A questão dos direitos
humanos é discutida em todas as camadas sociais. Emprega-se muita energia em
movimentos e aglomerações, em debates e acusações. Ouve-se muitas críticas, às
vezes candentes outras vezes redundantes. Prestando-se atenção a qualquer
discurso em favor dos direitos humanos, dificilmente se ouvirá referência aos
deveres correspondentes. Por que essa ausência, se direitos estão intimamente
ligados e dependentes de deveres? O dito popular é verdadeiro: “Quem quer o
bônus, tem o ônus”. Qualquer pessoa que queira ser coerente no seu discurso
sobre direitos humanos precisará incluir no quadro os deveres humanos.
Assim como não há
direitos sem deveres, a recíproca também é verdadeira, não há deveres sem os
respectivos direitos deles decorrentes. Quem cumpre seus deveres sociais e pessoais
tem direito a reivindicar os benefícios de seu compromisso. A situação ruim na
sociedade é quando se fazem reivindicações de direitos sem ter cumprido deveres
respectivos. Esse mal não é exclusivo de um país. O que se vê na Europa com a
invasão de exilados do oriente médio, é que essas pessoas conhecem suas
necessidades que são prementes, mas não raro, pensam que têm direito de
reclamar sustento, para quem elas não exerceram o cumprimento de deveres. É um
problema social e político mesmo para países desenvolvidos economicamente.
O que ninguém pode
esquecer é que o direito de alguém esbarra no direito de outrem. Se
caminhoneiros fecham estradas, ou grupos sociais fecham ruas movimentadas na
cidade, estão exercendo a liberdade que a autoridade lhes dá para
manifestar-se. Mas e o direito de ir e vir dos demais cidadãos, que em geral
nada têm a ver com o pleito dos manifestantes? Se eu falo de meus direitos,
tenho que saber dos meus deveres, e se falo dos deveres de outros tenho que
saber que eles também têm direitos.
A busca do equilíbrio
entre essas duas faces do dilema daria ao cidadão equilíbrio emocional, o que,
uma vez generalizado, geraria uma sociedade mais equânime e menos beligerante. Cidadãos
de todos os níveis econômicos, empregados e empregadores, dirigentes e
subordinados, alunos e professores, e assim por diante, buscando o equilíbrio
próprio criaria uma sociedade mais justa, interessada em vir ao encontro dos
necessitados e estes se empenhando em cooperar dentro de suas possibilidades.
Assim veríamos deveres cumpridos e direitos observados.
Precisaríamos de um
mundo melhor?!
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