segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Matrimônio

Importantes deveres morais diante do matrimônio; ver 6. Mandamento.

Jesus Cristo sempre era provocado pelos fariseus que buscavam ocasião para condenar nosso Mestre. Em Mateus 19 lemos sobre a altercação provocada pela questão levada a Jesus a respeito  de casamento, divórcio, etc. Queriam ver se ele daria com a língua nos dentes sobre uma questão legal, já que em assuntos religiosos eles ficavam para trás, longe. De outra feita levaram-lhe uma mulher flagrada em adultério: “Tu pois o que dizes?” (João 8:5)

O mestre defendia a pureza e igualdade de direitos no matrimonio, sem perder de vista a necessária moralidade. “Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério” (19:9). (Já naquele tempo?) Adultério era coisa séria diante da lei israelita. (Não deveria ser hoje também para nós?) Nessa altura os próprios discípulos de Jesus entraram na discussão. “Se é assim, então o melhor é não casar”. Sentiram que estava duro o discurso do Mestre.

A resposta do Mestre trouxe, então, um “rolo” que eu também não entendi. Na tradução de João Ferreira de Almeida diz: “Há eunucos de  nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmo se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus” (v. 12). Muito estranhas essas palavras do Mestre Cristão. Busquei na versão moderna (NTLH―Bíblia na Linguagem de Hoje) o versículo referido e ali encontrei a expressão “os que não se casam” em vez da palavra eunucos que, aliás, não aparece nos outros evangelhos.  Consta nessa versão: “Pois há motivos diferentes que impedem alguns de casar: uns, porque nasceram assim; outros, porque os homens os fizeram ficar assim”;  até aqui a resposta aos fariseus por sua mentalidade mundana. A conclusão diz: “e outros não se casam  por causa do reino do céu”, que era o caso dele, Jesus.

Em outra ocasião Jesus declarou: “Na ressurreição não se casam nem se dão em casamento, mas serão como anjos nos céus” (Mateus 22:30). Aqui o Mestre colou o selo da espiritualidade na questão. Ele não era afeito a questões e debates pessoais sobre assuntos humanos; tinha muito trabalho a realizar curando as necessidades reais do povo. Está aí a lição a aprender desse episódio.

Quando somos involuntariamente sugados para um debate improdutivo a respeito de condições e comportamentos humanos, não devemos perder tempo tentando explicar sob a ótica metafísica assuntos regulados por leis humanas. Estas são suficientes para estabelecer a harmonia na sociedade.  É muito mais importante manter o pensamento alinhado com o Principio divino e manter vivo em nossa mente o pendor para coisas do Espírito.

Há uma questão nesse imbróglio social que o gênero humano poderia—e deveria—aprender a respeitar: a sagrada condição do matrimônio. A notável pensadora religiosa do Século XIX, Mary Baker Eddy, dedica um capítulo inteiro de sua obra Ciência e Saúde com Chave das Escrituras a analisar e comentar o matrimônio, e ali podem ser encontrados muitos conselhos úteis e admoestações importantes à sociedade atual.  Dou exemplos de algumas pérolas desse capítulo: “O matrimônio é o dispositivo legal e moral para a geração entre a espécie humana... A infidelidade ao pacto matrimonial é o flagelo social de todas as raças... O Mandamento: ‘Não adulterarás’, não é menos imperativo que este: ‘Não matarás’ ” (p. 56). Ambos os mandamentos do Decálogo de Moisés são, hoje em dia, largamente desrespeitados por uma sociedade onde atitudes grosseiras e infiéis são noticiadas diariamente.

A comunidade cristã tem dever e privilégio, baseados na fé, de alimentar a humanidade com exemplos enaltecedores e nobres de moralidade e espiritualidade. Temos que fazer nossa luz cristã brilhar para a humanidade. Projetar sobre o pensamento do gênero humano ideais mais salutares e benéficos.

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