sábado, 25 de janeiro de 2014

O sermão do monte e o caráter cristão

Lista dos subtítulos do Sermão do Monte
Evangelho de Mateus capítulos 5, 6 e 7:

Capitulo 5:  as bem-aventurançaso sal da terra – Jesus não veio para revogar – Jesus completa os antigos ditos: adultério, juramentos, vingança, amor ao próximo.

Capitulo 6:  da prática da justiça – como dar esmolas - como se deve orar – a oração dominical – como jejuar – tesouros do céu – luz e trevas – os dois senhores – a ansiosa solicitude pela vida.

Capitulo 7:  juízo temerário proibido – não dar o que é santo aos cães – Jesus incita a orar – as duas estradas – os falsos profetas – os dois fundamentos.

O Sermão do Monte visto nos seus subtítulos dá um resumo direto de seu conteúdo. Para quem já leu ou lê periodicamente essa notável peça literária, só em ver os subtítulos nomeados há de lembrar-se do texto e sua mensagem. Pode até ser que pessoas gostem mais de um ou outro segmento desse sermão do Mestre. Jesus Cristo dirigiu-se a seus ouvintes, mas um estudo do texto mostra que este é válido para qualquer cidadão, de qualquer geografia, de qualquer época, de qualquer fé religiosa. A mensagem contém consolo aos acabrunhados, libertação aos cativos de temores, orientação moral e espiritual, sabedoria aos entendidos e cura aos doentes; estas têm sido a experiência de muitas pessoas ao redor do mundo.

 Esse sermão proferido não num templo mas ao ar livre de uma  montanha, é o resumo do ministério do mestre Cristão. Diz a Bíblia que ao encerrar seu discurso “...estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque as ensinava como quem tem autoridade...” (Mat. 7: 28,29). É só grifar as palavras “doutrina” e “ensinava” para ver que ele estava dando uma aula aos seus seguidores, de todas as épocas. O que um professor pretende ao ensinar seus alunos? Que eles assimilem as lições, aprendam o conteúdo e possam aplicá-lo aos problemas, não apenas os escolares, mas também os da vida. Os cristãos são alunos de Jesus Cristo, e bem fariam em aprender bem as lições ensinadas por seu Mestre e aplicá-las às suas vidas. Praticar os conceitos apresentados no Sermão do Monte põe o aluno cristão na linha de coerência com seu Mestre.

Uma importante líder religiosa do século XIX, Mary Baker Eddy, ao ressaltar a importância do Sermão do Monte disse: “Em minha opinião, o Sermão do Monte, lido a cada domingo, sem comentários, e obedecido durante toda a semana, seria suficiente para a prática cristã” (Mensagem para a Igreja Mãe para o ano de 1901, p.11:17). Aí está! Conhecer os conceitos através da leitura é um primeiro passo importante. O seguinte é pôr em prática os conceitos estudados. Isso Jesus deixa bem claro no final do seu ensinamento dentro do item “Os dois fundamentos”: ouvir a palavra e praticá-la. Isso fortalece o viver do cristão e não haverá chuvas nem cheias nem ventos de doutrinas contrárias que o abalem. Ter nossa fé e amor cristãos fortemente alicerçados nos valores espirituais do Cristianismo é uma das grandes necessidades da humanidade na atualidade.

Ser cristão significa viver os preceitos do Sermão na prática. Significa vivenciar alegria genuína por conhecer as bem-aventuranças. Sabem os cristãos que sua vida vale como sal e é como uma luz para os homens. Regozijam-se por que Cristo Jesus veio para cumprir a lei divina e em saber que o Cristo institui uma nova ordem quanto aos homicídios, adultério, juramentos e sentimentos de vingança, exaltando todos ao amor e à fraternidade. Eles sabem como praticar a justiça, como dar esmolas, orar e jejuar. Eles conhecem e sabem que a oração do Senhor atende a todas as necessidades humanas e não vivem na temeridade de andar ansiosos pela sua vida. Eles sabem que do Senhor vem o suprimento, sabem que o juízo temerário não está de acordo com o caráter cristão, compreendem a importância de viver a regra áurea: fazei aos outros o que quereis que vos façam, sabem diferençar o caminho mau do bom, sabem acautelar-se dos falsos profetas e sabem construir sua vida solidamente sobre a rocha da Verdade, o Cristo.

