As revelações ou comunicações de
Deus ao homem muitas vezes parecem enigmas
Conta uma estória que um homem
voltava para casa, numa noite escura, por um caminho que seguia ao lado de um
barranco alto. Pela escuridão acabou caindo no barranco e só se safou da queda
porque se agarrou em alguns galhos de uma velha árvore. Começou a chamar por
socorro, mas ninguém acudiu. Acabou por apelar para sua fé e obteve uma
resposta de uma Voz que lhe desafiou sua confiança. A tudo respondeu que tinha
fé como a de Moisés e de Jesus. A voz novamente lhe ordenou: “Então larga do
galho”. O protagonista não achou razoável a recomendação, e não tendo mais a
quem apelar ficou ali na noite fria agarrado ao galho, quase sucumbindo de
frio. Pela manhã viu que poderia ter-se livrado do problema se tivesse atendido
à ordem de soltar o galho, pois estava a apenas 50cm do chão.
Por que a Voz não lhe disse
claramente que ele já estava perto do solo? Por que Deus fala por enigmas? Ocorre
que Deus se comunica por ideias, e nós nem sempre estamos sintonizados com as
ideias que dEle provêm. Parece, então, como se Ele não nos ouvisse ou atendesse.
Na verdade, nós é que não O ouvimos e atendemos. As respostas divinas parecem
enigmas porque o conteúdo da comunicação é por ideias as quais nem sempre
percebemos.
A intuição é o modo de Deus
comunicar Suas ideias. A mente humana tende a resistir à intuição porque esta
não se fixa na lógica humana das circunstâncias. Até as parábolas ou lições de
Jesus Cristo eram, às vezes, algo enigmático para seus ouvintes: nascer de
novo; fonte de água viva; dizer a um monte: lança-te no mar; saquear a casa do
valente. Essas parábolas, entretanto, uma vez compreendidas no seu significado
espiritual eram—e são—lições grandiosas
e perenes que ainda hoje podem ser aprendidas e aplicadas. E bem faríamos em
lançar mão desses ensinamentos cristãos para orientar nossa vida hoje em dia.
Voltando ao personagem da
estória inicial, dentro de seu problema humano apelou a todos os meios de que
tinha conhecimento. Mas não estavam presentes; nem havia ouvidos humanos
disponíveis para ajudar. O homem soube apelar, por fim, à fé em Deus, como
último recurso. (Soa familiar, não?) Com certeza, não estava familiarizado com
as respostas que o Pai envia, pois duvidou delas até no momento de extrema
necessidade. Mas, notem, a resposta estava ali mesmo; bastava que o homem
atendesse. Aliás se esse personagem estivesse habituado a confiar em Deus, ele
com certeza nem teria caído no barranco! Saberia caminhar à beira do perigo
sem medo e sem vacilação. Ouviria a intuição ou orientação divina sobre onde
pousar seus pés. [Ver adendo no final deste artigo]. A lição que podemos tirar
dessa “parábola” é que confiança absoluta e fé firme são requisitos para se
obter o que pedimos a Deus e para reconhecer a resposta do Pai-Mãe.
O Mestre
Cristão ensinou aos seus ouvintes: “Quando vocês orarem e pedirem alguma coisa
creiam que já a recebestes, e tudo lhes será dado” (Marcos 11: 24; NTLH). Quem acredita nele? Quem acredita no que Jesus disse
saberá que as mensagens divinas não são enigmas, mas ordens claras para fiel
obediência.
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ADENDO:
Relato feito por Orlando Trentini. Eu lembro que um cientista
cristão de Santa Catarina, que em meados do século passado tinha ido com sua
carroça puxada por 2 cavalos para a vila para levar alguns produtos da roça e
comprar insumos necessários para o uso no sitio.
Enquanto estava na vila fazendo a entrega dos seus produtos no
armazém, armou-se um temporal com ventos fortes, nuvens, raios e chuva forte.
Ficou protegido no armazém, até passar a tormenta e o excesso de água da
estrada ter rolado para o córrego.
Quando iniciou a viagem de volta já estava escuro. Noite sem
lua e sem estrelas. Não conseguia ver nada. Como guiar os cavalos
nessa escuridão. Os cavalos já tinham feito muitas vezes esse trajeto, e
eles queriam muito chegar em casa e serem desatrelados e ir descansar e pastar.
Assim, ele soltou a guia e deixou que os cavalos—que também são criaturas, ideias menores de Deus,
por isso mesmo inteligentes—e confiou
que Deus os guiasse para levar a carroça com os mantimentos em segurança para
casa. Enquanto isso ele ia orando com o Salmo 91, o Salmo 23, e procurando
estar consciente na harmonia de Deus, mesmo que ele não estivesse vendo a
estrada.
Já estavam quase em casa quando de repente os cavalos pararam e
ele insistiu para que continuassem. Mas eles permaneceram parados. “Pai
divino mostra-lhes o caminho para que possam seguir”, orou o carroceiro, ainda
impossibilitado de ver qualquer coisa e sem poder usar o seu raciocínio e sua
experiência para guiar os cavalos.
Logo, em seguida os cavalos empurraram a carroça um pouco para trás
e, então, viraram para a esquerda num angulo bem fechado e subiram o terreno
fora da estrada; nesse trecho a
estradinha tinha um corte no lado esquerdo e à direita estava o barranco que terminava no
riozinho, bem abaixo.
Os cavalos subiram o barranco e seguiram um pedaço pelo terreno
inclinado, e depois voltaram com a carroça para a estrada; mais um pouco e já estavam chegando em casa,
quando então pararam no curral embaixo do telhado do celeiro. O carroceiro desatrelou
os cavalos, tirou-lhes os arreios e os soltou no campo para pastar e descansar;
e ele foi para casa descansar também.
No outro dia depois de atender os afazeres do sitio, foi ver a
razão dos cavalos terem parado na estrada e fazerem a manobra de subir o
barranco e voltarem com a carroça com toda segurança para a estrada, como se
alguém os estivesse guiando. Era uma pequena distância até o local.
E quando lá chegou viu que a estrada havia sido carregada pela enxurrada
e que havia um enorme buraco. No terreno ao lado da estrada estavam os sulcos
das rodas no terreno molhado mostrando a perfeição da manobra executada com
segurança na escuridão.
Sentiu uma grande gratidão por ter confiado em Deus e deixado as
rédeas soltas para que os cavalos seguissem com a preciosa carga pelo caminho
como guiados por Deus e completando a viagem em total segurança.
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