segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Crítica


Criticar ou censurar te fechará a porta do paraíso   
Francis Fluno, CSB    

A crítica te impedirá de ter demonstrações próprias e para outros, te bloqueará o progresso; deterá teu progresso; te levará a problemas; te encaminhará para a discórdia, a todo tipo de mal, inimizades, ódio e inveja. Enquanto esse espírito de crítica permanecer em teu pensamento sem que o desalojes, não poderás encontrar teu caminho na verdade, pois estás buscando erros constantemente, estás agindo em planos materiais e mortais.

Vais criticar a todos e tudo, vais censurar as pessoas de toda forma possível. O modo de vestir, o modo caminhar, de falar, a forma como leem, como cantam, tudo o que os demais fazem, como pronunciam e articulam suas palavras. Vais criticá-las de todo modo possível e vais te concentrar nisso.

Se o espírito de crítica estiver em teu coração, irá crescer. O que quero dizer é que se ele está ali e não te desfazes dele depois de tê-lo detectado, ele naturalmente ficará ali e continuará crescendo. Então, com o tempo quererás saber por que não consegues ter demonstrações; quererás saber por que não conheces e demonstras a Verdade, e todo o bem que gostarias. É porque tomaste o costume de criticar as pessoas; censuras o que fazem e o que dizem; não estás buscando a verdade no que é feito, mas estudando erros. Erros é o que estás buscando e é só nisso que pensas.

Criticar é umas das piores coisas a que podes te dedicar numa comunidade; é uma das piores coisas a que podes te dedicar numa igreja, é uma das piores coisas em que ocupar teu pensamento. É uma das chaves para a perdição porque conduz a ela. Te leva a aborrecer-te, a ser ingrato, leva a tudo menos ao amor ao próximo e aos amigos.

Qualquer um pode criticar. Jamais vi uma pessoa, por mais débil mental que fosse, se pudesse falar, que não falasse dos erros dos outros. Jamais vi alguém tão embriagado que, ao falar, não falasse para criticar aos outros. Qualquer um pode fazê-lo e enquanto permitires que isso entre em teu pensamento e ali o deixes quieto, ele seguirá aumentando até creres que foste escolhido como crítico e que essa seja tua missão; que essa seja tua tarefa e o trabalho a fazer. CRITICAR é algo terrível. Nunca fez nenhum bem e nunca fará. Não consegue faze-lo, porque opera inteiramente no plano mortal. Quando criticas, não estás ajudando ninguém e nem estás ajudando a ti mesmo.

A crítica não pertence à Ciência Cristã, porque não tem nada de cristã e certamente nada de científica, nem um til sequer – tenho visto isto toda minha vida; desde minha mais tenra idade e sei que todos já  o vimos. É um hábito que devemos investigar em nosso interior para ver se o abrigamos ou não. Olha profundamente em teu coração para ver se o tens ou não, pois és um estudante da Ciência Cristã, és estudante da Ciência do Ser ou Ciência do Cristianismo. Se a estás estudando então irás progredir em tudo o que fazes, tudo irá bem porque essa Ciência espiritual te guia à sabedoria, te encaminha ao Amor, te leva a ser amável, a estar satisfeito. Te coloca no caminho da bondade para com todos, te leva a buscar meios de seres útil aos demais e te conduzirá a ver possibilidades e propostas abertas para ti que nunca antes havias visto, em tudo, em cada aspecto de tua vida, para fazer o melhor em tudo que empreendas, para ser um mecânico melhor, um melhor professor na escola, te converterás num pai ou mãe melhor, melhor irmão ou irmã, melhor vizinho. Serás uma pessoa melhor em todos teus assuntos.

Tudo o que tocas ficará claro ante teus olhos; pelo fato de seres um estudante do Existir, estás estudando a Ciência e os fatos do Ser, tudo fica elucidado, tudo se aclara e tudo fica fácil. Não há caminhos difíceis nem trabalho árduo quando encontras teu caminho nos fatos do Ser. Se estás estudando os grandes fatos do Ser, não irás encontrar etapas difíceis nem acharás trabalhoso te relacionares bem com os demais. Tua grande tarefa é te despojares do senso mortal e estudar a Verdade, estudar os fatos do Existir. Acaso crês que devas apegar-te com uma mão à lei mortal e sua forma de viver? Encontrarás um modo de viver mais seguro, melhor e mais fácil do que nunca se não te apegares a essa lei mortal.