O homem que sabe conduzir sua vida como citado acima, é um grande exemplo para o gênero humano, o qual pode contemplar o grau de liberdade que gozam aqueles que praticam o cristianismo, fiel e metodicamente. Assim o homem vive livre de preocupações por saber que o Pai supre todas suas necessidades. Não vive a espezinhar os outros, pois não gosta de ser tratado assim. Não maltrata ou rouba outras pessoas, sabendo que esse não é caminho para o gozo da liberdade e da satisfação plena. Sabe buscar na oração a solução para seus males, abençoando assim os outros também.

Gosto especialmente das bem-aventuranças ou beatitudes, ou atitudes que nos deixam felizes: humildade, mansidão, misericórdia, pacificação, pureza de coração.  As vicissitudes da vida: tristeza, fome, perseguição não abalam a felicidade espiritual e genuína imanente aos filhos de Deus. Quando deixamos tudo nas mãos de Deus-Pai-Mãe, reconhecemos Sua natureza infinitamente harmoniosa, Sua onipresença e onipotência, Seu amor que supre as necessidades genuínas, que perdoa nossas falhas e nos livra de todo mal. Tenho usado a Oração do Senhor como recurso espiritual em momentos de necessidade espiritual, de ansiosidade, de decisão, de penúria financeira e de cura. Aqui posso citar curas de dor de ouvido, dores musculares, gripes e resfriados, tosse, dor de coluna, e também “dor de cotovelo”,  quando atos de bondade foram mal interpretados. Todas esta coisas e muitas outras cederão naturalmente ao “cicio tranqüilo e suave” da ação universalmente curativa, consoladora e salvadora da Verdade.

O Sermão do Monte corresponde à descrição da “árvore da vida” no Apocalipse que está plantada às margens do “rio da vida” e cujas “folhas são para a cura dos povos” (Apo 22:2).


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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A demonstração de Pedro

O apóstolo aprendeu a praticar o Cristianismo que o Mestre havia ensinado

        O livro dos Atos dos Apóstolos relata as atividades dos primitivos Cristãos e sua organização como igreja, a do cristianismo primitivo baseado em obras de fé. O livro mencionado traz muitas realizações dos apóstolos, mas detalha o trabalho de Pedro e Paulo. O primeiro conviveu com Jesus Cristo e testemunhou pessoalmente as grandiosas obras do seu ministério. Aprendeu com seu Mestre algumas lições que lhe pareceram duras e penosas por causa de conceitos empedernidos que precisava deixar para trás. Aprendeu duramente, mas aprendeu. Tanto que ele mesmo protagonizou no seu trabalho apostolar, momentos de grande repercussão entre a população.

Uma das curas efetuadas me chama muito a atenção e me faz pensar de como seria a cena hoje em dia. O capítulo 3 dos Atos relata que, na cidade de Jerusalém, um coxo de nascença era levado à porta do templo para obter seu sustento com as esmolas dos que freqüentavam a Casa de Deus. Pedro e João, como de costume, foram ao templo a fim de orar. Ao serem abordados pelo homem coxo, desenvolveu-se entre eles um diálogo sem precedentes cujo desfecho foi a cura do aleijado. Uma cura tão radical e rápida que causou um alvoroço entre os que a presenciaram.

A porta do templo junto à qual ocorreu o incidente, era chamada de Formosa por causa dos maravilhosos entalhes que continha. Uma verdadeira obra-de-arte. Provavelmente era a entrada principal, por onde passava a maioria das pessoas. Um ponto estratégico para quem desejasse contato visual com os passantes. O coxo esmolava ali, contando com a compaixão e bondade das pessoas de bem que iam buscar inspiração ou purificação. O nome dele não é conhecido. Poderia ser qualquer um. Isto pode ser visto como se ele representasse um homem genérico de qualquer época, inclusive hoje; por exemplo, você, eu, nós, eles.

Os apóstolos foram abordados também, mas não tinham nenhum “trocado” para o pobre sofredor, cujas enormes necessidades humanas eram supridas pelos poucos recursos conseguidos com as doações. Logicamente esperava de Pedro ou de João algo de bom. Expectativa essa que foi aguçada pelas palavras de Pedro: “Olha para nós”. Mas antes de falar ao mendigo Pedro “fitando-o” discerniu suas necessidades.  Será que Pedro se lembrou de quando andara por sobre o mar enquanto olhava para Jesus, e que tivera problemas ao desviar dele o olhar? Pedro queria que o pedinte olhasse para ele, deixando de olhar em redor, de reparar na opulência dos outros em contraste com sua miserável situação, e parasse de encolher-se: “Coitadinho de mim!”.

