Conhecer
e praticar a verdade são importantes instrumentos de ação mental
O gênero humano tem grande interesse em
conhecer ou saber a verdade, em qualquer campo de ação. Com grande afã as pessoas buscam o
conhecimento da verdade para sentir-se seguras nas suas decisões,
argumentações, deduções, afirmações e até auto-afirmação. Não raro o conhecimento da verdade se converte
numa necessidade, como nas causas judiciais onde só a verdade pode realmente
revelar a culpa ou inocência de alguém sob suspeita. No campo da religiosidade, a busca da verdade
é uma questão de foro íntimo vital para o indivíduo. Os Cristãos buscam a verdade na Bíblia e nos
ensinamentos de Cristo Jesus, o grande Mestre que declarou a seus
seguidores: “... conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).
A declaração de Jesus é fácil de entender. No ramo do saber humano pode-se tomar como
exemplo a matemática. Que pessoa tem a
maior liberdade para solucionar problemas de matemática? É aquela que conhece as regras, ou verdades,
matemáticas. Assim, conhecer a verdade dá liberdade, segurança,
tranqüilidade, certeza. Que pessoa obtém
os resultados corretos na solução de problemas de matemática? É aquela que aplica corretamente as verdades
ou regras que conhece. Assim, para
obtermos resultados nosso conhecimento da verdade tem de ser praticado.
O conhecimento e a prática são, pois, dois
aspectos da verdade que precisam vir juntos, para que alguém obtenha os
desejados resultados favoráveis. O
desconhecimento da verdade ou a falta de praticá-la podem levar os homens a
vivenciar problemas. A ignorância, o
medo, a desobediência e a distração são
atitudes mentais que também podem levar as pessoas a problemas, e por causa
deste resultado são modos, num sentido bem amplo, de desconhecer e não praticar
a verdade.
Gostaria de ilustrar a máscara das atitudes
mencionadas, com a cena de pessoas paradas num movimentado cruzamento de ruas
aguardando a mudança da luz do semáforo para pedestres. Pessoas que desconheçam a lei da luz verde
expor-se-iam, por sua ignorância, ao tentarem atravessar a via em momento
inadequado. Pessoas dominadas pelo medo
talvez não aguardassem o melhor
momento e atravessariam a via correndo. Quem conhecesse a lei e propositadamente atravessasse
a via, sem aguardar a luz verde, cometeria flagrante desobediência. E há ainda aquela atitude desligada,
descuidada e distraída da pessoa que conhece a lei, não quer desobedecê-la, mas
não cuida de seus pensamentos deixando-os absortos em problemas e preocupações,
ou em alegrias eufóricas. Essa
distração também a exporia ao perigo de
atravessar a via antes da luz verde.
Para alguém proteger-se desse punhado de
atitudes errôneas-errôneas porque não
são a aplicação da verdade pertinente-deve esse alguém
vigiar seu pensamento. Tal vigilância é tão mais importante se a Verdade a ser
conhecida é a divina, e os problemas envolvidos se referem à avenida de nossa
existência humana. As Sagradas
Escrituras contêm inúmeras referências, advertências e conselhos contra a
prática do descontrole do pensamento.
Também nas obras de Mary Baker Eddy são encontrados muitos
esclarecimentos. Em Ciência e Saúde com a Chave
das Escrituras, por exemplo, ela
diz: “Como uma crença se origina sem ser percebida, o estado mental deve ser
vigiado sem cessar, para que não produza às cegas seus maus efeitos” (p.
377).
Numa pesquisa bibliográfica recente comecei
a ligar a declaração de Jesus Cristo, sobre o conhecer a verdade, como antídoto
aos quatro estados mentais mencionados.
As palavras do Mestre com certeza não se referem a momentos estáticos de
conhecimento da Verdade; me parecem mais um estado de constante atividade
mental. Mas, como conhecer a Verdade
constantemente se a todo momento a ignoramos, ou desobedecemos, ou tememos ou
esquecemos? Conhecer a Verdade anula
imediatamente a ignorância, desfaz cabalmente o pecado, esvazia totalmente o medo e desperta definitivamente
o pensamento distraído. Uma vez
vencidos esses inimigos, estaremos livres;
mas livres de que? Livres das
armadilhas do mal. Não seremos mais
ludibriados pela sedução dos prazeres e
dos fáceis lucros de loterias, nem pela insinuação das drogas e seus agentes,
nem pela sedição da inescrupulosa desonestidade. Livres para agir bem, para usufruir nosso
verdadeiro ser como filhos de Deus, para compreender a natureza de Deus na Sua
infinidade, eternidade, bondade e sabedoria.
A importância dessa liberdade para nossa saúde, fica patente quando
lemos em Ciência e Saúde: “A causa
promotora e base de toda doença é o medo, a ignorância e o pecado” (Ibidem, p.411).
O pensamento vigilante e atento tem ainda a
virtude de libertar preventivamente. A
Sra. Eddy fala das “artes profiláticas” da Ciência Cristã, e estas referem-se
não só a doenças como também a acidentes.
Cada pessoa recebe da Mente divina, a todo momento, mensagens por meio
de pensamentos intuitivos capazes de desviá-la de problema iminente. O pensamento atento a essas mensagens,
obedece a elas e faz a pessoa tomar o rumo da segurança e bem-estar. Este é o processo profilático de Deus para
nos livrar de acidentes.
Comprovei mais de uma vez a veracidade
dessa afirmação. Certa vez, quando
atuava como engenheiro rodoviário, voltava de uma viagem de inspeção na
companhia do motorista. Subíamos uma
rampa longa quando percebemos a certa distância à frente um trator agrícola que
andava no mesmo sentido que nós. Ao nos
aproximarmos dele, e nos prepararmos para realizar a ultrapassagem, que parecia
tranqüila, tive a intuição de que o tratorista poderia querer entrar numa propriedade
rural localizada à esquerda. Disse ao
motorista que acionasse a buzina de advertência; no que ele imediatamente
obedeceu. Naquele exato momento o
trator iniciava a manobra para a esquerda que cortaria nossa frente. Advertido pela buzina do carro que ele não
havia visto, o tratorista manobrou para seu lugar e nós passamos sem qualquer
problema. Até hoje sou grato a Deus pela
evidência tão clara de Seu cuidado sempre-presente.
O Salmo 91 expõe claramente como a proteção
divina chega até nós: “Aos seus anjos
dará ordens a teu respeito para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos para não
tropeçares nalguma pedra” (91: 11, 12).
É’ nossa atribuição estar atentos a esses mensageiros da divina
Providência e, assim, manter afastados de nosso pensamento a desatenção, a
ignorância, o medo e o pecado; por via de conseqüência, estarão afastados de
nossa experiência humana.
Então, se queremos o mais alto grau de
liberdade frente às questões humanas, sejam elas problemáticas ou não, temos
que constantemente “conhecer” a Verdade divina-Deus perfeito e
homem perfeito-e vigiar
constantemente o pensamento para que não se extravie pelas avenidas da
ignorância, ou do medo, ou do pecado ou da distração. Quando Deus criou o homem , deu-lhe domínio,
isto é, a capacidade de usar conscientemente as faculdades mentais. Um pensar nobre e elevado, manifesta-se num
viver nobre e elevado. Um pensar isento
de pecado, doença e morte, se expressa em existência humana santa, saudável e
ativa. As palavras de Mary Baker Eddy no
livro texto resumem o que foi exposto: “Quando se admite que Deus é a única Mente e
a única Vida, então cessa qualquer oportunidade para o pecado e a morte. Quando aprendemos na Ciência a ser perfeitos,
assim como nosso Pai no céu é perfeito, o pensamento envereda por vias novas e
sadias-volta-se para a contemplação das coisas imortais e se
afasta da materialidade para o Princípio do universo, que inclui o homem
harmonioso”
(Ciência e Saúde, p. 276).
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