terça-feira, 1 de outubro de 2019

A RAZÃO BEM DIRIGIDA


 “A razão é a mais ativa das faculdades humanas.” (CeS, 327)

“Para raciocinar corretamente deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual” (CeS, p. 492), aconselha Mary Baker Eddy. É uma advertência severa para nossas atividades mentais. O raciocínio a respeito do mundo só é correto se tiver por base o aspecto espiritual. Isso quer dizer que as inumeráveis opiniões lançadas pelo saber humano não são corretas? Sim, falando metafisicamente. Mas, para a humanidade tais opiniões são importantes pois orientam toda vida/atividade sobre a terra. Se essas opiniões estiverem baseadas na consciência espiritual, elas seriam tanto mais benéficas e eficazes. Busco novamente a opinião de Eddy:

“A razão, bem dirigida, ajuda a corrigir os erros do senso corpóreo [sentido humano]” (CeS, p. 494). Enquanto que a “razão mal orientada é pior que o instinto” (idem p. 220).

A razão humana associada ao intelecto orienta a humanidade nos seus afazeres e na sua busca de felicidade, saúde e realização.  Em se permitindo que ela seja dirigida adequadamente podemos ter a certeza de que os melhores resultados advirão nos empreendimentos humanos. Comércio honesto, política visando o bem-estar social, justiça que castiga a mente malfeitora, família que se orienta pela estabilidade, escolas ensinando a verdade e o bem, atividades profissionais buscando o interesse e satisfação de todos, esporte sem menosprezar os contendores. Essa mesma razão orientada espiritualmente engendra realizações ainda maiores e mais benéficas. Cristo Jesus foi grande exemplo disso.

Deus dotou o homem com direitos inalienáveis, entre os quais estão o governo de si mesmo, a razão e a consciência.” (CeS, p.106).

Sendo a razão uma dádiva divina, podemos considera-la também um direito (divino) frente às circunstâncias humanas e materiais que se apresentem como tais. Usar um direito que nos é outorgado, nos ajuda no desempenho dos deveres diários frente a compromissos humanos, profissionais, esportivos, familiares. Se o direito tem origem divina, é tanto mais importante sabermos os deveres que antecedem o usufruto do direito. Todo o direito tem um ou mais deveres prévios, mesmo no mundo das atividades humanas. Reivindicar direitos trabalhistas é uma ocorrência que se vê comumente no mundo comercial. Lamento que não se veja o mesmo empenho em demonstrar o reconhecimento dos deveres, bem como a determinação de cumpri-los.

Quando vemos a razão como uma dádiva divina, ou seja, um direito inalienável outorgado pelo Pai, buscaremos seriamente o uso de nossas melhores aptidões espirituais para exercício compatível desse direito com as diretrizes dos atributos divinos. Façamos bom uso dessas dádivas do Pai divino para o bem da nossa humanidade! O uso adequado da razão bem dirigida por orientação divina, expande nossas aptidões bem acima do rendimento normal e humano. É Eddy quem nos chama a atenção para resultados inesperados quando fazemos uso da razão bem dirigida

“As capacidades humanas se ampliam e se aperfeiçoam na proporção em que a humanidade alcança o verdadeiro conceito a respeito do homem e de Deus” (CeS, p. 258).

O grande Mestre Cristão, Cristo Jesus, mostrou e demonstrou o enorme alcance das capacidades humanas quando orientadas por uma consciência completa a respeito do homem e de Deus. Quem se arvoraria a realizar obras como as de Jesus? Todo cristão deveria assumir tal posição, pois foi o Mestre quem disse:
“Todo aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 14:12).

Se ainda não realizamos as mesmas obras, é porque está faltando alguma coisa em nosso cristianismo, ou seja, em nosso modo de compreender e demonstrar os ensinamentos do fundador do Cristianismo. Ele ensinou uma teologia de aplicação dos conceitos cristãos espirituais a respeito do Criador, da criação, do universo de ideias, assim como uma sublimação do conceito sobre a identidade do homem. Este como imagem e semelhança de Deus, tem uma existência espiritual, não material; goza e expressa as qualidades intrínsecas da divindade que não são compartilhadas com o mundo material. Eddy faz uma colocação interessante:
           
         “O sonho de que a matéria e o erro sejam alguma coisa tem de ceder à razão e à revelação... Ficará claro que o harmonioso é real, e o desarmonioso é irreal.” (CeS, p.347).
.o.


terça-feira, 13 de agosto de 2019

“Tu, meu Pai”