Ele olhou para eles, esperando receber alguma coisa” diz o relato. Ele prestou atenção ao apóstolo na expectativa de receber algo de bom. Mas a resposta de Pedro poderia ter sido frustrante se terminasse na primeira parte: “Não tenho prata nem ouro”. Não era por isso que o homem esmolava? Por esmolas, moedas de prata ou ouro? E se o apóstolo tivesse algum dinheiro no bolso, será que teria dado algo ao mendigo para sentir-se socialmente realizado por ter “ajudado” um pobre? (Por acaso é assim que nos sentimos quando damos uma esmola a um pedinte?) Pedro não tinha riquezas deste mundo, mas era rico em espiritualidade, e estava disposto a compartilhar seu tesouro com aquele ser humano, rico em necessidades. O apóstolo  pode ter discernido no olhar do coxo um fio de esperança, uma débil aceitação de valores espirituais. Será que o coxo de nascença não teria ouvido das curas realizadas pelo Nazareno que havia poucos anos fora crucificado e ressuscitara dentre os mortos? Ele era contemporâneo de Jesus em Jerusalém, mas talvez não tivera a oportunidade ou a coragem de ir pessoalmente pedir ajuda a Ele. O esmoleiro não conhecia Pedro nem João; não fazia a mínima idéia do que podia vir desses cidadãos comuns. Mas havia no ar uma certa expectativa diferente, um clima que nunca pintara nas relações do pedinte com seus doadores.

O que tenho, isso te dou”, continuou Pedro. Chama-me a atenção que ele não disse: “DO que tenho”, mas “O que tenho”. Sua disposição não era dar um pouco do que tinha, mas dar tudo o que tinha. Pensando quantitativamente a proposta de Pedro parece mal formulada. Mas espiritualmente estava correta. Os tesouros ou os bens materiais são vistos em quantidades: “Tanto disso, tanto daquilo, tanto para mim, tanto para ti”. Entretanto o tesouro espiritual é avaliado pela qualidade. Um pouco de amor, vale tanto como todo amor. Um pouco de espiritualidade, vale tanto como toda espiritualidade. Um pouco de bem espiritual, vale tanto como todo bem. Não há, pois, quantidades; há, sim, qualidade. O tesouro do Espírito, a fonte de todo bem, para ser infinito não pode conter quantidades, que em si são finitas e limitadas. Se basearmos nossa vida nas quantidades testemunhadas pelo sentido material, estaremos tentados a acreditar que o bem é limitado, ou que não temos o necessário. Pedro tinha consciência disso  e deu ao pobre todo seu amor, sua fé, sua compreensão espiritual. Mas nem por isso ficou privado de gozar desses bens espirituais.

O apóstolo, com toda longanimidade despejou seus tesouros de compreensão espiritual sobre o interlocutor, que já não era visto como aleijado, pois, do contrário, não o poderia amar como filho de Deus nem lhe dizer: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda”. Que autoridade e fortaleza espirituais foram demonstradas por Pedro nessa ordem! Isso ele aprendera com o Mestre e também retratava a elevação espiritual alcançada pelo intrépido discípulo. Não muitos anos antes ele havia dado uma resposta convincente à interpelação do Mestre: “Quem diz o povo  ser o Filho do homem?” (Mat. 16: 13-16). Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Em nome desse Cristo do Deus vivo, Pedro pôde quebrar o jugo escravizante que aquele homem sofrera desde seu nascimento. Agora ele estava livre!

Diz o relato bíblico que Pedro “tomando-o pela mão direita, o levantou”. Mão direita de Pedro ou do paciente? Aqui, novamente, o significado espiritual é o importante. Pode-se dizer que o “lado forte” de Pedro tomou o “lado forte” do enfermo. Ou seja, o Apóstolo com sua fé puxou para cima, elevou, a fé do homem. A Bíblia tem muitas referências ao poder infinito da “destra de Deus”. Vale dizer que Pedro expressou o poder de Deus conscientemente, trazendo à luz o efeito regenerativo e fortalecedor desse poder infinito na vida e na consciência dos homens. A ação de Pedro repetiu o método de Cristo Jesus descrito por Mary Baker Eddy século XIX no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras*: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (pp. 476-7). Eu encaro essa declaração como uma regra de cura espiritual.

