quinta-feira, 16 de abril de 2015

Uma nova doutrina!

A nova doutrina cristã inaugurada por Jesus Cristo é sempre acompanhada de provas do poder espiritual.

Conta o evangelho de Marcos que Jesus foi ao templo num sábado para ensinar. Diz o relato que “maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas. Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo”  (Marcos 1:22-27) que começou a desafiar e destratar Jesus. Mas o Mestre não perdeu a compostura e ordenou com autoridade ao homem: “Cala-te, e sai deste homem. Então o espírito imundo...bradando em alta voz, saiu dele. Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto?” Eles mesmos responderam: “Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” É! Uma nova doutrina que fala e age com autoridade.

A doutrina de Cristo Jesus era ensinada com autoridade proveniente da Mente divina, da superioridade do Espírito sobre as condições da matéria, do Princípio sobre a desordem, do Amor sobre o medo e o ódio. Os ouvintes de Jesus perceberam imediatamente dois aspectos da doutrina: 1) a autoridade do pregador evidenciada em 2) resultados práticos.

Nos tempos de hoje será que poderíamos dizer que a doutrina CC é uma nova doutrina? Talvez não precisássemos conceituá-la como nova, porque cronologicamente ela tem 2.000 anos. A doutrina da CC é o ensinamento que o Mestre Cristão divulgou em palavras e obras, as quais comprovavam a autoridade espiritual. Somos nós difusores desse “antigo e novo” ensinamento? Para tanto precisaremos mostrar obras feitas com autoridade.

Mary Baker Eddy explica: “Como primeiro ponto na lista dos deveres cristãos, ele [Jesus] ensinou a seus seguidores o poder sanador da Verdade e do Amor” (CeS, p. 31). Com as demonstrações práticas eles puderam mostrar autoridade da nova doutrina e deram o exemplo para nós, os seguidores modernos. Como primeiro dever: curar! Com isso estaremos dando cumprimento à ordem do Mestre, e todo o povo verá a autoridade outorgada pelo Cristo vivo e ativo. No tempo de Novo Testamento o povo era atraído a aproximar-se de Jesus por que via as obras e percebia a autoridade espiritual do ensinamento.

Mas Jesus Cristo não reteve essa habilidade para si. Enviou seus apóstolos e depois outros 70 discípulos para pregarem o evangelho (nova doutrina) por todo oriente, com a ordem de curarem os males entre o povo. O êxito desses enviados é relatado no evangelho de Lucas: “Regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: ‘Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!’ ” (Lucas 10:17). Nas Escrituras não constam detalhes de como J ensinou a seus seguidores o dom da cura. Pode ter sido em particular, mas sabe-se que foi um ensino eficaz como se vê nos resultados relatados.

No livro texto da Ciência Cristã a autora expõe um capítulo inteiro (A Prática da Ciência Cristã) sobre o método de aplicação dos ensinamentos dessa denominação, explicando como e porque os resultados são palpáveis e visíveis, rápidos e universais. Nesse capítulo ela escreve: “A Mente [divina] tem domínio sobre os sentidos e tem o poder de vencer a doença, o pecado e a morte. Exerce tu essa autoridade [o grifo é nosso] outorgada por Deus. Toma posse de teu corpo e governa-lhe a sensação e a ação...Deus fez o homem capaz disso, e nada pode invalidar a capacidade e o poder divinamente outorgados ao homem” (p. 393, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras).

Toda e qualquer pessoa que se capacite com essa compreensão da autoridade divina conferida aos homens pode exercê-la em suas atividades—e deveria exercê-la conscientemente para o bem da humanidade.


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quarta-feira, 8 de abril de 2015

O homem reflexo de Deus

Este conceito pode expandir enormemente o ser do homem e o alcance de seu pensamento

Na Ciência Cristã é usual o conceito da natureza do homem como “reflexo” de Deus. A descobridora deste sistema espiritual, Mary Baker Eddy, expõe minuciosamente o conceito em sua obra Ciência e Saúde com a Chave Escrituras. A base do conceito é a descrição da criação do homem (homem e mulher) como relatada no Gênesis: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1: 27).