Não é pecado tratarmos Deus com intimidade: Papai do céu


Os Cristãos que estudam a Bíblia encontram no livro sagrado muitas referências a Deus. O nome do todo-poderoso é muitas vezes referido como o Senhor, para  obedecer o Mandamento: Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Êxodo 20:7). A leitura dos textos bíblicos que incluem essa designação para Deus, como que deixa transparecer uma certa conotação de distância entre o locutor e a divindade. O Senhor lá em cima, e eu aqui em baixo; o Senhor no Seu reino divino e nós aqui na terra instável
O Mestre Cristo Jesus, ao inaugurar a Nova Aliança—o Novo Testamento—trouxe  à baila, ou melhor, reforçou o conceito de Deus e homem unidos. Sua vida e sua pregação nos servem de exemplo e orientação. Ele destacou o conceito de Deus como Pai, conceito esse mostrado algumas poucas vezes no Antigo Testamento (Ver Salmo 2: 7: “Tu és meu filho, eu hoje te gerei”). Sempre que o texto sagrado expõe um diálogo de Jesus Cristo com Deus, o tratamento é de Tu, Pai, eu, filho. Nos momentos mais sagrados e até no momento extremo antes da crucificação, Jesus sempre se dirigiu a Deus como Pai, um ser bem perto a ele: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), “Pai,... passa de mim esse cálice” (Mateus 26:39).
     Quando deu aos seus seguidores aquela conhecida oração que denominamos Pai-Nosso, estava dando-lhes a lição que deveriam aprender e usar, qual seja, a de vermos a Deus como nosso Pai. “Vós orareis assim (Mat. 6: 9-15). Ele até empregou a palavra “Aba, pai” que, traduzido, corresponde ao tratamento Papai, um Ente muito chegado a nós. Aliás a primeira frase da oração poderia ser pensada assim: “Nosso Papai, do céu...” Não estaremos cometendo nenhum sacrilégio se dissermos a Oração do Senhor com esse predicado: Papai. Se além de falarmos também sentirmos essa proximidade―essa união―a Deus com íntima quietude, então a nossa oração terá para nós um resultado bom e abençoado. Por certo é uma oração que atende a todas as necessidades humanas.
Em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy expande ainda mais o conceito da união do homem com Deus, ao referir-se a Ele como Mente. Diz ela:
Deus é a Mente progenitora, e o homem é o descendente espiritual de Deus” (p. 336),
e depois acentua a ideia:
 “A Mente, o Pai, não é o Pai da matéria” (p. 257).
Este esclarecimento nos orienta a não tomarmos nossa condição humana como sendo o Filho do Espírito.
A leitura da Bíblia feita com afinco e atenção pode trazer para nós muito consolo e satisfação quando traduzimos o texto para nossa situação e a nossa experiência, substituindo-se os nossos problemas humanos pela inspiração que ocupa o lugar daqueles. No meu estudo da Bíblia sempre faço essa transposição de texto para minha condição, substituindo a palavra bíblica referente a Deus por PAI, e dando  ao contexto a conotação de diálogo: TU e eu. Outra modificação textual é a colocação dos verbos no presente, pois o tempo futuro é incerto e o presente é agora e é certo: AGORA é o tempo aceitável.
Dou como exemplo o conhecido e muito recitado Salmo 23. “O Senhor é meu Pastor, nada me faltará...” Repetido ipsis litteris tem-se impressão de alguém, nos falando de sua experiência. Na verdade era David falando de sua vivência e inspiração. É comum ouvir-se a expressão: “Faço minhas as palavras do orador...” De igual modo, quando estudo a Bíblia faço minhas as palavras do texto e o resultado é uma “conversa” com o Pai, de significativo valor espiritual e muita profundidade metafísica. Este exercício me serviu, muitas vezes, de apoio espiritual durante momentos críticos em meio a algum problema.

Há mais um modo de traduzir o texto do Salmo 23 dentro do mesmo critério e que também pode espargir muita luz. Tome-se o texto sob a ótica de que Deus esteja falando conosco como Pai carinhoso. Para mim esta atitude me fez pensar em Deus como um Pai que já me concedeu Suas promessas e que as mantêm vigentes. Sinto as palavras como ditas com muita doçura.
“Filho, Eu sou teu pastor e Pai; nada te deixo faltar.
Eu te faço repousar em pastos verdejantes. Levo-te para junto de águas de descanso; Eu te refrigero a alma. Guio-te pelas veredas da justiça porque isso me agrada.
Ainda que pareças andar pelo vale da sombra da morte, não precisas temer mal nenhum, porque Eu estou contigo; Meu cajado e Meu bordão te consolam.
Eu te preparo uma mesa na presença dos teus “adversários” e te unjo a cabeça com óleo; teu cálice transborda.
Minha bondade e misericórdia certamente te seguem todos os dias de tua vida, e habitas sempre na Minha casa.”
...oo0oo...

sexta-feira, 26 de julho de 2019

FOCO DAS IDEIAS


O foco das ideias determina nossas experiências pessoais.

