Ações individuais que
favorecem o meio ambiente
Hoje estamos em período de
estiagem (2012), dessas de recorrência de 5 a 7 anos. Que diferença podemos notar
entre hoje e dois séculos atrás? Onde
antes havia florestas e vida selvagem natural abundante, hoje é quase tudo
lavoura monocultural que, para produzir a contento do desejo de lucros dos
proprietários, é agressora ao meio-ambiente natural: primeiro tomando o lugar
das matas e destruindo a ação benéfica das mesmas; depois enchendo a natureza
com venenos e produtos químicos para “melhorar” a terra (será?!); ou drenando
banhados para roubar-lhes a fertilidade; ocupando espaço até as margens dos
rios sem deixar o manto de mata protetora.
Os métodos da agricultura
moderna precisam ser revisados. Tem de haver menos química e mais natureza nos
campos de produção. Bill Mollison, criador da “permacultura”, dizia que “a
menos que haja uma interação mutuamente complementar e benéfica para ambos os
lados, entre a produção agrícola ou pecuária e o meio-ambiente que a circunda,
não haverá sustentabilidade duradoura”. Ele mesmo sugere a transformação total
da agricultura convencional em orgânica (num período de 8 anos) identificando
os benefícios ao solo, ao ambiente e à economia de energia aplicada na produção
(Manual de Projetos de Permacultura, pág. 4/5), com o conseqüente
benefício financeiro.
Eu gostaria de poder ver nossos
produtores rurais continuarem a abastecer nossa mesa, mas respeitando a
natureza (sem venenos), protegendo os rios desde as nascentes e vertentes,
reflorestando áreas rurais que não são usadas para produção (terra com árvores
tem mais valor), cuidando do seu gado com o mesmo desvelo com que planta suas
sementes, sem poluir nem degradar a natureza. Sei que maioria já faz isso.
Gostaria de ver, também, meus vizinhos da cidade captando água da chuva para
suas necessidades de higiene doméstica, lavagem de passeios e automóveis,
aguada de plantas e jardins, não desperdiçando nem uma gota desse bem universal
que é a água. Sei que alguns já fazem isso. Gostaria de ver edificações serem
projetadas de modo a melhor aproveitarem
a energia natural, a darem tratamento adequado aos efluentes gerados pelos
moradores, a serem construídas sem desperdício de materiais e energia. Sei que muitos
ainda fazem isso. Gostaria de ver empresas industriais cuidarem do
meio-ambiente como fator importante nas suas decisões, de tratarem os efluentes
ou sobras industriais, dando-lhes oportunidade de reciclagem. Há setores em que
a lei exige isso. Gostaria de ver o
poder público atentamente debruçado sobre problemas ambientais,
gestionando adequadamente seus canais competentes ou acionando persistentemente
poderes de outra esfera na busca de soluções ou meios para a proteção
ambiental. Ainda estou esperando por Panambi.
Gosto de ver que a geração de hoje recebe uma
montanha de informação sobre meio-ambiente (eu não tive isso na minha escola) e
gostaria de vê-la assumir seu papel de liderança no gerenciamento dos bens
públicos, p. ex. rios, fontes, matas, etc. Sinto-me orgulhoso de pertencer à
geração que está preparando futura geração
de trabalhadores e administradores.
Hoje estamos antevendo conflitos
internacionais por causa da posse da água. Espero que a próxima geração e as
seguintes saibam empregar o bom-senso no uso dos recursos naturais que são
limitados e saibam contornar os conflitos potenciais por meio de atitudes
antibeligerantes e de boa-vontade para com a humanidade.
.o0o.
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