A compreensão espiritual deste fato é um dos pontos altos na doutrina dessa denominação. Para compreender bem a natureza do homem deve-se começar por compreender bem a natureza de Deus; compreender o original para compreender o reflexo ou imagem. O desdobramento lógico de tal premissa leva a concluir que o homem tem, na verdade, uma natureza distinta da figura humana. Esta, aliás, não é a imagem de Deus, o Espírito. Radical! Não? Mas compreensível.

Eddy expõe detalhadamente uma linha de entendimento para compreendermos que o homem é a imagem, o reflexo de Deus, contando, por isso com características refletidas de seu Criador. Temos que cuidar em nosso pensamento para não ficar imaginando que nossa figura humana reflita o Espírito. A ideia de que refletimos Deus, parece muito similar a nos vermos diante de um espelho especial no qual o Pai nos vê.

Para não escorregarmos nessa esparrela de pensar que o corpo humano  físico é semelhante a Deus existe um outro enfoque para entender que o homem é o reflexo de Deus. Vamos pensar em um artista, ou um autor, preparando suas obras-se-arte que mais tarde serão admiradas pela humanidade. É fácil de imaginar um Mozart, ou um Da Vinci trabalhando em seus ambientes e cercados de toda sorte de circunstâncias pessoais, felizes ou infelizes, amorosas ou rancorosas, de saúde ou de doença. Suas obras ficarão invariavelmente marcadas por tais circunstâncias retratando com perfeição ou falhas o momento que atravessava o artista. As obras do artista refletem seu estado de espírito quando compunham uma música ou entalhavam a madeira ou pintavam uma tela. As obras refletem também o estilo do autor, sua aptidão, sua dedicação à arte, sua inteligência no uso dos materiais. As obras não refletem a figura do autor, mas tão somente suas aptidões.

Agora podemos ver o homem, reflexo de Deus, sob outra perspectiva. Não precisamos mais imaginar-nos como semelhantes à “figura” divina, mas sabemos que refletimos o estilo divino de criar: com perfeição, inteligência, sabedoria, força, amor. Refletimos o Pai-Mãe pela perfeição, inteligência, sabedoria, força, amor, saúde com nos criou. Cônscios dessa característica de criação poderemos vivencia-la entre os homens em vidas “sublimes e nobres”.
Eddy esclarece mais um pouco este enfoque. Diz: “Deus modela todas as coisas segundo Sua própria semelhança. A Vida se reflete na existência [vitalidade], a Verdade, na veracidade [honestidade], e Deus, no bem, [excelência] os quais transmitem sua própria paz e permanência” (CeS, p. 516), por isso o homem, no seu verdadeiro ser, é belo, forte, livre, puro e são.

O conceito da reflexão espiritual pode ser expandido. Para isso lançamos mão de algumas colocações de Eddy em Ciência e Saúde. “O universo reflete o poder criador do Princípio divino” (p. 507), e “Deus expressa no homem a ideia infinita...” (p. 258). O homem, reflexo de Deus, vive nesse universo como uma ideia infinita. Que estupenda expansão de nosso ser, e escopo de vida!


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sábado, 14 de março de 2015

“Não foi nada!”

A expressão do título não dever externada superficialmente, mas sim conscientemente.

Uma criança chorando por ter batido o pé ou a mão, com certeza ouvirá da mãe ou do pai a expressão: “Não foi nada!” visando acalmá-la e desviar a atenção do acontecido. Embora não surta maior efeito, tal expressão é melhor do que a fixação no local atingido por meio: “Deixa a mãe ver onde foi! Coitadinho, doeu muito?”

No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a autora aborda essa questão, citando o caso de uma mãe que “corre para sua filhinha, que pensa ter machucado o rosto ao cair no tapete, e diz, lastimando-se com mais infantilidade do que a criança: ‘Mamãe sabe que te machucaste’. O método melhor e mais eficaz que as mães devem adotar é dizer: ‘Não foi nada! Não te machucaste, e não penses que estás machucada’. Logo a criança esquece a queda e continua a brincar” (p. 154).

Para quem procura aplicar o Cristianismo prático demonstrado por Cristo Jesus, uma situação desagradável talvez evoque a mesma expressão: “Não foi nada!” Não há nada de errado nisso. Mas algum resultado prático só virá à tona se a afirmação for enfaticamente consciente de que a matéria não tem sensação, ao invés de mera repetição verbal. É preciso que siga outra afirmação consciente de que a matéria não tem sensação. Esta afirmação corretiva nem precisa ser audível.

Permitam-me exemplificar o processo; a expressão matemática 2 + 2 = 5 é um erro. Para corrigi-lo temos que apagar o 5 e inscrever no lugar o número 4, para obtermos  a resposta correta. Se apenas apagarmos o “5” sem escrever o número certo, a expressão fica sem ser corrigida e o espaço vazio poderia ser ocupado por outro algarismo incorreto. O mesmo raciocínio é aplicável para expressões errôneas do tipo: 2+2=4,1 ou então: 2+2=50. Não importa para o principio da matemática o quanto o resultado foi desviado da resposta correta. Erro é sempre erro e deve ser corrigido pela verdade. Aliás, não é o matemático quem corrige o erro; é a regra matemática que o faz; a pessoa apenas aplica a regra. Na situação humana ocorre algo semelhante. Uma anomalia, uma dor, são evidencias de algo mau, tal como um resultado mau na matemática. Nesta chamamos isso de erro, e podemos chama-lo assim também na questão humana. Assim o erro tem de ser apagado, o que equivale a negar-lhe realidade, como exemplificado na citação de Eddy acima.

Como vimos no exemplo matemático, depois de apagado o erro, o espaço tem de ser preenchido com a verdade. Na Ciência Cristã esse preenchimento se dá com afirmações da Verdade sobre o homem e sobre Deus, do tipo: Deus é o bem, a Vida, a Verdade, e o homem é a imagem e semelhança de Deus: Deus perfeito e homem perfeito. Esse conjunto de verdades anula o erro no pensamento humano e traz à luz a perfeição, a harmonia, o bem-estar da criação divina na qual está incluído o homem.


Mas é bom saber que a correção do erro é realizada pela Verdade divina no pensamento, não pela pessoa que recorre à Verdade. A cura ou remoção do erro é tarefa que a Verdade divina realiza, e ela o faz de modo irresistível. 

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terça-feira, 10 de março de 2015

Ver o homem perfeito

Tudo o que vemos é o que temos no pensamento

O que o homem vê é orientado pelo seu pensamento. Diversas pessoas olhando o mesmo objetivo veem coisas com destaques distintos. Algumas podem achar lindo o que veem, outras nem tanto, e outras podem até achar feio. Mas se estão vendo o mesmo objeto, porque as diferenças na percepção? É que cada uma pensa a seu modo e interpreta o objeto a seu modo. Poder-se-ia dizer que as pessoas veem o que pensam. Num sonho a pessoa também vê seus pensamentos, e as imagens que vê lhe parecem reais, pois com elas goza ou sofre. Quando o pensamento não acompanha a visão, as imagens dessa visão não despertam qualquer interesse. Uma pessoa absorta em seus pensamentos ou preocupações, fica olhando para algum local mas não percebe o que vê. Nada lhe chama atenção.

No tocante a contatos visuais com outras pessoas passa-se o mesmo fenômeno. Olhamos para elas e vemos aquilo que nosso pensamento dita. Mary Baker Eddy em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras ilustra a visão que Cristo Jesus tinha das pessoas e que era totalmente diferente da visão comum. “Jesus percebia [via] na Ciência o homem perfeito que lhe era visível ali mesmo onde os mortais veem o homem mortal e pecador” (p. 476). Porque ocorria isso? O Mestre tinha um pensamento enaltecido a respeito do homem, por isso via um homem perfeito, bom, saudável, amável.

Era com essa visão espiritualizada que ele tratava com as pessoas. Alguém que fosse falar com ele, recebia do Mestre esse olhar sublimado que elevava o ouvinte à condição de sentir-se filho de Deus. Esse filho de Deus era amado por Jesus, e curado, e regenerado. Eddy esclarece um pouco mais sua declaração acima mostrada: “Nesse homem perfeito, o Salvador via a própria semelhança de Deus”, o que acontecia? Ela acrescenta: “E esse modo correto de ver o homem curava os doentes”.

