quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Conhecimento que é vida

Um conhecimento que transcende o entender intelectual

Os dicionários, normalmente, definem o vocábulo “conhecer” como conhecer alguém, ter amizade e intimidade, saber de algum fato. No sentido puramente vernacular essa palavra é franca e facilmente aplicada. Mas o sentido da palavra como foi usado por Jesus na declaração: “A vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (João 17: 3) transcende o uso comum textual.

O Mestre cristão usou muito o verbo “conhecer” nas suas pregações. No evangelho de João há fartas referências a essa palavra. Mas na citação dada acima, parece haver uma intenção de dar maior profundidade ao que dizia. Aqui “conhecer” não era só o ter conhecimento da existência de Deus, pois até um ateu sabe disso. O significado transcendental de que “conhecer a Deus” é vida, é muito profundo e requer mais do que mera proficiência intelectual ou racionalismo humano para ser assimilado. 

Talvez o dicionário possa ajudar no entendimento do significado da palavra. O Dicionário Brasileiro Contemporâneo oferece entre outras as seguintes definições:
CONHECER: saber quem é; reconhecer;        
CONHECIMENTO: pessoa com quem tenho relação; cabedal científico.

Uma tradução da definição do dicionário para um significado espiritual começa a projetar alguma luz sobre o entendimento pretendido. “Conheçam a Ti”. É como se ele dissesse:     “que saibam Quem és e Te reconheçam―Vida, Verdade, Amor, Espírito, onipotente, onipresente, onisciente, infinito, supremo.  Com este Ser vocês têm relação íntima de Pai-e-Filho. Vivam com essa consciência e isso vos  dará um antegozo da eternidade.” As circunstâncias materiais, o universo físico, o ego humano juntamente com todas as mazelas advindas da convivência com o material, tudo fica em segundo plano e nada disso ofusca o brilho da luz de uma consciência espiritualizada. Mantendo esse “conhecimento elevado” nada poderá privá-los da vivência da vida eterna no presente, e no amanhã.

A afirmação do Mestre tem outro ponto importante a considerar. “A vida eterna é esta”: tempo presente ou ausência da variável tempo, como também ausência do espaço geográfico. A “vida eterna” é a que sempre existe, existiu e existirá no agora, sem começo e sem fim, ilimitada e sem confinamento. Um “conhecimento”: um estado inteiramente mental e ilimitado, harmonioso e harmonizante. Um “cabedal científico”, como diz o dicionário, de leis e ordens universais que governam tudo, subordinadas ao infinito Princípio divino.

Mary Baker Eddy, descobridora da Ciência Cristã, corrobora o tema ao afirmar: “...  compreende-Lo corretamente, restabelece a harmonia” (p. 390 ). Compreender é conhecer, e vida é harmonia e saúde. Em outra página afirma: “teus frutos hão de provar o que compreender Deus traz ao homem” (p. 496).

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Deus é grande

Deus e Sua infinidade são manifestados na vida e existência do homem

Não diga a Deus o grande problema que você tem, antes diga ao problema o grande Deus que você tem.”  Vi  este dizer num cartaz afixado na sala de espera de uma firma, e seu conteúdo me fez pensar pois contém uma grande verdade. A frase poderia ter um adendo: “...e ele [o problema] fugirá apavorado.”
Será que há muitas pessoas dispostas a falarem ao problema a respeito de seu Deus? O que elas diriam? Será que confrontariam o problema com afirmações da grandiosidade e infinidade de Deus, o Pai de todos? Para ter coragem de confrontar o mal é preciso ter ciência de que Deus é maior, infinitamente maior, do que o problema, qualquer que seja. “Deus é grande e opera maravilhas” (Salmo 86: 10) . Entre as maravilhas podemos incluir a destruição de males e pecados, afastamento de temores, bem como a cura de doenças e moléstias.

 A compreensão de que Deus é Amor infinito, sempre-presente, confronta e anula temores e rancores humanos. Nosso entendimento de que Deus é Vida confronta e vence temores de doenças e outras moléstias. O discernimento de que Deus é Espírito confronta e vence a arrogante pretensão do materialismo de ser a única realidade. Aceitar que Deus é bondoso e que não faz acepção de pessoas como a Bíblia nos ensina, nos consola e fortalece moral e espiritualmente. Todas as características da Divindade atuam juntas quando o grande Deus faz uma obra. Por exemplo: Ele não exclui ninguém de seu amplexo; atinge todos os recantos do viver humano; não há ponto geográfico ou sideral fora de Seu alcance; a misericórdia Dele sobrepassa qualquer pecado ou erro cometido.

