sábado, 27 de junho de 2015

“O Bem flui”

Verdades da Ciência divina são comunicadas por ideias

Há poucos dias, de madrugada, acordei com sintomas desagradáveis no peito. Antes de orar recebi uma mensagem: “O Bem flui...!” Foi o que bastou para os sintomas silenciarem. Mas antes de dormir novamente orei para saber mais sobre essa afirmação.  Concluí que era uma afirmação da Ciência Divina, pois não tinha nenhum adjetivo ou advérbio, pura e simplesmente uma afirmação da Verdade!

Quando os sentidos mostram evidências opostas à declaração, esta derruba os argumentos materialísticos. O Bem flui: não pára, não estanca, continua sempre, de modo suave, calmo. Eddy em Ciência e Saúde menciona: “As correntezas calmas e fortes da verdadeira espiritualidade...”; é o Bem fluindo... (CeS, p. 99). A percepção deste fato espiritual se manifesta em nossa vida por meio de suprimento (de todo tipo), circulação (sanguínea), fluxo de caixa, inspiração, decisões, transito.

O senso humano da vida talvez interponha perguntas: por onde flui o bem? Para onde flui o Bem? A melhor resposta é: o Bem flui no infinito, para o infinito, orientado pelo Princípio Divino infinito.

O BEM FLUI – qualquer evidencia contrária é um erro de crença humana.


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domingo, 14 de junho de 2015

Tradução do artigo de Kevin Grauncke, CSB

A palavra genuíno significa algo autêntico. Tem qualidades tangíveis e está livre de hipocrisia, pretensão ou mesmo mal-interpretação. Mas, mais importante que isso, é algo que pode ser verificado, pode ser provado aqui mesmo e agora por qualquer um a qualquer momento. No Ciência e Saúde a Sra. Eddy faz essa colocação pertinente: “O Princípio divino da cura fica comprovado pela experiência de todos aqueles que sinceramente procuram a Verdade. O propósito desse Princípio é bom e sua prática é mais segura e mais potente do que qualquer outro método de cura” (p. X).

Quando estamos lutando com algo, seja o que for, queremos respostas e soluções, e as queremos logo. Queremos respostas que tragam cura. Certo dia, acordei pela manhã com muita dor no ombro direito e uma certa rigidez. Qualquer movimento era difícil. Não perdi muito tempo buscando  saber o que causara a condição ou o que precisaria fazer pessoalmente para parar com o problema. O que fiz foi orar.

O singular e extraordinário fato—que Deus é Tudo—é o que torna a cura pela CC única e eficaz—até mesmo revolucionária.

Minha oração foi afirmar para mim mesmo de que eu refletia Deus em qualidade glorificada. Eu não buscava a espiritualidade para reparar algum estado mental ou físico doloroso ou danificado, mas para saber que sou sempre amado por Deus, acalentado e mantido por Seu amor em perfeita harmonia e força.
Tal oração não era pensamento positivo ou mesmo alguma visualização de um ombro sadio. O que eu realmente precisava fazer era compreender quão  completamente espiritual e quão espiritualmente completo eu era naquele exato momento. Eu precisava saber que a expressão própria de Deus em mim e por mim não tinha nenhum defeito a ser corrigido, nenhum ferimento a ser restaurado. Eu precisava começar a aderir às palavras de S. Paulo registradas na Bíblia—ou seja saber que eu “vivo, me movo e existo” ( ver Atos 17:28) em Deus, e em Deus somente. Isso significava que eu era a evidência da perfeição divina no aqui e agora, e que não havia nada em contrário.

Minha oração não era pleitear com Deus para que ajeitasse meu ombro físico, mas de agradecer a Ele por criar-me livre, ilimitado e perfeito, e por manter-me assim para sempre. De tarde, a dor no ombro havia desaparecido completamente, e nunca mais voltou.

Em Ciência e Saúde, Eddy escreveu que outros livros sobre cura mental haviam sido publicados na sua época “a maioria deles incorretos na teoria...” A respeito deles ela disse: “Consideram a mente humana como um agente ativo na cura, ao passo que essa mente não faz parte do Princípio na CC” (p. X).

