segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Enigmas divinos

As revelações ou comunicações de Deus ao homem muitas vezes parecem enigmas 

Conta uma estória que um homem voltava para casa, numa noite escura, por um caminho que seguia ao lado de um barranco alto. Pela escuridão acabou caindo no barranco e só se safou da queda porque se agarrou em alguns galhos de uma velha árvore. Começou a chamar por socorro, mas ninguém acudiu. Acabou por apelar para sua fé e obteve uma resposta de uma Voz que lhe desafiou sua confiança. A tudo respondeu que tinha fé como a de Moisés e de Jesus. A voz novamente lhe ordenou: “Então larga do galho”. O protagonista não achou razoável a recomendação, e não tendo mais a quem apelar ficou ali na noite fria agarrado ao galho, quase sucumbindo de frio. Pela manhã viu que poderia ter-se livrado do problema se tivesse atendido à ordem de soltar o galho, pois estava a apenas 50cm do chão.

Por que a Voz não lhe disse claramente que ele já estava perto do solo? Por que Deus fala por enigmas? Ocorre que Deus se comunica por ideias, e nós nem sempre estamos sintonizados com as ideias que dEle provêm. Parece, então, como se Ele não nos ouvisse ou atendesse. Na verdade, nós é que não O ouvimos e atendemos. As respostas divinas parecem enigmas porque o conteúdo da comunicação é por ideias as quais nem sempre percebemos.

A intuição é o modo de Deus comunicar Suas ideias. A mente humana tende a resistir à intuição porque esta não se fixa na lógica humana das circunstâncias. Até as parábolas ou lições de Jesus Cristo eram, às vezes, algo enigmático para seus ouvintes: nascer de novo; fonte de água viva; dizer a um monte: lança-te no mar; saquear a casa do valente. Essas parábolas, entretanto, uma vez compreendidas no seu significado espiritual eram—e são—lições  grandiosas e perenes que ainda hoje podem ser aprendidas e aplicadas. E bem faríamos em lançar mão desses ensinamentos cristãos para orientar nossa vida hoje em dia.

Voltando ao personagem da estória inicial, dentro de seu problema humano apelou a todos os meios de que tinha conhecimento. Mas não estavam presentes; nem havia ouvidos humanos disponíveis para ajudar. O homem soube apelar, por fim, à fé em Deus, como último recurso. (Soa familiar, não?) Com certeza, não estava familiarizado com as respostas que o Pai envia, pois duvidou delas até no momento de extrema necessidade. Mas, notem, a resposta estava ali mesmo; bastava que o homem atendesse. Aliás se esse personagem estivesse habituado a confiar em Deus, ele com certeza nem teria caído no barranco! Saberia caminhar à beira do perigo sem medo e sem vacilação. Ouviria a intuição ou orientação divina sobre onde pousar seus pés. [Ver adendo no final deste artigo]. A lição que podemos tirar dessa “parábola” é que confiança absoluta e fé firme são requisitos para se obter o que pedimos a Deus e para reconhecer a resposta do Pai-Mãe. 

O Mestre Cristão ensinou aos seus ouvintes: “Quando vocês orarem e pedirem alguma coisa creiam que já a recebestes, e tudo lhes será dado(Marcos 11: 24; NTLH). Quem acredita nele? Quem acredita no que Jesus disse saberá que as mensagens divinas não são enigmas, mas ordens claras para fiel obediência.

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ADENDO:
Relato feito por Orlando Trentini. Eu lembro que um cientista cristão de Santa Catarina, que em meados do século passado tinha ido com sua carroça puxada por 2 cavalos para a vila para levar alguns produtos da roça e comprar insumos necessários para o uso no sitio.
Enquanto estava na vila fazendo a entrega dos seus produtos no armazém, armou-se um temporal com ventos fortes, nuvens, raios e chuva forte.   Ficou protegido no armazém, até passar a tormenta e o excesso de água da estrada ter rolado para o córrego.

Quando iniciou a viagem de volta já estava escuro.  Noite sem lua e sem estrelas.  Não conseguia ver nada.  Como guiar os cavalos nessa escuridão.  Os cavalos já tinham feito muitas vezes esse trajeto, e eles queriam muito chegar em casa e serem desatrelados e ir descansar e pastar.  Assim, ele soltou a guia e deixou que os cavalos—que  também são criaturas, ideias menores de Deus, por isso mesmo inteligentes—e  confiou que Deus os guiasse para levar a carroça com os mantimentos em segurança para casa. Enquanto isso ele ia orando com o Salmo 91, o Salmo 23, e procurando estar consciente na harmonia de Deus, mesmo que ele não estivesse vendo a estrada.

Já estavam quase em casa quando de repente os cavalos pararam e ele insistiu para que continuassem. Mas eles permaneceram parados.  “Pai divino mostra-lhes o caminho para que possam seguir”, orou o carroceiro, ainda impossibilitado de ver qualquer coisa e sem poder usar o seu raciocínio e sua experiência para guiar os cavalos.
Logo, em seguida os cavalos empurraram a carroça um pouco para trás e, então, viraram para a esquerda num angulo bem fechado e subiram o terreno fora da estrada;  nesse trecho a estradinha tinha um corte no lado esquerdo e  à direita estava o barranco que terminava no riozinho, bem abaixo.

Os cavalos subiram o barranco e seguiram um pedaço pelo terreno inclinado, e depois voltaram com a carroça para a estrada;  mais um pouco e já estavam chegando em casa, quando então pararam no curral embaixo do telhado do celeiro. O carroceiro desatrelou os cavalos, tirou-lhes os arreios e os soltou no campo para pastar e descansar; e ele foi para casa descansar também.

No outro dia depois de atender os afazeres do sitio, foi ver a razão dos cavalos terem parado na estrada e fazerem a manobra de subir o barranco e voltarem com a carroça com toda segurança para a estrada, como se alguém os estivesse guiando.  Era uma pequena distância até o local.  E quando lá chegou viu que a estrada havia sido carregada pela enxurrada e que havia um enorme buraco. No terreno ao lado da estrada estavam os sulcos das rodas no terreno molhado mostrando a perfeição da manobra executada com segurança na escuridão.

Sentiu uma grande gratidão por ter confiado em Deus e deixado as rédeas soltas para que os cavalos seguissem com a preciosa carga pelo caminho como guiados por Deus e completando a viagem em total segurança.

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