terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Direitos e deveres

A questão dos direitos humanos é discutida em todas as camadas sociais. Emprega-se muita energia em movimentos e aglomerações, em debates e acusações. Ouve-se muitas críticas, às vezes candentes outras vezes redundantes. Prestando-se atenção a qualquer discurso em favor dos direitos humanos, dificilmente se ouvirá referência aos deveres correspondentes. Por que essa ausência, se direitos estão intimamente ligados e dependentes de deveres? O dito popular é verdadeiro: “Quem quer o bônus, tem o ônus”. Qualquer pessoa que queira ser coerente no seu discurso sobre direitos humanos precisará incluir no quadro os deveres humanos.
Assim como não há direitos sem deveres, a recíproca também é verdadeira, não há deveres sem os respectivos direitos deles decorrentes. Quem cumpre seus deveres sociais e pessoais tem direito a reivindicar os benefícios de seu compromisso. A situação ruim na sociedade é quando se fazem reivindicações de direitos sem ter cumprido deveres respectivos. Esse mal não é exclusivo de um país. O que se vê na Europa com a invasão de exilados do oriente médio, é que essas pessoas conhecem suas necessidades que são prementes, mas não raro, pensam que têm direito de reclamar sustento, para quem elas não exerceram o cumprimento de deveres. É um problema social e político mesmo para países desenvolvidos economicamente.
O que ninguém pode esquecer é que o direito de alguém esbarra no direito de outrem. Se caminhoneiros fecham estradas, ou grupos sociais fecham ruas movimentadas na cidade, estão exercendo a liberdade que a autoridade lhes dá para manifestar-se. Mas e o direito de ir e vir dos demais cidadãos, que em geral nada têm a ver com o pleito dos manifestantes? Se eu falo de meus direitos, tenho que saber dos meus deveres, e se falo dos deveres de outros tenho que saber que eles também têm direitos.
A busca do equilíbrio entre essas duas faces do dilema daria ao cidadão equilíbrio emocional, o que, uma vez generalizado, geraria uma sociedade mais equânime e menos beligerante. Cidadãos de todos os níveis econômicos, empregados e empregadores, dirigentes e subordinados, alunos e professores, e assim por diante, buscando o equilíbrio próprio criaria uma sociedade mais justa, interessada em vir ao encontro dos necessitados e estes se empenhando em cooperar dentro de suas possibilidades. Assim veríamos deveres cumpridos e direitos observados.

Precisaríamos de um mundo melhor?!

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