terça-feira, 28 de agosto de 2018

O desabrochar da alma


A ALMA nos ilumina a sensibilidade para o bem, para as coisas belas que a natureza nos oferece e que a insensibilidade da mente humana não percebe.

         Estava um poeta passeando por entre cerejeiras sem flor. Dirigiu-se a uma delas: “Fala-me sobre Deus!”, e, sem palavras ela, floresceu”.  É assim que a natureza nos fala sobre o Criador, mostrando flores, frutos, alimento para os pássaros, aroma para o olfato, sombra e abrigo ao viandante.

         Esse diálogo do poeta com a árvore me comove desde quando a li pela primeira vez. Acho que é isso que faz a alma individual desabrochar. Ou melhor, isso é o desabrochar da ALMA; a abertura de nosso sentimento para as belezas da natureza, que incansavelmente nos mostram o grande amor do Criador. Assim, de ALMA aberta podemos agradecer de termos sido colocados nesse jardim natural. Será que o Éden era assim?

         Mas há muitas coisas feias, diriam alguns. Sim, há para as mentes frias e feias que não sabem apreciar o belo. Na verdade, o que o Criador faz é belo e duradouro, alegre e feliz. Essas qualidades podemos ver expressadas por toda parte, basta que “olhemos” com a ALMA. Elas estão aí, bem na nossa frente, esperando nossa atenção. A natureza responde aos estímulos que recebe dos filhos do Criador.

         Uma mulher que cuide de flores com amor, recebe a resposta diretamente em beleza. Um viticultor que trate com amor suas plantas recebe a resposta em frutos vigorosos e abundantes. Um pecuarista que trate dos animais com humanidade recebe o reconhecimento deles em suavidade.

         A máxima da Criação: “a natureza nos olha, tal como a olhamos”. Quando sabemos que o homem da Criação divina é: belo, forte, livre, puro e são, podemos saber o mesmo da natureza ao nosso redor: É bela, forte, livre, pura e sã.

O. Trentini
28.8.18
        

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

UMA VISÃO MAIS ELEVADA DE CIENCIA E CRISTIANISMO



Não raro ideias que alimento antes de pegar no sono, depois aparecem em sonho, e proveem material para continuar pensando. Foi o que ocorreu há poucos dias. Eu estivera elaborando durante o dia ideias a respeito da Ciência do Cristianismo e seu desdobramento espiritual na consciência humana. E essas ideias me acompanharam até vir o sono, ... e o sonho.

No sonho minha esposa e eu havíamos sido convidados por um amigo para assistir ao culto na igreja protestante perto de nossa casa. Aliás temos muitos amigos nessa igreja. Nessa ocasião especial havia um pastor jovem, que era novo na comunidade. Ao chegarmos só encontramos lugar no fundo do templo. Durante o desenrolar do culto o pastor iniciou sua prédica. Sua apresentação foi muito inspiradora (não me recordo do tema) e me cativou o pensamento que se fixou na Ciência do Cristianismo, meu tema preferido. Enquanto o Pastor falava eu me aprofundava em meus pensamentos que buscavam esclarecer se há uma diferença entre os termos Ciência e Cristianismo. Segui nessa iluminação enquanto o pastor seguia na sua pregação. De repente ele parou e disse: “Que luz é essa que aparece lá no fundo?” Foi pessoalmente certificar-se do fenômeno. Quando percebeu que era meu rosto que brilhava (eu não havia notado), convidou-me para ir ao púlpito seguir com a pregação. Fui com ele, mas não sei o que eu disse, pois me acordei antes de falar.

Daí para diante segui na linha do pensar focado na Ciência do Cristianismo. Eu já havia chegado ao ponto de perceber que há um significado próprio e muito profundo de cada termo. O termo Ciência soa ao pensamento humano como um saber, um conhecimento. Geralmente abrange um conceito de saber contrário ao saber divino, sendo que este é associado ao conceito de Cristianismo. As ciências humanas evoluíram enormemente nos últimos tempos a ponto de haver cientistas que se arrogam a capacidade de interferir na natureza qual semideuses (veja-se os clones, e experiências genéticas). Em contraposição, eu advogo uma visão mais transcendental para a Ciência. Para mim a Ciência teria que participar de conceitos supra-materiais os quais fariam parte de uma natureza espiritual afastada da vivência material. Teria de sair de seu nível atual e elevar-se a níveis mais divinos.

