A
evidência de escassez de algo em nossa vida pode denotar pobreza de pensamento!
A
sociedade humana sente o problema da escassez nos mais diversos aspectos de sua
existência. Por todos os lados ouvem-se relatos ou manifestações ou queixumes
de riquezas ou bens mal distribuídos; fala-se de falta de dinheiro, de bens,
alimentos, trabalho, segurança, saúde, moralidade, etc. Não raro a mente humana
culpa o Criador por tais diferenças, como se Ele permitisse que alguns de Seus
filhos gozem de abundância e outros sofram de privação. Tolo engano do pensar
humano. Esse erro de crença da humanidade sobre a verdadeira natureza do Pai
Supremo, a Mente infinita, vem de muitos séculos e é a causa de muitos dos
problemas de escassez.
Pode
essa manifestação de escassez ser vencida ou modificada? Nos afazeres humanos,
na administração pública, nas políticas nacionais, as diferenças podem ser
vencidas por gestões honestas e transparentes; já na gestão familiar a escassez
pode ser combatida pela orientação de zero-gastos desnecessários. Mas isso não
é suficiente. Para acabar com a escassez deve-se chegar à raiz da mesma. E qual
é essa raiz? O erro de que a materialidade seja a fonte de todo bem. Quando
deixarmos de olhar para a matéria como fonte de suprimento, estaremos tocando a
raiz do mal. O mal básico são as crenças materialísticas que abrigamos na
consciência.
Uma
consciência espiritualizada que se afasta da materialidade como realidade,
aproxima-se da consciência semelhante à de Cristo que só reconhecia como real o
que está em Deus ou vem de Deus. Deus é Espírito infinito, todo-poder,
toda-presença, todo-bem. Como um todo não tem partes ou porções, e esse todo é
a fonte de nosso ser e nosso suprimento. O Salmista retratou no Salmo 23 todo
seu reconhecimento da Verdade suprajacente:
“O Senhor [Deus infinito]
é meu Pastor; nada me faltará” (Salmo
23: 1).
Qualquer
pessoa, em qualquer lugar do mundo, em qualquer tempo, que abrigue tal
entendimento do fato divino, cantará com o Salmista. Quem mantiver tal
reconhecimento na consciência, sem qualquer vacilação ou dúvida, nunca sofrerá
de escassez, mas gozará de abundância. O segredo na aplicação dessa regra está
na firmeza da convicção do fato. As mensagens espirituais da Bíblia nos dão o
rumo:
“A fé é a certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem” (Hebreus 13:1)
A fé
absoluta é a convicção dos fatos espirituais que não são percebidos pelos
sentidos físicos porque não fazem parte do mundo material, embora este mostre
os efeitos da presença e ação dos fatos espirituais. A força geradora não é
vista, mas os efeitos sim.
Os
leitores que valorizam a mensagem bíblica encontram diversos relatos de
superação de recursos limitados diante de necessidades humanas. O Mestre Cristo
Jesus demonstrou mais de uma vez a suficiência de alguns pães e peixes para
alimentar multidões, que o seguiram ao deserto para ouvir sua mensagem e
constatar suas curas. Moisés demonstrou superação de escassez de água em um
lugar privado do líquido precioso e vital. Obedecendo a ordem divina, foi ao
local onde só havia umas rochas. Após golpear uma delas, jorrou água em
abundância para o povo e o gado.
Houve
um incidente com Pedro e Jesus que contém um ensinamento para os dias de hoje.
Era na época da coleta de imposto pelo império romano. O Mestre e seu discípulo
não tinham isenção de tal obrigação fiscal. Foi Pedro quem avisou o Mestre
sobre essa questão. Jesus disse a Pedro que fosse pescar e do seu trabalho
obteria o dinheiro necessário. Pedro obedeceu e a demanda foi atendida.
“Vai ao mar, lança o anzol, e o
primeiro peixe que fisgar, tira-o e, abrindo-lhe a boca, acharás um estater.
Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti” (Ver Mateus 17: 24-27).
Qual
o ensinamento para nós nesse relato? O Mestre mandou que Pedro fizesse aquilo
que era de sua profissão: pescar. O modo de empregar essa aptidão, sendo de
acordo com a lei de Deus, é fonte de suprimento para necessidades humanas. Vale
para nós: quando a integridade e a ética orientam nosso labor, podemos confiar
em Deus para a retribuição suficiente e adequada. Confiança dessa verdade e
convicção de sua eficácia, que embasem nosso trabalho, sempre produzirão frutos
abundantes.
O
Mestre Jesus, em seu sermão no monte, enfatizou a seus ouvintes (e seguidores
até o dia de hoje) que a preocupação com nossa dispensa ou roupeiro não deve
estar em primeiro plano. Disse:
“Não vos inquieteis, dizendo: Que
comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?” (Mateus
6: 31).
Ele mesmo
propõe a solução:
“Buscai
em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Idem 6: 33).
O
sábio rei Salomão escreveu em seus livros de sabedoria:
“Deveras me apliquei a todas estas
cousas para entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e os seus feitos
estão nas mãos de Deus” (Eclesiastes 9: 1).
O que aprendi desse
versículo é que quando atuamos com sabedoria e justiça em nossos afazeres (demonstrando
atributos morais que se manifestam em honestidade, pontualidade, respeito aos
demais), não buscando a retribuição em primeiro lugar, o fruto de nosso
trabalho vem das mãos do Pai Divino. Este sempre retribui conforme nossa atuação
e nossa consciência de união a Ele.
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