Ao não te apegares a ela tu a deixas ir-se, tu a perdes e com ela perdes a preocupação de perde-la, perdes a preocupação de desperdiçar oportunidades, ou de não encontrá-las. Deixas de pensar no corpo, perdes a preocupação de que possas perder a vida ou a saúde, porque estás crescendo em fortaleza, estás expressando melhor a vida, a saúde e a liberdade. Por estares crescendo em tua qualidade de homem e mulher, empregas um melhor critério com respeito a ti mesmo, ao mundo e a tudo o que entra em contato contigo. Se és estudante da Ciência Cristã não és estudante de pessoas, não és estudante do modo como caminham na rua, dos erros que cometem, de seus defeitos, suas pequenas falhas ou seus pequenos fracassos.

        CRITICAR = INHABILIDADE DE VER A IDEIA DE DEUS
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O autor era professor de Ciência Cristã, na California, EUA.

Equilíbrio emocional

À medida que o conhecimento material diminuir e a compreensão espiritual aumentar os objetos reais serão percebidos mentalmente em vez de materialmente” (CeS, p. 96)

O “conhecimento material” e a “compreensão espiritual” são dois opostos que albergamos em nossa consciência. Constantemente fazemos cotejos desses opostos sob o balizamento de padrões definidos em nossa escala de valores. O processo em nosso pensamento aumenta ou diminui um deles, alternadamente. Quando crescemos em compreensão ou percepção espiritual, é porque o conhecimento material está sendo mantido sob controle. Lamentavelmente, o oposto também pode ocorrer.

Ele, o processo, se dá na consciência humana. Até quando ele se estende? O confronto final não tem tempo para ocorrer; segue até o conhecimento material se anular e a percepção espiritual se engrandecer e se unir à Consciência Universal. Um se anula e outro se torna infinito. E isso para o bem da humanidade.

Humanamente talvez busquemos o auxílio do livre arbítrio; mas neste caso ele não será de utilidade, pois seu emprego tende a buscar um equilíbrio, que humanamente é muito desejado, mas espiritualmente não podemos nos satisfazer com equilíbrio entre o bem e o mal em nossa consciência. Nessa o bem e o mal se combatem e mutuamente se excluem; não podem conviver em paz.  De um lado podemos anotar: crenças materiais, conhecimento material, materialismo, sugestões mentais agressivas, ódio, medo, preocupações, escassez, doenças, mortalidade. Em contraposição vemos: compreensão espiritual, percepção espiritual, conceitos divinos, Amor, Mente, atributos divinos, coragem, confiança, fé, abundância, saúde, espiritualidade, imortalidade. É muito fácil aumentar as listas de ambos os lados.    
                                          
A colocação de M. B. Eddy no resumo deste artigo, dá uma rápida pincelada do que acontece quando deixamos a compreensão espiritual predominar em nosso pensamento. Quando a percepção espiritual aumenta o conhecimento material diminui, e então a realidade das coisas nos aparece nitidamente, sendo percebida mentalmente. Em outra página Eddy esclarece:

“Quando a compreensão muda os pontos de vista sobre a vida e a inteligência, de uma base material [conhecimento material] para uma base espiritual, alcançamos a realidade da Vida, o controle da Alma sobre os sentidos, e percebemos o Cristianismo...em seu Princípio divino” (CS, p. 322).

O balanceamento entre os dois lados começa no pensamento dos indivíduos e se estende depois à comunidade e humanidade. Mas onde reina o egotismo e materialismo (a mundanalidade) o equilíbrio de forças não aparece com muita nitidez. Por isso Eddy diz:

“Este mundo material está se tornando  uma arena de forças em conflito. De um lado haverá desarmonia e consternação; do outro lado haverá Ciência e paz. A desagregação das crenças materiais pode parecer fome e peste... Essas perturbações continuarão até o fim do erro...” (CeS, p. 96).

