As divinas energias do Espírito, que atuam
em nós, nos sustentam, fortalecem, orientam.
A
frase acima, dita assim, tem o valor espiritual de uma descrição. Mas
deixando-se fora o “que”, ela assume a força de uma declaração individual de
reconhecimento de um fato espiritual: “As divinas energias atuam em nós!” Se
lembrarmos das palavras do Mestre Cristão: “O Pai que permanece em mim, faz as suas
obras” (João 14:10), percebe-se que ele
tinha essa consciência da presença das energias do Espírito em ação nele. E o
que faziam para ele? Mantinham-no sempre forte pessoalmente, e amoroso ao
próximo e atencioso quanto às necessidades dos outros; às vezes eram multidões
que vinham a ele para serem curadas—e ele as atendia—mas ele também era atento
aos ardis e ciladas de seus adversários, que sempre procuravam enreda-lo para
terem de que o acusar.
Mary
Baker Eddy menciona as “energias restauradoras da Verdade” (CeS, p. 252) como fator importante no processo da cura espiritual pela
fé e compreensão espiritual. Sendo a Verdade um dos nomes atribuídos a Deus na
Bíblia, podemos falar também das energias do Amor, da Vida, do Espírito, pois
são igualmente sinônimos do Pai divino. Podemos assim ampliar a família de
palavras que se referem à ação das energias divinas: além de restauradoras, são
constantes, imutáveis, universais, inesgotáveis, fortes, irresistíveis, cheias
de amor, vigor, alma, alegria, saúde, disponíveis a todo momento e lugar; (cada
um pode ampliar a seu gosto essa lista). Além do mais a ação das energias
espirituais não pode ser resistida pelas pseudo forças materiais.
A
Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que souberam ativar energias espirituais
na solução de problemas humanos. Desde os patriarcas até os apóstolos, passando
pelos profetas e discípulos de Jesus Cristo, lê-se de extraordinários feitos
diante de todo tipo de limitação ou perigo: Suprimento, proteção, curas (tanto
individuais como coletivas), coragem para enfrentar grandes desafios. Mas não
se deve olhar apenas para os resultados visíveis (ainda que significativos). É
importante que se considere a elevação mental e espiritual do agente envolvido,
elevação que deve ter ocupado a consciência individual antes da ocorrência do
“milagre” (como considera a mente humana) e que certamente continua após a obra
realizada.
Nosso
grande Mestre Cristão (com certeza um expoente na prática de habilidades
espirituais) veio ao mundo para mostrar aos homens a potencialidade dos dotes
espirituais. Em seus ensinamentos dizia:
“Aquele que crê em mim, fará também
as obras que eu faço” (João 14:12).
Ele
não fez promessas vazias. Atendida a premissa inicial (crer nele), o resultado
é garantido e a felicidade resultante é geral. M.B.Eddy, descobridora da
Ciência do Cristianismo, foi uma testemunha exponencial da validade atual das
verdades ensinadas e demonstradas por Cristo Jesus. Por experiência própria ela
vivenciou e propiciou curas extraordinárias, e transmitiu aos estudiosos da
Ciência Cristã as regras para efetivação de curas por meios espirituais da
oração. Na sua principal obra, Ciência e Saúde
com a Chave das Escrituras, ela abre o capítulo sobre ‘A Oração’ com uma
afirmação contundente:
“A oração que reforma o pecador e
cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus—uma compreensão
espiritual acerca dEle, um amor isento de ego” (p. 1).
Percebe-se o caráter universal de tal
declaração. Cada pessoa, independente de sua afinidade e afiliação religiosa,
pode aplicar a regra exposta acima e terá fruto de sua oração de acordo com sua
sinceridade frente a Deus. Se vier à tona a pergunta de como liberar essas
energias do Espírito, acho oportuno esclarecer que essas energias não são
liberadas porque não estão presas ou impedidas. Elas são ativadas em nosso
pensamento quando nos pomos sob sua ação. Diria alguém que a energia solar pode
ser liberada para nós? Nós a desfrutamos quando nos colocamos sob a luz do sol.
As energias do Espírito, do Amor da Vida, estão sempre ativas; para
desfrutá-las e só pôr-se ao seu alcance.
Podem
as energias divinas ter alguma oposição? Até que as energias divinas sejam
ativadas em nossa consciência, a experiência humana é influenciada por,
digamos, “energias materiais”. São estas que nos jogam ao sabor de problemas de
toda ordem, desde físicos até emocionais. Aqui é útil considerar a explicação
de Eddy:
“Um paciente sob a influência da mente mortal só é
curado quando se suprime a influência dessa mente sobre ele, eliminando de seu
pensamento o estímulo errôneo e a reação errônea da força de vontade, e
preenchendo seu pensamento com as energias da Verdade” (CeS, p. 185; o grifo é nosso).
É de
todo conveniente e útil aprendermos a conhecer e saber usar as energias do
Espírito, circunstâncias que estão disponíveis a todos os que queiram volver-se
dos meios e recursos materiais (medicações) e humanos (magnetismo pessoal) para
recursos espirituais da oração e da fé como o Mestre JC praticou e ensinou. Na
CC o processo se dá segundo um processo mental:
“A Ciência Cristã silencia a vontade
humana, acalma o medo com a Verdade e o Amor, e mostra que a energia divina
atua sem esforço na cura dos doentes” (CeS, p. 445).
A
“energia divina” atua segundo as características dos sinônimos de Deus: Vida,
Verdade, Amor, Princípio, Espírito, Mente e Alma. Por isso a expressão
“energias divinas” engloba esse aspecto coletivo e total.
Cabe a
nós aprender a conhecer e usar tais forças espirituais disponíveis de modo
universal a todos, a todo momento (agora), em todo lugar (aqui).
.o0o.