Para
fazer um pedido a Deus tem de saber pedir
Os
cristãos são ensinados a rogar ou pedir a Deus por suas necessidades. Nada mais
acertado. Mas cada pedinte deveria ter bem claro os motivos para fazer o
pedido, as expectativas de atendimento, a certeza do merecimento. Uma coisa que
precisa estar claro também é que o Pai atende necessidades humanas, não
vontades humanas.
A
indagação do título desta crônica faz parte de uma família de questões de fé. Cada
pergunta tem uma questão implícita que pode encaminhar devidamente nossa
petição.
O que você pede a Deus? Sabe-se que alguém faz uma petição a Deus porque tem
alguma necessidade, ou melhor, sente falta de algo que muito quer: bens,
suprimentos, dinheiro, carros, casas, coisas medidas em quantidades;
conhecimento, superar obstáculos, expressar mais qualidades boas. O que você
está pedindo é algo que o Pai normalmente supre a Seus filhos? Você sente falta
desse “algo”? Parece que Deus lhe esqueceu ou excluiu do rol de beneficiados?
Corrigir esses pensamentos é um passo que deveria anteceder o pronunciamento da
petição.
A quem você se dirige quando faz um
pedido? Você tem em mente um
Ser Supremo que ama Sua criação e zela por ela, ou faz o pedido a um ser
antropomórfico sentado num trono no céu, de longas barbas brancas, observando
os homens para ou ajudar ou castigar? Este é o Deus apresentado à humanidade há
séculos e aceito como único. Se for este seu conceito a respeito da Divindade Infinita, recomendo uma
reformulação, pois tal Ser imaginado não é Deus e não pode fazer nada. Você se
dirige em oração diretamente a Deus ou a algum intermediário? Veja bem a quem
dirige seu pedido.
Quando você faz um pedido a Deus? De vez em quando,
conforme as necessidades ou circunstâncias? Isso não é suficiente, pois dá a
impressão que você só se lembra do Pai divino e Todo-poderoso quando algum
problema aperta. Quando foi a ultima vez que pediu algo ao Pai?
De que modo você faz o pedido? Em sagrado recolhimento, ou abertamente para que outras
pessoas saibam? Quanto mais reservado o momento da petição tanto mais próximo
você se sentirá do Pai e mais certo será o atendimento. O pedido que fazemos a
Deus é assunto reservado aos dois interessados – você e Deus. É um momento
sagrado que não pode ser compartilhado para não ser espoliado. O modo de fazer
um pedido corretamente foi ensinado pelo Mestre Cristão, Jesus Cristo:
“Quando orares,
entra no teu quarto e, fecha a porta, orarás a Teu Pai que está em secreto; e
Teu Pai que vê em secreto te recompensará abertamente” (Mateus 6: 6).
Não se esqueça de que Deus conhece
nossos pensamentos antes mesmo que expressemos em palavras.
Você sente que merece receber o que
é pedido? A
expectativa de atendimento mostra uma sintonia de alma e mente com o Doador,
Deus, e demonstra afinidade e proximidade espiritual. Cito novamente o que
Cristo Jesus que recomendou:
“Por isso, vos
digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11: 24).
Quem
é merecedor do atendimento se predispõe a ser grato antes mesmo de ver o
resultado de sua petição.
Pedir a Deus é como pedir a um
amigo? Pode ser, se consideramos o Pai Supremo como o
identificou Jesus no Pai-Nosso: “Abba-Pai”, ou seja, papai!. Pedir algo ou um
favor a um amigo nos deixa na expectativa de receber o que foi pedido.
Você sente gratidão junto com a
expectativa? A sensação de alegria junto com a
expectativa de uma resposta positiva do Pai-Mãe, aliada ao entendimento de que
Deus já atendeu, abre o caminho para o sentimento de gratidão antecipada. O
Mestre Cristão deu exemplo dessa disposição no evento da ressurreição de Lázaro:
“Pai,
graças
te dou porque me ouviste” (João 11: 41).
Mary Baker Eddy também cita esse
sentimento nobre:
“Somos realmente
gratos pelo bem já recebido? Então... estaremos preparados para receber mais” (CeS,
p. 3).
Você está pronto para uma resposta
negativa? Esta é uma pergunta
um tanto desafiadora; mas ela é válida nos casos em que estamos pedindo algo
que não servirá para nosso adiantamento moral e espiritual. Aqui entra o fator
humildade na questão do pedir a Deus. Conta-se que um garoto era conhecido por
suas orações a Deus. Certa feita, no âmbito de uma exposição de animais, ele
gostou especialmente de um pônei. Então, recomendaram-lhe que pedisse a Deus. O
que o garoto fez. Dali a pouco foi novamente interpelado, face a não
concretização do pedido. “Deus não ouviu tua oração?”. “Ah, ouviu sim, mas Ele disse Não!” Essa
disposição pura e inocente e do garoto serve de exemplo para nossa disposição
ao fazer um pedido a Deus.
PONTO
METAFISICO:
Pedir
a Deus por causa de uma carência, tem na base um pensamento e reconhecimento
dessa falta, de que carecemos de algo. Sabendo, sempre, que Deus tem o
suprimento pronto, nos ajuda a afastar “ganchos” que tenderiam a trancar ou
reter a solução de se manifestar visivelmente em nossa experiência. As diversas
perguntas que foram formuladas acima servem para remover esses “ganchos”. A
fixação do pensamento em algo que nos falte, quero dizer que parece nos faltar, precisa ser erradicada
para vermos o caminho livre até a consecução do pedido.
Jesus
Cristo tinha um pensamento livre de limitações sugeridas pelo senso material.
Seu “segredo” ele revelou no Sermão da Montanha:
“Deus, vosso
Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais” (Mateus
6: 8).
Uma
dúvida atroz talvez assalte o pensamento humano desavisado: “Se Deus sabe o que
preciso, porque Ele me deixa passar necessidade ou me deixa sofrendo?” A quem
faça tal indagação está na hora de saber que a visão de carência humana é pura
ilusão mental, qualquer que seja sua natureza ou forma visível. Por isso é que
Jesus ressaltou a seus seguidores, como foi indicado acima: crede que já
recebestes, é o mesmo que dizer: saibam que nada
lhes falta!
O
ímpeto/impulso de nos dirigirmos a Deus por algo que desejamos ou queiramos é
sinal de fé cristã que encontra no Salmo da Proteção uma forte ajuda, e que
promete ajuda a qualquer tipo de petição:
“Eu salvarei
aqueles que me amam e protegerei os que reconhecem que eu sou Deus, o Senhor.
Quando eles me chamarem, eu responderei e estarei com eles nas horas de
aflição. Eu os livrarei e farei com que sejam respeitados. Como recompensa, eu
lhes darei vida longa e mostrarei que sou o seu Salvador” (Salmo
91: 14-16, NTLH)
...oo0oo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário