terça-feira, 1 de outubro de 2019

A RAZÃO BEM DIRIGIDA


 “A razão é a mais ativa das faculdades humanas.” (CeS, 327)

“Para raciocinar corretamente deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual” (CeS, p. 492), aconselha Mary Baker Eddy. É uma advertência severa para nossas atividades mentais. O raciocínio a respeito do mundo só é correto se tiver por base o aspecto espiritual. Isso quer dizer que as inumeráveis opiniões lançadas pelo saber humano não são corretas? Sim, falando metafisicamente. Mas, para a humanidade tais opiniões são importantes pois orientam toda vida/atividade sobre a terra. Se essas opiniões estiverem baseadas na consciência espiritual, elas seriam tanto mais benéficas e eficazes. Busco novamente a opinião de Eddy:

“A razão, bem dirigida, ajuda a corrigir os erros do senso corpóreo [sentido humano]” (CeS, p. 494). Enquanto que a “razão mal orientada é pior que o instinto” (idem p. 220).

A razão humana associada ao intelecto orienta a humanidade nos seus afazeres e na sua busca de felicidade, saúde e realização.  Em se permitindo que ela seja dirigida adequadamente podemos ter a certeza de que os melhores resultados advirão nos empreendimentos humanos. Comércio honesto, política visando o bem-estar social, justiça que castiga a mente malfeitora, família que se orienta pela estabilidade, escolas ensinando a verdade e o bem, atividades profissionais buscando o interesse e satisfação de todos, esporte sem menosprezar os contendores. Essa mesma razão orientada espiritualmente engendra realizações ainda maiores e mais benéficas. Cristo Jesus foi grande exemplo disso.

Deus dotou o homem com direitos inalienáveis, entre os quais estão o governo de si mesmo, a razão e a consciência.” (CeS, p.106).

Sendo a razão uma dádiva divina, podemos considera-la também um direito (divino) frente às circunstâncias humanas e materiais que se apresentem como tais. Usar um direito que nos é outorgado, nos ajuda no desempenho dos deveres diários frente a compromissos humanos, profissionais, esportivos, familiares. Se o direito tem origem divina, é tanto mais importante sabermos os deveres que antecedem o usufruto do direito. Todo o direito tem um ou mais deveres prévios, mesmo no mundo das atividades humanas. Reivindicar direitos trabalhistas é uma ocorrência que se vê comumente no mundo comercial. Lamento que não se veja o mesmo empenho em demonstrar o reconhecimento dos deveres, bem como a determinação de cumpri-los.

Quando vemos a razão como uma dádiva divina, ou seja, um direito inalienável outorgado pelo Pai, buscaremos seriamente o uso de nossas melhores aptidões espirituais para exercício compatível desse direito com as diretrizes dos atributos divinos. Façamos bom uso dessas dádivas do Pai divino para o bem da nossa humanidade! O uso adequado da razão bem dirigida por orientação divina, expande nossas aptidões bem acima do rendimento normal e humano. É Eddy quem nos chama a atenção para resultados inesperados quando fazemos uso da razão bem dirigida

“As capacidades humanas se ampliam e se aperfeiçoam na proporção em que a humanidade alcança o verdadeiro conceito a respeito do homem e de Deus” (CeS, p. 258).

O grande Mestre Cristão, Cristo Jesus, mostrou e demonstrou o enorme alcance das capacidades humanas quando orientadas por uma consciência completa a respeito do homem e de Deus. Quem se arvoraria a realizar obras como as de Jesus? Todo cristão deveria assumir tal posição, pois foi o Mestre quem disse:
“Todo aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” (João 14:12).

Se ainda não realizamos as mesmas obras, é porque está faltando alguma coisa em nosso cristianismo, ou seja, em nosso modo de compreender e demonstrar os ensinamentos do fundador do Cristianismo. Ele ensinou uma teologia de aplicação dos conceitos cristãos espirituais a respeito do Criador, da criação, do universo de ideias, assim como uma sublimação do conceito sobre a identidade do homem. Este como imagem e semelhança de Deus, tem uma existência espiritual, não material; goza e expressa as qualidades intrínsecas da divindade que não são compartilhadas com o mundo material. Eddy faz uma colocação interessante:
           
         “O sonho de que a matéria e o erro sejam alguma coisa tem de ceder à razão e à revelação... Ficará claro que o harmonioso é real, e o desarmonioso é irreal.” (CeS, p.347).
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