segunda-feira, 26 de maio de 2014

LUZ, SEM SOMBRA

Bom é tomar uma posição iluminada

Quando submetemos um objeto à exposição de uma fonte luminosa, veremos a sombra dele projetar-se em qualquer anteparo colocado atrás do mesmo.  A sombra é a área onde não há pontos de luz incidentes por causa da interposição do objeto.  Um olho humano colocado hipoteticamente no lugar da fonte luminosa não veria a sombra; é como se a luz não visse a sombra, ou dela não tomasse conhecimento.  Aliás, ela, de fato, não toma conhecimento de qualquer ponto de trevas ao seu redor: a fonte projeta luz, não trevas.

Também é conhecido o fenômeno da variação na aparência da sombra conforme a posição relativa entre a fonte e o objeto.   Podemos fazer a sombra quase desaparecer, se a fonte estiver verticalmente sobre  o objeto.   Há um modo de fazer desaparecer a sombra.  É rodear o objeto com fontes de luz de igual intensidade.  Então, em todas as direções há luz desfazendo sombras, e poderíamos, categoricamente, afirmar que tudo é luz.

Na Bíblia há muitas referências a luz e trevas ou sombras, como dois opostos; um representando o bem, a verdade, o divino, o espiritual, e o outro representando o mal, a dúvida, o erro, o material.  Relacionando essas referências bíblicas com o fenômeno físico da fonte luminosa e do objeto, pode-se fazer comparações metafísicas  e ilustrativas.

O ambiente de luz e sombras é semelhante às circunstâncias humanas que nos rodeiam, e o anteparo ou a tela onde se projeta a sombra é nossa experiência humana.  Quando olhamos o quadro humano e material,  ele parece cheio de coisas opostas, coisas boas e ruins, saúde e doença, honestidade e pecado, abundância e carência, e assim por diante, ambos os lados parecendo reais.  Dependendo de nosso posicionamento mental, veremos mais sombras do que luz; e se nos colocássemos diretamente na sombra, nem veríamos a luz  pois obstruída estaria pela materialidade do objeto.  Assim, quando nos colocamos no lado do erro, ou a favor do erro, do engano, da desonestidade, do crime, da droga, ficamos impedidos de perceber a presença da verdade, ou do oposto específico do mal que estamos vendo, sentindo ou presenciando.  Parecer-nos-ia como se tudo fosse material ou desarmonioso, e que os opostos do bem predominassem.

Se, pelo contrário, assumirmos o ponto-de-vista da luz, ou seja, procurarmos ver o quadro como Deus o vê, a sombra desaparecerá.  Ficará claro para nós que para a Verdade não há erro, para a Vida não há morte, assim como para o Amor  sempre presente não há medo nem ódio.  (Verdade, Vida, Amor foram grafados com maiúscula por serem nomes bíblicos  para Deus).  Nossa experiência retrata a posição mental que assumimos. Enquanto o erro, o material ou o imperfeito nos parecerem  reais, é sinal que precisamos mudar de base mental, ou ponto-de-vista.  Nesse sentido a Ciência Cristã é de grande ajuda, conforme afirma Mary Baker Eddy, sua Descobridora e Fundadora: “O efeito desta Ciência consiste em instigar a mente humana a uma mudança de base, sobre a qual possa ceder à harmonia da Mente divina” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 162).

Isso demonstra a importância de constantemente vigiarmos nossos pensamentos, e, tão logo identifiquemos uma posição mental errônea, saibamos sair dela.  Aliás, o Mestre Cristão  sempre alentou seus seguidores a vigiar e orar para estarem sempre alertas (lembram-se da parábola das 5 virgens néscias?).  Jesus Cristo foi o melhor exemplo de alguém com pensamento alerta e suas obras demonstram o que espera aqueles que O seguem.

O Mestre tinha uma visão metafísica dos fatos, contrariando as opiniões humanas.  Seu discernimento profundamente espiritual de que o “Pai” é maior do que tudo,  trazia tanta luz espiritual para a cena, que qualquer sombra do mal se desvanecia, não importando as aparências, quer fossem de um doente incurável, de um corpo inerte ou de uma tempestade ameaçadora.  Todas essas aparências não o demoviam de sua posição mental de ficar ao lado da luz. E, como sabia que o bem está sempre presente em todo o lugar, ele demonstrou a nulidade do mal, projetando a luz divina onipresente sobre as circunstâncias.  Tal qual a luz ao redor do objeto anula as sombras.

Quando no Sermão do Monte Jesus alertou que “se teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz” (Mateus 6:22), chamava a atenção para que nosso pensamento fosse “bom”, ou iluminado, inspirado, divino, ensejando com isso cercar nosso corpo, ou experiência humana, da luz divina que, por ser onipresente, anula as sombras do erro.  Então tudo é LUZ, sem sombras.


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