quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Legião de anjos

Para enfrentar ameaças coletivas e individuais
O mundo material às vezes está permeado de ameaças coletivas direcionadas a opositores cuja mera existência pareceria um “perigo”. Quando um povo se levanta em manifestações públicas de aversão a atitudes políticas, não raro facções mal-intencionadas me misturam às multidões para provocar males e conflitos. Os cidadãos não envolvidos acabam sentindo-se pressionados pelas circunstâncias sem saber o que fazer ou que pensar. A primeira sensação da pessoa é a de impotência diante do volume ou força demonstrada, associando-se a isso o medo de alguma conseqüência no mínimo indesejada. Geograficamente, não existe país fora de tais possibilidades de demonstrações de poder ilegal.

Os cristãos que lêem a Bíblia têm à sua disposição um Código de Posturas espetacular que pode orientar as pessoas envolvidas ou atingidas de algum modo e também aquelas que apenas tomam conhecimento dos eventos. Menciono as Sagradas Escrituras porque é a elas que o Cristão recorre quando busca inspiração. Esse compêndio identifica vários relatos de incidentes em que o alvo das manifestações se viu cercado de multidões enfurecidas. Um deles consta do livro de II Reis 6:8-23, onde se lê que um exército inimigo cercou a localidade onde o profeta Eliseu vivia, fato que visava capturar o profeta. A seu auxiliar apavorado Eliseu disse: “Não temas, porque são mais os que estão conosco do que os que estão com eles” (6: 16). Quando Deus abriu os olhos do moço, “viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”(6:17).  A proteção era total, nenhum motivo pra temores ou ansiedades. O moço precisou elevar seu pensamento para poder ver o que já estava lá protegendo o profeta e a cidade.

O Mestre Cristão, Cristo Jesus, durante seu ministério sagrado foi muitas vezes perseguido por turbas incitadas que queriam condená-lo à morte. O relato dá conta de que, certa feita, Jesus era levado para ser jogado de um penhasco, mas ele passando pelo meio deles retirou-se (ver Lucas 4:30), malogrando a intenção deles.  Mas o momento mais crucial foi quando vieram prendê-lo, homens liderados por Judas e orientados pelas autoridades eclesiásticas. Um dos apóstolos até lançou mão da espada para defender o Mestre. Pedro não sabia o que Jesus pensava a respeito desse incidente. Até nessa situação premente, o Mestre não deixava de ensinar aos seus queridos seguidores. Lemos no evangelho de Mateus (26:53): “Acaso pensas que não posso rogar ao meu Pai, e ele mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?” Uma legião contava com cerca de 6.000 soldados. Doze legiões seriam 72.000 anjos. Onde caberiam tantos seres celestiais? A lição para Pedro era que as hostes do céu, de anjos ou seres do bem, superam em muito, infinitamente até, o número de pessoas ou seres do mal. A função dos anjos, divinamente definida, está claramente  exposta no Salmo 91: “Aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (91:11).

No livro do Apocalipse tem relatos de guerra entre as hostes do céu e a as hostes do dragão vermelho. Quem luta são os anjos de Deus contra os ditos “anjos do mal”. Quem vence essa portentosa guerra que, em verdade, se passa na consciência do ser humano? O dragão é expulso para a terra da qual fora formado o homem material, vale dizer que o mal volta ao barro inicial, sem valor. Essa guerra espiritual está bem ilustrada por Mary Baker Eddy no livro Ciência e Saúde coma Chave das Escrituras onde ela identifica a orientação errônea do mal como “conspiradores”. Diz ela: “A Ciência Cristã ordena ao homem que domine as propensões—que reprima com a bondade o ódio, que vença com a castidade a luxúria, com a caridade a vingança, e que com a honestidade derrote a falsidade” (p. 405).  Ódio, luxúria, vingança, falsidade; não é isso que se vê impulsionando manifestações ou iniciativas destrutivas? Na mesma página, Eddy dá mais uma recomendação importante: “Deves sufocar esses erros logo no início, se não quiseres abrigar um exército de conspiradores contra a saúde bem como contra a felicidade e bom êxito”.

Os problemas, grandes ou pequenos, coletivos ou individuais, que nos envolvem ou afetam humanamente têm de ser resolvidos em nosso próprio pensamento, que é onde nossos males têm sua raiz. A fé cristã com compreensão espiritual é o melhor remédio!


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