quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pensamento atento à Verdade


Conhecer e praticar a verdade são importantes instrumentos de ação mental

O gênero humano tem grande interesse em conhecer ou saber a verdade, em qualquer campo de ação.  Com grande afã as pessoas buscam o conhecimento da verdade para sentir-se seguras nas suas decisões, argumentações, deduções, afirmações e até auto-afirmação.  Não raro o conhecimento da verdade se converte numa necessidade, como nas causas judiciais onde só a verdade pode realmente revelar a culpa ou inocência de alguém sob suspeita.  No campo da religiosidade, a busca da verdade é uma questão de foro íntimo vital para o indivíduo.  Os Cristãos buscam a verdade na Bíblia e nos ensinamentos de Cristo Jesus, o grande Mestre que declarou a seus seguidores:  “... conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

A declaração de Jesus é fácil de entender.  No ramo do saber humano pode-se tomar como exemplo a matemática.  Que pessoa tem a maior liberdade para solucionar problemas de matemática?  É aquela que conhece as regras, ou verdades, matemáticas.  Assim, conhecer a   verdade dá liberdade, segurança, tranqüilidade, certeza.  Que pessoa obtém os resultados corretos na solução de problemas de matemática?  É aquela que aplica corretamente as verdades ou regras que conhece.  Assim, para obtermos resultados nosso conhecimento da verdade tem de ser praticado.

O conhecimento e a prática são, pois, dois aspectos da verdade que precisam vir juntos, para que alguém obtenha os desejados resultados favoráveis.  O desconhecimento da verdade ou a falta de praticá-la podem levar os homens a vivenciar problemas.  A ignorância, o medo, a  desobediência e a distração são atitudes mentais que também podem levar as pessoas a problemas, e por causa deste resultado são modos, num sentido bem amplo, de desconhecer e não praticar a verdade.

Gostaria de ilustrar a máscara das atitudes mencionadas, com a cena de pessoas paradas num movimentado cruzamento de ruas aguardando a mudança da luz do semáforo para pedestres.  Pessoas que desconheçam a lei da luz verde expor-se-iam, por sua ignorância, ao tentarem atravessar a via em momento inadequado.  Pessoas dominadas pelo medo talvez não aguardassem  o melhor momento  e atravessariam a via correndo.  Quem conhecesse a lei e propositadamente atravessasse a via, sem aguardar a luz verde, cometeria flagrante desobediência.  E há ainda aquela atitude desligada, descuidada e distraída da pessoa que conhece a lei, não quer desobedecê-la, mas não cuida de seus pensamentos deixando-os absortos em problemas e preocupações, ou em alegrias eufóricas.  Essa distração  também a exporia ao perigo de atravessar a via antes da luz verde.

Para alguém proteger-se desse punhado de atitudes errôneas-errôneas porque não são a aplicação da verdade pertinente-deve esse alguém vigiar seu pensamento. Tal vigilância é tão mais importante se a Verdade a ser conhecida é a divina, e os problemas envolvidos se referem à avenida de nossa existência humana.  As Sagradas Escrituras contêm inúmeras referências, advertências e conselhos contra a prática do descontrole do pensamento.  Também nas obras de Mary Baker Eddy são encontrados muitos esclarecimentos.  Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,  por exemplo, ela diz:  “Como uma crença se origina sem ser percebida, o estado mental deve ser vigiado sem cessar, para que não produza às cegas seus maus efeitos” (p. 377).  