Caso pessoal: há alguns dias eu vinha sofrendo de ataques de irritação na pele. Era coceira por todo o corpo: pernas, abdome, costas, peito, rosto e cabeça. Até dormir era difícil. Certo dia, antes de dormir, orei a respeito do controle dos membros do corpo. Ficou claro que as mãos (instrumentos para atender os sintomas) obedecem à mente. Se eu penso em mover um braço, ele obedece pois não tem controle próprio. Assim, na condição descrita, as mãos se dirigiam ao ponto dos sintomas para mitigar a sensação por ordem mental, ainda que subconsciente. Resolvi então não mais atender o apelo dos sintomas. Quando surgiam sensações, a mão parecia ir automaticamente ao ponto de discórdia. Por força de minha decisão, eu retraía as mãos sem coçar a pele. Por várias ocasiões, o método deu certo.

         Então pude perceber algo espantoso e maravilhoso. Os sintomas de coceira foram diminuindo; e o mais estranho, nesses mesmos pontos a coceira parava de agir. Depois de algum tempo pude adormecer sem os sintomas incômodos da epiderme. No dia seguinte, percebi que estava diante de uma lição metafísica importante.

         Compreendi que, sempre que o pensamento se desviava do objetivo de minha decisão, ou seja, se eu deixava que o pensamento se extraviasse às soltas, os sintomas reapareciam. A conclusão de que precisava cuidar do modo de pensar foi natural e espontânea. Até então ainda não havia lançado mão de argumentos metafísicos da Ciência do Cristianismo. Essas ferramentas podem ser usadas por todos, e todos podem gozar dos efeitos benéficos das leis espirituais do Cristianismo.

         O controle do corpo pela mente é algo que cada pessoa pode alcançar e exercer. Mas se quiser alcançar controle/governo, em um grau mais elevado de atividade mental, precisa dirigir-se para um controle mais absoluto de uma Mente superior, a divina. Jesus exemplificou esse controle mais elevado (aliás único), assim como o fizeram profetas e apóstolos, e também Mary Baker Eddy. Faziam-no para si e para os outros. A Bíblia está repleta de relatos de cura de todos os tipos de problemas físicos. O mesmo pode ser visto na literatura da Ciência Cristã. No ano de 1966 a Igreja de Cristo, Cientista, lançou o livro: “Um século de Cura pela Ciência Cristã” onde são apresentados relatos de curas por meios espirituais somente ocorridos ao longo do primeiro centenário dessa denominação (1866-1966).

         Em seu livro “Rudimentos da Ciência Divina” (1952, versão em português) a Sra. Eddy expõe como os cientistas cristãos devem manter sua consciência sempre vinculada aos princípios da Ciência Divina a fim de desenvolver eficientemente a prática da “nova” religião—nova na época. Diz ela:
Os pensamentos do praticante devem estar imbuídos de uma clara convicção da onipotência e onipresença de Deus; de que Ele é Tudo, e de que não há outro fora dEle; de que Deus é bom, e que só produz o bem” (p. 9).

         Que afirmação poderosa! Poderíamos até destacar a expressão: “clara convicção da onipotência e onipresença de Deus”. Tal condição não requer palavras. É totalmente uma atividade mental e espiritual. Mas não pensemos que isso se restrinja ao reino das ideias. É a própria Eddy quem esclarece:
O poder espiritual de um perfeito pensamento científico, tem curado muitas vezes doenças inveteradas sem um esforço direto, sem um argumento oral, ou mesmo mental” (Idem ).

O sexto Fundamento da Ciência Cristã inclui promessa:
E solenemente prometemos ...orar para haver em nós aquela Mente que havia também em Cristo Jesus” (CeS, p. 497).
         
         Pelo que se sabe o Mestre Cristão tinha a mente focada em seu Pai como força onipotente e onipresente, demonstrando no seu ministério a “clara convicção” dessas características do Deus infinito. “Eu e o Pai somos um”, “Eu faço sempre o que Lhe agrada”, (João 8:39) são palavras de demonstram o posicionamento mental do Mestre.