Aí está a receita da cura espiritual ensinada por Cristo Jesus. Quem souber segui-la à risca obterá idênticos resultados em sua vida e na de seus interlocutores. Aliás exercer essa visão espiritual não é coisa difícil, basta (parece pouco?) ter a compreensão da real natureza do homem criado por Deus. Enquanto esta natureza ocupar o lugar de frente em nossa consciência, a nossa visão do mundo será filtrada por esse entendimento espiritual, e assim estaremos vendo o que o pensamento não espiritualizado não consegue ver. Poder-se ia até falar de visão espiritual e cegueira material. Eddy esclarece:”A visão espiritual não está subordinada a altitudes geométricas” (CeS, p. 215).

No livro do Apocalipse lemos que João teve visões da cidade santa, do anjo com um “livrinho aberto”, da “mulher grávida prestes a ter um filho”, ele não estava vendo coisas diante de seus olhos materiais; eram inspirações  e intuições ou revelações que lhe vinham de modo tão claro que pareciam reais.

Assim, quando sabemos que o homem é perfeito e harmonioso, é isso que veremos quando nossos olhos descansarem numa figura humana. Só precisa reconhecer nesse homem perfeito a própria semelhança de Deus, e a obra de cura se realizará rápida e espontânea.


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sábado, 7 de março de 2015

Aceitando a vontade de Deus!

Saber qual a vontade Deus para Seus filhos traz harmonia a nossa vida

O tema da vontade de Deus é muito vasto! Pode suscitar debates prolongados. Mas conhecer o que é a vontade de Deus é por demais importante para não ser abordado seriamente.

Todos os cristãos devotos oram diariamente a Oração do Senhor que é um marco expressivo dos ensinamentos de Cristo Jesus. Nessa oração afirmamos: “Faça-se a Tua vontade” (Mateus 6:10). Talvez nem pensemos o que essa afirmação implica ou requer de nós. Talvez nem estejamos conscientes da profundidade de nossas palavras, se forem proferidas sem acompanhamento de compreensão espiritual. Evocar a vontade de Deus requer que entendamos que isso significa uma disposição de nossa parte: a humildade.

Não raro pronunciamos a oração acompanhando-a com um cortejo de crenças humanas, crenças que nos impedem de alcançar a consciência espiritual que o Pai-Nosso contém e que é o agente espiritual poderoso capaz de nos livrar do mal, dos problemas de toda ordem. Gostaria de considerar duas crenças errôneas muito comuns entre nós cristãos:

1.      Crença errônea: Que Deus envia a doença.
Esta crença errônea está baseada numa ignorância a respeito de Deus. Se compreendermos claramente que Deus é Bom, ou seja, que Ele é o BEM, não diremos que do BEM possa vir algo mau para os filhos e filhas de Deus. Do sol, fonte de luz, emana luz, não trevas; de Deus, a fonte do BEM, emana o que é bom, só e exclusivamente. Essa orientação do pensamento abrange todos os aspectos infinitos da divindade que, sendo boa, forte, inteligente, pura e perfeita, só pode enviar ou emitir o que é bom aos Seus filhos. O mal que presenciamos em nossa vida ou em nossas atividades pode ter várias razões ou origens, e deve ser enfrentado adequadamente, conforme o caso.

O que está sendo combatido aqui é a crença maléfica de que Deus envie a doença. Cabe às pessoas fixarem seu pensamento na direção correta—p.ex, Deus é bom e só envia o bem—para não perderem seu rumo. A crença sob foco tende a criar uma outra crença, a saber: que as pessoas não devam lutar contra a vontade de Deus, e não buscar solução para seus problemas quer sejam emocionais, físicos ou de negócios. Essa crendice desincentiva o cristão para agir no sentido de enfrentar e  resolver seus problemas inclusive de saúde. E por quê? Porque ele tem um receio secreto de que Deus pode ter lhe enviado essa provação para que dê provas do grau de sua fé; ou que Deus lhe enviou esse mal como castigo por algum pecado cometido (quer esteja consciente ou não desse pecado). Tem medo de que enfrentar o sofrimento, a angústia os sintomas por meio da oração que isso poderia ser interpretado como uma rebeldia contra Deus e Sua vontade e assim cair no desagrado divino.