Vemos, assim, que a cura genuína na CC leva-nos inteiramente para além da função cerebral, do pensamento positivo, ou do ajustamento corporal, como ajudas na cura. Mostra-nos como a genuína cura refere-se ao reconhecimento e submissão à consciência da única Mente divina—ao universal e cuidadoso Pai-Mãe-Deus, que ama cada um de nós acima de qualquer medida. Esse Princípio nos mostra como afirmar que Deus é Tudo—a própria fonte de nossa inteireza, saúde e bondade(excelência). Para mim, acho que a prática da CC é realmente o único meio eficaz de cura completa e permanente. Nada chega perto.

O singular e extraordinário fato—que Deus é Tudo—é o que torna a cura pela CC única e eficaz—até mesmo revolucionária. É a efetivação da profecia bíblica; é o Confortador que Jesus prometeu nos ensinaria todas as coisas, e nos faria lembrar de tudo (ver João 14: 26). A compreensão disso nos dá a habilidade e autoridade para curar consistentemente, completamente e permanentemente. Esse Confortador nos propicia uma visão totalmente nova de vida, bem acima do quadro material—ou seja, que a vida, a saúde e a bondade são imortais e espirituais.

Verdadeiramente, somos expressão própria de Deus, somos abraçados pelo Amor divino e único. Essa é nossa verdadeira natureza—sua, minha e de todos.
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(Tradução livre de Ovídio Trentini, 6.2015)

terça-feira, 26 de maio de 2015

Ser filho de Deus

Ter consciência da filiação com Deus amplia o âmbito e alcance de nosso pensamento

Em meio à oração, buscava eu uma ideia que me fizesse sentir a proximidade de Deus, meu Pai-Mãe. Perguntei-me: “Pai, o que Tu pensas sobre mim?” A resposta não demorou: “Tu és meu filho! Nunca te esqueças disso!” Não me surpreendi, pois esse pensamento  não me era estranho; pelo contrário eu o valorizo muito, e já faz tempo.

Pensando mais detidamente, percebi que a ideia da filiação com Deus, sentir-se filho de Deus, nem sempre está presente no nosso pensamento. Preocupações diversas ─ apreensões sobre segurança e provisões ─ tendem a desviar nossa atenção da presença divina, jogando-nos nos braços do pensamento materialista—recheado de medo, angústia, pecado.

A Bíblia tem muitíssimas referências a Deus como Pai, tanto do homem para com Deus, como de Deus para com o homem. Cristo Jesus disseminou entre seus seguidores a ideia de Deus-Pai por meio da Oração do Senhor, o Pai-Nosso. Junto a essa ideia da filiação estava a ideia da proximidade, da união e do cuidado de Deus para com o Seu filho querido, o homem.

Mary Baker Eddy, descobridora da Ciência Cristã, fortaleceu no Cristianismo a ideia de Deus-Mãe, que podemos sempre conjugar  com o pensamento de Deus-Pai. Assim, Pai-Mãe-Deus dá uma ideia completa da divindade. Quando oro a Deus é a esse conceito completo de Deus que me dirijo e refiro.

Voltando à questão da consciência da presença de Deus, este fato nem sempre aparece como manchete em nosso pensamento; o mais comum é ficar de lado até que a gente “tenha tempo ou necessidade” para orar; orar realmente é para sentir a presença ativa, próxima, confiável desse Pai-Mãe. Por isso, ficou retumbando em meu pensamento a segunda parte da inspiração relatada acima: “Nunca te esqueças disso!” Ordem incisiva e direta que requer percepção constante dessa verdade. Às vezes, pode acontecer de ficarmos lidando com assuntos diversos, que até podem ser relacionados com igreja ou religião, mas a compreensão de sermos filhos de Deus fica de lado, esquecida; o que não deveria acontecer.

Para ilustrar a questão vou relatar o caso de um experiente cientista cristão quando o mesmo trabalhava em Boston, EUA, há alguns anos. Enfrentava sintomas cardíacos, mas não deixou de trabalhar. Pedira apoio espiritual de um praticista da Ciência Cristã o qual lhe indicou para estudo, a par de suas orações, alguns trechos de obras de Eddy. Certo dia, quando se dirigia ao escritório cruzando uma praça em frente ao seu “bureau”, sentiu-se mal e teve que deitar-se num banco da praça para descansar e orar. Seu estado piorou a ponto de parecer que ia desfalecer. De repente veio-lhe ao pensamento uma frase dos trechos que estava lendo e estudando e que lhe diziam ser ele um filho de Deus. Qual um flash mental balbuciou: “Mas eu sou filho de Deus; não posso estar doente!” Junto com o momento vieram pensamentos de reconhecimento da presença de Deus. Nesse instante descortinou-se ao seu pensamento a existência espiritual e perfeita do homem como a única realidade, ilustrando a santidade de Deus que sobrepuja toda e qualquer falsa realidade. Assim é o momento quando o homem alcança a consciência espiritual que percebe o Bem como única presença. O personagem do relato, sentiu-se revigorado, levantou-se e foi trabalhar. Nunca mais sentiu qualquer sintoma do mal que o afligira.

