domingo, 26 de abril de 2015

Orar por nós!

Dever e privilégio de cada um

Contam os evangelhos que Cristo Jesus muitas vezes passava a noite em locais isolados, orando, e que de manhã o povo ia ter com ele no templo, e os doentes eram curados. Por quem orava Jesus nessas ocasiões? Acho que orava por sua missão, sua proteção, pela humanidade; não sabemos ao certo. O que sabemos é que o Mestre voltava fortalecido espiritualmente e pronto para agir em favor da humanidade; por isso curava tanta gente.

Também nos relatos dos evangelhos lê-se que Jesus muitas vezes alertava seus discípulos quanto à necessidade de estarem vigilantes em relação às astutas artimanhas do diabo, o maior inimigo. No horto, antes de ser preso, Jesus orava e seus discípulos dormiam: “Nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?” (Mateus 26:40). Eles não estavam apercebidos da importância histórica daquela hora; nem o apelo angustiado de seu Mestre querido os motivou à vigília.

Nós cristãos, que aceitamos e nos propusemos a seguir Cristo, devemos observar nossas atitudes no viver diário se não se parecem com o despreparo dos discípulos naquela fatídica noite em Jesus foi preso, torturado, injustiçado e sacrificado. “Vigiai e orai” é a recomendação constante do Mestre cristão. Acaso a obedecemos?
Certa feita ele recomendou: “Tira primeiro a trave do teu olho; depois verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” (Mateus 7:3). Devemos tratar primeiro de limpar nosso pensamento e  nossas atitudes de toda ação ou iniciativa que não condiga com os deveres cristãos. No Sermão do Monte Jesus também alertou: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8).

Vê-se que o Mestre se importava que seus seguidores (de qualquer época) se ocupassem, vale dizer vigiassem para a manutenção de sua consciência no caminho ensinado por ele, de mantê-la pura e livre de injunções mal direcionadas da mente mortal (ou diabo). Só temos condições de ajudar o próximo quando nós estamos em condições adequadas de harmonia com a Mente divina. Assim orar por nós—vigiar—é a ação que nos põe em condições de ajudar o próximo. Quanto tempo devemos dedicar a essa tarefa? Minutos, horas? Depende da ocupação pessoal e inclinação espiritual de cada um. Uma coisa é certa, suas atividades transcorrerão de modo harmonioso e satisfatório para si e para todos os envolvidos. Gozaremos de proteção, nós e os envolvidos em nossas orações.

Gosto de preparar-me para o dia, com a Oração Diária dada por Mary B. Eddy no Manual da Igreja: “Estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, e elimine de mim todo pecado.” (Manual, p. 41 ).  Até aqui a preparação individual. Depois de eliminado o pecado de mim, posso ver com clareza o caminho/meio para ajudar o próximo. Deixando que o Amor e a Verdade dominem em mim, minhas atitudes e ações serão de solidariedade, compaixão, fortaleza moral e espiritual. Não é disso que a humanidade precisa?

Depois de purificado meu ego, estou pronto a orar pela humanidade com o restante da oração mencionada acima: “Que Tua palavra enriqueça os afetos da humanidade, e os governe”. Muito linda a colocação da ideia de deixar a Deus a tarefa de “enriquecer [ou aprimorar] os afetos da humanidade”.  Isso significa reconhecer que Deus tem infinitamente melhores condições de realizar a tarefa de aprimorar as afeições e interesses do gênero humano. Não nos cabe definir tarefas para o Pai-Mãe infinito, mas sim reconhecer Sua presença e Seu poder supremo e irresistível para tal tarefa.

O Cristão pode encontrar muitas fontes de inspiração para a tarefa de orar por si. Os Salmos, o Sermão do Monte, epístolas dos apóstolos (p. ex. 1. Corintios 13), e tantas outras passagens bíblicas. O que o cristão não pode fazer é negligenciar seu dever de vigilância e oração por si e suas atividades. Orar por si, sua proteção e seu progresso, é o compromisso que o Cristão herdou com a doutrina legada pelo Mestre Cristão—uma religião prática e universal—e que nos desafia com sua asserção: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16).

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