sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

“Fica-te comigo...”

A mensagem divina é dirigida ao pensamento atento; é a presença iminente de Deus, repleta de bênçãos.

Quando Deus dá uma resposta a nossas orações, Ele o faz com clareza; quero dizer com clareza no pensamento, pois às vezes não conseguimos pôr em palavras a mensagem divina.

Certo dia tive certeza disso. Havia algum tempo vinha sofrendo de uma idéia fixa num certo tipo de problema físico, mas sempre persisti em dirigir meu pensamento a Deus na busca da solução. Tenho hábito, de iniciar o dia dirigindo meu pensamento com gratidão ao Pai-Mãe, divino.

Certa manhã, ao despertar e sentar na beira da cama pronto para orar, ocorreu-me um lamurio: “Pai eu me sinto acossado.” A resposta veio logo: “Fica-te Comigo e nada te alcançará.” Esta disposição espiritual era o que eu precisava ouvir. O passo seguinte era perseverar e ater-me a isso. Manter meu pensamento ocupado com a mensagem divina até ela ser o único pensamento em minha mente. 
        
Analisando a mensagem angelical descrita acima, vejo que há dois aspectos diferenciados. Primeiro, o Pai me aconselha a ficar com Ele, ou seja, ter consciência da presença dEle: eu com Ele e Ele comigo. É a parte fundamental da mensagem e fala para você como falou para mim. Essa consciência de nossa união com Deus é um ponto central no Cristianismo científico e é responsável pela miríade de experiências de cura espiritual entre a humanidade desde que Jesus Cristo aqui andou conosco.

O outro aspecto é a promessa de bênção do Pai. É como se Deus dissesse: “Ao meu lado não tens nenhum mal a temer, pois a doença não entra no Meu reino”. Nossa confiança do tipo infantil nessa promessa—fé pura e absoluta―traz suprimento de todo bem ao nosso viver: saúde, suprimento, alegria e felicidade.

Quando se lê atentamente o Salmo 91 percebe-se que o mesmo está recheado com os dois aspectos mencionados. Os versículos 1 e 2 resumem a consciência da presença de Deus: “habitar no esconderijo do Altíssimo”. Os versículos 3 a 8 são promessas divinas de proteção: “Tu não serás atingido”. Versículo 9 afirma a presença de Deus: “Fizeste do Altíssimo tua morada”. De 10 a 13 há novas promessas de proteção: “Nenhum mal te sucederá”. No versículo 14 a afirmação da presença de Deus é feita por Ele: “Porque a Mim se apegou com amor”, e nos versículos 15 e 16 promessas do sustento divino e livramento de problemas: “Lhe mostrarei a minha salvação” . O estado mental de “ficar com Deus” é como um despertar para a verdade de nosso ser. É nesse estado de consciência espiritualizada que as promessas divinas se realizam e depois vêm a manifestar-se no corpo e na vida humana.

No meu caso, havia mais uma lição a ser aprendida e nisso estou me empenhando. Refiro-me ao que Mary Baker Eddy expôs claramente em sua obra máxima: “Estar presente ‘com o Senhor’ é ter, não mero êxtase ou fé emocional, mas sim demonstrar e compreender verdadeiramente a Vida como a Ciência Cristã a revela. Estar ‘com o Senhor’ é obedecer à lei de Deus, é ser inteiramente governado pelo Amor divino—pelo Espírito, não pela matéria” (Ciência e Saúde,pag. 14).

A parte importante da mensagem que ouvi estava no começo: “Fica comigo”. Este era o detalhe que eu estivera esquecendo ou negligenciando. O fato de que os homens―também mulheres e crianças―estão sempre com o Pai-Mãe não podia, nem pode, nem poderá ser modificado por nada, nem ninguém pois o mal não tem inteligência, nem poder para desfazer uma verdade divina. A consciência do fato de que Deus o homem estão unidos é um dos marcos do ensinamento de Cristo Jesus, que devemos emular em nossa vida e em nossos atos: “Eu e o Pai somos um” (João 10: 30).

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Legião de anjos

Para enfrentar ameaças coletivas e individuais
O mundo material às vezes está permeado de ameaças coletivas direcionadas a opositores cuja mera existência pareceria um “perigo”. Quando um povo se levanta em manifestações públicas de aversão a atitudes políticas, não raro facções mal-intencionadas me misturam às multidões para provocar males e conflitos. Os cidadãos não envolvidos acabam sentindo-se pressionados pelas circunstâncias sem saber o que fazer ou que pensar. A primeira sensação da pessoa é a de impotência diante do volume ou força demonstrada, associando-se a isso o medo de alguma conseqüência no mínimo indesejada. Geograficamente, não existe país fora de tais possibilidades de demonstrações de poder ilegal.

Os cristãos que lêem a Bíblia têm à sua disposição um Código de Posturas espetacular que pode orientar as pessoas envolvidas ou atingidas de algum modo e também aquelas que apenas tomam conhecimento dos eventos. Menciono as Sagradas Escrituras porque é a elas que o Cristão recorre quando busca inspiração. Esse compêndio identifica vários relatos de incidentes em que o alvo das manifestações se viu cercado de multidões enfurecidas. Um deles consta do livro de II Reis 6:8-23, onde se lê que um exército inimigo cercou a localidade onde o profeta Eliseu vivia, fato que visava capturar o profeta. A seu auxiliar apavorado Eliseu disse: “Não temas, porque são mais os que estão conosco do que os que estão com eles” (6: 16). Quando Deus abriu os olhos do moço, “viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”(6:17).  A proteção era total, nenhum motivo pra temores ou ansiedades. O moço precisou elevar seu pensamento para poder ver o que já estava lá protegendo o profeta e a cidade.

O Mestre Cristão, Cristo Jesus, durante seu ministério sagrado foi muitas vezes perseguido por turbas incitadas que queriam condená-lo à morte. O relato dá conta de que, certa feita, Jesus era levado para ser jogado de um penhasco, mas ele passando pelo meio deles retirou-se (ver Lucas 4:30), malogrando a intenção deles.  Mas o momento mais crucial foi quando vieram prendê-lo, homens liderados por Judas e orientados pelas autoridades eclesiásticas. Um dos apóstolos até lançou mão da espada para defender o Mestre. Pedro não sabia o que Jesus pensava a respeito desse incidente. Até nessa situação premente, o Mestre não deixava de ensinar aos seus queridos seguidores. Lemos no evangelho de Mateus (26:53): “Acaso pensas que não posso rogar ao meu Pai, e ele mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?” Uma legião contava com cerca de 6.000 soldados. Doze legiões seriam 72.000 anjos. Onde caberiam tantos seres celestiais? A lição para Pedro era que as hostes do céu, de anjos ou seres do bem, superam em muito, infinitamente até, o número de pessoas ou seres do mal. A função dos anjos, divinamente definida, está claramente  exposta no Salmo 91: “Aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (91:11).

No livro do Apocalipse tem relatos de guerra entre as hostes do céu e a as hostes do dragão vermelho. Quem luta são os anjos de Deus contra os ditos “anjos do mal”. Quem vence essa portentosa guerra que, em verdade, se passa na consciência do ser humano? O dragão é expulso para a terra da qual fora formado o homem material, vale dizer que o mal volta ao barro inicial, sem valor. Essa guerra espiritual está bem ilustrada por Mary Baker Eddy no livro Ciência e Saúde coma Chave das Escrituras onde ela identifica a orientação errônea do mal como “conspiradores”. Diz ela: “A Ciência Cristã ordena ao homem que domine as propensões—que reprima com a bondade o ódio, que vença com a castidade a luxúria, com a caridade a vingança, e que com a honestidade derrote a falsidade” (p. 405).  Ódio, luxúria, vingança, falsidade; não é isso que se vê impulsionando manifestações ou iniciativas destrutivas? Na mesma página, Eddy dá mais uma recomendação importante: “Deves sufocar esses erros logo no início, se não quiseres abrigar um exército de conspiradores contra a saúde bem como contra a felicidade e bom êxito”.

Os problemas, grandes ou pequenos, coletivos ou individuais, que nos envolvem ou afetam humanamente têm de ser resolvidos em nosso próprio pensamento, que é onde nossos males têm sua raiz. A fé cristã com compreensão espiritual é o melhor remédio!


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Uma obra-prima do Arquiteto eterno!

O arquiteto eterno, Deus, produz obras perfeitas e espirituais, inclusive o corpo.

Nas Sagradas Escrituras encontramos várias referências à conotação de Jesus em relação ao Santuário ou Templo, como sendo igual a Corpo. Diante de seus algozes Jesus disse-lhes abertamente: “Destruí este templo e em 3 dias o reconstruirei” (João 2: 19) revelando sua presciência do que iria acontecer ao seu corpo. Seus ouvintes não o compreenderam, nem seus discípulos. Ele falava de seu corpo e, como sempre, referia-se a ele como um santuário, lugar santo. Ele tratava e cuidava do seu corpo com santidade―ausência de pecado―ou seja, livre da sensualidade que pretende atrelar a satisfação ao assédio da materialidade.

Já muitas vezes parei para pensar detalhadamente em como é uma obra do “Arquiteto eterno”, qual seja, Deus. Sendo uma obra divina, ela é sagrada. Sendo sagrada, ela é respeitável. Sendo divina, é guardada pelo autor, o Deus infinito. Sendo guardada pelo Pai, é mantida no seu estado original: a perfeição, conforme definido no Gênesis: “viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gen. 1: 31). Um autor que seja tão perfeccionista como o “grande Arquiteto” é, com certeza, extremamente cuidadoso de Suas obras.

Analisadores do corpo observam que este apresenta perfeição nos mínimos detalhes. Desde as funções microscópicas até as maiores, desde funções involuntárias até as conscientes, das mais simples às mais complexas, tudo é regulado com perfeição e ordem. Como se estabeleceram essas funções, quem estabeleceu as leis que as regem? Com toda certeza foi um ser de grande sabedoria e amor, pois nenhum ser humano—e muito menos a matéria não-inteligente―poderia apresentar tal capacidade organizadora, indispensável a uma mente criadora. De fato só uma Mente infinita seria capaz de gerar leis para regerem o organismo humano, em perfeita harmonia; aliás não só o dos humanos.

A primeira imagem na Mente criadora é uma idéia, que não é material nem visível aos sentidos (como é o corpo). É como quando um inventor vê sua obra mentalmente, seu funcionamento, suas partes, sua constituição―um modelo mental na consciência. Depois põe em ação seus conhecimentos, componentes e recursos até que um objeto visível represente a idéia concebida.

E no caso do corpo humano? A idéia concebida está na Mente, e o Princípio divino (que age por meio da ordem natural) ordena às partículas e moléculas a expressarem-se em forma, contorno, cor, ação e função para cada uma das idéias concebidas–cada individualidade, seja humana ou animal. Esse processo espiritual e divino de concepção, criação e multiplicação de idéias se auto-revela a toda consciência receptiva—assim vemos a obra viva, agindo e movendo-se, aparentemente, por si própria.

Essa figura humana que chamamos, genericamente, de homem é uma representação da idéia-homem concebida na Mente divina. Aqui se requer cuidado nas conclusões que se queira tirar. Uma forma humana não pode ser a imagem de Deus, assim como a produção do inventor não é sua semelhança. O objeto visível apenas representa a idéia e por meio dele podemos tomar conhecimento de como era a idéia concebida pela Mente, perfeita e funcional. Chegamos assim a uma conclusão importante: essa idéia concebida pela Mente tem de ser, e é, espiritual, perfeita e expressa a plenitude do ser!

E quanto aos problemas, erros ou disfunções visíveis no “objeto”? E os problemas que sentimos em nossa vida e nosso corpo? Resposta: eles não afetam, nem afetaram e nunca afetarão a idéia que está na Mente divina! São apenas desvios da normalidade que os homens impõem a si mesmos por meio de pensamentos desarmoniosos de medo, ódio, luxuria, maldade, morte, etc. Desvios que existem na mente humana e que, tão logo sejam de lá removidos (pela oração, por exemplo), deixam de manifestar-se visivelmente no corpo.


Dou como exemplo o relato resumido de um jovem que tinha medo de urtigas. Quando já adulto e com família, visitou seus pais que viviam numa região dos EUA onde há muitas dessas plantas. Quando ia passear na floresta ficava olhando as folhas por onde passava para ver se não eram das temidas urtigas. Certo dia percebeu que sua mão começou a coçar terrivelmente. Quando olhou viu os sintomas da urticária na sua mão. Pôs-se imediatamente a orar e a inspiração que recebeu dizia-lhe “Não há irritação no Amor [divino] em Quem nós todos vivemos.” Este pensamento lhe obliterou o medo e a sensação na mão. Esqueceu-se do acontecido. Quando olhou novamente a mão estava normal (Ver Christian Science Journal, Julho 2011, p. 33). Enquanto seu pensamento ainda se fixava no desvio da normalidade como algo real e possível, o problema era visível. Ao eliminar do pensamento a crença no possível mal, ficou curado. Assim que a influência do pensamento temeroso se desfez o corpo reagiu e passou às suas funções normais.

Esse corpo construído e mantido pelo Espírito tem uma essência sagrada, e deve por nós ser mantido como um santuário. Um viver santo cobre o corpo de santidade. Como cuidar desse corpo? Mary Baker Eddy , em sua obra Ciência e Saúde, nos informa que “o Cientista Cristão cuida melhor de seu corpo quanto mais o deixa fora do pensamento” (p. 383). Envolver o corpo com pensamentos doentios, de medo ou de pecado não é cuidar do corpo; tais pensamentos produzem no corpo conseqüências insalubres e resultam em perda de domínio sobre o corpo. Deixar mentalmente que o corpo funcione ao natural, sem limitá-lo ou exacerbá-lo, seja pela alimentação ou pelo exercício, é uma ótima receita de cuidados de saúde para com o corpo, para mantê-lo alinhado com a natureza da perfeição divina. Eddy diz: “A ação recuperadora do organismo, quando sustentada mentalmente pela Verdade, prossegue com naturalidade” (CeS, p. 447).

 Se esse assunto nos parece difícil de compreender veja a dica e alento espiritual oferecido por Eddy em sua obra mencionada acima (p. 68): “Algum dia compreenderemos como o Espírito, o grande arquiteto, criou homens e mulheres na Ciência”, Ciência que é divina, universal e aberta a todos!  