Na conhecida parábola do filho pródigo, há uma instância que gosto muito. É quando o pai fala ao filho mais velho depois do retorno do irmão: “Filho, tu sempre estás comigo. Tudo o que é meu, é teu” (Lucas 15:31). É inspirador pensar que o que Deus-Pai-Mãe tem, nós temos; o que Ele não tem, nós não podemos ter. Raciocínio direto e exato. Deus tem inteligência, o filho também tem; o Pai-Mãe não tem fraqueza, o filho também não tem. A lista poderia englobar aspectos diversos, e cada pessoa pode desenvolver sua própria lista.

Tu és meu filho. Nunca te esqueças disso!”, palavras importantes que não pretendo esquecer nem deixar em segundo plano.


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sábado, 9 de maio de 2015

Minha realidade

A verdadeira base para entendimento de nossa realidade

O prezado amigo e leitor provavelmente já se deparou com a indagação existencial: “O que sou eu? Qual minha realidade?” Esta questão atinge muitas pessoas. Quem se dispuser a respondê-la com base nas aparências, ou seja, com base nos cinco sentidos, percebe uma insatisfação decorrente do envolvimento da existência com inúmeros problemas e limitações. Como livrar-se dessa insatisfação? Mudando a base do entendimento, passando do testemunho dos sentidos físicos para o testemunho dos sentidos espirituais. Mas estes existem mesmo? Com certeza! Com que outro sentido podemos sentir alegria, felicidade, entusiasmo?

Outras vezes surgem indagações diferentes. Quando alguém se defronta com vários problemas físicos soe perguntar-se: “Por que isso acontece comigo?” E o Cristão poderia perguntar-se: “Isso aí é a minha realidade?” Segundo a palavra bíblica a realidade do homem é a da criação de Deus: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem; homem e mulher os criou” (Gen. 1: 26). Então, ao olharmos nossa condição material, nossa aparência aos sentidos físicos, vemos uma contradição: o aspecto material em contraste com a verdade espiritual. Qual deles contém a verdade?

Para decidirmos que rumo tomar nesse dilema, podemos buscar orientação na literatura religiosa. A Bíblia, com toda certeza, é o primeiro livro a recorrer. Depois das Sagradas Escrituras tomo o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, descobridora e fundadora da Ciência Cristã no ano de 1866. Nesse livro-texto de metafísica, ela escreve à página 472: “Toda a realidade está em Deus e Sua idéia”--imagem e semelhança. Sendo Deus perfeito, conclui-se que a perfeição espiritual é a base da realidade e que o corpo físico, por ser o oposto do Espírito, está longe dessa realidade. Para conhecer a realidade é preciso saber a Verdade a respeito de Deus e Sua criação.

No mesmo livro a Eddy expande o conceito correto sobre a realidade. Diz: “A realidade é espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” (p. 335:26-28). Qualquer circunstância que em nossa vida seja diferente de “espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” podemos com segurança jogar no lixo da materialidade, e não lhe emprestar mentalmente qualquer resquício de realidade. Qualquer acolhida que dermos aos opostos da realidade como se fossem fatos, tende a desarmonizar nosso pensamento, o qual, então, projeta esses males no corpo físico. As doenças e males físicos se incluem nessa condição. A cura resulta do reconhecimento da realidade do homem criado por “Deus à Sua imagem”.

Há algum tempo fui desafiado por uma série de “atentados” à minha integridade física, do tipo, dores generalizadas no corpo, dor de ouvido, tosse. Eu orava para reconhecer a Verdade, mas não surgia nenhuma inspiração nova. Por fim perguntei-me: “Mas , afinal, qual é a minha realidade? É essa porção de sintomas que sinto no corpo? Com certeza, não!, respondi.” Então me vieram à mente vários trechos inspiradores, alguns já citados acima. Mas o toque final que restabeleceu meu pensamento no rumo certo e pôs uma pá de cal sobre os sintomas foi a declaração da Sra. Eddy no Ciência e Saúde: “As três grandes verdades do Espírito: a onipotência, a onipresença e a onisciência—o Espírito a possuir todo poder, a encher todo o espaço, a constituir toda a Ciência—contradizem para sempre a crença de que a matéria possa ser real” (p. 109/110). Nossa realidade está embutida nessa verdade.


