O Sumo Bem
(SB) é sinônimo do Bem Máximo.
Intuitivamente as pessoas percebem certas qualidades referentes ao SB: divino, supremo,
superior a tudo, infinito, ilimitado, indestrutível, completamente bom,
espiritual. O autor do Livro II Crônicas registra o rei Salomão declarando:
“A casa que edificarei há de ser
grande porque o nosso Deus é o maior de todos...” (II
Crônicas 2:5).
A
majestade da obra devia fazer jus à majestade da divindade a ser adorada. Esse
Deus a ser adorado no templo é o conceito mais elevado que os concidadãos de
Salomão conseguiam visualizar em sua fé quanto ao Deus de Abraão, de Isaque e
de Jacó, aquele Deus ideal chamado de vivo; assim o diferençavam dos deuses ídolos, estáticos, que
a maioria dos povos da época adorava, um em cada região.
O Sumo
Bem é excelso no reino espiritual, mas não está longe da vivência humana. O bem
que vemos acontecer na vida humana é evidência da presença do SB.
Circunstâncias de aparente ausência do bem apenas escondem a presença do SB;
aparências de presença do mal (qualquer) ou da ausência do bem, são apenas
aparências, não realidades. São como nuvens que escondem o sol e as montanhas e
que elas, em verdade, não tocam nem afetam. Uma neblina talvez nos oculte a luz
e o caminho, e dificulte a caminhada. Sabemos que navios no mar ou em lagos
precisam reduzir drasticamente sua marcha para não pôr em risco as pessoas
envolvidas nos deslocamentos dos barcos em dias de neblina.
Quando
associamos o SB à presença e natureza do Deus vivo que é todo-poderoso e sempre
presente nos capacitamos a perceber que o SB está sempre ligado à vivência de
virtudes entre os humanos.
Mary
Baker Eddy expõe no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras esclarecimentos cabais sobre como entender a
natureza divina em sua realidade. Diz ela:
“O máximo do bem é Deus infinito e
Sua ideia, o Tudo-em-tudo” (CeS, p. 103).
O SB é o Deus infinito. Nenhuma
circunstância afastada ou isolada da infinidade pode ser associada ao SB. Toda
e qualquer manifestação de limitação, materialidade, força humana, força de
elementos materiais, etc, etc, não tem qualquer ligação ou existência vinculada
ao SB. Isso Eddy deixa claro com o conceito de Deus sendo o Tudo-em-tudo. Essa
ideia pouco usual a respeito da natureza divina pode ser explicada. Quando eu
era professor numa Escola Dominical eu costumava explicar aos alunos esse
conceito da seguinte forma simples para que pudessem compreender.
Para quem está aprendendo matemática fá-lo por
meio do entendimento de regras ou leis matemáticas das operações. Tomemos por
exemplo a regra da adição. Para que os alunos aprendam corretamente a lei da
adição precisa ser explicada corretamente. Isso pode ser feito com muitas ou
poucas palavras, mas tem de ser exposta tão somente a lei da regra. Tudo o que
se pode dizer é a verdade. A mesma explicação vale para as outras regras, aliás
para todas as regras. A verdade da lei matemática é tudo o que se pode dizer de
todas as regras, ou seja, a verdade é Tudo-em-todas na matemática. Nas demais
ciências também vale o raciocínio. Quando se quer transmitir a verdade de
alguma lei científica lança-se mão do conceito de que a verdade é tudo-em-tudo.
Na Ciência divina usa-se idêntico
desdobramento mental com um raciocínio metafísico. Tudo o que existe realmente
no universo só pode ser descrito com a verdade; poderiam ser levantadas muitas
hipóteses e opiniões contrárias e levantar-se debates diferenciados, mas a
verdade daquela existência é só uma. As pessoas, por causa do livre arbítrio,
optariam por uma ou outra faceta do conceito, mas só um dos lados é o
verdadeiro. Em tudo no universo, a verdade de um fenômeno é só uma, e esta diz
tudo sobre o fenômeno. É fácil expandir o conceito de que a verdade é
tudo-em-tudo.
Quando Eddy afirma que Deus é
Tudo-em-tudo ela está afirmando que Ele é a Verdade e a realidade de tudo. Na
metafísica entende-se que as qualidades atribuídas a Deus não são atribuíveis
ao oposto de Deus. O que Deus é ou tem, o diabo ou mal não é e não tem. Se
coisas tão opostas como o Bem e o mal, o Espírito e a matéria, Deus e o diabo,
a Vida e a doença, forem unidas em nossos conceitos, cairemos fora do âmbito de
Deus Tudo-em-tudo.