Mas o que dizem as Escrituras: Eu sou o Senhor que te sara(Êxodo 15:26).  Essa é uma promessa alentadora das muitas que a Biblia registra.  Se pesquisar no livro que é um companheiro da Bíblica, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy encontrará o seguinte esclarecimento: “É nossa ignorância a respeito de Deus, o Princípio divino, que produz aparente desarmonia, e compreendê-Lo corretamente restaura a harmonia” (p.390). Nós humanos, não estamos condenados por Deus, nosso querido Pai-Mãe que nos ama e quer o melhor para cada um de nós. Deixe que essa promessa da possibilidade da cura se desdobre gradativamente em sua consciência.

2.      Crença errônea: Que Deus castiga as pessoas
Que Deus castigue as pessoas por terem agido mal é um ledo engano dos mortais. Mas que ninguém se iluda com o pensamento: se Deus não castiga o mal-feito então posso agir como quiser! E nada vai me acontecer!” Tolo engano! O mal que praticamos, consciente ou inconscientemente, traz consigo o próprio castigo, pois a prática do mal sempre está acompanhada de(da exigência de que temos que sair das trevas e ir para a luz.) de um mau resultado.  Pecar, é sinônimo de mal agir? O mal, traz consigo o castigo por um pensamento ou ato pecaminoso. Não é Deus quem castiga; é o mal que se castiga a si mesmo. E por que isso é assim? Para que as pessoas se abstenham de agir mal, ou pecar, ou temer, ou odiar.

Se Deus não castiga o pecado, pode Ele perdoar o pecado? Vamos pensar do seguinte modo: Deus não perdoa o pecado, Ele perdoa o pecador; o pecado precisa desaparecer da vida do homem; e quando isto acontece, o pecador está perdoado, porque o pecado não mais existe. Sem pecado não há pecador; sem pecado não há necessidade de perdão. Assim o pecado, o mal, o ódio, etc devem desaparecer, devem ser destruídos pelo poder do oposto do mal, ou seja, o BEM, que como vimos acima, é a principal característica de nosso Deus-Pai-Mãe.

A graça divina não deixa Deus castigar Sua criação -- o homem, a mulher e a criança -- mas vem ao encontro de cada um de nós para nos redimir do mau-agir, para parar de pecar e nos abster de praticar o mal. Uma vez redimido o homem deixa para trás em seu pensamento toda e qualquer crença errônea a respeito de como Deus age para conosco. Saberá que é amado, amparado, sarado, cuidado e salvo.

Podemos orar em paz e de modo consciente: “Faça-se a Tua vontade” com toda segurança e confiança na ação do todo-poder divino.


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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Alimentação pura

Relata o livro de Daniel um caso um tanto curioso para o qual eu não tinha uma explicação lógica, a não ser da lógica metafísica. O Rei Nabucodonozor havia conquistado o reino de Israel (aprox. 587 AC) e levou grande parte do povo para o cativeiro babilônico. Entre eles jovens da nobreza. O relato em Daniel dá conta que Daniel e seus amigos Hananias, Misael e Azarias estavam entre os convocados pelo rei para tomarem conhecimento da cultura babilônica para depois assistirem ao rei no palácio. Determinou o rei a ração aos “trainees” das “finas iguarias da mesa do rei” (1:5) do bom e do melhor. Entres essas iguarias, com certeza, havia carnes inclusive carne de porco, proibida aos judeus.