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quarta-feira, 6 de maio de 2015

“Já fiz!”

Crer nas palavras sagradas emitidas por Cristo Jesus, é bem mais do que meramente aceitá-las.
De madrugada, em meio a oração por causa de dores no peito, acabrunhadamente pedi a Deus que me ajudasse. O diálogo que se passou em meu pensamento:

D: “O QUE QUERES QUE EU FAÇA?
O: Me livrar desse problema.
D: JÁ FIZ! NÃO ACREDITAS?”

Que resposta! Tive que me recolher em minha insegurança quanto à recomendação de Cristo Jesus: “Tudo quanto pedirdes a Deus crede que já o recebestes...” (Marcos 11:24). Era só isso que me faltava para vivenciar a liberdade do problema! A chamada “cura” não dependia do Pai, mas de mim somente. E nada precisava, ou precisará, ser feito para mudar o quadro humano, mas tão só livrar meu pensamento da crença na aparência material para a certeza da “evidência” espiritual. Por isso Jesus dizia quando curava alguém: “Tua fé te salvou”. Todo o meu problema residia em praticar a “fé absoluta”—certeza absoluta—de  que o trabalho de Deus já estava feito, e bem feito. Não havia nada mais a ser mudado, ou curado ou melhorado ou desobstruído... Tudo o que Deus dá ou faz é bom e move-se livremente no universo, tanto no astral quanto no molecular.

Preciso ainda aprender a agradecer a Deus pelas bênçãos que me concede e louvá-Lo em obras. Pretendo fazê-lo em atos condizentes.

O diálogo mental retratado acima permaneceu comigo pelos dias seguintes. Quando me vinha à atenção alguma coisa ruim ou mal colocada, eu ouvia soar no pensamento: “Já fiz!” dando-me conta de que Deus todo-poderoso  está—e esteve—em ação sempre. Aqui e Agora Deus está, e Seu trabalho já está feito!
Estou me dando conta de que a parcela da fé absoluta dos três itens citados por Eddy no capítulo a Oração (fé, compreensão, amor), a fé é fundamental. Sem ela não há cura, enquanto os outros itens não participam da mesma condição. Noto que preciso depurar meu senso de fé para chegar a ser absoluto. Nem sempre acreditamos em nossas palavras quando afirmamos a Verdade. Quando dizemos: “O homem na semelhança de Deus é perfeito”, essas palavras têm que ser acompanhadas da manifestação da perfeição do homem senão elas são meras palavras, vazias de fé. No caso da minha experiência acima relatada, me dou conta de que minha fé na afirmação divina: “Já fiz!” parecia deficiente. Se fosse plena eu exultaria de gratidão ao Pai; mas esse sentimento não tem aflorado o que me deixa cônscio de que preciso crescer em “graça e fé”. Humildemente e diariamente peço a Deus que me oriente nesse caminho ascendente. Se disso resultarem obras de curas, que sejam todas em louvor do Pai-Mãe. Estou aqui. Guia-me, ó Pai!

Na busca de orientação sempre me volto ao Pai: “O que queres [TU] que eu faça?” Já fiquei sem resposta, mas eu sabia o que fazer; devia permanecer fiel e crescer na fé! “Vai, a tua fé te salvou” (...) foram as palavras do Mestre em muitos de seus casos de cura. Por que ele não disse: “Tua compreensão espiritual te salvou”, ou “teu amor abnegado te salvou”? Porque a fé é o ponto de partida, e o clímax.

Tenho observado em minha experiência que exercer a fé que o Mestre instruiu não é tarefa fácil, por causa da constância com que deve ser exercida; é muito fácil alguém dizer que tem fé (teoricamente), mas a fé demonstrada na prática é a que tem resultados. E só essa pode ser chamada de ”crer”.  Por que parece ser tão difícil crer? Pelo que entendo é porque há no pensamento uma mistura de crenças errôneas às quais nos apegamos, e que são contrárias ao resultado esperado. Se depurarmos o pensamento das crenças errôneas estas deixam de atrapalhar a compreensão espiritual e o resultado aparece.