        O que aconteceria à nossa atividade humana se fizéssemos o mesmo? Poderíamos realizar obras semelhantes, conforme ele mesmo prometeu “... farão também as obras que eu faço” (João 12:14). O resumo de seu ministério de cura vem à tona nessa frase: obras, demonstrações, realizações práticas, em vez de profissões de fé. Prática; não teoria! O cuidado que devemos ter com nossa consciência para que esteja sempre focada na “convicção da onipotência e onipresença de Deus”, é o grande esforço a exercer em nossa vida cristã. Quando dizemos que somos cristãos temos que ter em mente uma vida dedicada a obras cristãs: “Nisto conhecerão todos, que sois meus discípulos...” (João 13:35). Palavras não bastam!

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quinta-feira, 11 de julho de 2019

“DE TODO O CORAÇÃO ...”


Regras cristãs a serem obedecidas

Se existe algo que os cristãos não podem negligenciar é seu modo de amar a Deus. As Sagradas Escrituras estão repletas desde o Antigo Testamento, de admoestações e conselhos de como deve ser a adoração ao Ser Supremo. Destaca-se a importância de não misturar sentimentos humanos com sentimentos idênticos devotados à Divindade. Essa mistura pode ser comparada ao acolhimento de ideias controversas sendo aceitas como se fossem ao mesmo tempo reais, embora conflitantes. Questões que mutuamente se guerreiam por nossa aceitação e reconhecimento devem ser nitidamente destacadas em nosso discernimento, e descartadas as imprestáveis.

Se nossa disposição religiosa nos leva a desejar traçar um caminho de retidão e pureza de propósitos, isso é totalmente desejável e exequível. O caminho da santidade requer entrega total de alma e mente, emoção e razão. A Ciência do Cristianismo oferece um caminho de pureza àqueles que se dispõem a trilhá-lo com singeleza de coração, sem a duplicidade ou as contradições do livre arbítrio. Dedicação exclusiva como esclarece MBEddy no livro CeS:
“A Mente divina exige do homem, a justo título, toda a sua obediência, afeto e força. Não admite reservas para nenhuma lealdade menor” (CeS, p. 183).

         No afã de seguir com fidelidade por esse caminho que nos aproxima de Deus, Pai-Mãe, o cristão tem de ser vigilante ao seu pensamento, pois desse modo estará obedecendo à orientação do Mestre: “Vigiai e orai!” O caminho ‘reto e estreito’ de se chegar a Ele deve ser trilhado com atenção e sem desvios. Entenda-se bem, nós não precisamos ir a algum lugar para encontrar a Deus, pois Ele está em todo lugar e enche todo o espaço—onipresença. É a nossa disposição de aproximação mental e espiritual que nos induz a encetar a caminhada rumo ao infinito Bem, e nos faz sentir a presença Divina.
         Nessa caminhada, a obediência aos Mandamentos é uma garantia de andarmos de modo correto. Nosso Mestre sabia ‘na ponta da língua’ os mandamentos, e era rigoroso em cumprí-los. Ele alertou seus concidadãos que é muito fácil desviar-se do caminho de obediência aos mandamentos. Disse:
 “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, já adulterou com ela” (Mat. 5:28).

Esse tipo de desvio de conduta, talvez nem seja percebido pelo cidadão; daí a razão de todo cuidado e total vigilância ao pensamento. Por que? É por que Deus irá castiga-lo? Não! É porque o acolhimento de ações e conceitos errôneos é prejudicial à pessoa que guarda esses ‘inimigos’ em sua trincheira mental. Somos ‘maltratados’ por esses pensamentos que abrigamos na consciência, e não nos cabe atribuí-los a outros ou a Deus. Aquilo de que a consciência está cheia, vem à tona na vivência da pessoa.

         O mesmo cuidado devemos dedicar ao modo como pensamos em Deus ou sobre Deus. Nunca devemos misturar pensamentos dirigidos a Deus com outros que se desviem dEle. Os Mandamentos que Moisés recebeu para o povo hebráico—e a humanidade cristã de hoje—não deixam dúvida a respeito do quão radical ou absoluto deva ser nosso pensamento no tocante à inclusão do Ser Supremo:
            Não terás outros deuses diante de mim(Êxo. 20:3).

