“A razão
é a mais ativa das faculdades humanas.” (CeS, 327)
“Para raciocinar corretamente deve estar presente
no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual” (CeS, p.
492), aconselha Mary Baker Eddy. É uma
advertência severa para nossas atividades mentais. O raciocínio a respeito do
mundo só é correto se tiver por base o aspecto espiritual. Isso quer dizer que
as inumeráveis opiniões lançadas pelo saber humano não são corretas? Sim,
falando metafisicamente. Mas, para a humanidade tais opiniões são importantes
pois orientam toda vida/atividade sobre a terra. Se essas opiniões estiverem
baseadas na consciência espiritual, elas seriam tanto mais benéficas e eficazes.
Busco novamente a opinião de Eddy:
“A razão, bem dirigida, ajuda a corrigir os
erros do senso corpóreo [sentido humano]” (CeS, p. 494).
Enquanto que a “razão mal orientada é
pior que o instinto” (idem
p. 220).
A
razão humana associada ao intelecto orienta a humanidade nos seus afazeres e na
sua busca de felicidade, saúde e realização.
Em se permitindo que ela seja dirigida adequadamente podemos ter a
certeza de que os melhores resultados advirão nos empreendimentos humanos.
Comércio honesto, política visando o bem-estar social, justiça que castiga a
mente malfeitora, família que se orienta pela estabilidade, escolas ensinando a
verdade e o bem, atividades profissionais buscando o interesse e satisfação de
todos, esporte sem menosprezar os contendores. Essa mesma razão orientada
espiritualmente engendra realizações ainda maiores e mais benéficas. Cristo
Jesus foi grande exemplo disso.
“Deus dotou o homem com direitos
inalienáveis, entre os quais estão o governo de si mesmo, a razão e a
consciência.” (CeS, p.106).
Sendo
a razão uma dádiva divina, podemos considera-la também um direito (divino)
frente às circunstâncias humanas e materiais que se apresentem como tais. Usar
um direito que nos é outorgado, nos ajuda no desempenho dos deveres diários
frente a compromissos humanos, profissionais, esportivos, familiares. Se o
direito tem origem divina, é tanto mais importante sabermos os deveres que
antecedem o usufruto do direito. Todo o direito tem um ou mais deveres prévios,
mesmo no mundo das atividades humanas. Reivindicar direitos trabalhistas é uma
ocorrência que se vê comumente no mundo comercial. Lamento que não se veja o
mesmo empenho em demonstrar o reconhecimento dos deveres, bem como a
determinação de cumpri-los.
Quando
vemos a razão como uma dádiva divina,
ou seja, um direito inalienável outorgado pelo Pai, buscaremos seriamente o uso
de nossas melhores aptidões espirituais para exercício compatível desse direito
com as diretrizes dos atributos divinos. Façamos bom uso dessas dádivas do Pai
divino para o bem da nossa humanidade! O uso adequado da razão bem dirigida por
orientação divina, expande nossas aptidões bem acima do rendimento normal e
humano. É Eddy quem nos chama a atenção para resultados inesperados quando
fazemos uso da razão bem dirigida:
“As capacidades humanas se ampliam e se
aperfeiçoam na proporção em que a humanidade alcança o verdadeiro conceito
a respeito do homem e de Deus” (CeS,
p. 258).
O
grande Mestre Cristão, Cristo Jesus, mostrou e demonstrou o enorme alcance das
capacidades humanas quando orientadas por uma consciência completa a respeito
do homem e de Deus. Quem se arvoraria a realizar obras como as de Jesus? Todo
cristão deveria assumir tal posição, pois foi o Mestre quem disse:
“Todo aquele que crê em mim, fará também as
obras que eu faço” (João 14:12).
Se
ainda não realizamos as mesmas obras, é porque está faltando alguma coisa em
nosso cristianismo, ou seja, em nosso modo de compreender e demonstrar os
ensinamentos do fundador do Cristianismo. Ele ensinou uma teologia de aplicação
dos conceitos cristãos espirituais a respeito do Criador, da criação, do
universo de ideias, assim como uma sublimação do conceito sobre a identidade do
homem. Este como imagem e semelhança de Deus, tem uma existência espiritual,
não material; goza e expressa as qualidades intrínsecas da divindade que não
são compartilhadas com o mundo material. Eddy faz uma colocação interessante:
“O
sonho de que a matéria e o erro sejam alguma coisa tem de ceder à razão e à
revelação... Ficará claro que o harmonioso é real, e o desarmonioso é irreal.”
(CeS, p.347).
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