sexta-feira, 27 de outubro de 2017

As divinas energias do Espírito

As divinas energias do Espírito, que atuam em nós, nos sustentam, fortalecem, orientam.

A frase acima, dita assim, tem o valor espiritual de uma descrição. Mas deixando-se fora o “que”, ela assume a força de uma declaração individual de reconhecimento de um fato espiritual: “As divinas energias atuam em nós!” Se lembrarmos das palavras do Mestre Cristão: “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras” (João 14:10), percebe-se que ele tinha essa consciência da presença das energias do Espírito em ação nele. E o que faziam para ele? Mantinham-no sempre forte pessoalmente, e amoroso ao próximo e atencioso quanto às necessidades dos outros; às vezes eram multidões que vinham a ele para serem curadas—e ele as atendia—mas ele também era atento aos ardis e ciladas de seus adversários, que sempre procuravam enreda-lo para terem de que o acusar.

Mary Baker Eddy menciona as “energias restauradoras da Verdade” (CeS, p. 252) como fator importante no processo da cura espiritual pela fé e compreensão espiritual. Sendo a Verdade um dos nomes atribuídos a Deus na Bíblia, podemos falar também das energias do Amor, da Vida, do Espírito, pois são igualmente sinônimos do Pai divino. Podemos assim ampliar a família de palavras que se referem à ação das energias divinas: além de restauradoras, são constantes, imutáveis, universais, inesgotáveis, fortes, irresistíveis, cheias de amor, vigor, alma, alegria, saúde, disponíveis a todo momento e lugar; (cada um pode ampliar a seu gosto essa lista). Além do mais a ação das energias espirituais não pode ser resistida pelas pseudo forças materiais.

A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que souberam ativar energias espirituais na solução de problemas humanos. Desde os patriarcas até os apóstolos, passando pelos profetas e discípulos de Jesus Cristo, lê-se de extraordinários feitos diante de todo tipo de limitação ou perigo: Suprimento, proteção, curas (tanto individuais como coletivas), coragem para enfrentar grandes desafios. Mas não se deve olhar apenas para os resultados visíveis (ainda que significativos). É importante que se considere a elevação mental e espiritual do agente envolvido, elevação que deve ter ocupado a consciência individual antes da ocorrência do “milagre” (como considera a mente humana) e que certamente continua após a obra realizada.

Nosso grande Mestre Cristão (com certeza um expoente na prática de habilidades espirituais) veio ao mundo para mostrar aos homens a potencialidade dos dotes espirituais. Em seus ensinamentos dizia:

“Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 14:12).

Ele não fez promessas vazias. Atendida a premissa inicial (crer nele), o resultado é garantido e a felicidade resultante é geral. M.B.Eddy, descobridora da Ciência do Cristianismo, foi uma testemunha exponencial da validade atual das verdades ensinadas e demonstradas por Cristo Jesus. Por experiência própria ela vivenciou e propiciou curas extraordinárias, e transmitiu aos estudiosos da Ciência Cristã as regras para efetivação de curas por meios espirituais da oração. Na sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela abre o capítulo sobre ‘A Oração’ com uma afirmação contundente:

“A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus—uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor isento de ego” (p. 1).

Percebe-se o caráter universal de tal declaração. Cada pessoa, independente de sua afinidade e afiliação religiosa, pode aplicar a regra exposta acima e terá fruto de sua oração de acordo com sua sinceridade frente a Deus. Se vier à tona a pergunta de como liberar essas energias do Espírito, acho oportuno esclarecer que essas energias não são liberadas porque não estão presas ou impedidas. Elas são ativadas em nosso pensamento quando nos pomos sob sua ação. Diria alguém que a energia solar pode ser liberada para nós? Nós a desfrutamos quando nos colocamos sob a luz do sol. As energias do Espírito, do Amor da Vida, estão sempre ativas; para desfrutá-las e só pôr-se ao seu alcance.

Podem as energias divinas ter alguma oposição? Até que as energias divinas sejam ativadas em nossa consciência, a experiência humana é influenciada por, digamos, “energias materiais”. São estas que nos jogam ao sabor de problemas de toda ordem, desde físicos até emocionais. Aqui é útil considerar a explicação de Eddy:

“Um paciente sob a influência da mente mortal só é curado quando se suprime a influência dessa mente sobre ele, eliminando de seu pensamento o estímulo errôneo e a reação errônea da força de vontade, e preenchendo seu pensamento com as energias da Verdade(CeS,  p. 185; o grifo é nosso).
É de todo conveniente e útil aprendermos a conhecer e saber usar as energias do Espírito, circunstâncias que estão disponíveis a todos os que queiram volver-se dos meios e recursos materiais (medicações) e humanos (magnetismo pessoal) para recursos espirituais da oração e da fé como o Mestre JC praticou e ensinou. Na CC o processo se dá segundo um processo mental:

“A Ciência Cristã silencia a vontade humana, acalma o medo com a Verdade e o Amor, e mostra que a energia divina atua sem esforço na cura dos doentes” (CeS, p. 445).

A “energia divina” atua segundo as características dos sinônimos de Deus: Vida, Verdade, Amor, Princípio, Espírito, Mente e Alma. Por isso a expressão “energias divinas” engloba esse aspecto coletivo e total.

Cabe a nós aprender a conhecer e usar tais forças espirituais disponíveis de modo universal a todos, a todo momento (agora), em todo lugar (aqui).