Suas obras nos parecem maravilhas―às  vezes dizemos milagres—porque não podemos compreendê-las já que parecem fugir do alcance de nosso discernimento. Elas transcendem a percepção de nossos sentidos físicos. Nós não vemos o Espírito obrando, só vemos a obra―o resultado―que sempre é belo, formidável e inigualável. É por causa desses resultados que aprendemos a confiar no trabalho de Deus, o Espírito. Uma vez vistos e percebidos esses resultados maravilhosos temos coragem de recorrer ao Pai-Mãe em primeiro lugar; ainda que contrariando o parecer humano e sua lógica materialista. O poder que age em nosso favor quando em Deus confiamos é a onipotência do Amor, a onipresença da Verdade e a onisciência da Mente divina. E coisas maravilhosas acontecerão.   

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A mão de Deus - Crônica do livro "A Espiritualidade da Bíblia"



Ajuda e proteção da Mão divina sempre presente.

A mão ou as mãos de Deus, como consta na Bíblia, têm geralmente o sentido de proteção ou orientação. O Salmista, externando sua sensação de Deus o cercar “por trás e por diante” e “sobre mim pões a Tua mão”, estava extasiado de admiração da grandiosidade ou infinitude de Deus. Sentia-se pequeno diante da majestade do Senhor: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir” (Salmo 139: 6). A você caro leitor, permita-me encorajá-lo a buscar sentir a presença de Deus, Sua mão e Seu amor. Provavelmente não a acharás na roda-viva da agitação humana, mas recolhendo-te ao íntimo onde, sem palavras, ouves teus pensamentos.
Uma coisa que tal versículo ajuda a esclarecer é que Deus, na percepção do autor, não estava “lá no céu”, lá longe; estava sim junto a ele. Um Deus que esteja no fictício céu além das estrelas da crença humana não pode pôr sua mão sobre nós. Para isso tem de estar perto. Perguntas sobre a forma da mão divina ou sua dimensão não têm qualquer senso de verdade. A designação é metafórica e sempre voltada para um aspecto positivo e bondoso.
Nas Sagradas Escrituras há inúmeras referências ao termo “mãos”. Gosto muito do que diz o sábio rei Salomão: “os justos e os sábios e seus feitos estão nas mãos de Deus” (Eclesiastes 9:1). Quem age com justiça e sabedoria o faz sob orientação divina, está sob a proteção divina e abençoa aos envolvidos. São obras e feitos revestidos de poder e permanência. São obras bem feitas, pois a perfeição é o resultado da ajuda de Deus.
O profeta Isaías enfatizou que o que estiver na mão de Deus, de lá não pode ser retirado. Disse: “Nas palmas das minhas mãos eu te gravei” (Isa 49: 16). O Pai não deixa que algo ou alguém desfaça a “gravação” em suas mãos. Até uma simples tatuagem nas mãos humanas é quase impossível de ser removida, quanto mais uma gravação nas mãos de Deus.
Se queremos um desfilar suave de acontecimentos em nossa vida, temos que pôr nossa mão na mão do Pai-Mãe e deixar que Ele guie nossos passos. Um hino muito querido alenta-nos: “...as Tuas mãos em tudo estão, e tudo em Tuas mãos. Meus passos guias ó Senhor. Meu pranto torna-se em louvor” (N. 134, Hinário da CC).

Maternidade de Deus? - Crônica do livro "A espiritualidade da Bíblia"