Já o termo Cristianismo me evoca imediatamente algo superior aos conceitos humanos de base material. Neste ponto essa visão cria um choque com o que se vê no mundo cristão de hoje. O Cristianismo, como a religião ensinada por Jesus Cristo, tem no seu âmago realizações como as exemplificadas pelo Mestre Cristão. “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 12:14). Outro aspecto íntimo à doutrina de Jesus foi a demonstração do AMOR, amor a Deus e amor ao próximo: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (João 13:35). E ainda deve-se acrescentar que o modelo cristão exemplificava que os seguidores do Mestre buscariam fazer a vontade de Deus, que é o Bem, em todas suas atividades. Por essas e outras me ative a uma visão mais espiritual para entender corretamente o Cristianismo.

Após algum tempo concluí que os dois termos merecem um entendimento mais elevado. Um entendimento que tome o aspecto espiritual como base ou ponto-de-partida de modo exclusivo, sem misturar conceitos espirituais com materiais.   
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Vou resumir minhas conclusões da forma seguinte:

CIÊNCIA:
- é um saber, que transcende o conhecimento baseado nos sentidos;
- é uma consciência, que ‘vê’ o que os olhos não podem perceber;
- é uma universalidade, sem limites de geografia e tempo;
- é um conhecimento de leis universais, inconcebíveis pela ciência material;
- é a compreensão de fatos e fenômenos suprafísicos ou metafísicos;
- é uma inteligência superior, que se aproxima da inteligência divina;
- tem um Princípio que mantém as leis universais (do infinitésimo ao infinito) em ação harmoniosa;
- tem uma lógica superior, desencadeada segundo leis espirituais;
- refere-se sempre, à ação da Mente infinita.

CRISTIANISMO:
- refere-se sempre, a algum aspecto divino;
- fé no bem, de caráter absoluto;
- sentimento, como oposto a raciocínio;
- confiança na ação do bem;
- amabilidade, expressão natural entre seres;
- inclusão, de todos em nossos sentimentos de amor ao próximo;
- Verdades universais, que nos envolvem e apoiam;
- Percepção pelos sentidos da alma, ou Alma;
- Atributos que resultam em frutos espirituais de harmonia, saúde, força, vida, inteligência.
- Alegria: pela visão do bem; pelo amor do Cristo; pela presença de Deus, o Bem;

M.B.Eddy, descobridora da Ciência do Cristianismo, esclarece que: “O Cristianismo e a Ciência que o explica têm como base a compreensão espiritual, e suplantam as chamadas leis da matéria” (CeS, p. 274). Em outra página afirma: “A humanidade vai melhorar por meio da Ciência e do Cristianismo” (CeS, p. 351).

Eddy em várias passagens demonstra sua visão do tema em debate. O capítulo 1, A Oração, do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, começa com a frase:
“A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma absoluta em que tudo é possível a Deus—uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor isento de ego.”

         Analisando essa afirmação é possível identificar os aspectos elevados e especiais da Ciência e do Cristianismo:
         - absoluta em Deus: é Cristianismo; ação da Alma;
         - compreensão espiritual de Deus: é Ciência; ação da mente;
         - Amor abnegado: traço de união entre fé e compreensão espiritual.

         Esses ingredientes atuando em conjunto dão eficácia à oração cristã, tornando sua ação imediata e instantânea (veja-se as curas feitas por JC e pelos apóstolos).

Outro exemplo:
Análise da “Declaração Científica sobre o Existir”, (CeS, p.468) :
“Não há vida, verdade, inteligência nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e Sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo. O Espírito é a Verdade imortal.  A matéria é o erro mortal. O Espírito é o real e eterno. A matéria é o irreal e temporal. O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material, ele é espiritual.” 
Vou expor como entendo agora essa “Declaração” sob a ótica mais elevada de Ciência e Cristianismo:

“Não há vida, verdade, inteligência nem substância
na matéria. ......................................................................Isto é Ciência
Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita,
porque Deus é Tudo-em-tudo ........................... Isto é Cristianismo
O Espírito é a Verdade imortal ...........................Isto é Cristianismo
A matéria é o erro mortal................................................Isto é Ciência
O Espírito é o real e eterno ................................. Isto é Cristianismo
A matéria é o irreal e temporal........................................Isto é Ciência
Espírito é Deus, e o homem é
Sua imagem e semelhança....................................... Isto é Cristianismo
Por isso o homem não é material.................................... Isto é Ciência
Ele é espiritual..........................................................  Isto é Cristianismo

Logicamente cada pessoa tem sua inspiração, mas o que me leva a apresentar a pesquisa é para incentivar a pesquisa metafísica de temas concernentes a nossa vida e existência.