A cerca dessa determinação do rei, Daniel e seus amigos decidiram não desobedecer às leis de seu povo e, assim, pediram ao cozinheiro-chefe designado para eles para que fossem poupados de serem obrigados a comer o alimento para eles proibido. Diante da hesitação do cozinheiro e também medo de ser castigado por desobedecer à ordem do rei, Daniel lhe propôs uma alternativa: “experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos deem legumes a comer e água a beber. Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei...No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei

Uma bela surpresa ao cozinheiro-chefe! Mas eu também sempre me senti surpreso com o resultado, a não ser pela coerência de confiar em Deus. Auxiliaram-me no entendimento as pesquisas recentes de médicos sobre nutrição natural. Uma delas, desenvolvida pelo medico Dr. Gerson (EUA), substituiu alimento normal e comum por alimentação natural. Teve resultados em si mesmo que o livraram de dores de cabeça crônicas. Dizem as pesquisas que os produtos químicos que ingerimos com a alimentação “melhorada” quimicamente acabam por intoxicar certos órgãos que precisam um “esforço-extra” para se purificarem. A alimentação natural com produtos orgânicos alivia o corpo desse “esforço-extra” e a pessoa sente-se, então, melhor, mais aliviada e disposta.

O organismo reage melhor quando nutrido por ingredientes orgânicos, e o que os jovens hebreus experimentaram foi nada menos do que isso: alimentação natural acompanhada de disposição mental de obedecer a Deus. O organismo só podia melhorar e estar em boas condições sob esse regime. O corpo humano na sua constituição e funcionalidade é uma “maquina” perfeita que, apoiada convenientemente por pensamentos elevados funciona bem. Sei agora que uma consciência pura é o melhor apoio ao equilibro do organismo; some-se a isso equilíbrio de conduta moral e sem vícios e o homem não terá o que se queixar da vida.

Para mim, tenho como adequada uma conduta baseada em compreensão espiritual; e quanto à alimentação basta saber o que é bom para o organismo, comer sem preconceitos e preocupações para deixar  as funções do corpo se desenvolverem espontânea e harmoniosamente. Preocupar-se com o que come perturba as funções normais do organismo. Nunca deixe de convidar a sabedoria para vir à mesa. Não haverá exageros nem escassez nem queixas de mau funcionamento.

Adão e Eva simbolizavam os “veganos” (vegetarianos) de hoje, pois viviam num paraíso onde comiam de tudo em estado natural: “De todas as plantas do jardim comereis livremente” (Gênesis 3:2). Também simbolicamente deixaram o terreno paradisíaco e harmonioso porque comeram de coisas proibidas e não acreditaram que elas lhes fariam mal. É assim que funciona na natureza: ela nos provê tudo o que precisamos por meio da flora, mas se não nos satisfazemos com isso vamos buscar mais provisões na fauna e na química, sem saber a que riscos estamos nos submetendo. E quando surgem os problemas recorremos à química para nos aliviar.

Bem faríamos em observar o conselho do Mestre Cristão dado no Sermão do Monte: “Não andeis ansiosos pelo que haveis de comer ou beber... Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais” (Mateus 6:25, 8). Na natureza nossas necessidades são supridas pelos alimentos naturais (na medida do possível), representando, assim, a provisão divina antes mesmo de ingerirmos alimentos. É assim que nossas necessidades são supridas antes de “pedirmos”.

Mas...cuidado! A alimentação não deve ser encarada como medicina, embora hábitos sadios na alimentação se revertam em condições saudáveis do organismo. Essa crença de alimentação medicinal pode levar na direção oposta de que o jejum também é medicinal. Mary Baker Eddy, em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, relata de um caso de seu conhecimento: “Conheci alguém que, ainda criança, adotou o sistema Graham para se curar de dispepsia. Durante muitos anos, ele só comeu pão e legumes e não bebeu nada a não ser água. (Obs. Não é esta dieta parecida com a dos veganos?).  Agravando-se a dispepsia, decidiu que sua dieta devia ser mais rigorosa, e daí por diante não fez mais do que uma só refeição em vinte e quatro horas, refeição que consistia apenas de uma fina fatia de pão, sem água. Seu médico lhe recomendou também que não molhasse a ressequida garganta senão três horas depois de comer. Passou muitos anos penosos com fome e fraqueza, quase sucumbindo de inanição, e finalmente resignou-se a morrer”, única alternativa que os médicos lhe deixaram. Pobre da humanidade! Que se sente enredada com conceitos e crenças materiais, deixando de lado a Ciência do Infinito Sustentador que contém solução para os problemas humanos, inclusive esse aqui relatado. Continua Eddy o relato do caso de dispepsia: depois de ser inteirado de que a morte seria a única alternativa, “foi aí que a Ciência Cristã o salvou, e agora ele goza de perfeita saúde” (p. 221). O que a Ciência espiritual fez por esse homem foi mudar sua forma de pensar sobre o corpo, de uma base material para uma espiritual.

