O
livre-arbítrio do homem deve ser balizado pela virtude
Para ser feliz o homem deve pautar sua vida para que esta
esteja de acordo com lei de Deus; essa coerência, embora desafie o saber
humano, é a garantia de felicidade humana duradoura. Os cristãos que têm na
Bíblia seu ponto de apoio para ações corretas na sociedade podem espelhar-se em
nosso Mestre Cristão. No evangelho de João, relata-se que Jesus asseverou a
seus discípulos:
“Aquele que me enviou está sempre
comigo[...]porque eu sempre faço o que Lhe agrada” (João
8: 29).
Essa é mais clara diretriz para nossas ações e atitudes.
Quando estivermos prestes a realizar algo ou tomar alguma decisão é de todo
útil perguntar-nos: “Agrada a Deus o que estou fazendo?” Para agradar a Deus é
necessário agir de acordo com a lei divina.
Temos nos Dez Mandamentos o resumo das leis que agradam a Deus. Se tão
só nos lembrarmos dessa regra em meio aos afazeres humanos, poderemos gozar do
apoio do divino Amor, da Mente infinita e todo-sábia, nos nossos assuntos
diários. Mary B. Eddy nos alenta a esse posicionamento mental:
“Pergunta-te:
Estou vivendo a vida que mais se aproxima do bem supremo?...Se assim for, então
o caminho se tornará cada vez mais claro ‘até ser dia perfeito’. Teus frutos
darão provas daquilo que o compreender a Deus traz ao homem” (CeS,
p. 496).
Para saber se estamos agindo de acordo com a vontade de
Deus, nem sempre nos apercebemos de qual é a essa vontade. Por minha
experiência faço a verificação com a pergunta: “Estão meus atos ferindo algum
dos mandamentos?” Conforme a resposta sei se devo ir avante com as decisões
tomadas ou se devo reformular alguma orientação. Conhecendo-se os Dez
Mandamentos (ver Êxodo 20) é fácil fazer essa checagem. O que o ser humano
precisa ter ou expressar para tal “check up” é humildade e disposição de
conformar sua vida e atitudes a essa lei divina.
Levar uma vida de virtudes, de gestos que sirvam à elevação
da raça humana, é um ótimo sinal de nossa disposição. O resultado de tal vida é
a satisfação, o suprimento, a abundancia, a saúde na vida humana evidenciando o
apoio divino ao que fazemos. O salmista cantou essa verdade do seguinte modo:
“O que a mim me
concerne o Senhor levará a bom termo; a tua misericórdia, ó Senhor, dura para
sempre; não desamparas as obras das tuas mãos”
(Salmo 138: 8).
É muito fácil viver sem atender ou atentar a vontade de
Deus, basta deixar-se levar pelas correntes de pensamento dominantes entre os
homens. A mentalidade carnal e materialista não se ocupa em louvar a Deus no
viver diário. No entanto, isso é algo muito necessário, pois ajuda a elevar a
mentalidade do gênero humano para que saia fora de seu atual viver
materialístico.
Algo muito comum entre os humanos é a crítica ao que outros
fazem ou dizem. Criticamos atitudes que “julgamos” incorretas ou
inconvenientes. Mas isso é nossa opinião. Criticar os outros é um dos muitos
modos de desagradar a Deus, pois isso nos fixa o olhar para defeitos ou falhas
na criação divina além de desrespeitar a Lei Áurea: “Fazer aos outros
o que queremos que eles nos façam”. Entre
os cristãos, a única crítica admissível é a autocrítica. Com a pergunta: “Agrada a Deus o que estou fazendo?”
mostramos uma capacidade de autoexame, tomando-se uma distância de nosso ego
para ter uma perspectiva de nossas ações ou até de nossos pensamentos.
Esse autoexame nos é muito útil quando diante de tentações
ou sugestões—conflitos de vontades—que tenderiam a nos afastar da consciência
de estar com Deus ou de deixar que Deus nos oriente. Ninguém pode fazer a
pergunta por nós. Isso é assunto de foro íntimo e individual. Se nos voltamos
para a Bíblia em busca de auxílio espiritual encontramos na epístola de Paulo
aos Romanos a admoestação:
“Os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos
8:8).
Também encontramos na mesma epístola o conselho:
“Não vos
conformeis com este século [modo de pensar humano], mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente [nosso modo de pensar], para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos
12:2).
“Não conformar-se com este século” é um proceder inspirado
que orienta todo nosso viver humano. O progresso espiritual individual
determina o grau de nossa não-conformidade aos padrões mentais reinantes entre
a humanidade. É difícil, ou é fácil fazer isso? O caso depende da inclinação
mental de cada um. Cada um é responsável pelo seu modo de pensar e agir. Sempre
podemos apelar para a inspiração das Escrituras:
“Ensina-me a fazer
a Tua vontade, pois Tu és o meu Deus; guie-me o Teu bom Espírito por terreno
plano” (Salmo 143:10).
...oo0oo...