Existe a mesma autoridade para chamar Deus de PAI como de MÃE
Durante o período histórico coberto pela Bíblia, a presença da mulher em lugares de destaque é muito rara. A sociedade ainda reservava à mulher o dever de cuidar da família e esta era sua vida. Na sociedade hebraica quando uma mulher ficava viúva sem ter filho homem que ajudasse no sustento da família, ela ficava fadada a viver de favores ou esmolas, posto que não lhe era facultado trabalhar para ter o sustento. O Mestre Jesus sabia dessa dura realidade social, tanto que ao chegar certa feita à cidade de Naim encontrou, na saída, um cortejo de sepultamento de um jovem que era filho único de uma viúva. Socialmente, essa mulher estava condenada pois perdera seu filho que era o arrimo da família. Sabendo dessa situação, percebeu que havia ali uma necessidade humana e foi movido pela compaixão a satisfazer essa necessidade ressuscitando o jovem (Ver Lucas 7: 11).
Por essa condição histórica e cultural a questão ‘mãe’ não aparece seguidamente no Antigo Testamento, pelo menos com destaque. Aliás, segundo o Novo Testamento, não havia nenhuma mulher entre os doze apóstolos. Foi por discriminação de Jesus? Não. O Mestre sabia o que seus discípulos iriam passar para levarem a mensagem do Cristianismo aos estrangeiros, em terras onde o preconceito feminino era muito forte, como ainda hoje se vê. Além disso, a novidade de sua mensagem (AMOR) seria, provavelmente, melhor aceita se levada por homens, homens simples da comunidade.
Nosso Mestre ensinou muitas coisas sobre Deus como PAI, sendo que a oração mais significativa de seu ministério é chamada de ‘PAI NOSSO’. Por que será que ele não menciona Deus como MÃE? Seus ouvintes ainda não eram muito ilustrados e muitas coisas lhes ensinou por parábolas, analogias. Uma ideia tão radical lançada a ouvidos destreinados poderia causar um impacto desconcertante.
Os “ouvintes de hoje”, com certeza, saberiam―ou sabem―elaborar a ideia da maternidade de Deus. Pode-se buscar no Antigo Testamento duas instâncias que corroboram a ideia proposta. Uma das instâncias está no relato da criação no primeiro capítulo do Gênesis. Diz ali: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (1: 27). Vê-se claramente que a mulher participa da expressão das qualidades divinas, tal como o homem. Não se cometa o descalabro de uma emissora de TV que, há algum tempo, saiu às ruas para entrevistar pessoas e saber de sua opinião a respeito de ‘Deus ser mulher’. Deus não é mulher como também não é homem. Deus é Espírito!
A outra instância referida encontra-se no livro do profeta Isaías onde consta: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei” (Isa 66: 13). Aqui o amor materno―feminino―é associado ao de Deus. Deus nos ama como nossa mãe nos ama. Constata-se, assim, que chamar Deus de PAI é tão correto como chamá-lO de MÃE. Na literatura da Ciência Cristã é muito usada a expressão PAI-MÃE-DEUS mostrando que reconhecemos na Divindade a origem das qualidades inatas de paternidade e maternidade conscientes. Eu costumo usar a conotação de Deus como Pai, sem desprezar o conceito de Deus-Mãe. Conheço senhoras que usam costumeiramente para Deus a expressão Mãe, e soa muito natural quando as ouço falar dessa maneira. Devemos nos abster, com certeza, do conceito de gênero masculino ou feminino quando nos referimos a Deus como PAI-MÃE.
O uso dessa expressão, Deus-Mãe, será cada vez mais acentuado daqui para diante como evidência da progressiva espiritualidade na consciência da humanidade e da capacidade de expressá-la em palavras.

Carta de Amor do PAI - Crônica do livro "A espiritualidade da Bíblia"



O Salmo 23 dito pelo Pastor

(Mini palestra-oração proferida no V Encontro da Família Prante em Panambi, RS, dia 18.3.2012.)
Enquanto pensava sobre o momento de fé em nosso encontro, ocorreu-me o versículo bíblico: “Não temos nós todos o mesmo Pai?” O que nós chamamos de ancestrais, diante dos olhos de Deus somos nada mais que irmãos.
Então, para meus irmãos aqui presentes, apresento uma paródia de um conhecido texto bíblico ao qual chamo de “Carta de amor do PAI”

“Filho, sou para ti como um pastor que não te deixa faltar nada.
Atendo todas as tuas necessidades e te dou abrigo e descanso.
Eu te refrigero (alivio) a alma e os anseios e te conduzo por caminhos onde há justiça.
Ainda que venhas a trilhar caminhos escabrosos e ameaçadores, não precisas temer mal algum, porque Eu sou contigo.
Meu cajado e minha lei te disciplinam, orientam e consolam.
Diante de condições adversas e inimigas te dou o que precisas. Unjo-te com o óleo da esperança e da calma. Terás mais do que precisas.
Minha bondade e perdão sempre te acompanham e acompanharão por toda a vida.”
(Ass.) Teu Pai-Mãe divino

Tenho certeza que vocês identificaram o texto original encontrado nos Salmos. Bem, a Bíblia nos diz que esse Pai é AMOR e, assim sendo, nEle podemos confiar e em Suas promessas de que serão cumpridas!