A questão do cotejamento entre o bem e o mal, não é privilégio da presente geração. O apóstolo Paulo já chamava a atenção de seus leitores romanos:

“Por que os que se inclinam para a carne [conhecimento material] cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito [percepção espiritual] das coisas do Espírito” (Romanos 8: 5).

O próprio apóstolo mostra os resultados das duas opções:

“O pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito para a vida e paz” (Idem 8: 6).

Temos o livre arbítrio para escolher, mas tenhamos em mente o que nos espera num futuro que pode não ser remoto. E se não gostarmos do que se tornou nossa vida humana e nossos afazeres, não culpemos a ninguém, nem ao Pai-Mãe. Aconselhamento temos às pampas (em abundância), e dou um exemplo:

“A mente humana age mais poderosamente para corrigir as desarmonias da matéria e os males da carne, na proporção em que põe menos peso no prato material ou carnal da balança e mais peso no prato espiritual” (CeS, p. 155)

A comparação do processo de escolha do que vamos aceitar como realidade, seja com uma gangorra ou com uma balança, tem o foco principal na importância que a pessoa dedique a um ou outro aspecto. É importante saber que essas opções determinarão a harmonia e ou não da experiência das pessoas (cada um com sua). É também importante que as decisões individuais tenham um equilíbrio interno entre a razão e a emoção, entre a mente e a alma, entre a cabeça e o coração. Tem de haver unidade emocional individual. 

      Essas duas aptidões individuais precisam andar juntas e servirem de balizas no direcionamento de nossa mente para a Mente divina. Isso determinará a harmonia de nossa existência, e servirá de modelo para toda a humanidade, ajudando-a, assim, a superar suas deficiências e fraquezas.
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FOCO  HOLÍSTICO:
Esta crônica me faz lembrar da estória do sábio indígena falando com seu neto.  Explicava o sábio que dentro de cada um de nós existem 2 lobos em constante briga - um lobo bom (que representa todas as coisas boas), e um lobo mau (que representa todas as coisas ruins).  E o neto indagou: mas qual vai vencer? E o sábio respondeu: aquele que você alimentar.  E escolha é nossa de qual vamos alimentar, engordar e fazer vencer a briga.  Muitas vezes alimentamos os lobos sub ou inconscientemente. Portanto sempre importante rever nossos padrões mentais, crenças, tradições, emoções-base (tristeza, escassez, raiva, separação, e todos os medos).  Entendendo o “filme” ou software que esteja rodando e sendo projetado na nossa consciência, podemos fazer escolhas conscientes e alinhadas com a vontade divina. William Trentini.

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Beleza & Alegria

Vemos a beleza das coisas ao redor quando estamos alegres.

Alguém que tenha a consciência perturbada por causa da tristeza ou da preocupação ou do medo e mesmo do ódio não vê a beleza das coisas ao seu redor. Nós ditamos a natureza do que vemos, com nosso pensamento. Um mesmo quadro que gostamos de ver, não nos parece belo quando a tristeza ou a preocupação dominam em nosso coração. Se esses sentimentos forem de caráter temporário, eles se desfarão com o tempo, e a visão das coisas belas voltará. Pior para alguém é ter essas nuvens negras pesando na consciência, seja na sub ou inconsciência, pois terá mais trabalho para desfazer-se desses empecilhos. Mas é bom saber que é possível.

 Uma alma alegre vê a beleza se expressando até nos detalhes mais insignificantes de uma flor, de um inseto, de um gesto amigo. Nós vemos as coisas com nosso pensamento, quero dizer vemos com o acompanhamento de nosso pensamento. Algo que em nosso pensamento dizemos ser feio, assim o veremos; e vice-versa.

         “O homem vê o que crê, tão certamente como crê o que vê” (CeS, p...),

diz Mary Baker Eddy. Isso é igualmente verdade quando vemos gestos ou atitudes de pessoas. Nossos conceitos de bom e belo nos farão gostar ou detestar do que as pessoas diante de nós façam. Tudo aquilo que fere ou ataca nossos padrões básicos de beleza ou de ordem, nos desagrada; vêmo-lo até à distância e não gostamos.