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Obediência às leis

O verdadeiro incentivo para obedecer as leis: gozo de liberdade

A organização humana está baseada na formulação de leis reguladoras visando a harmonia da coletividade. Sem regulamentação por lei não haveria harmonia nos procedimentos e atitudes humanos, direitos equilibrados, funções orientadas, progresso. Cada lei promulgada tem na base um princípio moral ou propósito baseado no bem-estar e plenitude de direitos dos seres humanos. Esse princípio moral é a força da lei. Quanto mais elevado o princípio mais forte e consagradora é a lei.   Os legisladores se esforçam para dar ao texto da lei a clareza necessária para o entendimento do principio básico a fim de que a população possa assimilá-lo e cumprir as leis.

Para diminuir ou evitar desvios de conduta, as leis humanas prevêem punições variadas a violações variadas. A pesar dessas punições é grande o grau de desobediência às leis por parte dos homens. Há até os que dizem que as leis existem para ser desobedecidas. Quanta insensatez! Este desvio cultural do correto atrai castigos aos desobedientes. Por isso há tantas prisões e prisioneiros. Se todos obedecessem às leis, não haveria necessidade de tribunais, de polícias ou de presídios. Soa utópico, não?

A obediência às leis é um comportamento sumamente desejável para os homens. O gênero humano ainda tem um longo caminho a percorrer para chegar a esse estado ideal de caráter. Ainda não aprendeu que andar dentro da lei traz o benefício da lei, enquanto andar fora da lei impõe os rigores da lei. Mas a humanidade ainda prefere o caminho aparentemente mais fácil da inobservância da lei, enquanto houver chance de não ser flagrado na contravenção. Ironicamente: se alguém gosta de sofrer, é só andar fora da lei; mas se não quer sofrer tem de andar dentro da lei.

A questão da obediência às leis é algo fundamental ao ser humano. Se este tiver propensão a obedecer as leis humanas, também estará inclinado a seguir as leis divinas cuja formulação é mais simples, mas o cumprimento é tanto mais enérgico quanto absoluto. As leis humanas têm ação harmonizante para a coletividade sobre a Terra. As leis divinas, por sua vez, têm ação harmonizante no ego do individuo, no seu ser. Exemplo destas para o mundo cristão são os Dez Mandamentos dados por meio de Moisés ao povo israelita, que foi aconselhado a não desobedecê-los para não enveredar por um caminho de erros e decepções.

Na história do Cristianismo houve um líder revolucionário (no sentido espiritual), que ensinou ao mundo o quanto as leis divinas devem estar no coração e na mente dos humanos. Em resumo ensinou: “Só em pensar em quebrar um mandamento, já é pecado”.  Ele dava muita importância com o que se passava no pensamento, na consciência do indivíduo. Suas próprias palavras podemos ler no Sermão do Monte: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, já adulterou com ela” (Mat. 5:28). Ponha-se, prezado leitor, na condição de telespectador diante de cenas carnavalescas, por exemplo, e pense ao mesmo tempo no preceito de Jesus indicado acima! É assim que a televisão moderna deturpa o pensamento e inclinação moral de nossa humanidade. Deixar de lado os programas especializados em sensualidade (não dá para citar apenas um exemplo) é algo que será sumamente edificante para o ser humano.

Toda ação de andar, dirigir, estudar, trabalhar, etc, dentro da lei tem a seu favor a proteção da respectiva lei. Essa proteção não vem por  encomenda; ela estará aí ao nosso lado quando for preciso. Por que isso é assim? Porque a lei tem um princípio que a mantém em vigor e com vigor, o qual age de forma “misteriosa” ao conhecimento humano. É o Espírito da Lei em Ação. Esse Espírito da Lei é sempre justo, poderoso, instantâneo para quem age dentro da lei. Nas leis divinas é assim e nas leis humanas também.
Tenho uma experiência própria há alguns anos que me comprova o que disse. Minha esposa e eu viajávamos pelo interior do município de Guaiba, em estradas de terra, às vezes estreitas, outras vezes esburacadas, condições essas que me obrigavam a andar pelo centro da via. Nas subidas surgia o problema de outro carro em sentido contrário andando também pelo centro da estrada. Ciente da situação, decidi andar nos locais duvidosos pela direita, dentro da lei. Sabia eu que andar dentro da lei é trazer a proteção da lei. Quando enfim chegamos ao asfalto de Guaiba a Porto Alegre, daí ficou mais fácil de andar na direita, dentro da lei. Não demorou muito, para nosso espanto, um carro que vinha em sentido contrário atravessou a pista na nossa frente a pouco mais de 5 metros e foi cair numa lagoa que estava à beira da estrada. Foi aquele splash. O motorista não sofreu nada além do susto e nós pudemos seguir nossa viagem, felizes por ter presenciado uma ação protetora do Espírito da Lei.

É por isso que recomendo aos meus leitores que procurem conhecer a lei para obedecê-la, e terão uma vida sem sobressaltos. Falo por experiência.