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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Coerência na fé cristã

A fé cristã para não ser cega, tem de ser coerente.

 A fé cristã é um distintivo do mundo cristão que abraçou o ensinamento de Jesus Cristo para sua religiosidade.  O Mestre Cristão deixou ensinamentos e demonstrações do que é fé, e de como emprega-la aos controversos assuntos humanos, não raro recheados de problemas de toda ordem, tanto individuais como coletivos, tanto físicos como psíquicos, tanto de saúde como de doença. As Sagradas Escrituras relatam como a fé se desenvolveu entre o povo israelense (os Filhos de Jacó) ao longo de 2.000 anos. Nos dias de hoje seriam 4.000 anos. O Mestre Cristão deixou instruções bem claras a respeito do uso da fé. Vejam algumas declarações:

    “Tudo é possível ao que crê” (Mateus 9:23);
    “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço” (João 14:12).

Até hoje ninguém conseguiu igualar totalmente as provas de fé realizadas por JC. Ele empregava sua fé extraordinária para solução de problemas dos outros. Será que ele não tinha problemas físicos (ou morais) próprios? O estado e graça espiritual em que ele vivia, livrava-o dos problemas humanos. Multidões vinham a ele em busca de ajuda, porque haviam visto ou sabido de suas obras. A todos atendeu com amor, o grande aliado da fé. Seus discípulos aprenderam a regra da cura com o Mestre. O que nós pudermos aprender a respeito está registrado na Bíblia, e quem melhor discerniu e aprendeu e aplicou a regra  suprema nos tempos modernos foi MBEddy, que deixou sua descoberta da regra de cura espiritual registrada em seu livro CeS com a Chave das Escrituras. Nessa obra está explicitado o método de CJ de curar sem recurso a meios e métodos da ciência humana material.

Uma das características da fé que o Mestre defendia era a pureza da fé; nada de misturar a fé em Deus com fé em ‘ídolos’, ou seja fé no Espírito e não no oposto, a matéria, o físico, os recursos materiais. Se dirigimos nossa fé para Deus, por coerência, não podemos, ao mesmo tempo, direciona-la a outra fonte de poder (ainda que suposta). Esta é a coerência da fé que o mundo cristão precisa aprender a praticar. E isso é fácil de fazer? Eu não diria que seja fácil, pelo menos até obtermos certa prática no exercício da fé pura; mas é condição ‘si-ne-qua-non’.

Para purificar nossa fé, temos que excluir de nossa consciência a concessão ao dualismo, ou seja, aceitar como reais e verdadeiros dois conceitos opostos e auto-excludentes. Podemos iniciar nosso treinamento com Verdade x mentira, Amor x temor ou ódio, Deus x diabo, saúde x doença, inteligência x incompreensão, fraternidade x intolerância, ... Como o prezado leitor se sente diante desses opostos? Parecem-lhe mutuamente excludentes? Chegará o momento à nossa vida em que teremos de fazer a seleção do que é real para nós. A partir desse instante poderemos conscientemente optar a respeito de que realidade queremos em nossa vida e afazeres, pois o que for real para nós é o que se manifestará visivelmente.  

Vou tomar a liberdade de expor mais alguns exemplos de dualidades entre as quais optar pela que os pareça real:
Fé em Deus, o Bem, ou fé na matéria e no mal.
Fé no Espírito onipotente, ou fé no físico, força física.
Fé na Mente divina onisciente, ou fé na mente humana.
Fé na Verdade imutável, ou fé no erro problemático
Fé no Amor imparcial que inclui a todos, ou fé em falsidades humanas.
Fé na Vida eterna, ou fé na morte ou vida material
          Fé na Ciência divina, ou fé nas ciências materiais.

No livro CeS (mencionado) acima, a autora expõe a verdade absoluta sobre a existência e nela pode-se ver a presença de opostos em confronto, desafiando nosso entendimento e aceitação:

     “A declaração científica sobre o existir:
Não há vida, verdade, inteligência nem substância na matéria. Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo. O Espírito é a Verdade imortal; a matéria é o erro mortal. O Espírito é o real e eterno; a matéria é o irreal e temporal. O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual” (CeS, p. 468).
Este parágrafo serve de balizador para nossas convicções, bem como de tocha de iluminação em nossa caminhada rumo à compreensão espiritual de nossa existência como seres criados por Deus. A compreensão do conteúdo desse balizador mental eleva nossa consciência (acima de considerações materiais), e isso não é um mero exercício filosófico. A mesma autora citada acima esclarece:

“O corpo melhora sob o mesmo regime que espiritualiza o pensamento” (CeS, p-....).
Tudo o que uma pessoa possa realizar que tenha como resultado a elevação espiritual, acarretará irrevocavelmente a harmonização de sua vida humana. É o melhor remédio para restabelecer a harmonia nos assuntos humanos, até mesmo os conflitivos. Tomo a liberdade de citar  novamente Eddy:

“Quando chegarmos a ter mais fé na verdade do existir do que no erro; mais fé no Espírito do que na matéria, mais fé em viver do que em morrer, mais fé em Deus do que no homem [nossas opções], então nenhuma suposição material pode nos impedir de curar os doentes e destruir o erro” (CeS, p...).
Percebe-se claramente a linha de cristianismo puro e cientificamente demonstrável disponível ao mundo cristão nos dias de hoje.

São frutos de uma fé coerente.

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