O outro lado da moeda também é importante. As coisas belas que vemos ao nosso redor cooperam para nos dar alegria. E quando há todo um conjunto de coisas belas chamando nossa atenção, irrompe uma grande felicidade dentro de nós. Quando a radiância da Alma—a beleza da natureza—e a alegria de nossa alma se unem há uma conjugação de sentimentos que eleva nosso eu a alturas espirituais. Acho que é o que sentimos no paraíso.

O que a natureza nos oferece podemos chamar de beleza perene; a beleza que produzimos humanamente podemos chamar de beleza fugaz porque os elementos que a  constituem se mudarão com o tempo. Gosto do que disse Eddy:

“A beleza faz parte da vida, habita para sempre na Mente eterna e reflete os encantos do bem divino em expressão, forma, contorno e cor. É o Amor que pinta as pétalas com miríades de matizes, cintila no cálido raio de sol, traça na nuvem o arco de beleza, adorna a noite com joias estelares e cobre de encanto a terra(CeS, p. 247).

Poderíamos resumir a ação divina com a frase:

“O Amor, perfumado pelo desprendimento do ego, inunda tudo de beleza e de luz(CeS, p. 516).

Que alegria para nossa alma, sentir e saber de toda essa presença benévola!

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domingo, 10 de janeiro de 2016

Uma fresta deixa ver uma paisagem

Fresta em nosso pensamento conturbado, também deixa passar luz

Para quem gosta de apreciar as belezas dos céus, não raro se depara com situações inspiradoras. Aconteceu comigo recentemente. De manhã cedo, olhei o céu que estava encoberto de nuvens que prometiam chuvas iminentes. Em meio a esse lençol de nuvens havia para o lado leste uma fresta que permitia a entrada de uma réstia de luz do sol no cenário do dia. Lembrei-me de um dito popular pertinente: “uma fresta deixa ver uma paisagem”.

Não foi difícil transpor a cena para uma situação psicológica. Nosso pensamento se parece muitas vezes como um colchão de nuvens a obliterar a visão direta da luz. Basta uma fresta nesse ambiente enuviado para que a luz da Verdade da presença do bem nos ilumine o ambiente mental. Essa luz inspira e ilumina todo nosso ser e penetra nosso ser de várias maneiras. Às vezes basta um “cicio tranquilo e suave”, como foi o caso de Elias (ver 1 Reis 19), que se sentia derrubado e perseguido pela rainha de Israel. Estava tão acabrunhado que pediu para si a morte—sentia-se no fundo do poço. As nuvens do remorso pesavam na consciência dele.

Obedecendo à ordem divina, postou-se à entrada da caverna que lhe servia de abrigo. Viu passarem “forças” da natureza (vento, fogo, terremoto), mas percebeu quer o Senhor não estava nessas manifestações de pseudo poder. Até que ouviu

um cicio tranquilo e suave” (I Reis. 19: 12).

Isso lhe abriu o pensamento para a percepção de que nunca estivera fora da presença de Deus. Essa pequena brecha ou fresta em meio à escuridão do medo, remorso, incertezas lhe conferiu o retorno à sua condição de profeta do Senhor, capaz de proezas extraordinárias diante do povo. 

PONTO METAFISICO:
A analogia de uma fresta nas nuvens é um artifício de argumentação, pois, na verdade, a luz do sol nos alcança mesmo estando o céu encoberto. Se assim não fosse, não teríamos o dia que é símbolo da luz infinita sempre presente. Assim também numa consciência humana ainda que obscurecida aparentemente, tem a luz da Verdade e da Vida infinitas transparecendo em algum gesto, alguma palavra que denote a claridade no pensamento. Mary Baker Eddy tem uma colocação interessante:

“Envoltos nas brumas do erro (o erro de se crer que a matéria possa ser inteligente parta o bem ou para o mal), só podemos captar claros vislumbres de Deus [a verdade de nosso ser] quando a neblina [mental] se dissipa, ou se torna tão tênue que percebemos a imagem divina em alguma palavra ou ato que indica a verdadeira ideia—a supremacia e a realidade do bem, a nulidade e a irrealidade do mal” (CeS, p. 205).