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

“O que é isso que tens na mão?”

Nosso sentido de vida: se baseado na matéria, nos assusta; se elevado nos ampara e fortalece

Moisés quando foi instado por Deus a que se dispusesse a tirar o povo de Israel do Egito (ver Êxodo 4), o patriarca teve suas dúvidas quanto estar à altura de tão portentoso trabalho. Mas antes ele precisava aprender a confiar em seu Deus e no poder infinito, e isso o mais depressa possível. Deus lhe propiciou duas lições memoráveis que serviram para redirecionar e fortalecer sua fé: o bastão de apoio que se transformou em cobra (Exo 4:2) e a mão que se tornou leprosa quando tocou o peito (Exo 4:6). Diz o relato bíblico que Moisés fugiu da cobra quando viu em que se transformara seu bastão. Homem experiente da vida no deserto sabia o perigo que significava encarar uma serpente. Mas a voz interior (divina) lhe disse para pegar a cobra pela cauda, e assim ela voltou a ser o seu conhecido  bastão de apoio.

Essa história sempre me interessou como uma vivência importante para o patriarca judeu. Nunca associei o incidente como algo prático para mim. Recentemente me vi acossado por sintomas de mal-estar muito desagradável. Como sempre faço, voltei-me a Deus em oração. E, como sempre, a resposta veio numa sentença bíblica: “O que é que tens na mão?” Reconheci a frase de Êxodo, mas não vi nenhuma vara ou bastão de apoio na minha mão. Então a significação tinha que ser sublimada. Mas que é o que eu tinha na “mão” para me apoiar?

Após bastante elaboração mental, comecei a perceber que um tipo de bastão de apoio podia ser meu entendimento da existência humana. Vi que um entendimento meramente acadêmico ou intelectual  faria com que minha visão da existência se arrastasse no pó da materialidade e da mortalidade, o que certamente era o que estava me assustando. Isso é muito fácil de acontecer, pois o conhecimento científico joga sobre a humanidade uma montanha de “conhecimentos”, todos baseados na materialidade e na suposta realidade da vida e inteligência na matéria.  Assim, tudo que vemos e sentimos no corpo parece tão verdadeiro e real. Se esta fosse a base de nossa compreensão da existência do homem--nosso bastão de apoio--então pareceria normal viver com medo, pois tudo soe acabar no desconhecido e na morte.

Moisés foi ordenado a pegar a cobra “pela cauda”. Tinha que tirá-la do seu elemento daninho, a matéria. Obedecendo a ordem, com coragem moral, viu-a voltar a ser um bordão, seu conhecido cajado e instrumento de trabalho como pastor de ovelhas. Quando ele elevou seu pensamento, voltou-lhe a sensação de domínio. Vale dizer, quando ele elevou seu entendimento da existência do homem acima das aparências dos sentidos materiais (isto equivaleu a pegar a cobra e levantá-la, tirando-lhe o ponto de apoio na matéria), isso se lhe tornou numa maravilhosa força espiritual, a qual ele iria precisar e usar na peregrinação pelo deserto.

Podemos traduzir a experiência de Moisés ao nosso tempo, perguntando-nos: “Em que bastão estamos nos apoiando?” Estamos baseando nosso conceito do ser na materialidade ou estamos buscando identificá-lo com a espiritualidade? Num caso é o mundo quem nos ensina  e no outro é o Espírito. Pode-se comparar a situação com a explicação do apóstolo Paulo quanto ao pendor do espírito ou pendor da carne. Escreveu ele (NTLH): “As pessoas que vivem de acordo com a natureza humana têm sua mente controlada por essa natureza. Mas os que vivem de acordo com o Espírito de Deus têm a sua mente controlada pelo Espírito. As pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz” (Rom. 8:5,6). Temos aí a livre escolha. O resultado em nossas vidas, corresponderá ao rumo de nossa opção. Ah, sim, os sintomas que me afligiam desapareceram enquanto escrevia estas linhas.

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sábado, 25 de janeiro de 2014

O sermão do monte e o caráter cristão

Lista dos subtítulos do Sermão do Monte
Evangelho de Mateus capítulos 5, 6 e 7:

Capitulo 5:  as bem-aventurançaso sal da terra – Jesus não veio para revogar – Jesus completa os antigos ditos: adultério, juramentos, vingança, amor ao próximo.

Capitulo 6:  da prática da justiça – como dar esmolas - como se deve orar – a oração dominical – como jejuar – tesouros do céu – luz e trevas – os dois senhores – a ansiosa solicitude pela vida.

Capitulo 7:  juízo temerário proibido – não dar o que é santo aos cães – Jesus incita a orar – as duas estradas – os falsos profetas – os dois fundamentos.

