domingo, 27 de julho de 2014

Vida renovada

Todo ser humano tem um momento em que deseja uma renovação de vida

Na Bíblia Sagrada encontram-se muitas referências à renovação de vida, ou renovação mental, e o Novo Testamento é prolífico no assunto.  O diálogo do Mestre Cristo Jesus com Nicodemos (ver João 3: 1-15) revelou ao doutor da lei a lição espiritual do renascimento espiritual como a experiência consciente de alguém, ao deixar o "velho" pelo "novo" a fim de ver o reino de Deus, ou o reinado da harmonia divina.  Com seus discípulos foi mais direto ao admoestá-los de que era necessário tornarem-se puros como uma criança para terem audiência com o Pai, ou entrarem no reino.  O apóstolo Paulo faz uma colocação pertinente ao dizer: "... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, ... e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem" (Efésios 4: 22-24).  Na Bíblia também encontramos relatos da transformação espiritual por que passaram diversas personagens, sendo que algumas até mudaram de nome para mostrar sua nova existência; são os exemplos de Abrão (depois Abraão), Jacó (depois Israel), Simão Barjonas (depois Pedro) e Saulo (depois Paulo).

Mas o que significa abandonar o "velho" pelo "novo"?  Certamente que não quer dizer deixar uma velha amizade ou um velho amigo.  A troca não ocorre no exterior de nosso ser, mas no mais íntimo de nossa consciência, sem interferência de qualquer agente que não nossos próprios pensamentos tocados e iluminados por Deus.  A transformação acontece, geralmente, quando ficamos saturados com alguma situação insatisfatória ou até aflitiva e buscamos uma saída.  Se essa busca de uma saída voltar-se para o céu, vale dizer, para as coisas espirituais,--melhor dito, para Deus--o resultado será reconfortante e sensível, pela paz gerada na consciência do indivíduo. Em se aprofundando a  experiência,  surge um renascer na consciência, um renascer para a condição de filho de Deus, que é o nosso verdadeiro ser.  Não é um renascer das cinzas, qual mitológica Fênix, porque nosso verdadeiro ser, íntimo e interior, sempre esteve vivo e presente.  Basta uma brecha no invólucro de mortalidade do pensamento para que nossa natureza verdadeira venha à luz.

Vi exemplificado esse processo de renovação, quando visitava  durante a primavera uma região de meu Estado onde há muitos pinheiros da espécie  Araucaria angustifolia.  Várias árvores mostravam sua casca grossa, áspera e escura se desprendendo em escamas e revelando por baixo uma superfície lisa, de coloração rosa-violeta, de belíssimo aspecto.  Somente a eliminação da velha casca deixou ver a beleza da nova superfície, que já existia por baixo da camada externa.

"Quando e como devo realizar essa transformação?  Como saber se posso alcançá-la?"  Estas perguntas não se pode responder indicando um momento exato ou uma fórmula miraculosa.  O processo se inicia e desenvolve de modo particular com cada indivíduo.  E a dúvida quanto ao resultado final nunca é levantada durante o processo que, alimentado pela esperança, não vacila e não sofre interrupção.

A Bíblia geralmente enfoca a renovação de vida associada ao abandono do pecado, sob qualquer forma que se manifeste.  Mas na vida humana há várias outras situações que podem significar renovação de vida: cura de doenças prolongadas, libertação de drogas, proteção em guerras e violências, superação da ignorância ou estagnação, e assim por diante.  Não importa a circunstância, é sempre o sofrimento que empurra a pessoa ao desejo de renovação ou melhoria da condição de vida.  As resistências à renovação ou à reforma que tendem a aparecer, podem vir na forma de medo, incertezas, influência­s externas, dúvidas.  Tudo isso pode ser vencido e superado por meio da confiança num poder superior que atua para o bem de todos -- o poder de Deus.   ­

Aqui aparece o grande valor dos ensinamentos da Christian Science (ou Ciência Cristã), pois eles nos fazem entender a natureza de Deus e, consequentemente, a natureza de Sua criação, que inclui o homem.  Conhecendo melhor a Deus é mais fácil confiar no Seu amor e terno cuidado para com Seus filhos e filhas.  Confiar no poder de Deus nos dá a força para seguir avante na reforma ou renascimento do pensamento humano, e ter certeza da presença divina nos confortando quando os passos parecem difíceis.  O salmista cantou:  "Porque a Mim se apegou com amor, Eu o livrarei" (Salmo 91:14).  A chave da ajuda divina está em apegar-se a Ele com amor.  Mary Baker Eddy, descobridora da Christian Science esclarece em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 1): "A oração que reforma o pecador e cura o doente", vale dizer que leva à renovação de vida, "é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus - uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor isento de ego."