Cada um pode esforçar-se por manter sua consciência limpa de materialidade para ser transparente ou translúcida às verdades do ser criado por Deus. Assim a Verdade pode entrar e purificar e iluminar o ambiente mental do homem, o que terá um resultado de harmonização da experiência/vivência do mesmo; de superação de limitações; de realização satisfatória na profissão; de êxito em empreendimentos meritórios; de relacionamento harmonioso na família e na sociedade; de cidadania exemplar entre seus pares.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A pureza de Madalena

Sentimentos de inveja ou falsamente científicos tentam empanar o brilho da vida de Jesus Cristo

Muitas teorias imaginativas (mas perversas) tratam de denegrir e diminuir a glória da sagrada missão religiosa de Cristo Jesus. Há os que chegam a dizer que Maria Madalena fosse amante do Mestre; que ele tinha um caso com o discípulo amado, João; que seria impossível que um homem vigoroso como Jesus não tivesse momentos de prazer sexual. Me sinto triste só de escrever essas coisas. Apenas mentes poluídas pelo pecado são capazes de pensar em amor como mera relação sexual.

Se os cristãos fossem radicais como em outras religiões quando um escritor menciona  coisas incorretas sobre seu líder religioso, os autores de tais teorias teriam de viver escondidos, pois absurdo maior não se pode dizer de nosso Mestre.

Jesus esteve sempre cônscio de sua missão junto ao povo israelense e ao mundo de levar e demonstrar aos homens os fatos do Espírito: a imortalidade do homem; o alcance infinito do pensamento do homem espiritual; a perfeição sempre-presente; a demonstração prática de um cristianismo científico; a mansidão inata do filho de Deus. Mas as tentativas do mal de subjugar a influência que Jesus Cristo representava não são de hoje. Mary Baker Eddy destaca:
“Herodes e Pilatos puseram de lado suas velhas rixas a fim de, unidos, ultrajarem e matarem o melhor homem que jamais pisou na terra”(CeS, p. 52).

O sentimento básico de doutrina de Jesus era o Amor: amor espiritual a Deus e ao próximo. Esse sentimento é o que deveria identificar seus seguidores:

Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos; se tiverdes amor uns aos outros” (João 13: 35)

O Mestre realizou muitas curas espirituais de vários tipos de males, quase todos de cunho terminal. O que os críticos e malversadores da vida e missão do Mestre ignoram é que para realizar curas espirituais (como as que o Mestre realizou) alguém precisa exercitar espiritualidade no mais alto e depurado grau. Qualquer pessoa envolvida em transas interpessoais de cunho imoral, não consegue realizar curas nem demonstrar o poder que Cristo Jesus demonstrou. Não basta ter fé, tem de haver santidade de alma e coração. Alguém de coração impuro, pecador, desonesto, afeito à materialidade, não serve como elemento transparente ao poder divino, não pode ser dotado de poder espiritual. Mary Baker Eddy diz:

“Deus cura os doentes por intermédio do homem, sempre que o homem é governado por Deus (CeS, p.495)

A causa mais provável de qualquer problema de saúde no meio humano tem no medo, no pecado ou na ignorância sua principal causa. A pessoa que se apresente como sanador espiritual tem de estar livre dessas características, caso contrário fomentará em vez de desfazer os males do gênero humano.

Dos contemporâneos do Mestre Cristo Jesus, a figura de Maria Madalena é a que tem suscitado mais insinuações de pessoas com a mente poluída e maledicente. Maria Madalena andou próxima ao Mestre por causa de sua proximidade psicológica. Diz a Bíblia que o Senhor expulsara 7 demônios dela. O número 7 na literatura hebraica tem a conotação de total. Então, Jesus expulsara todos os demônios de que era possuída; ela teve purificação total. Em que momento se deu tal transformação? Foi quando ela se aproximou do Mestre na casa do fariseu Simão durante um ágape especial. Ela adentrou o ambiente que lhe era proibido socialmente. Venceu a barreiras que lhe eram impostas humanamente. Aproximou-se dos pés de Jesus e lavou-os com suas lágrimas, ungiu-os com bálsamo caríssimo. Uma demonstração pública de que estava arrependida de sua vida, e que via no ensinamento do Mestre a melhor opção de regeneração. Ninguém mais, além de Jesus Cristo, percebeu essa regeneração íntima, humilde e absoluta dessa mulher da pior classe social da época: a prostituição.