O Sermão do Monte visto nos seus subtítulos dá um resumo direto de seu conteúdo. Para quem já leu ou lê periodicamente essa notável peça literária, só em ver os subtítulos nomeados há de lembrar-se do texto e sua mensagem. Pode até ser que pessoas gostem mais de um ou outro segmento desse sermão do Mestre. Jesus Cristo dirigiu-se a seus ouvintes, mas um estudo do texto mostra que este é válido para qualquer cidadão, de qualquer geografia, de qualquer época, de qualquer fé religiosa. A mensagem contém consolo aos acabrunhados, libertação aos cativos de temores, orientação moral e espiritual, sabedoria aos entendidos e cura aos doentes; estas têm sido a experiência de muitas pessoas ao redor do mundo.

 Esse sermão proferido não num templo mas ao ar livre de uma  montanha, é o resumo do ministério do mestre Cristão. Diz a Bíblia que ao encerrar seu discurso “...estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque as ensinava como quem tem autoridade...” (Mat. 7: 28,29). É só grifar as palavras “doutrina” e “ensinava” para ver que ele estava dando uma aula aos seus seguidores, de todas as épocas. O que um professor pretende ao ensinar seus alunos? Que eles assimilem as lições, aprendam o conteúdo e possam aplicá-lo aos problemas, não apenas os escolares, mas também os da vida. Os cristãos são alunos de Jesus Cristo, e bem fariam em aprender bem as lições ensinadas por seu Mestre e aplicá-las às suas vidas. Praticar os conceitos apresentados no Sermão do Monte põe o aluno cristão na linha de coerência com seu Mestre.

Uma importante líder religiosa do século XIX, Mary Baker Eddy, ao ressaltar a importância do Sermão do Monte disse: “Em minha opinião, o Sermão do Monte, lido a cada domingo, sem comentários, e obedecido durante toda a semana, seria suficiente para a prática cristã” (Mensagem para a Igreja Mãe para o ano de 1901, p.11:17). Aí está! Conhecer os conceitos através da leitura é um primeiro passo importante. O seguinte é pôr em prática os conceitos estudados. Isso Jesus deixa bem claro no final do seu ensinamento dentro do item “Os dois fundamentos”: ouvir a palavra e praticá-la. Isso fortalece o viver do cristão e não haverá chuvas nem cheias nem ventos de doutrinas contrárias que o abalem. Ter nossa fé e amor cristãos fortemente alicerçados nos valores espirituais do Cristianismo é uma das grandes necessidades da humanidade na atualidade.

Ser cristão significa viver os preceitos do Sermão na prática. Significa vivenciar alegria genuína por conhecer as bem-aventuranças. Sabem os cristãos que sua vida vale como sal e é como uma luz para os homens. Regozijam-se por que Cristo Jesus veio para cumprir a lei divina e em saber que o Cristo institui uma nova ordem quanto aos homicídios, adultério, juramentos e sentimentos de vingança, exaltando todos ao amor e à fraternidade. Eles sabem como praticar a justiça, como dar esmolas, orar e jejuar. Eles conhecem e sabem que a oração do Senhor atende a todas as necessidades humanas e não vivem na temeridade de andar ansiosos pela sua vida. Eles sabem que do Senhor vem o suprimento, sabem que o juízo temerário não está de acordo com o caráter cristão, compreendem a importância de viver a regra áurea: fazei aos outros o que quereis que vos façam, sabem diferençar o caminho mau do bom, sabem acautelar-se dos falsos profetas e sabem construir sua vida solidamente sobre a rocha da Verdade, o Cristo.

O homem que sabe conduzir sua vida como citado acima, é um grande exemplo para o gênero humano, o qual pode contemplar o grau de liberdade que gozam aqueles que praticam o cristianismo, fiel e metodicamente. Assim o homem vive livre de preocupações por saber que o Pai supre todas suas necessidades. Não vive a espezinhar os outros, pois não gosta de ser tratado assim. Não maltrata ou rouba outras pessoas, sabendo que esse não é caminho para o gozo da liberdade e da satisfação plena. Sabe buscar na oração a solução para seus males, abençoando assim os outros também.

Gosto especialmente das bem-aventuranças ou beatitudes, ou atitudes que nos deixam felizes: humildade, mansidão, misericórdia, pacificação, pureza de coração.  As vicissitudes da vida: tristeza, fome, perseguição não abalam a felicidade espiritual e genuína imanente aos filhos de Deus. Quando deixamos tudo nas mãos de Deus-Pai-Mãe, reconhecemos Sua natureza infinitamente harmoniosa, Sua onipresença e onipotência, Seu amor que supre as necessidades genuínas, que perdoa nossas falhas e nos livra de todo mal. Tenho usado a Oração do Senhor como recurso espiritual em momentos de necessidade espiritual, de ansiosidade, de decisão, de penúria financeira e de cura. Aqui posso citar curas de dor de ouvido, dores musculares, gripes e resfriados, tosse, dor de coluna, e também “dor de cotovelo”,  quando atos de bondade foram mal interpretados. Todas esta coisas e muitas outras cederão naturalmente ao “cicio tranqüilo e suave” da ação universalmente curativa, consoladora e salvadora da Verdade.