.o0o.

domingo, 5 de agosto de 2018

Mergulhe sem medo ...


Mergulhar em águas pode ter analogia com ato espiritual

Nos dias de verão e calor intenso é muito fácil desejar dar um pulo numa piscina para dar um refresco ao corpo. Outros preferem a orla do mar ou lago para um mergulho refrescante. Um amigo de Dresden, Alemanha, queixou-se do calor que ora se faz sentir na região europeia. Ele e o filho não param de procurar lugar para dar mergulho. Ele que já foi salva-vidas conhece bem a arte e o prazer de mergulhar em águas convidativas.

         Comentou ele que ao entrar na água, ela ocupa todo o espaço ao nosso redor. Na água não há ar seco e quente, apenas água que nos molha e refresca. Ninguém tentaria impedir que a água ocupasse o lugar que nos envolve, pois essa tentativa fracassaria totalmente. E é tão bom sentir o contato da água com o corpo; isso nos dá alegria e felicidade e sensação de bem-estar.

         Esse amigo tem uma mente muito voltada para coisas espirituais, e no embalo do tema, comentou que o mergulhar na água e ser rodeado totalmente por ela sem que nada possa impedir, ele assemelhou a um ‘mergulho’ em oração na consciência da  presença de Deus. Então somos rodeados e tocados por essa presença infinita (que os olhos não veem) mas que podemos perceber como um inexplicável sentimento de bem-estar, de alegria, de saúde, de que tudo está OK. Assim como ficamos molhados ao entrar na água, assim ficamos inspirados ao mergulhar na oração ao  amoroso Pai-Mãe. É um contato íntimo e forte, prazeroso e salutar. Sentimos isso ao nosso redor por todos os lados.

         Mergulhar na consciência do Divino é saber-se rodeado das qualidades divinas e impulsionado a agir de acordo com elas. É como entrar na água e ficar totalmente molhado. A Bíblia nos fala dos atributos de Deus e cita: a Vida, a Verdade, o Amor, o Espírito. Então, mergulhados na oração e na Mente podemos sentir-nos rodeados de Vida, de Verdade e de Amor, todos ligados ao Espírito infinito que ocupa todo o espaço. Podemos sentir-nos intimamente ligados a esses atributos que se manifestam com o bem em nossa vida; o bem que inclui saúde e alegria, força e sabedoria, pureza e amabilidade, renovação e vigor.

         A Bíblia fala em muitas instâncias na questão da água, entre as quais está no suprimento que os pescadores podem achar ao lançarem suas redes. Quando mergulhamos nesse mar da Mente que supre nossas necessidades, cessam todas as preocupações, solucionam-se todos os problemas, vai-se a tristeza e fica a satisfação e a felicidade. Assim como não podemos mergulhar em águas rasas, também nas águas da Mente não devemos buscar águas rasas, que simbolizam nossa posição de aceitação de opostos em nossas vidas. MBEddy aborda a questão da seguinte forma:
“Não podemos sondar a natureza e a qualidade da criação de Deus, mergulhando nas águas rasas das crenças mortais” (CeS, p.262).

 Em nossas orações devemos tomar esse cuidado de não “mergulhar em águas rasas” que não tenham profundidade nem espiritualidade.

         Assim como não podemos impedir que água nos molhe quando mergulhamos numa piscina, assim, quando mergulhamos na oração da Mente nada pode impedir que as energias divinas do Espírito Santo, da Vida eterna sejam em nós manifestadas, sem depender do corpo físico. Quando mergulhamos no Amor divino, somos tocados por todos os lados por essas qualidades, e incluimos a todos com elas. Quando mergulhamos na Vida eterna perdemos a noção da vida limitada dos sentidos. Quando mergulhamos na Verdade infinita perdemos a noção dos pseudo fatos da existência material. Quando mergulhamos no Espírito absoluto, a consciência da matéria se esvai como uma névoa. Quando mergulhamos na Mente infinita temos consciência apenas dos fatos imortais da criação divina.

         Eddy também  compara o batismo como “imersão no Espírito” (CeS, p. 581), e sabemos agora que nessa imersão ou mergulho somos tocados por todos os lados com as qualidades do Espírito e, que nada e ninguém pode nos separar desse contato benfazejo, assim como nada e ninguém pode impedir que o Espírito, o Bem nos, “molhe” e manifeste em nós Suas aptidões.

