terça-feira, 20 de maio de 2014

A benfazeja árvore

Sou um apaixonado das árvores.  Elas oferecem tanta coisa boa para a humanidade; é só pensar nos frutos, na madeira, nas flores, nas sementes, na sombra, na proteção da terra, no armazenamento de águas.  Se os homens compreendessem melhor esses seres vegetais, ou por outra, se tivessem uma ótica diferente sobre as árvores do que meros objetos de lucro, muito poderiam aprender com elas.  A presença das árvores na natureza é crucial para a própria existência e sobrevivência da raça humana sobre a Terra.  Se não houvesse árvores nas suas miríades de espécies e tamanhos, não teríamos rios perenes nem frescor de matas.  Haveria apenas um enorme deserto, calor e pó.

A presença de árvores e o bem que fazem ao ambiente ao seu redor, pode ser um exemplo de vida para nós.  Nossa presença individual em nosso círculo de relações deve ser como a duma árvore, oferecendo nossas qualidades e aptidões para benefício de nossos semelhantes, seja na beleza do caráter, numa postura estável, na constância de nossa sinceridade, nos recursos de nosso trabalho, na pontualidade de nossos frutos, na amenidade de nossos relacionamentos, na sabedoria de nossos preceitos, na proteção e apoio diante de adversidade.  Sem falar nas lições morais que as árvores nos brindam; é por demais conhecida  o dizer do filósofo: “Seja como o sândalo, que perfuma o machado que o fere!”  Teríamos a mesma coragem moral?

Cristo Jesus, o Mestre Cristão, ensinou algo parecido ao recomendar no seu Sermão da Montanha (Mateus 5:39): “Não resistais ao perverso: mas qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.”  Teríamos tanto coragem cristã?  Parece que as árvores têm um belo caráter cristão!

Esses seres vegetais merecem todo nosso amor e proteção.  Antes de derrubar uma árvore devemos examinar bem nossos motivos para tal ato, e se não há solução alternativa.  Em Porto Alegre, há alguns anos, um homem derrubou uma grande árvore porque nela os pássaros se abrigavam à noite e pela manhã irrompiam na sua alegre algazarra de boas-vindas ao novo dia.  Aquele cidadão (se é que se pode chama-lo assim) não entendia nada de natureza.  Olhava para dentro de si mesmo e, talvez por não ver algo de valor, desprezava a natureza ao seu redor.  O homem que tem dentro de si  riquezas morais e valores espirituais sabe respeitar a natureza, começando pelo amor às árvores.

Dedico aos amigos este poema que encontrei afixado num outdoor da SOGIPA, em Porto Alegre:

 PRECE  DA  ÁRVORE


Tu que passas
         e levantas contra mim teu braço;
antes de fazer-me mal,
olha-me bem.
Sou a sombra amiga que
         te protege contra o sol.
Meus frutos saciam tua fome
          e acalmam tua sede.
Sou a viga que suporta o teto de tua casa,
as tábuas de tua mesa,
a cama em que descansas.
Sou o cabo de tuas ferramentas,
          a porta de tua casa.
Quando nasces
tenho madeira para teu berço.
Quando morres, em forma de ataúde,
ainda te acompanho ao seio  da terra.
Se me amas como mereço . . .
Defende-me contra os insensatos.
  

                                                (autor desconhecido)
                                                           .oOo.

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