A parte impressionante aos olhos dos mortais veio a seguir. Diz o relato que após Pedro tomar o homem pela mão direita, “imediatamente seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar...”. Para alguém que nunca havia usado os pés e as pernas, poder andar era algo indescritível.  Que sensação de liberdade! Não é de admirar que o ex-coxo entrasse no templo “saltando e louvando a Deus” (notem que não louvava a Pedro); não conseguia conter-se. Mas onde ficaram as “leis” orgânicas que hoje afirmam categoricamente que um homem adulto coxo de nascença precisaria, talvez, um ano ou mais de fisioterapia para poder reforçar suficientemente os músculos e tendões a fim de sustentar um homem de pé. Nem falo de andar e saltar. A cura deu-se imediatamente, isto é, sem demora. Parece impossível ao saber humano. No entanto, para o saber Divino, a Mente de Deus, nada é impossível. Tanto que a força criadora do universo, que fez “homem e mulher” à imagem e semelhança de Deus, portanto perfeitos e harmoniosos como o Pai-Mãe, também mantém a criação no estado original. Se esse poder pode criar, também pode manter e regenerar! O poder para tanto reside na onipotência. “Tudo quanto Deus faz durará eternamente”, diz o sábio Salomão em Eclesiastes (3:14). E segue: “nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar”. Isso tem lógica, pois se o que Deus criou é bom, então por que mudar?

Diante de tal demonstração de poder da fé na ação do Cristo, é natural a “admiração e assombro” de que foi tomada a população. Hoje seria a mesma coisa. Não é comum ver-se coxos ou paraplégicos saírem andando depois de alguém orar por eles. Mas isso não quer dizer que seja impossível. O poder atuante no incidente com Pedro e João, é exatamente o mesmo que atua hoje, pois é o poder do eterno Deus, sempre bom e presente. Nossa tarefa é aprender a lançar mão desse recurso, que só atua de acordo com a vontade de Deus, nunca da nossa. Não adianta orar para o restabelecimento dos enfermos, desejando que o poder infinito atue no sentido do resultado delineado por nós. Nossa oração deve elevar nosso pensamento a Deus e deixar a ação aos cuidados da vontade de Deus. Temos de deixar o Espírito agir, a Verdade corrigir o erro, o Amor divino afastar o medo. Quando oramos o Pai-Nosso, não dizemos: “Faça-se a Tua vontade”? (Mat. 6:10). Pois sabendo que a vontade do Pai é sempre para o bem, a saúde, a abundância, estaremos muito próximos de vivenciá-los em nossa experiência humana.


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sábado, 18 de janeiro de 2014

Minha realidade

A verdadeira base para entendimento de nossa realidade

O prezado amigo e leitor provavelmente já se deparou com a indagação existencial: “O que sou eu? Qual minha realidade?” Esta questão atinge muitas pessoas. Quem se dispuser a respondê-la com base nas aparências, ou seja, com base nos cinco sentidos, percebe uma insatisfação decorrente do envolvimento da existência com inúmeros problemas e limitações. Como livrar-se dessa insatisfação? Mudando a base do entendimento, passando do testemunho dos sentidos físicos para o testemunho dos sentidos espirituais. Mas estes existem mesmo? Com certeza! Com que outro sentido podemos sentir alegria, felicidade, entusiasmo?

Outras vezes surgem indagações diferentes. Quando alguém se defronta com vários problemas físicos soe perguntar-se: “Por que isso acontece comigo?” E o Cristão poderia perguntar-se: “Isso aí é a minha realidade?” Segundo a palavra bíblica a realidade do homem é a da criação de Deus: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem; homem e mulher os criou” (Gen. 1: 26). Então, ao olharmos nossa condição material, nossa aparência aos sentidos físicos, vemos uma contradição: o aspecto material em contraste com a verdade espiritual. Qual deles contém a verdade?

Para decidirmos que rumo tomar nesse dilema, podemos buscar orientação na literatura religiosa. A Bíblia, com toda certeza, é o primeiro livro a recorrer. Depois das Sagradas Escrituras tomo o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras*, de autoria de Mary Baker Eddy, descobridora e fundadora da Ciência Cristã no ano de 1866. Nesse livro-texto de metafísica, ela escreve à página 472: “Toda a realidade está em Deus e Sua idéia”--imagem e semelhança. Sendo Deus perfeito, conclui-se que a perfeição espiritual é a base da realidade e que o corpo físico, por ser o oposto do Espírito, está longe dessa realidade. Para conhecer a realidade é preciso saber a Verdade a respeito de Deus e Sua criação.

