendo dos pés à cabeça. A  mensagem importante me passou acima do pavor. O importante é apegar-se Deus “com amor”, não com medo. Deus ouve o apelo e atende a oração dirigida a Ele com amor; e isso tem lógica, pois Deus mesmo é amor, e como podemos nos dirigir a Ele sem ser por amor? Como falar com o AMOR sem ter amor no coração? Esse é o sentimento que nos une a Deus imediatamente e apaga toda e qualquer inclinação mental oposta de medo e/ou rancor. Quando nos voltamos a Deus com amor, estaremos atentos às Suas palavras, gozaremos com Sua graça, cheios de expectativa de receber DELE o melhor para nós.

Existe algo impossível para Deus? Não. Esta convicção nos  vem com clareza quando oramos a Deus levados pelo amor, e depois disso a aflição se vai,  o medo se vai, a preocupação e os etcs se vão.  Primeiro sentimos uma grande paz e alegria com a consciência de que o Pai-Mãe está conosco, sempre. É um momento de profunda reflexão do Bem presente, aqui e agora. Não queremos sair dessa  consciência. Depois vem a percepção de estamos bem e que o corpo não profere queixa alguma. Houve uma cura espiritual.

Esse resultado por mais almejado que seja, não deve ser o motivador da oração ou recurso a Deus. Nosso motivo deve ser o de demonstrar nosso amor ao Pai-Mãe. Quando dizemos a Deus o que precisamos e qual solução almejamos dEle, nossa oração deveria que ser posta entre aspas, pois isso não é mais oração. Isso não passa de uma tentativa de ensinar a Deus como solucionar nosso problema. Nós pedimos mas queremos que Ele faça como nós desejamos. A fé  não funciona assim. Quando pedimos a Deus, tem que ser com a humildade de deixar que Ele faça conforme Sua vontade, pois Ele conhece nossas necessidades, antes mesmo de Lhe pedirmos algo.

Na Oração do Senhor, o Mestre ensinou-nos a orar: “Faça-se a Tua vontade assim na terra como no céu” (Mat. 6: 10), e, a menos que realmente deixemos que Ele governe, nossa oração não será oração e não teremos certeza de que será ouvida. Sei que isso é assim, pois já passei por todas essas fases, com desfechos tanto positivos como também negativos. Com o tempo aprendemos a lição, o recurso divino torna-se o primeiro recurso e não haverá tentação de usar outro. No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy indica como entender o versículo acima citado. Diz ela: “Faze-nos saber que, como no céu assim também na terra, Deus é onipotente, supremo” (p. 16).

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