Sou
um apaixonado das árvores. Elas oferecem
tanta coisa boa para a humanidade; é só pensar nos frutos, na madeira, nas
flores, nas sementes, na sombra, na proteção da terra, no armazenamento de
águas. Se os homens compreendessem
melhor esses seres vegetais, ou por outra, se tivessem uma ótica diferente
sobre as árvores do que meros objetos de lucro, muito poderiam aprender com
elas. A presença das árvores na natureza
é crucial para a própria existência e sobrevivência da raça humana sobre a
Terra. Se não houvesse árvores nas suas
miríades de espécies e tamanhos, não teríamos rios perenes nem frescor de
matas. Haveria apenas um enorme deserto,
calor e pó.
A
presença de árvores e o bem que fazem ao ambiente ao seu redor, pode ser um
exemplo de vida para nós. Nossa presença
individual em nosso círculo de relações deve ser como a duma árvore, oferecendo
nossas qualidades e aptidões para benefício de nossos semelhantes, seja na beleza
do caráter, numa postura estável, na constância de nossa sinceridade, nos
recursos de nosso trabalho, na pontualidade de nossos frutos, na amenidade de
nossos relacionamentos, na sabedoria de nossos preceitos, na proteção e apoio
diante de adversidade. Sem falar nas
lições morais que as árvores nos brindam; é por demais conhecida o dizer do filósofo: “Seja como o sândalo,
que perfuma o machado que o fere!”
Teríamos a mesma coragem moral?
Cristo
Jesus, o Mestre Cristão, ensinou algo parecido ao recomendar no seu Sermão da
Montanha (Mateus 5:39): “Não resistais ao
perverso: mas qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.”
Teríamos tanto coragem cristã? Parece que as árvores têm um belo caráter
cristão!
Esses
seres vegetais merecem todo nosso amor e proteção. Antes de derrubar uma árvore devemos examinar
bem nossos motivos para tal ato, e se não há solução alternativa. Em Porto Alegre, há alguns anos, um homem
derrubou uma grande árvore porque nela os pássaros se abrigavam à noite e pela
manhã irrompiam na sua alegre algazarra de boas-vindas ao novo dia. Aquele cidadão (se é que se pode chama-lo
assim) não entendia nada de natureza.
Olhava para dentro de si mesmo e, talvez por não ver algo de valor,
desprezava a natureza ao seu redor. O
homem que tem dentro de si riquezas
morais e valores espirituais sabe respeitar a natureza, começando pelo amor às
árvores.
PRECE DA
ÁRVORE
Tu que passas
e levantas contra mim teu braço;
antes de fazer-me mal,
olha-me bem.
Sou a sombra
amiga que
te protege contra o sol.
Meus frutos saciam tua fome
e
acalmam tua sede.
Sou a viga que suporta o teto de tua casa,
as tábuas de tua mesa,
a cama em que descansas.
Sou o cabo de
tuas ferramentas,
a
porta de tua casa.
Quando nasces
tenho madeira para teu
berço.
Quando morres, em forma de ataúde,
ainda te acompanho ao
seio da terra.
Se me amas
como mereço . . .
Defende-me contra os
insensatos.
(autor
desconhecido)
.oOo.
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