         Então amigos! Vamos dar ‘aquele’ mergulho?
.0.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

PURA ORAÇÃO


‘Pura oração’ é oração eficaz

Diz o relato bíblico que Jesus passava noites orando a Deus, no alto de algum monte, a sós com sua consciência—fechado em ‘seu quarto’ interior.

O prezado leitor já tentou passar uma noite em oração? Que tipo de oração nos ocorre? Que tipo de oração ocorria ao Mestre Cristão? Ele se recolhia por necessidade própria; e suas orações, com certeza, não eram repetições e repetições de algum texto (dos Salmos, por exemplo, que ele conhecia muito bem). Cristo Jesus orava em defesa de seu ministério de trazer aos homens uma visão mais espiritual da existência do homem como imagem e semelhança do Deus criador do universo. Em suas orações despejava seu pensamento para retempera-lo com espiritualidade.

         No Jardim de Getsêmani, pouco antes de ser preso, o evangelho relata como Jesus orava. Falava baixinho, de si para si mesmo. Seus discípulos ali perto, não o ouviram, nem entenderam o sagrado e grave momento do qual participavam. “Pegaram no sono!” Como vieram as palavras de Jesus a serem registradas no evangelho se ninguém ouviu o que ele disse? (.....) Para mim é um mistério. Ou Jesus contou aos discípulos, ou eles inventaram (e neste caso o registro bíblico perde em valor espiritual).

         Naquela noite no horto, o Mestre estava diante de um dilema que o atormentou humanamente: ‘Será que seus ensinamentos e realizações seriam suficientes para fazer os homens reconhecerem a nova visão da ordem celestial que ele demonstrou de modo prático entre o povo, enquanto pregava o novo evangelho e enquanto era sacrificado na cruz?’ Sua oração:
“Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu    quero e sim como tu queres” (Mat. 26:39),
demonstra que a natureza divina estava sempre em primeiro plano na sua consciência; e foi o que ensinou na oração do Senhor (‘Faça-se a Tua vontade’). Ele sempre ensinava pelo exemplo.

         Quando Jesus retornava de suas seções particulares de oração durante a noite, ele voltava cheio de graça. Multidões vinham ao seu encontro trazendo seus doentes para serem curados. Como sabiam que ele os curaria? A espiritualidade e graça de que estava tomado, se externava visível e sensivelmente. Deve ter sido algo fantasticamente maravilhoso de se ver! Todo esse quadro emoldurado pela cena humana mostrando um estado da perfeição do existir, era fruto da ‘pura oração’ que o Mestre exercitava.

         Eu chamo de ‘pura oração’ a oração que fazemos com total imersão no senso espiritual de seu conteúdo. É uma oração silenciosa. Nenhum pensamento estranho ao conteúdo da oração é permitido permanecer. Em havendo uma intromissão de pensamento indesejado, este logo é estancado e posto de lado. Como base para a Pura Oração (P.O.) podemos tomar algum texto bíblico que saibamos de cor; por exemplo, Salmo 23 ou 91, ou a “Exposição Científica Relativa ao Existir”, de Mary Baker Eddy (ver CeS, p. 468). A própria Lição Bíblica pode ser usada na P.O.  
  
Eddy exemplifica com o Pai-Nosso:
    “Só à medida que nos elevamos acima de tudo aquilo que se fundamenta nos   sentidos materiais e acima de todo pecado, podemos alcançar a aspiração celestial e a consciência espiritual indicada na Oração do Senhor, e que instantaneamente cura os doentes(CeS, p. 16).

A pureza mental e a cordial (da mente e do coração) é a condição para se realizar a ‘pura oração’, não importando as palavras da oração usadas pelo orador. Na verdade, a ‘pura oração” é uma atividade mental ligada à Ciência divina, a qual é desenvolvida no reino das ideias. A ‘pura oração’ está intimamente ligada aos ingredientes espirituais da oração eficaz que a Sra. Eddy expõe no capítulo primeiro do livro texto: “fé absoluta em Deus, compreensão espiritual e amor abnegado” (ver CeS, p.1).

O Cristianismo, como Jesus nô-lo legou, é uma religião de práticas e demonstrações daquilo que professamos verbalmente. A ‘pura oração’ tem um lugar fundamental nesse universo de ideias e ideais. Sem ela, nossas orações soariam como palavras ao vento, ainda que ditas com tom coletivo.   
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