Jesus conhecia as admoestações dos profetas, uma das quais toca diretamente o assunto:
             “... têm-te nos lábios, mas longe do coração (Jer. 12:2).

A facilidade de ‘ter o Senhor nos lábios’ também incentiva usar o nome de Deus de modo superficial e leviano, referindo-se ao Pai sem nem sequer pensar nEle. Chega a ser chocante ouvir tantas vezes o nome de Deus ser citado de modo tão corriqueiro e maldizente, ou ser ‘invocado’ por gestos e palavras para uma certa equipe esportiva ganhar o jogo, etc. Que horror!

            A mesma disposição de exclusividade que damos ao Pai, devemos dar aos atributos divinos: poder, presença, vida, inteligência, verdade, amor. Se reconhecemos apenas um Deus, o mesmo sentimento devemos devotar a cada um de Seus atributos, se não quisermos desonrá-lO. Com certeza não queremos fazer isso! Por exemplo: poder! Se Deus tem poder, este está com Ele e ninguém ou nada tem poder além do único poder que é de Deus. Presença: toda a presença de Deus enche todo o espaço; não há outra! Ciência ou Sabedoria: só a de Deus inclui tudo no universo, e Suas ideias que Lhe obedecem estão por todo o universo, obedecendo a Mente criadora.

         O reconhecimento dessas verdades divinas, ou referentes a Deus, tem de ser absoluto em nossa mente ou consciência. Então veremos em todas as direções manifestações da ordem divina em harmonia, plenitude, abundância, suprimento, amor, inteligência, saúde, força, ...  Eis alguns conselhos bíblicos de sabedoria que podemos acolher, e praticar:

·       “Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o teu coração ao entendimento, e, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, ... então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus.” (Prov. 2:1-5).
·         Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável” (Salmos 51:10).

E o fruto de tal posicionamento espiritual é:

 “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo vosso coração(Jer. 29:13).

         Achar a Deus, é encontrar o Bem Supremo! Mais do isso não podemos pedir; mais nem precisamos pedir! E certamente granjearemos o beneplácito da bênção:
A paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Filip. 4:7).
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quinta-feira, 20 de junho de 2019

EVANGELIZAR O “EGO” (CeS, p. 254).


Dá mais trabalho do que se pode imaginar!

         Quem leva a cabo tal evangelização? é o que me perguntava. Cada indivíduo faz sua parte, ou outros o fazem por ele? Podem outros faze-lo por nós, sem nosso consentimento? Essa evangelização indica a vinculação da pessoa a alguma organização religiosa?

         Para entender as perguntas e tentar responde-las, fui buscar a definição do verbete num dicionário. Encontrei: ‘tornar favorável, ou em conformidade, com o evangelho’. O Mestre JC ao pregar evangelizava as pessoas, e elas gostavam do que ouviam e viam. Viam pessoas serem curadas e espíritos imundos serem expulsos, e atribuíam esse façanha à autoridade de uma “nova doutrina”.

         O ‘ego’ aparece na conversa e atuação da individualidade na vivência das pessoas, com maior ou menor intensidade. As duas formas mais comuns até receberam definições diferenciadas, pois graficamente são termos parecidos: egotismo e egoísmo
Egotismo = sentimento exagerado da própria personalidade; ‘eu’ e mais ninguém; senso de rei.
Egoísmo = amor-próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar só para seus interesses, com desprezo aos alheios; amor próprio possessivo.

         Para evangelizar o ‘ego’ ou ‘eu’ a pessoa necessita demonstrar muita humildade, pois o processo irá requerer a disposição de abandonar certas práticas, ou conceitos e até preconceitos que parecem normais ou próprios de cada pessoa. Mas pelas definições vistas acima, o processo de cunho moral, e espiritual, é sumamente necessário para o convívio harmonioso das pessoas. Os Dez Mandamentos mosaicos têm na segunda parte 5 ordens de natureza humana visando o convício harmonioso das pessoas. Ao cristão sério e sincero no obedecer os Mandamentos não é difícil dar andamento ao processo de purificação do seu ‘ego’. Nos dez Mandamentos está o melhor resumo de ação para evangelizar o ‘ego’. A evangelização do ‘ego’ é a melhor arma para combater o egoísmo e egotismo, em si mesmo!

         MBEddy dá um ótimo conselho a quem sinceramente esteja buscando essa purificação. Diz ela:
“Conhece-te a ti mesmo, e Deus te dará a sabedoria e a ocasião para teres a vitória sobre o mal(CeS, p. 254).  

