terça-feira, 26 de maio de 2015

Ser filho de Deus

Ter consciência da filiação com Deus amplia o âmbito e alcance de nosso pensamento

Em meio à oração, buscava eu uma ideia que me fizesse sentir a proximidade de Deus, meu Pai-Mãe. Perguntei-me: “Pai, o que Tu pensas sobre mim?” A resposta não demorou: “Tu és meu filho! Nunca te esqueças disso!” Não me surpreendi, pois esse pensamento  não me era estranho; pelo contrário eu o valorizo muito, e já faz tempo.

Pensando mais detidamente, percebi que a ideia da filiação com Deus, sentir-se filho de Deus, nem sempre está presente no nosso pensamento. Preocupações diversas ─ apreensões sobre segurança e provisões ─ tendem a desviar nossa atenção da presença divina, jogando-nos nos braços do pensamento materialista—recheado de medo, angústia, pecado.

A Bíblia tem muitíssimas referências a Deus como Pai, tanto do homem para com Deus, como de Deus para com o homem. Cristo Jesus disseminou entre seus seguidores a ideia de Deus-Pai por meio da Oração do Senhor, o Pai-Nosso. Junto a essa ideia da filiação estava a ideia da proximidade, da união e do cuidado de Deus para com o Seu filho querido, o homem.

Mary Baker Eddy, descobridora da Ciência Cristã, fortaleceu no Cristianismo a ideia de Deus-Mãe, que podemos sempre conjugar  com o pensamento de Deus-Pai. Assim, Pai-Mãe-Deus dá uma ideia completa da divindade. Quando oro a Deus é a esse conceito completo de Deus que me dirijo e refiro.

Voltando à questão da consciência da presença de Deus, este fato nem sempre aparece como manchete em nosso pensamento; o mais comum é ficar de lado até que a gente “tenha tempo ou necessidade” para orar; orar realmente é para sentir a presença ativa, próxima, confiável desse Pai-Mãe. Por isso, ficou retumbando em meu pensamento a segunda parte da inspiração relatada acima: “Nunca te esqueças disso!” Ordem incisiva e direta que requer percepção constante dessa verdade. Às vezes, pode acontecer de ficarmos lidando com assuntos diversos, que até podem ser relacionados com igreja ou religião, mas a compreensão de sermos filhos de Deus fica de lado, esquecida; o que não deveria acontecer.

Para ilustrar a questão vou relatar o caso de um experiente cientista cristão quando o mesmo trabalhava em Boston, EUA, há alguns anos. Enfrentava sintomas cardíacos, mas não deixou de trabalhar. Pedira apoio espiritual de um praticista da Ciência Cristã o qual lhe indicou para estudo, a par de suas orações, alguns trechos de obras de Eddy. Certo dia, quando se dirigia ao escritório cruzando uma praça em frente ao seu “bureau”, sentiu-se mal e teve que deitar-se num banco da praça para descansar e orar. Seu estado piorou a ponto de parecer que ia desfalecer. De repente veio-lhe ao pensamento uma frase dos trechos que estava lendo e estudando e que lhe diziam ser ele um filho de Deus. Qual um flash mental balbuciou: “Mas eu sou filho de Deus; não posso estar doente!” Junto com o momento vieram pensamentos de reconhecimento da presença de Deus. Nesse instante descortinou-se ao seu pensamento a existência espiritual e perfeita do homem como a única realidade, ilustrando a santidade de Deus que sobrepuja toda e qualquer falsa realidade. Assim é o momento quando o homem alcança a consciência espiritual que percebe o Bem como única presença. O personagem do relato, sentiu-se revigorado, levantou-se e foi trabalhar. Nunca mais sentiu qualquer sintoma do mal que o afligira.

Na conhecida parábola do filho pródigo, há uma instância que gosto muito. É quando o pai fala ao filho mais velho depois do retorno do irmão: “Filho, tu sempre estás comigo. Tudo o que é meu, é teu” (Lucas 15:31). É inspirador pensar que o que Deus-Pai-Mãe tem, nós temos; o que Ele não tem, nós não podemos ter. Raciocínio direto e exato. Deus tem inteligência, o filho também tem; o Pai-Mãe não tem fraqueza, o filho também não tem. A lista poderia englobar aspectos diversos, e cada pessoa pode desenvolver sua própria lista.

Tu és meu filho. Nunca te esqueças disso!”, palavras importantes que não pretendo esquecer nem deixar em segundo plano.


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