quarta-feira, 6 de maio de 2015

“Já fiz!”

Crer nas palavras sagradas emitidas por Cristo Jesus, é bem mais do que meramente aceitá-las.
De madrugada, em meio a oração por causa de dores no peito, acabrunhadamente pedi a Deus que me ajudasse. O diálogo que se passou em meu pensamento:

D: “O QUE QUERES QUE EU FAÇA?
O: Me livrar desse problema.
D: JÁ FIZ! NÃO ACREDITAS?”

Que resposta! Tive que me recolher em minha insegurança quanto à recomendação de Cristo Jesus: “Tudo quanto pedirdes a Deus crede que já o recebestes...” (Marcos 11:24). Era só isso que me faltava para vivenciar a liberdade do problema! A chamada “cura” não dependia do Pai, mas de mim somente. E nada precisava, ou precisará, ser feito para mudar o quadro humano, mas tão só livrar meu pensamento da crença na aparência material para a certeza da “evidência” espiritual. Por isso Jesus dizia quando curava alguém: “Tua fé te salvou”. Todo o meu problema residia em praticar a “fé absoluta”—certeza absoluta—de  que o trabalho de Deus já estava feito, e bem feito. Não havia nada mais a ser mudado, ou curado ou melhorado ou desobstruído... Tudo o que Deus dá ou faz é bom e move-se livremente no universo, tanto no astral quanto no molecular.

Preciso ainda aprender a agradecer a Deus pelas bênçãos que me concede e louvá-Lo em obras. Pretendo fazê-lo em atos condizentes.

O diálogo mental retratado acima permaneceu comigo pelos dias seguintes. Quando me vinha à atenção alguma coisa ruim ou mal colocada, eu ouvia soar no pensamento: “Já fiz!” dando-me conta de que Deus todo-poderoso  está—e esteve—em ação sempre. Aqui e Agora Deus está, e Seu trabalho já está feito!
Estou me dando conta de que a parcela da fé absoluta dos três itens citados por Eddy no capítulo a Oração (fé, compreensão, amor), a fé é fundamental. Sem ela não há cura, enquanto os outros itens não participam da mesma condição. Noto que preciso depurar meu senso de fé para chegar a ser absoluto. Nem sempre acreditamos em nossas palavras quando afirmamos a Verdade. Quando dizemos: “O homem na semelhança de Deus é perfeito”, essas palavras têm que ser acompanhadas da manifestação da perfeição do homem senão elas são meras palavras, vazias de fé. No caso da minha experiência acima relatada, me dou conta de que minha fé na afirmação divina: “Já fiz!” parecia deficiente. Se fosse plena eu exultaria de gratidão ao Pai; mas esse sentimento não tem aflorado o que me deixa cônscio de que preciso crescer em “graça e fé”. Humildemente e diariamente peço a Deus que me oriente nesse caminho ascendente. Se disso resultarem obras de curas, que sejam todas em louvor do Pai-Mãe. Estou aqui. Guia-me, ó Pai!

Na busca de orientação sempre me volto ao Pai: “O que queres [TU] que eu faça?” Já fiquei sem resposta, mas eu sabia o que fazer; devia permanecer fiel e crescer na fé! “Vai, a tua fé te salvou” (...) foram as palavras do Mestre em muitos de seus casos de cura. Por que ele não disse: “Tua compreensão espiritual te salvou”, ou “teu amor abnegado te salvou”? Porque a fé é o ponto de partida, e o clímax.

Tenho observado em minha experiência que exercer a fé que o Mestre instruiu não é tarefa fácil, por causa da constância com que deve ser exercida; é muito fácil alguém dizer que tem fé (teoricamente), mas a fé demonstrada na prática é a que tem resultados. E só essa pode ser chamada de ”crer”.  Por que parece ser tão difícil crer? Pelo que entendo é porque há no pensamento uma mistura de crenças errôneas às quais nos apegamos, e que são contrárias ao resultado esperado. Se depurarmos o pensamento das crenças errôneas estas deixam de atrapalhar a compreensão espiritual e o resultado aparece.

Por exemplo: se afirmamos que o homem é imagem de Deus e perfeito, crendo nisso (tendo fé, certeza) imediatamente aparece a harmonia em nossa experiência. Em não aparecendo a harmonia, nossa afirmação não foi acompanhada de fé, ou seja, não cremos na verdade que dissemos. Foram palavras da Verdade, sim mas somente palavras! As crenças errôneas que acolhemos na consciência são as responsáveis pela desarmonia. Essas crenças nos dizem, por exemplo, que somos materiais, sujeitos a doenças, que somos idosos, gordos ou velhos, que por isso, estamos sujeitos a desarmonias. Inadvertidamente nos identificamos com essas crenças, achamos que somos a pessoa sujeita essas contrariedades e, assim, acabamos por sentir os problemas.

Como vencer essas crenças errôneas? Cessando de emprestar-lhes realidade. Esse status de aparente realidade não lhes confere em definitivo essa condição. Nós lhes emprestamos e nós podemos tirar-lhes o que por natureza não podem ter. Quando enfrentamos cada crença de modo específico e lhe negamos realidade, ela fica esvaziada de importância para nós e, como consequência, sua influência em nossa vida se esvai como uma névoa ante o sol da manhã. Não podemos é vacilar nesse empenho.


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