Se nossos problemas têm raízes no pecado, provavelmente buscaremos o perdão divino como premissa para os passos seguintes.  Mas a autora de Ciência e Saúde nos alerta para evitarmos de "buscar a salvação através do perdão e não através da reforma" (p.285), pois isso seria fatal para nossa esperança de alcançar uma nova vida.  Quando a reforma tem lugar no coração do indivíduo, o perdão divino vem certamente.  Foi o que Jesus ensinou com a parábola do filho pródigo.

Levar avante a renovação individual requer uma disposição inamovível de chegar ao final da caminhada.  "O novo nascimento não é obra de um momento.  Começa com momentos e continua pelos anos", diz a Sra. Eddy.  Depois segue: "O tempo pode iniciar o novo nascimento, mas não pode terminá-lo; pois progresso é a lei da infinidade" (Miscellaneous Writings, p. 15).  Vemos, assim, que a renovação de vida é um contínuo progredir e deve ser a experiência de cada pessoa, quer  esteja passando por dificuldades ou não, quer esteja começando a entender melhor a Deus ou tenha começado há mais tempo.  Em qualquer caso o caminho vai se tornando cada vez mais iluminado pela Vida eterna.  Em seu  livro Miscellaneous Writings (Escritos Diversos) a Sra. Eddy escreve:  "Esse sentido da Vida ilumina nosso caminho com o esplendor do Amor divino; cura o homem espontaneamente, tanto no moral como no físico - exalando o aroma das palavras de Jesus: 'Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (p.11) - vos darei vida renovada.

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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Deixe cair sua casca

Quem passa por locais onde há grandes araucárias, poderá perceber como  elas vão renovando sua indumentária lenhosa.  Vi, certa vez, uma frondosa árvore dessa espécie desprendendo grandes lascas de casca rugosa, deixando aparecer uma superfície suave,      de cor violácea, de grande beleza.  Regozijei-me de poder presenciar essa maravilha da natureza.

Na experiência humana pode-se traçar um paralelo.  Toda pessoa, qualquer que seja sua evidência exterior, física ou moral, tem no seu interior belezas da alma que, sob certas circunstâncias, vêm à tona.  É comum ver-se em filmes, cenas de um malfeitor que desrespeita até os mais comezinhos direitos alheios, mas que diante da família ou a lágrima de um filhinho se desmancha em atenção.

Os seres humanos precisam deixar cair a rugosa e feia casca de contato com seu círculo de relações, e evidenciar nesse mesmo ambiente as qualidades morais e espirituais de seu belo ser interior.  Esse procedimento é totalmente benéfico para a sociedade.  E quanto mais ele se aproximar da Regra Áurea do Cristianismo: “Faça aos outros o que queres que te façam!”  tanto mais carregado estará de bênçãos aos outros e para si mesmo.

Ouvi, certa feita,  o relato de uma jovem que havia sido raptada por um rapaz.  As intenções dele eram evidentes.  Enquanto sentada no carro dele, orava quietamente para perceber a presença de Deus e saber que cada filho de Deus reflete e expressa as qualidades herdadas do Pai-Mãe divino.  Quando o raptor perguntou a razão de  silêncio, ouviu da moça explicação da oração que estava fazendo, e de como estava se esforçando para ver e compreender a natureza de filho de Deus naquele exato momento.  A conversa dos dois seguiu-se por várias horas enquanto rodavam a esmo.  Quando, enfim, a moça foi deixada perto de casa, sem ter sido tocada, ouviu o comentário: “Tiveste sorte hoje de encontrar um homem tão bom como eu!”

A oração crística daquela jovem determinou o resultado harmonioso da sua experiência.  Assim como ela, todos nós determinamos a harmonia ou desarmonia de nossa experiência humana de acordo com o tipo de pensamentos que abrigamos.  O cristão que tem o desejo de seguir as instruções do Mestre Cristo Jesus, tem de obedecer ao mandato: “Amai os vossos inimigos”.  Isso nem sempre é fácil; mas dentro de nossa religião é fundamental.  Às vezes vemos inimigos (ou seja, pessoas que parecem merecer nossa crítica) até onde não existem; por exemplo, em casa, no trabalho, no trânsito, na nossa igreja, ou na igreja de outros.  Joguemos fora nossa disposição de criticar (achar que somos melhores) e amemos como queremos ser amados; aprendamos a ver por baixo da casca exterior.  Isso fará  do mundo um lugar melhor!

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sábado, 19 de julho de 2014

Minha realidade e a realidade do ser

A busca do entendimento da realidade do homem não pode ser filtrada pelos sentidos

O prezado amigo e leitor provavelmente já se deparou com a indagação existencial: “O que sou eu? Qual minha realidade?” Esta questão atinge muitas pessoas. Quem se dispuser a respondê-la com base nas aparências, ou seja, com base nos cinco sentidos, percebe uma insatisfação decorrente do envolvimento da existência com inúmeros problemas e limitações. Como livrar-se dessa insatisfação? Mudando a base do entendimento, passando do testemunho dos sentidos físicos para o testemunho dos sentidos espirituais. Mas estes existem mesmo? Com certeza! Com que outro sentido podemos sentir alegria, felicidade, entusiasmo?

Outras vezes surgem indagações diferentes. Quando alguém se defronta com vários problemas físicos soe perguntar-se: “Por que isso acontece comigo?” E o Cristão poderia perguntar-se: “Isso aí é a minha realidade?” Pela palavra bíblica a realidade do homem é a da criação de Deus: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem; homem e mulher os criou” (Gen. 1: 26). Então, ao olharmos nossa condição material, nossa aparência aos sentidos físicos, vemos uma contradição: o aspecto material em contraste com a verdade espiritual. Qual deles apresenta a verdade?

Para decidirmos que rumo tomar nesse dilema, podemos buscar orientação na literatura religiosa. A Bíblia, com toda certeza, é o primeiro livro a recorrer. Depois das Sagradas Escrituras tomo o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras*, de autoria de Mary Baker Eddy, descobridora e fundadora da Ciência Cristã no ano de 1866. Nesse livro-texto de metafísica, ela escreve à página 472: “Toda a realidade está em Deus e Sua idéia”--imagem e semelhança. Sendo Deus perfeito, conclui-se que a perfeição espiritual é a base da realidade e que o corpo físico, por ser o oposto do Espírito, está longe dessa realidade. Para conhecer a realidade é preciso saber a Verdade a respeito de Deus e Sua criação.

No mesmo livro a Sra. Eddy expande o conceito correto sobre a realidade. Diz: “A realidade é espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” (p. 335:26-28). Qualquer circunstância que em nossa vida seja diferente de “espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” podemos com segurança jogar no lixo da materialidade, e não lhe emprestar mentalmente qualquer resquício de realidade. Qualquer acolhida que dermos aos opostos da realidade como se fossem fatos, tende a desarmonizar nosso pensamento, o qual, então, projeta esses males no corpo físico. As doenças e males físicos se incluem nessa condição. A cura resulta do reconhecimento da realidade do homem criado por “Deus à Sua imagem”.

Há algum tempo fui desafiado por uma série de “atentados” à minha integridade física, do tipo, dores generalizadas no corpo, dor de ouvido, tosse. Eu orava para reconhecer a Verdade, mas não surgia nenhuma inspiração nova. Por fim perguntei-me: “Mas , afinal, qual é a minha realidade? É essa porção de sintomas que sinto no corpo? Com certeza, não!, respondi.” Então me vieram à mente vários trechos inspiradores, alguns já citados acima. Mas o toque final que restabeleceu meu pensamento no rumo certo e pôs uma pá de cal sobre os sintomas foi a declaração da Sra. Eddy no Ciência e Saúde: “As três grandes verdades do Espírito: a onipotência, a onipresença e a onisciência—o Espírito a possuir todo poder, a encher todo o espaço, a constituir toda a Ciência—contradizem para sempre a crença de que a matéria possa ser real” (p. 109/110). Nossa realidade está embutida nessa verdade.


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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Enfim, uma idéia sobre o homem

Na idéia concebida na Mente divina, estão presentes todas as qualidades pensadas pelo Criador divino para o seu filho e ou Sua filha

Há algum tempo ouvi, durante uma cerimônia de sepultamento, o Pastor da igreja evangélica luterana dizer que o “homem começa como idéia de Deus”.

Como gosto desse tema, pus-me a aprofundar o exame dessas palavras, para entender melhor seu significado que eu sabia ter elevado valor espiritual. “O homem uma idéia de Deus!” Que entendimento lógico poder-se-ia desdobrar a partir dessa premissa? Como Cristãos podemos buscar nas Sagradas Escrituras os subsídios metafísicos balizadores de um raciocínio lógico e metafísico, de base cristã.

Para que haja uma idéia, tem de haver primeiro uma mente, e neste caso em foco a Mente é divina (por isso grafei com letra maiúscula). Idéias são o produto da mente e se a Mente é a divina, suas idéias o que são? Esse é um conceito interessante, falando-se de um atributo de Deus, que goza juntamente com outros de infinidade, todo-poder, eternidade, onisciência, próprios da infinita natureza divina. A Mente de Deus é onisciente, por isso sabe tudo, nada ultrapassa ao seu entendimento, nada escapa de sua memória. Ela pode ter infinitos pensamentos, não há limites para ela. Como Deus é bom, Sua Mente é boa e Suas idéias  são boas. É inconcebível que uma Mente boa possa ter pensamentos maus ou imperfeitos. É inaceitável que uma Mente sã possa ter pensamentos doentios. Impossível que uma Mente amorosa tenha pensamentos rancorosos. Mente e idéia gozam de afinidades. A Mente—causa―gera idéias semelhantes—efeitos. Assim, para entender a idéia, deve-se começar por entender a Mente que a concebeu, pois Mente e idéia são um.

É bom saber que a Mente divina, e também a humana, não tem forma como um objeto material. Sua forma é antes um modo de agir mental. Os pensamentos dessa mente têm a forma da ação dessa mente, a direção de seus interesses, a consecução de seus ideais. O homem como idéia de Deus, é um ser sem forma física. Não podemos olhar para um corpo e dizer que seja a idéia de Deus. Uma idéia de Deus não tem forma. Esta forma visível, quando muito, representa a idéia e demonstra as qualidades e funções idealizadas para aquele ser. Na idéia concebida na Mente divina, estão presentes todas as qualidades pensadas pelo Pai-Mãe divino para o seu filho, ou Sua filha. Cada idéia tem suas qualidades, o que torna o homem uma individualidade. O conjunto infinito de individualidades constitui a identidade de todas elas. Muitas individualidades, mas uma só identidade: a de filhos de Deus.

Essa característica de isenção de forma sugere-me que nem a mente humana nem a Mente divina podem estar contidas em algum espaço limitado. Em relação à Mente divina é fácil compreender tal disposição, pois ela é infinita; mas em relação à mente humana esse fato só é compreendido a partir da conclusão de que o homem idéia de Deus não tem forma física. Então, sua mente não pode estar confinada em uma forma óssea. Vale dizer, a mente não está na matéria. A mente pensa, mas não dentro do cérebro.

Essa questão de que uma forma não possa conter a mente, não é difícil de compreender, desde que entendamos que a Mente é Espírito e que este é infinito. Diria alguém que o maior possa estar no menor, ou que o infinito entre no finito? O Espírito não está na matéria. A Mente não entra na finidade do físico. A atividade da Mente, independe do cérebro. As qualidades espirituais manifestam a Mente que é Espírito, em quem o homem-idéia existe como individualidade espiritual, que é a realidade de nossa existência.

A colocação de que o homem é uma idéia de Deus deixa claro, imediatamente, o fato de que o homem é uma criação da Mente. Essa criação é descrita no livro de Gênesis como ocorrendo em tantas etapas ou dias, que são revelações das idéias que a Mente concebeu, todas reconhecidas como boas: “Viu Deus que isso era bom” (Gen. 1). A Mente estava satisfeita com sua obra ideal, ou seja, com suas idéias. O mesmo acontece com os humanos. Se uma cozinheira vai fazer um bolo, um marceneiro uma mesa, tem que primeiro idealizar sua obra, e quando estiver satisfeito com sua idealização, age para que o objeto apareça e se pareça com a idéia mantida na mente. Assim, a forma visível representa a idéia e expõe suas funções e qualidades, as quais já estavam originalmente presentes na idéia. Se a idéia concebida não contiver as qualidades, estas não podem ser incluídas no objeto.  Proponho aqui um dilema ao querido leitor; o que é mais importante: a idéia ou o objeto?

Outro fato importante a respeito do conceito de Deus como Mente, é que há um só Deus e por isso uma só Mente. Não muitos deuses nem muitas mentes. Havendo só uma Mente, as idéias por ela concebidas—os filhos e as filhas de Deus—gozam de qualidades semelhantes por serem oriundas da mesma e única fonte.  Quando o Criador disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”, expressou Seu desejo que Sua criação partilhasse dos atributos divinos. Qual homem assume esse papel de semelhante a Deus: o corporal ou o ideal (idéia)? “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou... Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gen. 1:27, 31).

 É bom e importante para a humanidade que Deus tenha criado homens e mulheres à semelhança dEle. Isso iguala os sexos desde sua origem e acaba com a descabida dissensão que a humanidade há tempos estipula. Sendo o homem e a mulher oriundos da mesma fonte, gozam das mesmas qualidades intrínsecas ou espirituais. Visualmente são diferentes. Sim, pois cada idéia tem sua individualidade garantida na Mente criadora. Nenhuma razão, pois, para o gênero humano tentar desfazer essa igualdade original. No dizer popular: “Somos vinho da mesma pipa”. Somos filhos do mesmo Pai-Mãe.

Dou razão àquele Pastor: o homem é uma idéia de Deus! Essa verdade me diz que, por ser idéia, o homem não é corporal nem mortal. Para ser a imagem e semelhança de Deus, Espírito, o homem não pode ser material. Por refletir a Vida, Deus, o homem-idéia é imortal. O verdadeiro ser do homem é espiritual. Para vê-lo temos que elevar nosso olhar, como Jesus quando ressuscitou Lázaro, vale dizer, desviar o olhar da materialidade para a espiritualidade. O saber humano que não segue essa regra, ainda está apegado ao reino material, onde tudo o que vê é aceito como real. Por isso a razão baseada na compreensão espiritual estabelece uma diferenciação mental entre o físico e o espiritual.

O raciocínio que toma como premissa a realidade do Espírito infinito, da Mente divina, do Amor eterno, reconhece e aceita o homem ideal como verdadeiro. Essa era com certeza a posição mental do Mestre Cristão quando disse para sermos “perfeitos como perfeito é o [nosso] Pai celestial” (Mat. 5:48). É possível essa coincidência segundo a materialidade? Nunca. Ela só é possível segundo a espiritualidade. Essa lógica metafísica me convence. E com isso vou  vivendo a plenitude do bem e da graça divina, emulando as obras e o preceito de Cristo Jesus: ”Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 14:12).

Lendo o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, grande mestra de metafísica dos tempos modernos, encontrei a seguinte resposta à pergunta “O que é o homem?”: “O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos e de outros elementos materiais. As Escrituras nos informam que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. A matéria não é essa semelhança... O homem é idéia, a imagem, do Amor; não é físico. Ele é a idéia composta que expressa Deus e inclui todas as idéias corretas” (p. 475).*                                                                      

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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pensamento atento à Verdade


Conhecer e praticar a verdade são importantes instrumentos de ação mental

O gênero humano tem grande interesse em conhecer ou saber a verdade, em qualquer campo de ação.  Com grande afã as pessoas buscam o conhecimento da verdade para sentir-se seguras nas suas decisões, argumentações, deduções, afirmações e até auto-afirmação.  Não raro o conhecimento da verdade se converte numa necessidade, como nas causas judiciais onde só a verdade pode realmente revelar a culpa ou inocência de alguém sob suspeita.  No campo da religiosidade, a busca da verdade é uma questão de foro íntimo vital para o indivíduo.  Os Cristãos buscam a verdade na Bíblia e nos ensinamentos de Cristo Jesus, o grande Mestre que declarou a seus seguidores:  “... conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

A declaração de Jesus é fácil de entender.  No ramo do saber humano pode-se tomar como exemplo a matemática.  Que pessoa tem a maior liberdade para solucionar problemas de matemática?  É aquela que conhece as regras, ou verdades, matemáticas.  Assim, conhecer a   verdade dá liberdade, segurança, tranqüilidade, certeza.  Que pessoa obtém os resultados corretos na solução de problemas de matemática?  É aquela que aplica corretamente as verdades ou regras que conhece.  Assim, para obtermos resultados nosso conhecimento da verdade tem de ser praticado.

O conhecimento e a prática são, pois, dois aspectos da verdade que precisam vir juntos, para que alguém obtenha os desejados resultados favoráveis.  O desconhecimento da verdade ou a falta de praticá-la podem levar os homens a vivenciar problemas.  A ignorância, o medo, a  desobediência e a distração são atitudes mentais que também podem levar as pessoas a problemas, e por causa deste resultado são modos, num sentido bem amplo, de desconhecer e não praticar a verdade.

Gostaria de ilustrar a máscara das atitudes mencionadas, com a cena de pessoas paradas num movimentado cruzamento de ruas aguardando a mudança da luz do semáforo para pedestres.  Pessoas que desconheçam a lei da luz verde expor-se-iam, por sua ignorância, ao tentarem atravessar a via em momento inadequado.  Pessoas dominadas pelo medo talvez não aguardassem  o melhor momento  e atravessariam a via correndo.  Quem conhecesse a lei e propositadamente atravessasse a via, sem aguardar a luz verde, cometeria flagrante desobediência.  E há ainda aquela atitude desligada, descuidada e distraída da pessoa que conhece a lei, não quer desobedecê-la, mas não cuida de seus pensamentos deixando-os absortos em problemas e preocupações, ou em alegrias eufóricas.  Essa distração  também a exporia ao perigo de atravessar a via antes da luz verde.

Para alguém proteger-se desse punhado de atitudes errôneas-errôneas porque não são a aplicação da verdade pertinente-deve esse alguém vigiar seu pensamento. Tal vigilância é tão mais importante se a Verdade a ser conhecida é a divina, e os problemas envolvidos se referem à avenida de nossa existência humana.  As Sagradas Escrituras contêm inúmeras referências, advertências e conselhos contra a prática do descontrole do pensamento.  Também nas obras de Mary Baker Eddy são encontrados muitos esclarecimentos.  Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,  por exemplo, ela diz:  “Como uma crença se origina sem ser percebida, o estado mental deve ser vigiado sem cessar, para que não produza às cegas seus maus efeitos” (p. 377).  

Numa pesquisa bibliográfica recente comecei a ligar a declaração de Jesus Cristo, sobre o conhecer a verdade, como antídoto aos quatro estados mentais mencionados.  As palavras do Mestre com certeza não se referem a momentos estáticos de conhecimento da Verdade; me parecem mais um estado de constante atividade mental.  Mas, como conhecer a Verdade constantemente se a todo momento a ignoramos, ou desobedecemos, ou tememos ou esquecemos?  Conhecer a Verdade anula imediatamente a ignorância, desfaz cabalmente o pecado, esvazia  totalmente o medo e desperta definitivamente o pensamento distraído.   Uma vez vencidos esses inimigos, estaremos livres;  mas livres de que?  Livres das armadilhas do mal.  Não seremos mais ludibriados  pela sedução dos prazeres e dos fáceis lucros de loterias, nem pela insinuação das drogas e seus agentes, nem pela sedição da inescrupulosa desonestidade.  Livres para agir bem, para usufruir nosso verdadeiro ser como filhos de Deus, para compreender a natureza de Deus na Sua infinidade, eternidade, bondade e sabedoria.  A importância dessa liberdade para nossa saúde, fica patente quando lemos em  Ciência e Saúde: “A causa promotora e base de toda doença é o medo, a ignorância e o pecado” (Ibidem, p.411).  

O pensamento vigilante e atento tem ainda a virtude de libertar preventivamente.  A Sra. Eddy fala das “artes profiláticas” da Ciência Cristã, e estas referem-se não só a doenças como também a acidentes.  Cada pessoa recebe da Mente divina, a todo momento, mensagens por meio de pensamentos intuitivos capazes de desviá-la de problema iminente.  O pensamento atento a essas mensagens, obedece a elas e faz a pessoa tomar o rumo da segurança e bem-estar.  Este é o processo profilático de Deus para nos livrar de acidentes.

Comprovei mais de uma vez a veracidade dessa afirmação.  Certa vez, quando atuava como engenheiro rodoviário, voltava de uma viagem de inspeção na companhia do motorista.  Subíamos uma rampa longa quando percebemos a certa distância à frente um trator agrícola que andava no mesmo sentido que nós.  Ao nos aproximarmos dele, e nos prepararmos para realizar a ultrapassagem, que parecia tranqüila, tive a intuição de que o tratorista poderia querer entrar numa propriedade rural localizada à esquerda.  Disse ao motorista que acionasse a buzina de advertência; no que ele imediatamente obedeceu.   Naquele exato momento o trator iniciava a manobra para a esquerda que cortaria nossa frente.  Advertido pela buzina do carro que ele não havia visto, o tratorista manobrou para seu lugar e nós passamos sem qualquer problema.  Até hoje sou grato a Deus pela evidência tão clara de Seu cuidado sempre-presente.

O Salmo 91 expõe claramente como a proteção divina chega até nós: “Aos seus anjos dará ordens a teu respeito para que te guardem em todos os teus caminhos.  Eles te sustentarão nas suas mãos para não tropeçares nalguma pedra” (91: 11, 12).  É’ nossa atribuição estar atentos a esses mensageiros da divina Providência e, assim, manter afastados de nosso pensamento a desatenção, a ignorância, o medo e o pecado; por via de conseqüência, estarão afastados de nossa experiência humana.

Então, se queremos o mais alto grau de liberdade frente às questões humanas, sejam elas problemáticas ou não, temos que constantemente “conhecer” a Verdade divina-Deus perfeito e homem perfeito-e vigiar constantemente o pensamento para que não se extravie pelas avenidas da ignorância, ou do medo, ou do pecado ou da distração.  Quando Deus criou o homem , deu-lhe domínio, isto é, a capacidade de usar conscientemente as faculdades mentais.  Um pensar nobre e elevado, manifesta-se num viver nobre e elevado.  Um pensar isento de pecado, doença e morte, se expressa em existência humana santa, saudável e ativa.  As palavras de Mary Baker Eddy no livro texto resumem o que foi exposto:  “Quando se admite que Deus é a única Mente e a única Vida, então cessa qualquer oportunidade para o pecado e a morte.  Quando aprendemos na Ciência a ser perfeitos, assim como nosso Pai no céu é perfeito, o pensamento envereda por vias novas e sadias-volta-se para a contemplação das coisas imortais e se afasta da materialidade para o Princípio do universo, que inclui o homem harmonioso” (Ciência e Saúde, p. 276).  


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sábado, 7 de junho de 2014

Recomeçar

O indivíduo precisa juntar todos seus recursos morais e espirituais para encetar um novo começo.

A pomba rola havia escolhido o galho de uma palmeira para estabelecer seu ninho e procriar sua família. Mas o galho encurvado não parecia a mim uma boa escolha. A folha ficava bem em frente à minha janela do apartamento. Quando ela já estava com 2 ovinhos no ninho e prudentemente os chocava, veio uma chuva acompanhada de vento muito forte que empurrava as folhas da palmeira como se quisesse arrancá-las. Foi no começo da noite, e a pombinha não teve outra alternativa senão buscar abrigo seguro.

Na manhã seguinte vi a infeliz (sob minha ótica) dona do ninho examinar o lugar onde o mesmo estivera antes de começar o vento. Fiquei observando a reação do animalzinho. Ela voou, e não tardou a voltar com um raminho no bico disposta a reconstruir seu “lar”. Examinou detidamente o local anterior, tentou ajeitar o raminho, mas não gostou. Então pulou para outro ramo e lá lançou seu ninho. Trabalhou o dia todo. À noitinha já estava quase pronto. Essa espécie de ave se contenta com meia dúzia de gravetinhos. No dia seguinte estava sentada no novo ninho demonstrando plena confiança de recompor seu lar.

Repensando o acontecido veio-me o pensamento de que é da natureza dos seres vivos sentir-se encorajados a recomeçar a reconstrução de um lar desfeito ou de uma casa destruída por elementos da natureza. Em meu Estado no Sul do Brasil houve inumeráveis exemplos desse ânimo construtivo após os vendavais que se abateram em algumas partes do Estado, durante a primavera recente. Noticiários televisivos não se cansavam de mostrar cenas de destruição, de enchentes, de desmoronamentos, de árvores tombadas, casas destelhadas, e assim por diante. Também eram noticiados eventos de solidariedade na ajuda de vizinhos entre si e de agricultores arregaçando as mangas para replantar ou repor as plantas perdidas.

E ainda há outros tipos de vendavais ou elementos que varrem a experiência humana. As crises econômicas, a desagregação social, o antagonismo étnico, os desencontros religiosos, as ameaças climáticas globais, o avanço do consumo da droga, instabilidade econômica e de emprego, dificuldade de adquirir uma casa, e tantos outros exemplos que se poderiam citar. Como reagem as pessoas às ameaças como as citadas? Também aqui o ânimo daquela avezinha serve de exemplo. É conhecido o dizer de um sábio: “Se perdeste dinheiro, não perdeste nada; se a honra, perdeste muito; se a coragem, perdeste tudo.” De fato, é preciso muita coragem para reiniciar o que havíamos construído.

“Pode ser muito difícil”, diria alguém. Pode. Isso quer dizer que não vale a pena encarar o desafio? posto o desânimo é o maior inimigo do homem nesse momento importante em sua vida. Se não tiver fortaleza própria, pode recorrer a recursos fora do seu e amigos,  entidades assistenciais, igreja, e assim por diante. Para sair de uma pior, terá de usar muita sabedoria, coragem moral, e outras virtudes que possam instrumentalizar sua ação.

Aliás, usar a sabedoria é o que desde o inicio deveria ter sido feito. Minha amiga pombinha não foi esperta ao escolher um lugar tão impróprio para um ninho. Não é isso o que às vezes vemos acontecer com os seres humanos? Constroem suas casas em locais impróprios e sujeitos aos elementos da natureza. Na Bíblia, no Sermão do Monte,  o Mestre Jesus nos recomenda a não construirmos sobre a areia; isto vale para o fundamento dos afetos também. Não raro vê-se relações humanas edificadas sobre terreno instável e que não resistem às lufadas dos ventos de discórdia. Até a realização profissional, se for edificada sobre fundamentos inadequados, não se confirmará.

Em todas suas ações, o homem deseja uma justa recompensa aos seus melhores esforços. O mais sólido alicerce para uma realização efetiva é composto de sabedoria, humildade, respeito, confiança numa inteligência superior, entre outros elementos. Onde encontramos tais compostos? Onde é seu reservatório? Se olharmos para dentro de nosso eu humano, veremos uma provisão muito minguada, se não inexistente. Temos que olhar para fora e acima de nosso ego. Teremos, então,  oportunidade de ver a fonte das qualidades básicas para uma feliz vivência humana. Nossos olhos não podem divisar a fonte de onde emanam todas as qualidades que precisamos, mas nosso pensamento alcança as alturas onde tais qualidades se encontram, e as traz para nossa vivência. O elo para esta conquista é a oração.

A fonte suprema das qualidades que precisamos para edificar a obra de nossa vida é Deus, a suprema inteligência que criou e governa o universo, inclusive o homem. As Sagradas Escrituras recomendam sabiamente: “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nEle...” (Salmo 37:5). Não faça planos baseado apenas nas aptidões humanas! Edifique sua vida sobre fundamentos sólidos–as qualidades divinas. Não construa sobre a areia instável do saber humano (ver Mat. 7). Cave—aprofunde sua busca até encontrar solidez da rocha sobre a qual construir. Assim você conseguirá conquistar a almejada estabilidade—um viver feliz como resultado de edificar com sabedoria e inteligência de origem divina!

Uma notável pensadora do séc. XIX, Mary Baker Eddy*, fundadora do jornal The Christian Science Monitor , afirmou que: “O progresso nasce da experiência. É a maturação do homem mortal, pela qual este abandona aquilo que é mortal em troca aquilo que é imortal” (CeS**, p.296). O que o homem vivencia é o que seu pensamento evidencia. Por isso a troca dos elementos que não produzem harmonia nem progresso é vital para o gozo de felicidade, palavra que aqui resume a experiência humana harmoniosa, estável, dotada de saúde e paz―experiências de vidas re-erguidas pela reconstrução sobre o fundamento sólido da rocha eterna do Cristo.

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*Descobridora e Fundadora da Christian Science, nome que ela deu a sua descoberta, traduzida ao português como Ciência Cristã.

**Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Apegar-se a Deus com amor...

O motivo para orar a Deus deve ser o amor

Os cristãos em sua vida religiosa têm inúmeros motivos para recorrerem ao Pai celestial. Normalmente a gente enumera os aspectos negativos, ou seja os problemas, como motivos para recorrer a Deus. Mas para sermos fiéis às instruções da Bíblia, não devemos esquecer os bons motivos. Estes são mais importantes do que aqueles.

É muito fácil para alguém recontar os momentos em que recorreu a Deus por causa de algum aperto, seja ele físico, moral, financeiro ou pessoal. Muitas vezes foi o último recurso ao qual pensara recorrer, mas premido pelo medo ou desespero acaba por buscar esse recurso. Há vezes em que o arroubo do espanto momentâneo nos tira dos lábios: “Meu Deus!” e nem sequer pensávamos nEle. Haja paciência de nosso bom Pai para agüentar tanta hipocrisia! Sorte nossa que Seus atributos de graça e misericórdia não têm limites. Se Ele agisse como os humanos, revidaria na primeira oportunidade. Então sim, Ai de nós!

Que bons motivos podem ou devem levar uma pessoa a recorrer a Deus em caso de premência? Dentro da família humana são os pais a quem os filhos fariam bem recorrer diante de algum desafio, e os pais não se sentiriam à vontade se fossem deixados por último. “Por que não nos procuraste logo?” seria a primeira pergunta. Um filho que não teme aos pais, mas pelo contrário os ama e respeita, falaria em primeiro lugar com eles.  Se ele os teme talvez deixe a consulta para outra ocasião, por causa da repreensão, talvez.
Vê-se nesse exemplo que o amor dentro a família aproxima seus membros. Não é diferente na família divina. Deus como nosso Pai-Mãe gosta de ver Seus filhos recorrendo a Ele para solucionar problemas. É o Salmo 91 que nos dá o mais belo exemplo de como recorrer a Deus. É o meu texto favorito: “Porque a mim se apegou com amor, Eu o salvarei”, ou como diz na NTLH: “Eu salvarei aqueles que me amam e protegerei os que reconhecem que eu sou Deus, o Senhor(91: 14, NTLH). Há tantos outros que mostram o amor do Pai para com Seus filhos, mas esta frase soa para mim com destaque especial. É porque já atravessei situações difíceis de problema físico, e esse versículo foi o chamado que me tocou o pensamento. O medo, quase pavor que me dominava na ocasião, me deixava tremendo dos pés à cabeça. A  mensagem importante do Salmo acabou ressoando acima do pavor. O necessário é apegar-se Deus “com amor”, não com medo. Deus ouve o apelo e atende a oração dirigida a Ele com amor; e isso tem lógica, pois Deus mesmo é amor, e como podemos nos dirigir a Ele sem ser por amor? Como falar com o AMOR sem ter amor no coração? Esse é o sentimento que nos une a Deus imediatamente e apaga toda e qualquer inclinação mental oposta de medo, ou mesmo de rancor. Quando nos voltamos a Deus com amor, estaremos atentos às Suas palavras, gozaremos com Sua graça, cheios de expectativa de receber DELE o melhor para nós.

Existe algo impossível para Deus? Não. Esta convicção nos  vem com clareza quando oramos a Deus levados pelo amor, e depois disso a aflição se vai,  o medo se vai, a preocupação, os etcs se vão.  Primeiro sentimos uma grande paz e alegria com a consciência de que o Pai-Mãe está conosco, sempre. É um momento de profunda reflexão do Bem presente, aqui e agora. Não queremos sair dessa  consciência. Depois vem a percepção de estarmos bem e que o corpo não profere queixa alguma. Houve uma cura espiritual.

Esse resultado por mais almejado que seja, não deve ser o motivador da oração ou recurso a Deus. Nosso motivo deve ser o de demonstrar nosso amor ao Pai-Mãe. Quando dizemos a Deus o que precisamos e qual solução almejamos dEle, nossa oração deveria que ser posta entre aspas, pois isso não é mais oração. Isso não passa de uma tentativa de ensinar a Deus como solucionar nosso problema. Nós pedimos mas queremos que Ele faça como nós desejamos. A fé  não funciona assim. Quando pedimos a Deus, tem que ser com a humildade de deixar que Ele faça conforme Sua vontade, pois Ele conhece nossas necessidades, antes mesmo de Lhe pedirmos algo.

Na Oração do Senhor, o Mestre ensinou-nos a orar: “Faça-se a Tua vontade assim na terra como no céu” (Mat. 6: 10), e, a menos que realmente deixemos que Ele governe, nossa oração não será oração e não teremos certeza de que será ouvida. Sei que isso é assim, pois já passei por todas essas fases, com desfechos tanto positivos como também negativos. Com o tempo aprendemos a lição, o recurso divino torna-se o primeiro recurso e não haverá tentação de usar outro. No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy indica como entender o versículo acima citado. Diz ela: “Faze-nos saber que, como no céu assim também na terra, Deus é onipotente, supremo” (p. 16).


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