         Vê-se que a iniciativa não depende de ninguém mais do que o interessado. O segredo está no ‘conhecimento de si mesmo’, que não deve estar baseado na materialidade, ou aptidões do complexo físico. A melhor base está descrita no Gênesis, no relato da criação:
‘Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou(Gên. 1:27).

         Este é o ponto-base do entendimento de nosso ‘ego’: a imagem de Deus. No Glossário do livro Ciência e Saúde MBEddy dá sua versão do que seria a definição de “Eu ou Ego” sob a ótica puramente espiritual: “O único Eu(p. 588). Quando reconhecemos que esse único Ego é nosso Pai, estaremos nos aproximando da natureza infinita da criação divina.

         Certa feita alguém me comentou que Deus poderia ser tido como ‘egotista’ porque na Bíblia Ele se proclama único, ‘e não há outro’. Expliquei-lhe que o termo ‘egotista’ é pejorativo e de modo algum se aplica ou pode ser aplicado à Divindade. Deus é único e santo; ponto final!

         Quando nos unimos em pensamento a esse ser Único e Santo, estaremos purificando nosso ser, e teremos nosso eu evangelizado da melhor maneira possível! Podemos tranquilamente dizer: AMÉM,  Assim seja!
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segunda-feira, 10 de junho de 2019

O Psicossomatismo no Ambiente Humano



A sapiência humana não chega perto da onisapiência divina.

         Psicossomática é qualificada como a manifestação doentia ou sofredora com origens na forma de pensar, na psique; ou seja, origem psíquica ou mental. Medo, angústias ou ânsia inexplicável são exemplos aceitos como possíveis causas para males se manifestarem no corpo. Modernamente tem-se percebido um crescimento do índice de causas psicossomáticas.

         Leitores e estudiosos da Bíblia já aprenderam isso há séculos, depois de ler o livro de Jó:
             “... aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece” (Jó, 3:25).

         Aliás, uma circunstância presente na consciência de uma pessoa, não importa por quanto tempo ali esteja alojada, acaba por manifestar-se na vida dessa pessoa. Temores coletivos (geralmente fortes) tendem a trazer para a experiência dos temerosos exatamente aquilo que temiam/temem: condições climáticas severas, acidentes, pestes, contágio, pecado, morte, .... As pessoas nem sempre se dão conta de estarem abrigando no pensamento a semente de um mal; por isso é importante que cada um aprenda a vigiar seu próprio pensamento; e, em detectando alguma semente maligna, precaver-se desde logo em achar meios de desfazer-se do mal enquanto ainda no pensamento. Depois de vir à tona na vivência das pessoas, o mal geralmente é combatido com recursos materiais, que não são nem oferecem solução definitiva para os problemas humanos. Pensando-se logicamente, se algo problemático tenha origem mental, não é fora do reino mental que se achará a solução.

         O ‘inimigo’ chamado medo talvez seja o mais generalizado entre os humanos, e talvez o mais antigo, pois a Bíblia já há séculos ou milênios alertava as pessoas a respeito. Nesse compêndio sagrado encontram-se alguns dos mais encorajadores conselhos. Logicamente estão baseados na fé em Deus, no Seu amor, Seu poder e Sua sabedoria; o que é propalado pelo mundo cristão. Não só conselhos, também relatos de vivências humanas de superação do medo. A peça literária que me parece mais recheada de promessas divinas para vencimento do medo, é o Salmo 91; são nada menos que vinte promessas, do tipo: “Nenhum mal te sucederá”, ou “praga nenhuma chegará à tua tenda [casa](Salmos 91:10).

         A respeito da questão mental que tenham nossos problemas, tidos como físicos, tomo a liberdade de contar a experiência de um amigo quando em viagem de várias horas de Singapura a Moscou, no começo do ano. Estava sentindo-se miserável com a coceira e dores que sentia pelo corpo inteiro. O voo afigurava-se um suplício. Ele é um estudioso da Bíblia aplicador de Suas verdades, e, por experiência, sabia recorrer a Deus em horas de aperto. Viu-se envolvido num dilema: “Ou empregava os ensinamentos de Jesus, sabendo que não houve pecado nas ações que havia tomado, nem erro ou submissão a condições materiais, ou faria uma viagem cheia de inquietação até o destino.” Ele e outros haviam sido advertidos que as águas marinhas onde iriam banhar-se e pescar, estavam infestados de um tipo de algas que atacam organismos, e podem levar a morte. Ele decidiu-se por seguir ao exemplo de Jesus Cristo e saber que não houve pecado, nem engano em banhar-se ou pescar naquelas águas. “Disse-me que decidiu de todo o coração por essa linha de pensamento”. Contou-me que instantaneamente a coceira desapareceu, bem como as dores das arranhaduras. Ele mesmo sentiu-se surpreso.

         Vejo que o ponto crucial ou auge dessa experiência ocorreu quando meu amigo confiou de todo o coração no poder e presença do Espírito e do Amor de Deus. Logicamente sentiu-se feliz e livre, não só pelo alivio, mas também por lhe ter sido provado mais uma vez a origem mental dos problemas físicos. Aliás, não fosse mental, poderia o problema desaparecer, assim, como por  encanto?

Essa experiência é prova mais do que cabal da natureza psicossomática dos problemas de saúde que as pessoas sentem. Será que as ciências e pesquisas médicas mais avançadas encontrarão soluções consistentes a essa condição nada material para as doenças? O que se tem visto até aqui é que as medicações nem sempre, ou quase nunca, trazem total alívio nem duradouro às pessoas. Aliás os frequentes esclarecimentos feitos por médicos às pessoas (mesmo com boas intenções) tendem a fixar ou ampliar os temores delas em torno de pontos críticos da saúde humana. E quanto mais fixados e ampliados, tanto mais cedo virão à tona. Para tirá-los de nossa vivência, só tirando-os primeiro do pensamento! Mas como? Perguntou-me, certa vez, um amigo. Logicamente não podemos pinçar os pensamentos como se fossem fios de barbante. Para tirá-los do pensamento só substituindo-os por outros. É uma troca. JC sempre recomendava: “Arrependei-vos!” Vale dizer, mudai vosso modo de pensar! A experiência que relatei acima, é um belo exemplo de mudança de pensamento. Quando o fez ‘de todo o coração’, o resultado apareceu imediatamente.

O apóstolo Paulo dá um conselho fundamental a seus ouvintes e leitores, conselho que nos convém seguir com seriedade, nós cristãos de todas as épocas:
“Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento(Fil. 4:8). 

Quando essas qualidades ocupam—totalmente—nosso pensamento nele não sobra espaço para os opostos, agiremos de acordo com elas abençoando a todos, e a nós e bendizendo a Deus. Se as circunstâncias hostis à nossa saúde, bem-estar e felicidade ficarem longe de nosso pensamento, elas também não se manifestarão em nossa vivência. Penso que a classe médica poderia contribuir muitíssimo para que as pessoas não absorvessem tantos receios, deixando de propagar longas descrições e potencialidades fatais de sintomas e ou (meras) preocupações dos humanos. 

Li recentemente comentários a respeito do trabalho do cientista e biólogo celular Bruce Lipton, americano, em que relata suas descobertas no campo da composição celular e suas relações no desenvolvimento e comportamento humano. Algumas das afirmações em seu livro “A Biologia da Crença” (2006) atordoaram o mundo dito científico: “Remédios são uma farsa” e “Pensamentos curam mais do que remédios”. Percebe-se que o pensamento esclarecido a respeito da origem das doenças está se afastando do pseudo centro ou foco na matéria. Isso, com certeza, virá para o bem da humanidade, depois de exorcizar as crenças há muito tempo enraizadas no pensar humano de base material.

Reconheço a atuação dessa classe de profissionais pela sua dedicação às pessoas necessitadas de atenção. A diferenciação que faço, prende-se aos conceitos básicos da medicina alopática que vê no corpo físico o começo e o fim das doenças, a origem e a cura de males físicos.
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quarta-feira, 29 de maio de 2019

“... quando acordar ...”


Despertar do sono ou do sonho. Eis a questão!

       O título é tomado de um versículo de Salmos (17:15): “Quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança.” Quando a frase apareceu numa lição bíblica sobre o tema “A Alma e o corpo”, resolvi mergulhar mais a fundo no significado. Os termos que de imediato chamaram a atenção foram: acordar, satisfarei e semelhança.

Acordar. O autor da frase não estava dormindo ao proferir a frase. Então, acordar de que? Do sono, ou do sonho? Cada termo tem seu significado. Acordar do sono, é despertar do descanso; sair do repouso para o trabalho, da inconsciência para a consciência. Acordar do sonho é sair de uma ‘realidade’ imaginativa e fictícia (ver imagens de pensamento) para a realidade das coisas. Alguém sob sono hipnótico, vê coisas que lhe parecem reais, mas só a ele. Como escapar dessa ilusão? Acordando!  Uma pessoa que esteja tendo um pesadelo, sofre pelo que vê e sente como se realidade fosse. Como salvá-lo dessa condição? Acordando-o! Assim, me pareceu que o termo ‘acordar’ sob análise tem a maior significação no referente a acordar de um sonho. O despertar de um sonho hipnótico, deixa a pessoa em dúvidas, pois não se lembra de nada. Mas a pessoa que desperta de um pesadelo, sente-se aliviada e agradecida; satisfeita, diria eu. 

Satisfazer. A análise desenvolvida até aqui, já dá ideia que o salmista se referia a um ‘sonho ruim’, pois o despertar de um pesadelo dá à pessoa satisfação de haver cessado o pseudocaso. Como a exclamação do autor se refere a Deus, a questão assume a feição de uma pergunta existencial: “Eu me satisfaço com a Tua semelhança!” Parece dizer que agora compreende a realidade de sua existência, sua identidade semelhante a Deus, com todos os atributos divinos sendo refletidos livremente, fortemente, irresistivelmente, espiritualmente. Satisfazer tem também o sentido de atender necessidades. Assim o autor percebeu que o desapertar de seu sonho trouxe consigo a satisfação (atendimento) de suas necessidades. Ele mesmo soube cantar: “O Senhor é meu Pastor; nada me faltará” (Salmo 23:1).

Semelhança. O despertar para a realidade da natureza espiritual do homem, fá-lo exultar pois não há maior alegria e satisfação e felicidade do que perceber (bem no íntimo) que estamos com Deus, o Pai-Mãe, no reino dEle, para todo o sempre, todos juntamente incluídos. O Mestre Cristão (JC) proclamou: “Sede vós perfeitos como é perfeito vosso Pai que está nos céus(Mat. 5:48). É como se tivesse dito: ‘Façam isso, e vereis quanta alegria e felicidade brotará em vossos corações’. O salmista usou a expressão quase dois mil anos antes de Jesus, revelando uma sintonia espiritual nos dois líderes.

         Sob o ponto de vista metafísico, o termo ‘despertar’ tem uma conotação bastante mais profunda. Podemos tomá-lo do exemplo de Jesus Cristo, ao saber que seu amigo Lázaro havia falecido: “Vou despertá-lo!” (João 11:11|). O Mestre não tinha dúvidas de que o sono, ou sonho da morte, não era a realidade de um ser vivente. O apóstolo Paulo fez uma admoestação pertinente na sua epístola aos Efésios (5:14):
“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” (Efes 5:14).

         Não precisa ser mais clara a conotação de despertar do sonho da morte que Paulo empregou. E se falássemos de ‘sonho de vida na matéria’? Estaríamos falando da mesma coisa, pois o ‘sonho de vida na matéria’ nada mais é do que a aparência de morte. M.B.Eddy refere-se muitas vezes ao ‘sonho de vida na matéria’ como a raiz dos males de que a humanidade sofre. Em sua obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras ela dá o toque final no tema:
“Quando despertarmos para a verdade a respeito do existir, toda doença, a dor, a fraqueza, o cansaço, o pesar, o pecado e a morte serão desconhecidos, e o sonho mortal cessará para sempre(p. 218).

         O sonho mortal, ou o sonho de vida na matéria, tem acompanhado a humanidade há séculos, e esta parece ainda não ter se dado conta de o modo de despertar desse modo maléfico e errôneo de pensar pode ser encontrado nos ensinamentos do Mestre Jesus. A Ciência do Cristianismo aí está há 160 anos mostrando e demonstrando que a teologia de Cristo Jesus, quando aplicada corretamente, traz maravilhosos resultados aos homens. Eles, então, se aperceberão que são filhos amados de Deus, por Ele mantidos em harmonia e perfeição, saúde e vida eterna. Aprenderia sobre a séria admoestação de Paulo aos Romanos:
Já é hora de vos despertardes do sono; porque nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos(Rom. 13:11).

Tomo novamente as palavras de Eddy:
 
Se a doença e o pecado são ilusões (sonhos), o despertar desse sonho mortal, dessa ilusão, nos traz para a saúde, a santidade e a imortalidade. Esse despertar é a perpétua vinda do Cristo, o aparecimento mais adiantado da Verdade, que expulsa o erro e cura os doentes. Essa é a salvação que vem por meio de Deus, o Principio divino, o Amor, como Jesus demonstrou” (CeS, p. 230).
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