O Sermão do Monte corresponde à descrição da “árvore da vida” no Apocalipse que está plantada às margens do “rio da vida” e cujas “folhas são para a cura dos povos” (Apo 22:2).


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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A demonstração de Pedro

O apóstolo aprendeu a praticar o Cristianismo que o Mestre havia ensinado

        O livro dos Atos dos Apóstolos relata as atividades dos primitivos Cristãos e sua organização como igreja, a do cristianismo primitivo baseado em obras de fé. O livro mencionado traz muitas realizações dos apóstolos, mas detalha o trabalho de Pedro e Paulo. O primeiro conviveu com Jesus Cristo e testemunhou pessoalmente as grandiosas obras do seu ministério. Aprendeu com seu Mestre algumas lições que lhe pareceram duras e penosas por causa de conceitos empedernidos que precisava deixar para trás. Aprendeu duramente, mas aprendeu. Tanto que ele mesmo protagonizou no seu trabalho apostolar, momentos de grande repercussão entre a população.

Uma das curas efetuadas me chama muito a atenção e me faz pensar de como seria a cena hoje em dia. O capítulo 3 dos Atos relata que, na cidade de Jerusalém, um coxo de nascença era levado à porta do templo para obter seu sustento com as esmolas dos que freqüentavam a Casa de Deus. Pedro e João, como de costume, foram ao templo a fim de orar. Ao serem abordados pelo homem coxo, desenvolveu-se entre eles um diálogo sem precedentes cujo desfecho foi a cura do aleijado. Uma cura tão radical e rápida que causou um alvoroço entre os que a presenciaram.

A porta do templo junto à qual ocorreu o incidente, era chamada de Formosa por causa dos maravilhosos entalhes que continha. Uma verdadeira obra-de-arte. Provavelmente era a entrada principal, por onde passava a maioria das pessoas. Um ponto estratégico para quem desejasse contato visual com os passantes. O coxo esmolava ali, contando com a compaixão e bondade das pessoas de bem que iam buscar inspiração ou purificação. O nome dele não é conhecido. Poderia ser qualquer um. Isto pode ser visto como se ele representasse um homem genérico de qualquer época, inclusive hoje; por exemplo, você, eu, nós, eles.

Os apóstolos foram abordados também, mas não tinham nenhum “trocado” para o pobre sofredor, cujas enormes necessidades humanas eram supridas pelos poucos recursos conseguidos com as doações. Logicamente esperava de Pedro ou de João algo de bom. Expectativa essa que foi aguçada pelas palavras de Pedro: “Olha para nós”. Mas antes de falar ao mendigo Pedro “fitando-o” discerniu suas necessidades.  Será que Pedro se lembrou de quando andara por sobre o mar enquanto olhava para Jesus, e que tivera problemas ao desviar dele o olhar? Pedro queria que o pedinte olhasse para ele, deixando de olhar em redor, de reparar na opulência dos outros em contraste com sua miserável situação, e parasse de encolher-se: “Coitadinho de mim!”.

Ele olhou para eles, esperando receber alguma coisa” diz o relato. Ele prestou atenção ao apóstolo na expectativa de receber algo de bom. Mas a resposta de Pedro poderia ter sido frustrante se terminasse na primeira parte: “Não tenho prata nem ouro”. Não era por isso que o homem esmolava? Por esmolas, moedas de prata ou ouro? E se o apóstolo tivesse algum dinheiro no bolso, será que teria dado algo ao mendigo para sentir-se socialmente realizado por ter “ajudado” um pobre? (Por acaso é assim que nos sentimos quando damos uma esmola a um pedinte?) Pedro não tinha riquezas deste mundo, mas era rico em espiritualidade, e estava disposto a compartilhar seu tesouro com aquele ser humano, rico em necessidades. O apóstolo  pode ter discernido no olhar do coxo um fio de esperança, uma débil aceitação de valores espirituais. Será que o coxo de nascença não teria ouvido das curas realizadas pelo Nazareno que havia poucos anos fora crucificado e ressuscitara dentre os mortos? Ele era contemporâneo de Jesus em Jerusalém, mas talvez não tivera a oportunidade ou a coragem de ir pessoalmente pedir ajuda a Ele. O esmoleiro não conhecia Pedro nem João; não fazia a mínima idéia do que podia vir desses cidadãos comuns. Mas havia no ar uma certa expectativa diferente, um clima que nunca pintara nas relações do pedinte com seus doadores.

