terça-feira, 10 de março de 2015

Ver o homem perfeito

Tudo o que vemos é o que temos no pensamento

O que o homem vê é orientado pelo seu pensamento. Diversas pessoas olhando o mesmo objetivo veem coisas com destaques distintos. Algumas podem achar lindo o que veem, outras nem tanto, e outras podem até achar feio. Mas se estão vendo o mesmo objeto, porque as diferenças na percepção? É que cada uma pensa a seu modo e interpreta o objeto a seu modo. Poder-se-ia dizer que as pessoas veem o que pensam. Num sonho a pessoa também vê seus pensamentos, e as imagens que vê lhe parecem reais, pois com elas goza ou sofre. Quando o pensamento não acompanha a visão, as imagens dessa visão não despertam qualquer interesse. Uma pessoa absorta em seus pensamentos ou preocupações, fica olhando para algum local mas não percebe o que vê. Nada lhe chama atenção.

No tocante a contatos visuais com outras pessoas passa-se o mesmo fenômeno. Olhamos para elas e vemos aquilo que nosso pensamento dita. Mary Baker Eddy em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras ilustra a visão que Cristo Jesus tinha das pessoas e que era totalmente diferente da visão comum. “Jesus percebia [via] na Ciência o homem perfeito que lhe era visível ali mesmo onde os mortais veem o homem mortal e pecador” (p. 476). Porque ocorria isso? O Mestre tinha um pensamento enaltecido a respeito do homem, por isso via um homem perfeito, bom, saudável, amável.

Era com essa visão espiritualizada que ele tratava com as pessoas. Alguém que fosse falar com ele, recebia do Mestre esse olhar sublimado que elevava o ouvinte à condição de sentir-se filho de Deus. Esse filho de Deus era amado por Jesus, e curado, e regenerado. Eddy esclarece um pouco mais sua declaração acima mostrada: “Nesse homem perfeito, o Salvador via a própria semelhança de Deus”, o que acontecia? Ela acrescenta: “E esse modo correto de ver o homem curava os doentes”.

Aí está a receita da cura espiritual ensinada por Cristo Jesus. Quem souber segui-la à risca obterá idênticos resultados em sua vida e na de seus interlocutores. Aliás exercer essa visão espiritual não é coisa difícil, basta (parece pouco?) ter a compreensão da real natureza do homem criado por Deus. Enquanto esta natureza ocupar o lugar de frente em nossa consciência, a nossa visão do mundo será filtrada por esse entendimento espiritual, e assim estaremos vendo o que o pensamento não espiritualizado não consegue ver. Poder-se ia até falar de visão espiritual e cegueira material. Eddy esclarece:”A visão espiritual não está subordinada a altitudes geométricas” (CeS, p. 215).

No livro do Apocalipse lemos que João teve visões da cidade santa, do anjo com um “livrinho aberto”, da “mulher grávida prestes a ter um filho”, ele não estava vendo coisas diante de seus olhos materiais; eram inspirações  e intuições ou revelações que lhe vinham de modo tão claro que pareciam reais.

Assim, quando sabemos que o homem é perfeito e harmonioso, é isso que veremos quando nossos olhos descansarem numa figura humana. Só precisa reconhecer nesse homem perfeito a própria semelhança de Deus, e a obra de cura se realizará rápida e espontânea.


...oo0oo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário