sábado, 19 de julho de 2014

Minha realidade e a realidade do ser

A busca do entendimento da realidade do homem não pode ser filtrada pelos sentidos

O prezado amigo e leitor provavelmente já se deparou com a indagação existencial: “O que sou eu? Qual minha realidade?” Esta questão atinge muitas pessoas. Quem se dispuser a respondê-la com base nas aparências, ou seja, com base nos cinco sentidos, percebe uma insatisfação decorrente do envolvimento da existência com inúmeros problemas e limitações. Como livrar-se dessa insatisfação? Mudando a base do entendimento, passando do testemunho dos sentidos físicos para o testemunho dos sentidos espirituais. Mas estes existem mesmo? Com certeza! Com que outro sentido podemos sentir alegria, felicidade, entusiasmo?

Outras vezes surgem indagações diferentes. Quando alguém se defronta com vários problemas físicos soe perguntar-se: “Por que isso acontece comigo?” E o Cristão poderia perguntar-se: “Isso aí é a minha realidade?” Pela palavra bíblica a realidade do homem é a da criação de Deus: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem; homem e mulher os criou” (Gen. 1: 26). Então, ao olharmos nossa condição material, nossa aparência aos sentidos físicos, vemos uma contradição: o aspecto material em contraste com a verdade espiritual. Qual deles apresenta a verdade?

Para decidirmos que rumo tomar nesse dilema, podemos buscar orientação na literatura religiosa. A Bíblia, com toda certeza, é o primeiro livro a recorrer. Depois das Sagradas Escrituras tomo o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras*, de autoria de Mary Baker Eddy, descobridora e fundadora da Ciência Cristã no ano de 1866. Nesse livro-texto de metafísica, ela escreve à página 472: “Toda a realidade está em Deus e Sua idéia”--imagem e semelhança. Sendo Deus perfeito, conclui-se que a perfeição espiritual é a base da realidade e que o corpo físico, por ser o oposto do Espírito, está longe dessa realidade. Para conhecer a realidade é preciso saber a Verdade a respeito de Deus e Sua criação.

No mesmo livro a Sra. Eddy expande o conceito correto sobre a realidade. Diz: “A realidade é espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” (p. 335:26-28). Qualquer circunstância que em nossa vida seja diferente de “espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” podemos com segurança jogar no lixo da materialidade, e não lhe emprestar mentalmente qualquer resquício de realidade. Qualquer acolhida que dermos aos opostos da realidade como se fossem fatos, tende a desarmonizar nosso pensamento, o qual, então, projeta esses males no corpo físico. As doenças e males físicos se incluem nessa condição. A cura resulta do reconhecimento da realidade do homem criado por “Deus à Sua imagem”.

Há algum tempo fui desafiado por uma série de “atentados” à minha integridade física, do tipo, dores generalizadas no corpo, dor de ouvido, tosse. Eu orava para reconhecer a Verdade, mas não surgia nenhuma inspiração nova. Por fim perguntei-me: “Mas , afinal, qual é a minha realidade? É essa porção de sintomas que sinto no corpo? Com certeza, não!, respondi.” Então me vieram à mente vários trechos inspiradores, alguns já citados acima. Mas o toque final que restabeleceu meu pensamento no rumo certo e pôs uma pá de cal sobre os sintomas foi a declaração da Sra. Eddy no Ciência e Saúde: “As três grandes verdades do Espírito: a onipotência, a onipresença e a onisciência—o Espírito a possuir todo poder, a encher todo o espaço, a constituir toda a Ciência—contradizem para sempre a crença de que a matéria possa ser real” (p. 109/110). Nossa realidade está embutida nessa verdade.


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