Esse estado de coração e alma purificados possibilitou a que Maria fosse a primeira pessoa a ver o Mestre ressuscitado. Logicamente ocupou lugar de destaque entre os discípulos, pois ela havia demonstrado o crescimento espiritual apregoado pelo Mestre.

A outra mentira que se propaga, de que o apóstolo João fosse amigo de intimidades com o Mestre, não só carece de credibilidade, como merece, pelo contrário, nossa descrença e repúdio. João foi chamado de discípulo amado, porque se destacou entre seus pares no quesito AMOR tão apregoado e exigido pelo Mestre. No Evangelho que tem seu nome, o amor puro e incondicional é destacado como em nenhum outro, como a característica dos seguidores cristãos. João acompanhou o apóstolo Pedro em muitas das peregrinações e pregações, realizando junto com eles demonstrações de curas entre o povo. Como eu já disse antes, sem uma condição moral absolutamente limpa e pura, ninguém pode realizar curas espirituais.


Espero que este artigo tenha ajudado a quem tinha dúvidas sobre a impecável vida de nosso Mestre, Jesus Cristo, a desvencilhar-se dessas dúvidas, verdadeiros andrajos psicológicos que só perturbam a comunidade cristã no seu afã de seguir o ensinamento do “melhor homem que já palmilhou a Terra”.
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal no ano

Celebrações em cunho espiritual contribuem para espiritualizar a consciência

Houve uma época há alguns anos, em que eu era assaltado por uma certa depressão nos dias anteriores ao Natal.  Dizem que é um mal que aflige um número considerável de pessoas.  Mas isso não me consolava.  Quanto mais próximo do Natal, mais forte era a sensação de desgosto.

Como Cristão devoto e estudioso dos assuntos bíblicos, essa tristeza pré-natalina não era  coerente com a expectativa de alegria que a comemoração da data enseja.  Como Cristão sabia também onde buscar um antídoto para esse peso de consciência.  Como Cientista Cristão meu procedimento foi o de buscar um entendimento claro do que realmente era envolvido.  O Mestre Cristão, Jesus Cristo, nos assegurou que quem nele cresse, conheceria a verdade, e “...a verdade”, disse, “vos libertará”.  Então, a verdade era o antídoto que eu deveria buscar e empregar.

Uma análise compenetrada revelou-me que a razão de minha tristeza radicava no excessivo materialismo que eu via ao redor de mim, e que se acentuava com a aproximação da data do Natal.  “Como não percebem as pessoas”, perguntava-me, “que o Natal tem que ser celebrado pelo seu valor espiritual, intrínseco à natureza da vida e da mensagem do Cristo?  Que barbaridade!”  Continuando com minha auto-análise, percebi que sempre que me concentrava no “barbarismo” materialista demonstrado generalizadamente, minha tristeza aparecia;  e sempre que aplicava o pensamento aos valores espirituais que o “menino de Belém” veio trazer à humanidade, meu pensamento era alegre.

Quando o processo mental esclareceu minha situação, entendi que minha sensibilidade humana ao modo mundanístico de festejar o Natal, em vez de celebrá-lo condignamente, não deveria empanar o brilho de minha sensibilidade espiritual aos valores espirituais.  Cada indivíduo tem sua responsabilidade no modo de conduzir a vida. Foi essa a lição que Jesus passou a Pedro ao dizer-lhe enfaticamente:
 “que te importa a ti?  Segue-me tu(João 21:22).

 O que eu precisava realmente era cuidar em que minha valoração da data natalina não fosse materialística, mas sim fosse compatível ao que havia aprendido desde criança. O valor ou importância do dia de Natal, não está apenas na história de um menino, mas muito mais na vida e exemplo de Cristo Jesus, nas suas palavras e nos seus atos, na renovação mental e espiritual que trouxe aos homens e na promessa de libertação de todos os males da humanidade.

Homens e mulheres, velhos e crianças, negros e brancos ou amarelos, ricos e pobres, analfabetos e letrados, empregados e desempregados, de qualquer geografia ou origem, todos podem aprender a conhecer e aplicar as lições da Ciência do Cristianismo trazida ao nosso mundo por aquele que reconheceu sua filiação divina, e, por extensão, a nossa.  Não foi ele quem nos ensinou a orar “Pai Nosso...” - Pai de todos?