Por exemplo: se afirmamos que o homem é imagem de Deus e perfeito, crendo nisso (tendo fé, certeza) imediatamente aparece a harmonia em nossa experiência. Em não aparecendo a harmonia, nossa afirmação não foi acompanhada de fé, ou seja, não cremos na verdade que dissemos. Foram palavras da Verdade, sim mas somente palavras! As crenças errôneas que acolhemos na consciência são as responsáveis pela desarmonia. Essas crenças nos dizem, por exemplo, que somos materiais, sujeitos a doenças, que somos idosos, gordos ou velhos, que por isso, estamos sujeitos a desarmonias. Inadvertidamente nos identificamos com essas crenças, achamos que somos a pessoa sujeita essas contrariedades e, assim, acabamos por sentir os problemas.

Como vencer essas crenças errôneas? Cessando de emprestar-lhes realidade. Esse status de aparente realidade não lhes confere em definitivo essa condição. Nós lhes emprestamos e nós podemos tirar-lhes o que por natureza não podem ter. Quando enfrentamos cada crença de modo específico e lhe negamos realidade, ela fica esvaziada de importância para nós e, como consequência, sua influência em nossa vida se esvai como uma névoa ante o sol da manhã. Não podemos é vacilar nesse empenho.


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quinta-feira, 30 de abril de 2015

COMUNHÃO NA NATUREZA

            O ser humano se relaciona de muitas maneiras com a natureza. Às vezes aproveita a natureza para seu lazer e educação, outras se aproveita da natureza visando lucros e bem-estar financeiro. Muitos esposam o conceito de que a natureza é composta de seres diversos dentro de uma suposta gradação de inferiores até superiores--entre estes a raça humana.

            Filósofos e pensadores de toda índole há tempo procuram doutrinar ou sensibilizar a humanidade para que ela se veja como pertencendo à natureza, e não esta àquela. Pensadores e profetas religiosos também dedicaram boa parte de suas preleções  à questão da relação natureza x homem. A Bíblia ao acentuar a igualdade entre os seres humanos declara: “Não nos criou o mesmo Deus?” (Malaquias 2:10). Aplicando o mesmo argumento bíblico à relação do homem com a natureza podemos facilmente concluir, tendo por base o relato genesíaco da criação: “Sendo o homem e a natureza criados pelo mesmo Deus, tendo ambos um Criador em comum, então tem relações de proximidade; são como que parentes.”

            Eu entendo essa proximidade ou união com a natureza pelo seguinte ângulo: quando alguém vê uma árvore que lhe prenda a atenção por algum detalhe, essa árvore passa a fazer parte da consciência dessa pessoa. A partir daí o homem e a árvore não são mais separados; a árvore faz parte  da consciência do homem e o homem faz parte da vida da árvore. Esse evento sagrado e’ o que chamo de “comunhão na Natureza”.

            Quando se vê uma árvore ser abatida, ou se ouve notícias com imagens de grandes áreas de mata devastada, e’ algo que dói na alma da gente porque sentimos como se membros de nossa família tivessem sido abatidos nalguma guerra desalmada. Conforta saber que ha’ pessoas que se dispõem a defender as matas e mobilizar-se para ações efetivas. Para quem vive no sul do Brasil e participa duma ONG ambiental, como eu, as agressões à floresta amazônica parecem longínquas e fomentam um sentimento de impotência para alguma ação. Procuro sempre transmitir aos meus pares que nossas mãos podem parecer amarradas, mas nosso pensamento não está e ele pode orientar ações que estejam ao nosso alcance. Através do pensamento inspirado pela oração nossa ação mental tem alcance ultrageográfico e atemporal. Podemos aqui no sul orar por pessoas e natureza situadas no outro extremo do país.

            Mas por que orar pela natureza? A intenção básica e' proteção do que existe. As grandes matas do Brasil oferecem abrigo e habitat para muitas espécies da flora e da fauna, as quais são ameaçadas de extinção quando o bioma em que existem é devastado.  Cabe aos seres humanos protegerem as florestas como sua própria “casa”, pois sua sobrevivência também depende de um lugar limpo—natureza integra e equilibrada. Nosso bem-estar futuro estará de acordo com ações do presente. 