No mesmo livro  Eddy expande o conceito correto sobre a realidade. Diz: “A realidade é espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” (p. 335:26-28). Qualquer circunstância que em nossa vida seja diferente de “espiritual, harmoniosa, imutável, imortal, divina, eterna” podemos com segurança jogar no lixo da materialidade, e não lhe emprestar mentalmente qualquer resquício de realidade. Qualquer acolhida que dermos aos opostos da realidade como se fossem fatos, tende a desarmonizar nosso pensamento, o qual, então, projeta esses males no corpo físico. As doenças e males físicos se incluem nessa condição. A cura resulta do reconhecimento da realidade do homem criado por “Deus à Sua imagem”.

Há algum tempo fui desafiado por uma série de “atentados” à minha integridade física, do tipo, dores generalizadas no corpo, dor de ouvido, tosse. Eu orava para reconhecer a Verdade, mas não surgia nenhuma inspiração nova. Por fim perguntei-me: “Mas , afinal, qual é a minha realidade? É essa porção de sintomas que sinto no corpo? Com certeza, não!, respondi.” Então me vieram à mente vários trechos inspiradores, alguns já citados acima. Mas o toque final que restabeleceu meu pensamento no rumo certo e pôs uma pá de cal sobre os sintomas foi a declaração da Sra. Eddy no Ciência e Saúde: “As três grandes verdades do Espírito: a onipotência, a onipresença e a onisciência—o Espírito a possuir todo poder, a encher todo o espaço, a constituir toda a Ciência—contradizem para sempre a crença de que a matéria possa ser real” (p. 109/110). 

Nossa realidade está embutida nessa verdade.


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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Deus é bom, e daí?

O conceito de que Deus é bom tem profundidade e utilidade

O conceito mais difundido entre os cristãos, talvez seja que Deus é bom. Se as pessoas fossem perguntadas sobre o que pensam que Deus é, esse conceito talvez seria o mais citado. Ele é verdadeiro pois Deus, de fato, é bom, entre outras virtudes do tipo fiel, amável, perfeito. Mas o que as pessoas fazem com esse conceito?

Nossos conceitos sobre Deus, o que pensamos sobre Ele, têm que ter profundidade e permanência. Não podem ser ditos da “boca pra fora” sem qualquer consciência do que se diz. Nosso conceito atual poderá ser grandemente ampliado e sublimado se dermos atenção a questões como as que a seguir são apresentadas.

Deus é bom, o bem...:
Quando? O Pai eterno é bom a todo instante, ontem, hoje e amanhã.  Não há instante em que essa Verdade inexista ou não se faça valer.

Onde?  O salmista (ver Salmo 139) revela seu entendimento de que Deus está em toda parte; logo o bem está em toda parte. Na Terra e no imenso céu. O Bem é infinito.

Para quem? Deus é bom para todos; ninguém é excluído de Sua bondade.

De que me serve? Esta é uma pergunta típica do caráter humano, sempre quer saber de vantagens. Na medida em que o conceito de que Deus é bom ocupe nosso pensamento, séria e absolutamente, não estaremos pensando no oposto dessa verdade. Pensar no bem não nos deixa pensar no mal. Ter o pensamento repleto de idéias referentes à bondade de Deus põe ordem e disciplina em nossos pensamentos e afazeres. Nossa existência estará repleta de boas experiências.

Quem pode ameaçar? Deus, o bem: este é um fato espiritual que não pode ser alterado por coisa alguma. Ninguém ou coisa alguma pode ameaçar nossa integridade quando nos abrigamos inteiramente na Verdade do Bem presente. As forças que agem em nosso favor são as forças do Espírito, as quais são invisíveis aos sentidos mas com resultados palpáveis.

A bondade de Deus não se iguala à bondade humana que é discriminatória, inconstante, vacilante, tendenciosa. A bondade humana tende a aceitar o oposto (a maldade) como algo equivalente em força, quando não até superior. A bondade humana inclui amigos e exclui inimigos ou indiferentes, e nesse caso deixa de ser bondade. Assim, quando afirmamos ou pensamos que Deus é bom, temos de fazê-lo de forma absoluta, reconhecendo que em Deus está a realidade, nEle a bondade não acaba nem muda, Sua bondade é real, resultando que o mal, a maldade, é irreal. Mas e o mal que vemos a todo instante? Em nosso pensamento ele (o mal) tem de ser visto como oposto ao bem que é Deus, a única realidade. Temos que ser absolutos nesse entendimento das qualidades divinas. Se Deus , o bem, é real para nós, então o mal não pode ser real ao mesmo tempo no mesmo lugar. Nesse ponto, o dualismo é inaceitável. Nosso Mestre Cristo Jesus deu o exemplo de pensamento absoluto. Perguntado sobre o que fazer de bom, retrucou: “Ninguém é bom, senão um só, que é  Deus” (Marcos 10:18). O Salmista já havia séculos antes dito: “Rendei graças ao Senhor, porque Ele é bom” (Salmo 116:29). Temos de cuidar para não decair à situação estampada por Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras : “Como são vazios nossos conceitos da Divindade! Admitimos teoricamente que Deus é bom, onipotente, onipresente, infinito, e depois tentamos dar informações à Mente infinita” (p. 3:17-19).

Experimente, caro leitor, abrir o conceito básico : Deus é bom/o bem, com outros atributos divinos. Se você  quiser exercitar-se nesse ambiente metafísico, pense num outro conceito sobre Deus e faça em torno dele perguntas que lhe ajudem a elevar o pensamento e firmá-lo na fé cristã. Posso dar um exemplo de exercício? Deus é Amor. Trabalhe mentalmente em torno dessa idéia e verá como ela lhe ampliará horizontes mentais e morais.

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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

TIVE UM SONHO

Ações individuais que favorecem o meio ambiente

Hoje estamos em período de estiagem (2012), dessas de recorrência de 5 a 7 anos. Que diferença podemos notar entre hoje e dois séculos atrás? Onde antes havia florestas e vida selvagem natural abundante, hoje é quase tudo lavoura monocultural que, para produzir a contento do desejo de lucros dos proprietários, é agressora ao meio-ambiente natural: primeiro tomando o lugar das matas e destruindo a ação benéfica das mesmas; depois enchendo a natureza com venenos e produtos químicos para “melhorar” a terra (será?!); ou drenando banhados para roubar-lhes a fertilidade; ocupando espaço até as margens dos rios sem deixar o manto de mata protetora.

Os métodos da agricultura moderna precisam ser revisados. Tem de haver menos química e mais natureza nos campos de produção. Bill Mollison, criador da “permacultura”, dizia que “a menos que haja uma interação mutuamente complementar e benéfica para ambos os lados, entre a produção agrícola ou pecuária e o meio-ambiente que a circunda, não haverá sustentabilidade duradoura”. Ele mesmo sugere a transformação total da agricultura convencional em orgânica (num período de 8 anos) identificando os benefícios ao solo, ao ambiente e à economia de energia aplicada na produção (Manual de Projetos de Permacultura, pág. 4/5), com o conseqüente benefício financeiro.

Eu gostaria de poder ver nossos produtores rurais continuarem a abastecer nossa mesa, mas respeitando a natureza (sem venenos), protegendo os rios desde as nascentes e vertentes, reflorestando áreas rurais que não são usadas para produção (terra com árvores tem mais valor), cuidando do seu gado com o mesmo desvelo com que planta suas sementes, sem poluir nem degradar a natureza. Sei que maioria já faz isso. Gostaria de ver, também, meus vizinhos da cidade captando água da chuva para suas necessidades de higiene doméstica, lavagem de passeios e automóveis, aguada de plantas e jardins, não desperdiçando nem uma gota desse bem universal que é a água. Sei que alguns já fazem isso. Gostaria de ver edificações serem projetadas de modo a melhor  aproveitarem a energia natural, a darem tratamento adequado aos efluentes gerados pelos moradores, a serem construídas sem desperdício de materiais e energia. Sei que muitos ainda fazem isso. Gostaria de ver empresas industriais cuidarem do meio-ambiente como fator importante nas suas decisões, de tratarem os efluentes ou sobras industriais, dando-lhes oportunidade de reciclagem. Há setores em que a lei exige isso. Gostaria de ver o  poder público atentamente debruçado sobre problemas ambientais, gestionando adequadamente seus canais competentes ou acionando persistentemente poderes de outra esfera na busca de soluções ou meios para a proteção ambiental. Ainda estou esperando por Panambi. 

 Gosto de ver que a geração de hoje recebe uma montanha de informação sobre meio-ambiente (eu não tive isso na minha escola) e gostaria de vê-la assumir seu papel de liderança no gerenciamento dos bens públicos, p. ex. rios, fontes, matas, etc. Sinto-me orgulhoso de pertencer à geração que está preparando futura geração  de trabalhadores e administradores.

Hoje estamos antevendo conflitos internacionais por causa da posse da água. Espero que a próxima geração e as seguintes saibam empregar o bom-senso no uso dos recursos naturais que são limitados e saibam contornar os conflitos potenciais por meio de atitudes antibeligerantes e de boa-vontade para com a humanidade.

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