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PONTO METAFÍSICO:
Hoje me rejubilo com o Natal e o que ele significa, e isso não é só para um dia, mas para todos os dias do ano.  Diariamente estudo na Bíblia e na literatura da Ciência Cristã o Cristianismo prático que Jesus Cristo legou a todos nós; e quando ponho em prática esse estudo vejo cristalizada a atualidade das palavras do Mestre:

 “...aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço.” (João 14:12)

Ver a promessa de Jesus realizar-se hoje em dia, não é motivo de orgulho pessoal, mas de alegria íntima pela fidelidade das palavras de Jesus Cristo.  “Aquele que crê em mim” refere-se a todos os tempos e lugares; é, pois, normal que os cristãos de hoje se incluam entre os que crêem.  E aquele que crê com a fé que o Mestre demonstrou e exigiu de seus seguidores, “fará também as obras” que ele fez.  Isso não é exclusividade de qualquer denominação ou igreja.  A condição é para o indivíduo crer, e então realizar as obras (curas e etc). A mera tradição humana na época de Natal (árvores, ceias, presentes,...) não contribui em nada para a espiritualização dos seguidores do Mestre Jesus Cristo. O que importa, sim, é a dedicação aos princípios que ele apregoou: o Filho nada pode fazer de si mesmo; amai-vos cordialmente assim como eu vos amei; amai a Deus com toda vossa força, e sabedoria e entendimento. A menos que emulemos as obras do Mestre em nossas vidas, de nada nos servirá a comemoração e bebemoração festivas na época do fim de ano.

Celebrar o Natal de forma mais espiritual, trouxe alegria para os meus natais, sem que meus familiares ficassem privados de um presente.  Também meus dias do ano são cheios de felicidade.  Não é essa a salvação que o Cristianismo oferece a cada pessoa?

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Ajuda importante


Ajuda divina em momentos intrigantes

Fui criado desde a infância dentro dos ensinamentos da Ciência Cristã. Meus pais haviam iniciado seu estudo poucos anos antes do meu nascimento. De modo que era natural na família recorrer a Deus, nosso Pai-Mãe, diante de problemas humanos que variavam desde doenças até hábitos indesejáveis. Por mais relevantes que possam ser os resultados obtidos na solução de problemas de infância, a gente só assimila bem os ensinamentos dessa denominação cristã quando a gente mesmo os aplica. A experiência seguinte passou-se quando eu devia ter uns 12 anos, e foi minha “primeira” experiência própria.

Nossa família havia recebido visita de parentes do interior do Estado, e meus pais resolveram ir com eles assistir um espetáculo circense. A visita de circos à cidade naquela época era esporádica. De modo que ir ao circo era um programa e tanto. Chegando ao local, meu pai tomou conhecimento que o ingresso a menores de 15 anos era proibido. Não restou outra solução senão deixar-me com a chave do carro para poder entrar e dormir até que eles viessem. Entrei no carro, mas não dormi. Ao invés disso, pus a chave na ignição com a intenção de ligar o motor. Que tentação! Por vários minutos lutei entre o querer virar a chave e o não dever. Acabei não fazendo nada. Para espairecer um pouco resolvi ir até o circo, distante cerca de 50m, saber quanto tempo de espetáculo ainda haveria. Tranquei a porta e fui. Na volta deparei com o problema. A porta estava trancada e a chave... estava... lá dentro! E agora?

Tentei abrir algum vidro, mas nenhum cedeu. Mais vezes, e nada. Junto com frustração havia o temor pela zanga de meu pai. Sem outra alternativa, pus-me a orar. Orei muito, até chegar a convicção de que Deus sempre me ajudara, e iria ajudar-me também naquele momento. Nova tentativa de baixar um pouco algum vidro, e já na primeira o vidro cedeu o suficiente para permitir que eu introduzisse o braço e destrancasse a porta. Que alivio e alegria, por ter presenciado a eficácia do poder divino em favor dos filhos de Deus.