Com isso somos conduzidos a pensar a
respeito de Deus de forma absoluta nas Suas qualidades. Se dizemos que Deus, a
Verdade, o Amor, o Espírito, a Mente, é poderoso, pela lógica do Tudo-em-tudo,
o mal, o erro, o ódio e o medo, a matéria, a mente humana, não têm poder. Se
Deus e Seus atributos estão presentes, os opostos do divino não podem estar
presentes. O que representa nossa percepção da presença dessas coisas diante
dos sentidos físicos? São percepções falseadas da verdade absoluta. Quando
vemos escrito 2 + 2 = 5, sabemos que é um erro. Mas está ali no papel, nossos
sentidos o veem e nossa mente certifica-se da percepção. Mas nada disso altera
a verdade que é outra do que vemos escrito.
A percepção que temos do ambiente em
que vivemos nos mostra o predomínio das coisas não ligadas aos fatos da Verdade
absoluta. Vemos a presença de algum mal que contraria a verdade de que o Bem é
toda e única presença; vemos forças malignas em ação, que contrariam a verdade
de que Deus, o Bem, tem todo o poder. Pode-se ver que a dualidade de opostos
como reais simultaneamente é uma incoerência de lógica. Por isso nossos
conceitos sobre a Divindade precisam assumir essa posição de modo absoluto.
Esse foi o exemplo que Jesus Cristo
legou com sua religião. Só Deus tem poder, só Deus é o bem, só Deus é o Amor.
Ao associarmos a esse Deus absoluto nossa natureza de criação à imagem e
semelhança de Deus, chegamos a conceitos absolutos a respeito de nossa natureza
no universo. Vivemos no Bem infinito, na Verdade total, no Amor que não exclui
ninguém, na força da qual participamos por sermos semelhantes ao todo poder do
Espírito. Assim chegamos a compreender as palavras do Mestre Cristão no seu
Sermão do Monte:
“Sede
vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus
5:48).
Nunca conseguiremos atender ou
satisfazer o mandado de Jesus, enquanto aceitarmos a falseado conceito do homem
como criado materialmente, como limitado, fraco, doente, pecador, etc. Nosso
entendimento absoluto da natureza divina nos leva ao entendimento absoluto da
natureza do homem. Com isso nos aproximamos da visão que o Mestre Cristão tinha
e da aptidão de realizar as obras que ele realizou, conforme a promessa dele:
“Aquele
que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João
14: 12).
Mary Baker Eddy escreve em sua
principal obra, Ciência e Saúde com a
Chave das Escrituras, o conceito mais compacto do Sumo Bem:
“Deus. O grandioso Eu Sou; Aquele que
tudo sabe, que tudo vê, que é todo atuante, todo-sábio, todo-amoroso e
eterno; o Princípio; a Mente; a Alma; o Espírito; a Vida; a Verdade; o Amor;
toda a substância; inteligência” (CeS, p. 587).
As
colocações que faço nesta crônica têm por objetivo alertar o leitor para o
enorme campo mental que nos aguarda na contemplação do infinito real.
Normalmente a visão humana a respeito da divindade, de Deus Supremo, é muito
limitada por estar misturada a conceitos sobre Deus, muito mais parecidos com
uma Suprema Pessoa, Um Senhor Deus, que reage à moda humana aos estímulos ou às
circunstâncias. No entanto, o modo correto de divisar um Deus real é vê-Lo de
modo absoluto, sem tempo ou geografia, sem início e sem fim, como único nos
Seus atributos eternos e infinitos, devendo cada um—cada aspecto de Sua
natureza—ser elevado ao infinito, ao eterno, ao perfeito, imutável, impessoal,
em nossa consciência.
Nesse
Deus as pessoas podem ter fé, e confiar no Seu Amor, pois sendo todo-poderoso
nenhuma condição material poder resistir à ação de Seu Espírito, nenhuma lei
material ou humana pode sobrepujar a lei do Princípio divino, nenhuma dita
sabedoria humana pode ultrapassar o todo-sábio divino, nenhum medo, pecado ou
ódio pode enfrentar a bondade do Amor divino. Sentir-nos ligados a esse Sumo
Bem eleva nossa autoestima e nosso amor para com nossos semelhantes, ajuda-nos
a espalhar conforto e solidariedade, justiça e retidão, e nos fortalecer espiritual,
moral e fisicamente.
.o0o.
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