O motivo para
orar a Deus deve ser o amor
Os cristãos em sua vida religiosa têm inúmeros motivos para
recorrerem ao Pai celestial. Normalmente a gente enumera os aspectos negativos,
ou seja os problemas, como motivos para recorrer a Deus. Mas para sermos fiéis
às instruções da Bíblia, não devemos esquecer os bons motivos. Estes são mais
importantes do que aqueles.
É muito fácil para alguém recontar os momentos em que
recorreu a Deus por causa de algum aperto, seja ele físico, moral, financeiro
ou pessoal. Muitas vezes foi o último recurso ao qual pensara recorrer, mas
premido pelo medo ou desespero acaba por buscar esse recurso. Há vezes em que o
arroubo do espanto momentâneo nos tira dos lábios: “Meu Deus!” e nem sequer
pensávamos nEle. Haja paciência de nosso bom Pai para agüentar tanta
hipocrisia! Sorte nossa que Seus atributos de graça e misericórdia não têm limites.
Se Ele agisse como os humanos, revidaria na primeira oportunidade. Então sim, Ai
de nós!
Que bons motivos podem ou devem levar uma pessoa a recorrer a
Deus em caso de premência? Dentro da família humana são os pais a quem os
filhos fariam bem recorrer diante de algum desafio, e nossos pais não se
sentiriam à vontade se fossem deixados por último. “Por que não nos procuraste
logo?” seria a primeira pergunta. Um filho que não teme aos pais, mas pelo
contrário os ama e respeita, falaria em primeiro lugar com eles. Se ele os teme talvez deixe a consulta para
outra ocasião, por causa da repreensão, talvez.
Vê-se nesse exemplo que o amor dentro a família aproxima seus
membros. Não é diferente na família divina. Deus como nosso Pai-Mãe gosta de
ver Seus filhos recorrendo a Ele para solucionar problemas. É o Salmo 91 que
nos dá o mais belo exemplo de como recorrer a Deus. É o meu texto favorito: “Porque a Mim se apegou com amor, Eu o
livrarei. Pô-lo-ei a salvo porque conhece o Meu nome” (91: 14). Há tantos
outros que mostram o amor do Pai para com Seus filhos, mas esta frase soa para
mim com destaque especial. É porque já atravessei situações difíceis de
problema físico, e esse versículo foi o chamado que me tocou o pensamento. O
medo, quase pavor que me dominava na ocasião, me deixava tremendo dos pés à
cabeça. A mensagem importante me passou
acima do pavor. O importante é apegar-se Deus “com amor”, não com medo. Deus ouve o apelo e atende a oração
dirigida a Ele com amor; e isso tem lógica, pois Deus mesmo é amor, e como
podemos nos dirigir a Ele sem ser por amor? Como falar com o AMOR sem ter amor
no coração? Esse é o sentimento que nos une a Deus imediatamente e apaga toda e
qualquer inclinação mental oposta de medo e/ou rancor. Quando nos voltamos a
Deus com amor, estaremos atentos às Suas palavras, gozaremos com Sua graça,
cheios de expectativa de receber DELE o melhor para nós.
Existe algo impossível para Deus? Não. Esta convicção
nos vem com clareza quando oramos a Deus
levados pelo amor, e depois disso a aflição se vai, o medo se vai, a preocupação e os etcs se
vão. Primeiro sentimos uma grande paz e
alegria com a consciência de que o Pai-Mãe está conosco, sempre. É um momento
de profunda reflexão do Bem presente, aqui e agora. Não queremos sair
dessa consciência. Depois vem a
percepção de estamos bem e que o corpo não profere queixa alguma. Houve uma
cura espiritual.
Esse resultado por mais almejado que seja, não deve ser o
motivador da oração ou recurso a Deus. Nosso motivo deve ser o de demonstrar
nosso amor ao Pai-Mãe. Quando dizemos a Deus o que precisamos e qual solução
almejamos dEle, nossa oração deveria que ser posta entre aspas, pois isso não é
mais oração. Isso não passa de uma tentativa de ensinar a Deus como solucionar
nosso problema. Nós pedimos mas queremos que Ele faça como nós desejamos. A fé não funciona assim. Quando pedimos a Deus,
tem que ser com a humildade de deixar que Ele faça conforme Sua vontade, pois
Ele conhece nossas necessidades, antes mesmo de Lhe pedirmos algo.
Na Oração do Senhor, o Mestre ensinou-nos a orar: “Faça-se a Tua vontade assim na terra como no
céu” (Mat. 6: 10), e, a menos que realmente deixemos que Ele governe, nossa
oração não será oração e não teremos certeza de que será ouvida. Sei que isso é
assim, pois já passei por todas essas fases, com desfechos tanto positivos como
também negativos. Com o tempo aprendemos a lição, o recurso divino torna-se o
primeiro recurso e não haverá tentação de usar outro. No livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras
Mary Baker Eddy indica como entender o versículo acima citado. Diz ela: “Faze-nos saber que, como no céu assim também
na terra, Deus é onipotente, supremo” (p. 16).
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