Crer
nas palavras sagradas emitidas por Cristo Jesus, é bem mais do que meramente
aceitá-las.
De
madrugada, em meio a oração por causa de dores no peito, acabrunhadamente pedi
a Deus que me ajudasse. O diálogo que se passou em meu pensamento:
D:
“O QUE QUERES QUE EU FAÇA?
O:
Me livrar desse problema.
D:
JÁ FIZ! NÃO ACREDITAS?”
Que
resposta! Tive que me recolher em minha insegurança quanto à recomendação de Cristo
Jesus: “Tudo quanto pedirdes a Deus crede
que já o recebestes...”
(Marcos 11:24). Era só isso que me faltava para vivenciar a liberdade do
problema! A chamada “cura” não dependia do Pai, mas de mim somente. E nada
precisava, ou precisará, ser feito para mudar o quadro humano, mas tão só
livrar meu pensamento da crença na aparência material para a certeza da
“evidência” espiritual. Por isso Jesus dizia quando curava alguém: “Tua fé te salvou”. Todo o meu problema
residia em praticar a “fé absoluta”—certeza absoluta—de que o trabalho de Deus já estava feito, e bem
feito. Não havia nada mais a ser mudado, ou curado ou melhorado ou desobstruído...
Tudo o que Deus dá ou faz é bom e move-se livremente no universo, tanto no
astral quanto no molecular.
Preciso
ainda aprender a agradecer a Deus pelas bênçãos que me concede e louvá-Lo em
obras. Pretendo fazê-lo em atos condizentes.
O
diálogo mental retratado acima permaneceu comigo pelos dias seguintes. Quando
me vinha à atenção alguma coisa ruim ou mal colocada, eu ouvia soar no
pensamento: “Já fiz!” dando-me conta de que Deus todo-poderoso está—e esteve—em ação sempre. Aqui e Agora Deus está, e Seu trabalho
já está feito!
Estou
me dando conta de que a parcela da fé absoluta dos três itens citados por Eddy
no capítulo a Oração (fé, compreensão, amor), a fé é fundamental. Sem ela não
há cura, enquanto os outros itens não participam da mesma condição. Noto que
preciso depurar meu senso de fé para chegar a ser absoluto. Nem sempre
acreditamos em nossas palavras quando afirmamos a Verdade. Quando dizemos: “O
homem na semelhança de Deus é perfeito”, essas palavras têm que ser acompanhadas
da manifestação da perfeição do homem senão elas são meras palavras, vazias de
fé. No caso da minha experiência acima relatada, me dou conta de que minha fé
na afirmação divina: “Já fiz!” parecia deficiente. Se fosse plena eu exultaria
de gratidão ao Pai; mas esse sentimento não tem aflorado o que me deixa cônscio
de que preciso crescer em “graça e fé”. Humildemente e diariamente peço a Deus
que me oriente nesse caminho ascendente. Se disso resultarem obras de curas,
que sejam todas em louvor do Pai-Mãe. Estou aqui. Guia-me, ó Pai!
Na
busca de orientação sempre me volto ao Pai: “O que queres [TU] que eu faça?” Já
fiquei sem resposta, mas eu sabia o que fazer; devia permanecer fiel e crescer
na fé! “Vai, a tua fé te salvou”
(...) foram as palavras do Mestre em muitos de seus casos de cura. Por que ele
não disse: “Tua compreensão espiritual te salvou”, ou “teu amor abnegado te
salvou”? Porque a fé é o ponto de partida, e o clímax.
Tenho
observado em minha experiência que exercer a fé que o Mestre instruiu não é
tarefa fácil, por causa da constância com que deve ser exercida; é muito fácil
alguém dizer que tem fé (teoricamente), mas a fé demonstrada na prática é a que
tem resultados. E só essa pode ser chamada de ”crer”. Por que parece ser tão difícil crer? Pelo que
entendo é porque há no pensamento uma mistura de crenças errôneas às quais nos
apegamos, e que são contrárias ao resultado esperado. Se depurarmos o
pensamento das crenças errôneas estas deixam de atrapalhar a compreensão
espiritual e o resultado aparece.
Por
exemplo: se afirmamos que o homem é imagem de Deus e perfeito, crendo nisso
(tendo fé, certeza) imediatamente aparece a harmonia em nossa experiência. Em
não aparecendo a harmonia, nossa afirmação não foi acompanhada de fé, ou seja,
não cremos na verdade que dissemos. Foram palavras da Verdade, sim mas somente
palavras! As crenças errôneas que acolhemos na consciência são as responsáveis
pela desarmonia. Essas crenças nos dizem, por exemplo, que somos materiais,
sujeitos a doenças, que somos idosos, gordos ou velhos, que por isso, estamos
sujeitos a desarmonias. Inadvertidamente nos identificamos com essas crenças,
achamos que somos a pessoa sujeita essas contrariedades e, assim, acabamos por
sentir os problemas.
Como
vencer essas crenças errôneas? Cessando de emprestar-lhes realidade. Esse
status de aparente realidade não lhes confere em definitivo essa condição. Nós
lhes emprestamos e nós podemos tirar-lhes o que por natureza não podem ter.
Quando enfrentamos cada crença de modo específico e lhe negamos realidade, ela
fica esvaziada de importância para nós e, como consequência, sua influência em
nossa vida se esvai como uma névoa ante o sol da manhã. Não podemos é vacilar
nesse empenho.
...oo0oo...
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