O que tenho, isso te dou”, continuou Pedro. Chama-me a atenção que ele não disse: “DO que tenho”, mas “O que tenho”. Sua disposição não era dar um pouco do que tinha, mas dar tudo o que tinha. Pensando quantitativamente a proposta de Pedro parece mal formulada. Mas espiritualmente estava correta. Os tesouros ou os bens materiais são vistos em quantidades: “Tanto disso, tanto daquilo, tanto para mim, tanto para ti”. Entretanto o tesouro espiritual é avaliado pela qualidade. Um pouco de amor, vale tanto como todo amor. Um pouco de espiritualidade, vale tanto como toda espiritualidade. Um pouco de bem espiritual, vale tanto como todo bem. Não há, pois, quantidades; há, sim, qualidade. O tesouro do Espírito, a fonte de todo bem, para ser infinito não pode conter quantidades, que em si são finitas e limitadas. Se basearmos nossa vida nas quantidades testemunhadas pelo sentido material, estaremos tentados a acreditar que o bem é limitado, ou que não temos o necessário. Pedro tinha consciência disso  e deu ao pobre todo seu amor, sua fé, sua compreensão espiritual. Mas nem por isso ficou privado de gozar desses bens espirituais.

O apóstolo, com toda longanimidade despejou seus tesouros de compreensão espiritual sobre o interlocutor, que já não era visto como aleijado, pois, do contrário, não o poderia amar como filho de Deus nem lhe dizer: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda”. Que autoridade e fortaleza espirituais foram demonstradas por Pedro nessa ordem! Isso ele aprendera com o Mestre e também retratava a elevação espiritual alcançada pelo intrépido discípulo. Não muitos anos antes ele havia dado uma resposta convincente à interpelação do Mestre: “Quem diz o povo  ser o Filho do homem?” (Mat. 16: 13-16). Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Em nome desse Cristo do Deus vivo, Pedro pôde quebrar o jugo escravizante que aquele homem sofrera desde seu nascimento. Agora ele estava livre!

Diz o relato bíblico que Pedro “tomando-o pela mão direita, o levantou”. Mão direita de Pedro ou do paciente? Aqui, novamente, o significado espiritual é o importante. Pode-se dizer que o “lado forte” de Pedro tomou o “lado forte” do enfermo. Ou seja, o Apóstolo com sua fé puxou para cima, elevou, a fé do homem. A Bíblia tem muitas referências ao poder infinito da “destra de Deus”. Vale dizer que Pedro expressou o poder de Deus conscientemente, trazendo à luz o efeito regenerativo e fortalecedor desse poder infinito na vida e na consciência dos homens. A ação de Pedro repetiu o método de Cristo Jesus descrito por Mary Baker Eddy século XIX no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras*: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (pp. 476-7). Eu encaro essa declaração como uma regra de cura espiritual.

A parte impressionante aos olhos dos mortais veio a seguir. Diz o relato que após Pedro tomar o homem pela mão direita, “imediatamente seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar...”. Para alguém que nunca havia usado os pés e as pernas, poder andar era algo indescritível.  Que sensação de liberdade! Não é de admirar que o ex-coxo entrasse no templo “saltando e louvando a Deus” (notem que não louvava a Pedro); não conseguia conter-se. Mas onde ficaram as “leis” orgânicas que hoje afirmam categoricamente que um homem adulto coxo de nascença precisaria, talvez, um ano ou mais de fisioterapia para poder reforçar suficientemente os músculos e tendões a fim de sustentar um homem de pé. Nem falo de andar e saltar. A cura deu-se imediatamente, isto é, sem demora. Parece impossível ao saber humano. No entanto, para o saber Divino, a Mente de Deus, nada é impossível. Tanto que a força criadora do universo, que fez “homem e mulher” à imagem e semelhança de Deus, portanto perfeitos e harmoniosos como o Pai-Mãe, também mantém a criação no estado original. Se esse poder pode criar, também pode manter e regenerar! O poder para tanto reside na onipotência. “Tudo quanto Deus faz durará eternamente”, diz o sábio Salomão em Eclesiastes (3:14). E segue: “nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar”. Isso tem lógica, pois se o que Deus criou é bom, então por que mudar?

Diante de tal demonstração de poder da fé na ação do Cristo, é natural a “admiração e assombro” de que foi tomada a população. Hoje seria a mesma coisa. Não é comum ver-se coxos ou paraplégicos saírem andando depois de alguém orar por eles. Mas isso não quer dizer que seja impossível. O poder atuante no incidente com Pedro e João, é exatamente o mesmo que atua hoje, pois é o poder do eterno Deus, sempre bom e presente. Nossa tarefa é aprender a lançar mão desse recurso, que só atua de acordo com a vontade de Deus, nunca da nossa. Não adianta orar para o restabelecimento dos enfermos, desejando que o poder infinito atue no sentido do resultado delineado por nós. Nossa oração deve elevar nosso pensamento a Deus e deixar a ação aos cuidados da vontade de Deus. Temos de deixar o Espírito agir, a Verdade corrigir o erro, o Amor divino afastar o medo. Quando oramos o Pai-Nosso, não dizemos: “Faça-se a Tua vontade”? (Mat. 6:10). Pois sabendo que a vontade do Pai é sempre para o bem, a saúde, a abundância, estaremos muito próximos de vivenciá-los em nossa experiência humana.


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