quarta-feira, 8 de abril de 2015

O homem reflexo de Deus

Este conceito pode expandir enormemente o ser do homem e o alcance de seu pensamento

Na Ciência Cristã é usual o conceito da natureza do homem como “reflexo” de Deus. A descobridora deste sistema espiritual, Mary Baker Eddy, expõe minuciosamente o conceito em sua obra Ciência e Saúde com a Chave Escrituras. A base do conceito é a descrição da criação do homem (homem e mulher) como relatada no Gênesis: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1: 27).

A compreensão espiritual deste fato é um dos pontos altos na doutrina dessa denominação. Para compreender bem a natureza do homem deve-se começar por compreender bem a natureza de Deus; compreender o original para compreender o reflexo ou imagem. O desdobramento lógico de tal premissa leva a concluir que o homem tem, na verdade, uma natureza distinta da figura humana. Esta, aliás, não é a imagem de Deus, o Espírito. Radical! Não? Mas compreensível.

Eddy expõe detalhadamente uma linha de entendimento para compreendermos que o homem é a imagem, o reflexo de Deus, contando, por isso com características refletidas de seu Criador. Temos que cuidar em nosso pensamento para não ficar imaginando que nossa figura humana reflita o Espírito. A ideia de que refletimos Deus, parece muito similar a nos vermos diante de um espelho especial no qual o Pai nos vê.

Para não escorregarmos nessa esparrela de pensar que o corpo humano  físico é semelhante a Deus existe um outro enfoque para entender que o homem é o reflexo de Deus. Vamos pensar em um artista, ou um autor, preparando suas obras-se-arte que mais tarde serão admiradas pela humanidade. É fácil de imaginar um Mozart, ou um Da Vinci trabalhando em seus ambientes e cercados de toda sorte de circunstâncias pessoais, felizes ou infelizes, amorosas ou rancorosas, de saúde ou de doença. Suas obras ficarão invariavelmente marcadas por tais circunstâncias retratando com perfeição ou falhas o momento que atravessava o artista. As obras do artista refletem seu estado de espírito quando compunham uma música ou entalhavam a madeira ou pintavam uma tela. As obras refletem também o estilo do autor, sua aptidão, sua dedicação à arte, sua inteligência no uso dos materiais. As obras não refletem a figura do autor, mas tão somente suas aptidões.

Agora podemos ver o homem, reflexo de Deus, sob outra perspectiva. Não precisamos mais imaginar-nos como semelhantes à “figura” divina, mas sabemos que refletimos o estilo divino de criar: com perfeição, inteligência, sabedoria, força, amor. Refletimos o Pai-Mãe pela perfeição, inteligência, sabedoria, força, amor, saúde com nos criou. Cônscios dessa característica de criação poderemos vivencia-la entre os homens em vidas “sublimes e nobres”.
Eddy esclarece mais um pouco este enfoque. Diz: “Deus modela todas as coisas segundo Sua própria semelhança. A Vida se reflete na existência [vitalidade], a Verdade, na veracidade [honestidade], e Deus, no bem, [excelência] os quais transmitem sua própria paz e permanência” (CeS, p. 516), por isso o homem, no seu verdadeiro ser, é belo, forte, livre, puro e são.

O conceito da reflexão espiritual pode ser expandido. Para isso lançamos mão de algumas colocações de Eddy em Ciência e Saúde. “O universo reflete o poder criador do Princípio divino” (p. 507), e “Deus expressa no homem a ideia infinita...” (p. 258). O homem, reflexo de Deus, vive nesse universo como uma ideia infinita. Que estupenda expansão de nosso ser, e escopo de vida!


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