Movimentos e organizações ambientalistas e ecologistas somam esforços para conduzir a humanidade a uma mudança de consciência que seja favorável à natureza ou meio ambiente. Essa mudança está em marcha e vai, cada vez mais, agregando pessoas de todos os níveis administrativos e de todas as latitudes. Assim, aos poucos, vê-se surgirem aqui e ali ações concretas no âmbito político-administrativo, ou uma nova lei de proteção, novas medidas de repressão, um novo ministério, uma nova governança, etc.

A sensibilização tem que chegar à consciência do consumidor, em nível individual ou empresarial. E há muitos tipos de envolvimento sob este aspecto: preferir produtos sem agrotóxicos, materiais com extração ecologicamente correta, negar consumo de produtos oriundos de desmatamentos ou extrações ilegais e desmesurados, ou de áreas ilegalmente ocupadas ou processos que não atentem ao bem-estar do animal e das comunidades. Já’ existe bastante literatura que orienta os consumidores individuais a escolherem produtos ditos “verdes”  para seu uso pessoal. Também há organizações que ajudam o consumidor consciente estabelecendo marcas e selos que identificam produtos favoráveis ao meio ambiente. Há também supermercados que vendem produtos agrícolas “verdes” aos quais podemos recorrer na compra consciente.

Voltando à questão da oração em favor do meio ambiente, gosto de pensar e aplicar a exposição que Mary Baker Eddy fez em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, na abertura do capítulo A Oração: “A oração que reforma o pecador e cura o enfermo é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus—uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado” (p. 1). Para certificarmo-nos da eficácia dessa oração de 3 ingredientes espirituais, temos de aplicá-la às questões da vida diária. Tive ha’ alguns anos uma prova de que a oração funciona, quando me acordei de madrugada com forte azia estomacal. Pus-me imediatamente a orar a Deus e o que me veio ao pensamento foi a frase citada acima. Repassei detidamente cada um dos ingredientes da oração eficaz. O primeiro, que se refere ao que Deus pode fazer, exige que reconheçamos que Deus pode tudo, que nada Lhe é impossível; reconhecimento esse que tem de ser absoluto, i. é, sem qualquer vestígio de dúvida: fé’ absoluta e certeza absoluta. O segundo ingrediente fundamental é que tenhamos uma compreensão espiritual acerca de Deus. O que quer dizer isso? A compreensão espiritual acerca de Deus começa com o reconhecimento da infinidade de Deus, Seu absoluto poder e sabedoria, Seu amor que inclui tudo e a todos. A compreensão espiritual desvincula o Criador  e Sua criação de qualquer aspecto da matéria ou do mal. A compreensão espiritual faz declarações afirmativas decisivas acerca do Deus onipotente  e Sua criação eterna. O terceiro ingrediente, amor abnegado, refere-se ao tipo de amor que devemos ao nosso próximo, e que deve refletir o Amor divino o qual inclui a todos sem distinção e ama porque é amor.
 
Em meio a esses pensamentos elevados a sensação de azia desapareceu. Não sentia mais nada; mas ficou como saldo a forte convicção de que deveria melhorar meus sentimentos acerca de alguns parentes, cujo posicionamento inesperado em meio a uma troca de idéias havia causado uma certa insatisfação em mim. Meu amor a eles precisava ser purificado, precisava ser abnegado. Quando purifiquei mentalmente meu pensamento com essa condição espiritual,  a condição física desapareceu. A Sra. Eddy esclarece: “Tudo o que mantém o pensamento humano em linha com o amor abnegado, recebe diretamente o poder divino” (CeS, p. 192). Relatei essa pequena experiência para demonstrar minha convicção da eficácia da oração quando recheada espiritualmente. Aplicar a oração à questão ambiental sugere, inicialmente, algo vago. Mas quando se substitui na frase citada anteriormente o termo pecador  por “poluidor, destruidor, predador” o enfoque ambiental fica claro. Dos 3 ingredientes espirituais, parece-me que o “amor abnegado” exigirá mais afinco de quem ora para poder incluir a todos. Um cristão lembrar-se-á do mandamento do seu Mestre “Amai os vossos inimigos” (Lucas 6:27) injunção que exige que não excluamos ninguém de nosso amor nem do amor de Deus. Qualquer pecador só será tocado por nossos pensamentos  se  estes estiverem impregnados de amor abnegado.  E não e’ isso o que se quer? Que o pecador (ou seja, o predador, o poluidor) seja inspirado a deixar de agredir o meio ambiente?

Quanto mais pessoas de bem abraçarem a causa da defesa das matas usando o instrumento espiritual que o Cristianismo oferece, mais cedo ver-se-á sinais efetivos de mudança na consciência da humanidade.

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domingo, 26 de abril de 2015

Orar por nós!

Dever e privilégio de cada um

Contam os evangelhos que Cristo Jesus muitas vezes passava a noite em locais isolados, orando, e que de manhã o povo ia ter com ele no templo, e os doentes eram curados. Por quem orava Jesus nessas ocasiões? Acho que orava por sua missão, sua proteção, pela humanidade; não sabemos ao certo. O que sabemos é que o Mestre voltava fortalecido espiritualmente e pronto para agir em favor da humanidade; por isso curava tanta gente.

Também nos relatos dos evangelhos lê-se que Jesus muitas vezes alertava seus discípulos quanto à necessidade de estarem vigilantes em relação às astutas artimanhas do diabo, o maior inimigo. No horto, antes de ser preso, Jesus orava e seus discípulos dormiam: “Nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?” (Mateus 26:40). Eles não estavam apercebidos da importância histórica daquela hora; nem o apelo angustiado de seu Mestre querido os motivou à vigília.

Nós cristãos, que aceitamos e nos propusemos a seguir Cristo, devemos observar nossas atitudes no viver diário se não se parecem com o despreparo dos discípulos naquela fatídica noite em Jesus foi preso, torturado, injustiçado e sacrificado. “Vigiai e orai” é a recomendação constante do Mestre cristão. Acaso a obedecemos?
Certa feita ele recomendou: “Tira primeiro a trave do teu olho; depois verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” (Mateus 7:3). Devemos tratar primeiro de limpar nosso pensamento e  nossas atitudes de toda ação ou iniciativa que não condiga com os deveres cristãos. No Sermão do Monte Jesus também alertou: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8).

Vê-se que o Mestre se importava que seus seguidores (de qualquer época) se ocupassem, vale dizer vigiassem para a manutenção de sua consciência no caminho ensinado por ele, de mantê-la pura e livre de injunções mal direcionadas da mente mortal (ou diabo). Só temos condições de ajudar o próximo quando nós estamos em condições adequadas de harmonia com a Mente divina. Assim orar por nós—vigiar—é a ação que nos põe em condições de ajudar o próximo. Quanto tempo devemos dedicar a essa tarefa? Minutos, horas? Depende da ocupação pessoal e inclinação espiritual de cada um. Uma coisa é certa, suas atividades transcorrerão de modo harmonioso e satisfatório para si e para todos os envolvidos. Gozaremos de proteção, nós e os envolvidos em nossas orações.

Gosto de preparar-me para o dia, com a Oração Diária dada por Mary B. Eddy no Manual da Igreja: “Estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, e elimine de mim todo pecado.” (Manual, p. 41 ).  Até aqui a preparação individual. Depois de eliminado o pecado de mim, posso ver com clareza o caminho/meio para ajudar o próximo. Deixando que o Amor e a Verdade dominem em mim, minhas atitudes e ações serão de solidariedade, compaixão, fortaleza moral e espiritual. Não é disso que a humanidade precisa?

Depois de purificado meu ego, estou pronto a orar pela humanidade com o restante da oração mencionada acima: “Que Tua palavra enriqueça os afetos da humanidade, e os governe”. Muito linda a colocação da ideia de deixar a Deus a tarefa de “enriquecer [ou aprimorar] os afetos da humanidade”.  Isso significa reconhecer que Deus tem infinitamente melhores condições de realizar a tarefa de aprimorar as afeições e interesses do gênero humano. Não nos cabe definir tarefas para o Pai-Mãe infinito, mas sim reconhecer Sua presença e Seu poder supremo e irresistível para tal tarefa.

O Cristão pode encontrar muitas fontes de inspiração para a tarefa de orar por si. Os Salmos, o Sermão do Monte, epístolas dos apóstolos (p. ex. 1. Corintios 13), e tantas outras passagens bíblicas. O que o cristão não pode fazer é negligenciar seu dever de vigilância e oração por si e suas atividades. Orar por si, sua proteção e seu progresso, é o compromisso que o Cristão herdou com a doutrina legada pelo Mestre Cristão—uma religião prática e universal—e que nos desafia com sua asserção: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16).

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