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

“Tristeza não tem domínio...”

Sentimento e comoção de pessoas enlutadas podem ser vencidos

Que a tristeza não tenha fim, conforme é decantado na MPB, é o ponto de vista da maioria das pessoas de algum modo envolvidas em casos de luto familiar. Eu preferiria apor um ponto de interrogação na letra da música (“Tristeza não tem fim...”), pois aceitar que o sentimento de tristeza não tenha fim acarreta automaticamente o conceito correlato de que a felicidade tenha fim. Por índole prefiro pensar como permanentes as qualidades boas de origem espiritual. A alegria derivada da Alma, Deus, fortemente ligada à felicidade, é uma qualidade divina expressada pelo homem, na sua identidade de filho de Deus.
  
A Bíblia tem mensagens de consolo para os entristecidos. O profeta Isaías  exortava seus abatidos contemporâneos com a noção de que consolo do Senhor não era distante nem desconhecido: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim Eu vos consolarei e em Jerusalém vós sereis consolados” (Isa 66:13). Consolo e conforto é o que uma pessoa de luto precisa, e saber que podemos contar com o consolo de Deus-Pai-Mãe é busca-lo na fonte certa e perene. Quando chegarmos a sentir e perceber que Deus está perto e chegado a nós, já poderemos sentir alguma alegria de origem espiritual.

A tristeza da partida de ente querido, a pesar de justificada humanamente, requer certo cuidado para não ocultar um sentimento de pena de si mesmo, comiseração. Já presenciei casos de extrema tristeza em que a pessoa em prantos dizia: “... e agora quem vai cuidar de mim”. Essa senhora estava com pena de si mesma pois sua vida poderia ficar pior a partir de então, no pensar dela, e por isso chorava desconsoladamente. As pessoas em situação como esta não o fazem de propósito, mas na mistura de sentimentos, muitas vezes, não sabem o que dizer.

Essa questão de contrição e tristeza de alguém é algo que pode significar um crescimento espiritual e psicológico, quando a pessoa reúne suas forças e convicções para enfrentar corajosamente a situação deprimente; e conforme os recursos invocados pode superar a tristeza. O pensamento de separação é o mais forte no sentimento de pesar. Então, se a pessoa conseguir sublimar seus pensamentos para a ideia de que a morte não provocou separação espiritual, que ambos os seres continuam se amando (agora com amor mais sublime) ela pode superar a dor da separação.

No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a autora, Mary Baker Eddy, coloca um exemplo bastante curioso relacionado ao tema ora apresentado. Diz ela: “Uma mensagem errada, que por engano anuncia morte de um amigo, causa o mesmo pesar que a morte do amigo causaria. Pensas que tua angustia é causada por essa perda. Outra mensagem, que corrige o engano, cura teu pesar, e ficas sabendo que a tristeza fora apenas o resultado de tua crença” (p. 386).

O caso hipotético relatado mostra que a razão do sofrimento e comoção está enraizada na consciência das pessoas. Tão logo a raiz do sofrimento seja transplantada para um terreno mais espiritual, a tristeza perde força no coração e na mente das pessoas em sofrimento. Em permanecendo acesa a ideia de união de coração e mente, a tristeza pode ser vencida. Quer dizer que ela vai esquecer a pessoa que partiu? Não! Quer dizer que a colocou num patamar onde a tristeza é secundária e não pode assumir o controle emocional das pessoas. Contra as emoções edificantes da alegria, do entusiasmo, do ânimo e da felicidade a tristeza não tem vez. O amor que existiu antes continua depois e é responsável pela expressão de eternalidade no universo. Nessa atmosfera não há separação nem dor e aí podemos nos recolher. E poderemos com autoridade dizer com Eddy: “A tristeza não tem domínio sobre a alegria” (CeS, p. 304)


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