Importantes deveres morais diante do matrimônio; ver 6. Mandamento.
Jesus Cristo sempre era provocado
pelos fariseus que buscavam ocasião para condenar nosso Mestre. Em Mateus 19
lemos sobre a altercação provocada pela questão levada a Jesus a respeito de casamento, divórcio, etc. Queriam ver se
ele daria com a língua nos dentes sobre uma questão legal, já que em assuntos
religiosos eles ficavam para trás, longe. De outra feita levaram-lhe uma mulher
flagrada em adultério: “Tu pois o que
dizes?” (João 8:5)
O mestre defendia a pureza e
igualdade de direitos no matrimonio, sem perder de vista a necessária
moralidade. “Quem repudiar sua mulher, não
sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete
adultério” (19:9). (Já naquele tempo?) Adultério era coisa séria diante da
lei israelita. (Não deveria ser hoje também para nós?) Nessa altura os próprios
discípulos de Jesus entraram na discussão. “Se
é assim, então o melhor é não casar”. Sentiram que estava duro o discurso
do Mestre.
A resposta do Mestre trouxe, então,
um “rolo” que eu também não entendi. Na tradução de João Ferreira de Almeida
diz: “Há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram
tais; e há outros que a si mesmo se fizeram eunucos, por causa do reino dos
céus” (v. 12). Muito estranhas essas palavras do Mestre Cristão. Busquei na
versão moderna (NTLH―Bíblia na Linguagem de Hoje) o versículo referido e ali
encontrei a expressão “os que não se
casam” em vez da palavra eunucos que, aliás, não aparece nos outros
evangelhos. Consta nessa versão: “Pois há motivos diferentes que impedem
alguns de casar: uns, porque nasceram assim; outros, porque os homens os
fizeram ficar assim”; até aqui a
resposta aos fariseus por sua mentalidade mundana. A conclusão diz: “e outros não se casam por causa do reino do céu”, que era o caso
dele, Jesus.
Em outra ocasião Jesus declarou: “Na ressurreição não se casam nem se dão em
casamento, mas serão como anjos nos céus” (Mateus 22:30). Aqui o Mestre
colou o selo da espiritualidade na questão. Ele não era afeito a questões e
debates pessoais sobre assuntos humanos; tinha muito trabalho a realizar
curando as necessidades reais do povo. Está aí a lição a aprender desse
episódio.
Quando somos involuntariamente
sugados para um debate improdutivo a respeito de condições e comportamentos
humanos, não devemos perder tempo tentando explicar sob a ótica metafísica
assuntos regulados por leis humanas. Estas são suficientes para estabelecer a
harmonia na sociedade. É muito mais
importante manter o pensamento alinhado com o Principio divino e manter vivo em
nossa mente o pendor para coisas do Espírito.
Há uma questão nesse imbróglio
social que o gênero humano poderia—e deveria—aprender a respeitar: a sagrada
condição do matrimônio. A notável pensadora religiosa do Século XIX, Mary Baker
Eddy, dedica um capítulo inteiro de sua obra Ciência e Saúde com Chave das Escrituras a analisar e comentar o
matrimônio, e ali podem ser encontrados muitos conselhos úteis e admoestações importantes
à sociedade atual. Dou exemplos de
algumas pérolas desse capítulo: “O
matrimônio é o dispositivo legal e moral para a geração entre a espécie
humana... A infidelidade ao pacto matrimonial é o flagelo social de todas as
raças... O Mandamento: ‘Não adulterarás’, não é menos imperativo que este: ‘Não
matarás’ ” (p. 56). Ambos os mandamentos do Decálogo de Moisés são, hoje em
dia, largamente desrespeitados por uma sociedade onde atitudes grosseiras e infiéis são
noticiadas diariamente.
A comunidade cristã tem dever e
privilégio, baseados na fé, de alimentar a humanidade com exemplos
enaltecedores e nobres de moralidade e espiritualidade. Temos que fazer nossa
luz cristã brilhar para a humanidade. Projetar sobre o pensamento do gênero
humano ideais mais salutares e benéficos.
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