Frases bíblicas que requerem
inspiração para serem compreendidas
Há nas Sagradas Escrituras
afirmações de cunho espiritual às quais nem sempre nos atemos para uma reflexão
a respeito. Disse uma conhecida líder religiosa contemporânea* que a “Ciência divina, ensinada na linguagem
original da Bíblia, veio por inspiração
e necessita de inspiração para ser compreendida”. Tinha razão! Há duas
frases bíblicas muito usadas e conhecidas que a mim custaram anos de observação
até entender seu significado espiritual.
Disse o sábio rei Salomão em um dos
seus livros: “De tudo o que se tem ouvido
a suma é: teme a Deus e guarda seus mandamentos; porque isso é o dever de todo homem” (Ecles. 12: 13). Esta frase lida assim como está
escrita tem um significado direto sobre o que o homem deve fazer e que é o
resumo da doutrina cristã. Mas pensaremos duas ou até dez vezes até assimilar o
significado quando é omitida a expressão “o
dever de” que não está no original. Por que faríamos isso? É um exercício
metafísico.
Leia e repense a frase: “Teme a Deus e guarda seus mandamentos,
porque isso é todo homem”. Gramaticalmente parece faltar algum artigo; mas
metafisicamente ela está completa. “Porque
isso é todo homem”, vale dizer ‘porque
isso é o todo do homem’, esta é sua essência real contida no amor e na
obediência ao Ser Supremo. O ser do homem inteiro está contido nessa idéia de
união a Deus por meio do amor e obediência. Nada nos aproxima mais da Divindade
do que essas atitudes. Podemos conscientemente dedicar nossa vida a tal ideal,
e sentiremos a presença do Pai-Mãe em todos nossos afazeres, em todos nossos
caminhos. A Bíblia na versão recente NTLH registra o versículo mencionado como:
“De tudo o que foi dito a conclusão é
esta: teme a Deus e obedeça seus mandamentos porque para isso que fomos
criados”. Confirmando a ausência da expressão “o dever de”.
Outra frase que me fez e faz pensar
de modo mais elevado foi proferida por Jesus Cristo. Aparece no evangelho de
Lucas, quando o Mestre fazia sua pregação ao povo: “Ao que te bate numa face, volta-lhe também a outra” (6: 39). O
ensinamento refere-se à longanimidade que deve ser demonstrada pelos cristãos. Literalmente
não é uma asserção fácil de obedecer, mas obedecida mostra um sólido caráter
Cristão da pessoa que aceita e pratica os ensinamentos de Cristo Jesus.
A nível do ser humano, a cena de
bofetada e renúncia parece não condizer com a realidade. O Mestre costumava
falar por simbolismo. Que outra face tem uma pessoa? A face batida é a material
ou corpórea; a outra face, então, é a espiritual. Mostrar esta face significa
demonstrar nosso lado espiritual do qual a longanimidade faz parte. Manter no
pensamento a compreensão espiritualizada acerca do homem—todos os homens―como
filho de Deus é a forma de mostrar a “outra face”. Moralmente somos
esbofeteados a todo momento e de muitas maneiras, seja em palavras seja em
imagens, na TV ou em filmes, em jornais ou livros. Então é importante sabermos
manter nossa face espiritual acima e fora do alcance do mundo material.
A espiritualidade demonstrada por
alguém não é uma atitude de fraqueza moral, mas de fortaleza espiritual. Assim
como a luz pode ser forte como um farol, também a espiritualidade pode brilhar
a ponto de ofuscar pseudo-forças ou intenções materialistas. Assim
demonstraremos nosso cristianismo em atos e não meramente em palavras.
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Mary Baker Eddy, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras
.o0o.
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