Numa pesquisa bibliográfica recente comecei a ligar a declaração de Jesus Cristo, sobre o conhecer a verdade, como antídoto aos quatro estados mentais mencionados.  As palavras do Mestre com certeza não se referem a momentos estáticos de conhecimento da Verdade; me parecem mais um estado de constante atividade mental.  Mas, como conhecer a Verdade constantemente se a todo momento a ignoramos, ou desobedecemos, ou tememos ou esquecemos?  Conhecer a Verdade anula imediatamente a ignorância, desfaz cabalmente o pecado, esvazia  totalmente o medo e desperta definitivamente o pensamento distraído.   Uma vez vencidos esses inimigos, estaremos livres;  mas livres de que?  Livres das armadilhas do mal.  Não seremos mais ludibriados  pela sedução dos prazeres e dos fáceis lucros de loterias, nem pela insinuação das drogas e seus agentes, nem pela sedição da inescrupulosa desonestidade.  Livres para agir bem, para usufruir nosso verdadeiro ser como filhos de Deus, para compreender a natureza de Deus na Sua infinidade, eternidade, bondade e sabedoria.  A importância dessa liberdade para nossa saúde, fica patente quando lemos em  Ciência e Saúde: “A causa promotora e base de toda doença é o medo, a ignorância e o pecado” (Ibidem, p.411).  

O pensamento vigilante e atento tem ainda a virtude de libertar preventivamente.  A Sra. Eddy fala das “artes profiláticas” da Ciência Cristã, e estas referem-se não só a doenças como também a acidentes.  Cada pessoa recebe da Mente divina, a todo momento, mensagens por meio de pensamentos intuitivos capazes de desviá-la de problema iminente.  O pensamento atento a essas mensagens, obedece a elas e faz a pessoa tomar o rumo da segurança e bem-estar.  Este é o processo profilático de Deus para nos livrar de acidentes.

Comprovei mais de uma vez a veracidade dessa afirmação.  Certa vez, quando atuava como engenheiro rodoviário, voltava de uma viagem de inspeção na companhia do motorista.  Subíamos uma rampa longa quando percebemos a certa distância à frente um trator agrícola que andava no mesmo sentido que nós.  Ao nos aproximarmos dele, e nos prepararmos para realizar a ultrapassagem, que parecia tranqüila, tive a intuição de que o tratorista poderia querer entrar numa propriedade rural localizada à esquerda.  Disse ao motorista que acionasse a buzina de advertência; no que ele imediatamente obedeceu.   Naquele exato momento o trator iniciava a manobra para a esquerda que cortaria nossa frente.  Advertido pela buzina do carro que ele não havia visto, o tratorista manobrou para seu lugar e nós passamos sem qualquer problema.  Até hoje sou grato a Deus pela evidência tão clara de Seu cuidado sempre-presente.

O Salmo 91 expõe claramente como a proteção divina chega até nós: “Aos seus anjos dará ordens a teu respeito para que te guardem em todos os teus caminhos.  Eles te sustentarão nas suas mãos para não tropeçares nalguma pedra” (91: 11, 12).  É’ nossa atribuição estar atentos a esses mensageiros da divina Providência e, assim, manter afastados de nosso pensamento a desatenção, a ignorância, o medo e o pecado; por via de conseqüência, estarão afastados de nossa experiência humana.

Então, se queremos o mais alto grau de liberdade frente às questões humanas, sejam elas problemáticas ou não, temos que constantemente “conhecer” a Verdade divina-Deus perfeito e homem perfeito-e vigiar constantemente o pensamento para que não se extravie pelas avenidas da ignorância, ou do medo, ou do pecado ou da distração.  Quando Deus criou o homem , deu-lhe domínio, isto é, a capacidade de usar conscientemente as faculdades mentais.  Um pensar nobre e elevado, manifesta-se num viver nobre e elevado.  Um pensar isento de pecado, doença e morte, se expressa em existência humana santa, saudável e ativa.  As palavras de Mary Baker Eddy no livro texto resumem o que foi exposto:  “Quando se admite que Deus é a única Mente e a única Vida, então cessa qualquer oportunidade para o pecado e a morte.  Quando aprendemos na Ciência a ser perfeitos, assim como nosso Pai no céu é perfeito, o pensamento envereda por vias novas e sadias-volta-se para a contemplação das coisas imortais e se afasta da materialidade para o Princípio do universo, que inclui o homem harmonioso” (Ciência e Saúde, p. 276).  


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