Por simples e pequena que possa ser, esta experiência ajudou-me muitíssimo na afirmação dos meus passos na caminhada do Cristianismo científico. Muitas experiências tive depois, e aparentemente mais duras. Mas a primeira ficou indelével na memória, como algo que solidamente demonstrou a infalibilidade da ajuda divina, como diz na Bíblia:

Deus é um socorro bem presente nas tribulações” (Salmo 46:1).

Ao longo das atividades estudantis e acadêmicas o recurso da fé em Deus foi uma constante. Provas, testes e relacionamentos todos tiveram soluções felizes e satisfatórias. A prova mais difícil, e por isso mais gratificante, passei na universidade, quando cursava a segunda série do curso de engenharia. A disciplina Física tinha um professor, tido entre os alunos, mais como filósofo do que físico. Ao longo do ano fui nessa onda, e como os outros alunos, não me dediquei muito ao estudo da matéria; mas enquanto os demais alcançavam notas satisfatórias (às vezes por meios ilícitos), minhas notas deixavam a desejar, com resultado de ter que fazer exames finais por não ter atingido a média 7 durante o ano.

Foi então que começou o drama. Eu não tinha ânimo nem vontade de estudar aquela disciplina. Pegava nos livros a contra-gosto, e qualquer coisa era motivo para desviar-me do estudo. Até o retorno a estudo de violino, cujas aulas havia abandonado havia anos, parecia-me razoável naqueles dias. A aproximação da data do exame aumentava a pressão e o medo. Eu nunca havia rodado em exames, e essa perspectiva parecia muito real dessa vez. Estudei o que pude, repassando uma vez toda a matéria. No domingo que antecedia a data da prova decidi apoiar-me na oração a Deus. Mas por onde começar? Não seria perda de tempo, orar em vez de estudar? Tomei a Bíblia e Ciência e Saúde, marquei a lição bíblica para a semana seguinte, cujo tema não me recordo, e pus-me a estudá-la buscando inspiração e tranqüilidade de pensamento. Nos trechos bíblicos estava incluído o versículo de Provérbios:

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.(Provérbios 3: 5)

Essa mensagem foi direta ao coração e acalmou o pensamento. Era a resposta que eu havia procurado desesperadamente. Todo o tempo anterior eu estava fazendo o errado, tentando apoiar-me “no meu próprio entendimento”. Eu só precisava confiar em Deus, a Mente divina, mas confiar sem restrições; entregar-me inteiramente à orientação divina. Quando o peso da responsabilidade de eu ter que saber a matéria me caiu dos ombros, senti-me bem e lágrimas de gratidão ao Pai-Mãe me rolaram na face. Pela primeira vez em meses senti-me preparado para enfrentar o exame.

Fui para a prova confiante. O exame escrito foi de bom resultado. Mas faltava o exame oral diante de uma banca de professores, que seria realizado alguns dias depois. Minha preparação para esse exame restringiu-se a estudo de mensagens da Ciência do Cristianismo. Até me ocorreu, como seria curioso se numa prova de física eu falasse sobre metafísica.  Minha confiança ficou clara ao me decidir levar para a faculdade, não livros de física, mas um Arauto da Ciência Cristã, (na época a edição era trilingüe Espanhol-Português-Italiano). Havia poucos alunos para a prova, e eu fiquei por último por causa da ordem alfabética. Quando me dirigi à mesa, elevei em mão o Arauto, sem nenhuma intenção, e o pus sobre a mesa do professor “filósofo”. Ele se mostrou curioso pela publicação de capa verde e perguntou a respeito dela. Quando viu o nome Ciência Cristã, comentou que uma prima dele havia freqüentado nossa igreja e que ele mesmo conhecera A Igreja Mãe, em Boston, numa de suas visitas. A propósito da oportunidade perguntou-me sobre alguns pontos de nossa doutrina. Discorri então sobre metafísica, num exame de física. Aquele pensamento do dia anterior, fora um anjo que me anunciou o que haveria de ocorrer. Quando o professor se deu por satisfeito, mandou-me ao próximo examinador, com quem tive um bom desempenho. E assim obtive notas mais do que necessárias para passar de ano.

Com tantas demonstrações da presteza do auxílio do Amor divino só posso ser grato a Mary Baker Eddy, por ter trazido à luz e doado à humanidade esse maravilhoso ensinamento de um Cristianismo prático e demonstrável.


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